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La - Comunità Italiana

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capa<br />

<strong>Comunità</strong><strong>Italiana</strong> - Você<br />

está na Itália há 50 anos.<br />

sente-se hoje mais italiano<br />

do que brasileiro?<br />

mazzola - Eu sou orgulhoso de<br />

viver aqui. Quis vir e estou maravilhosamente<br />

bem aqui. Mas o<br />

que acontece: time e país são como<br />

mãe, não tem como trocar. O<br />

brasil é meu país. Eu joguei pela<br />

seleção da Itália e amo isso aqui.<br />

No fundo eu encaro como coisas<br />

da profissão.<br />

CI - ou seja: em um cruzamento<br />

brasil x Itália na Copa do mundo...<br />

m - Vou de brasil, sem dúvida.<br />

É como eu disse: eu amo a Itália,<br />

mas no momento de torcer a<br />

coisa vem naturalmente. É como<br />

quando você está vendo um jogo<br />

de dois times quaisquer, quando<br />

vê, naturalmente você começa a<br />

torcer para um deles. Essa pendência<br />

natural sempre vem, e para<br />

o brasil.<br />

CI - Quando você se transferiu<br />

para o milan, imaginava uma<br />

carreira assim longa no clube e<br />

no país?<br />

m - Jamais. Eu queria ficar uns<br />

dois anos, ter uma experiência<br />

internacional, viver em outro país.<br />

Acabei ficando 50.<br />

CI - por quê?<br />

m - Pesou tudo, mas muito mais a<br />

condição de vida. Na época, não<br />

se ganhava dinheiro jogando bola.<br />

Porém, aqui já havia alguma<br />

coisa a mais do que no brasil. se<br />

você for comparar, bastaria um<br />

mês de um salário de um jogador<br />

mediano hoje em dia para se equiparar<br />

a, sei lá, um ano do nosso<br />

salário – talvez até mais. Antigamente<br />

nós tínhamos que fazer 10<br />

anos de carreira para encaminhar<br />

uma boa condição de vida. boa<br />

condição, não riqueza. Para você<br />

ter uma ideia – lembro como se<br />

fosse hoje – em 1958, em um jogo<br />

do brasil durante a Copa, nos<br />

deram 60 dólares de bicho [prêmio<br />

pela vitória]. Vi ontem que o<br />

bicho para cada jogador brasileiro<br />

deve ser de 350 mil reais caso<br />

ganhem a Copa da áfrica. Outros<br />

tempos...<br />

CI - Qual foi seu momento mais<br />

marcante com a camisa da seleção<br />

brasileira?<br />

m - A Copa de 1958, sem dúvida.<br />

Fiz até gol de bicicleta de fora<br />

da área!<br />

CI - Como assim?<br />

m - De fora da área, perto da<br />

meia-lua. Mas o juiz anulou e como<br />

as imagens daquele tempo<br />

são raras, essa não passou para a<br />

história. Aquele ano foi mágico,<br />

joguei o primeiro e o segundo<br />

jogos, depois perdi o lugar para<br />

o Vavá porque torci o tornozelo<br />

contra a Inglaterra. Perdi um<br />

gol naquele jogo, aí saí no jogo<br />

contra a Rússia para a entrada do<br />

Vavá. Nesse jogo, foi o Vavá que<br />

se machucou. Assim, voltei no<br />

quarto jogo, ganhamos e seguimos<br />

para o título.<br />

CI - Entre as seleções brasileira<br />

e italiana, qual mexeu mais<br />

com você?<br />

m - A brasileira, sobretudo pelo<br />

momento que vivemos juntos,<br />

pelo título. Em 1958, eu fiz 12<br />

jogos e 11 gols pelo brasil. Com<br />

a Itália, em 1962, ano da Copa<br />

do Chile, fiz 6 jogos e 5 gols.<br />

Além do mais, aquela seleção<br />

italiana foi uma decepção.<br />

CI - pelo que se lê nos jornais da<br />

época, diziam que era uma seleção<br />

muito forte...<br />

m - Era uma seleção forte, mas<br />

desorganizada. Não tínhamos<br />

<strong>Comunità</strong><strong>Italiana</strong> – sei in<br />

Italia da 50 anni. oggi<br />

ti senti più italiano che<br />

brasiliano?<br />

mazzola – sono orgoglioso di vivere<br />

qui. Ci sono voluto venire e<br />

ci vivo meravigliosamente bene.<br />

Ma il fatto è questo: la squadra<br />

e il Paese sono come la mamma,<br />

non si possono cambiare. Il brasile<br />

è il mio Paese. Ho giocato<br />

per la nazionale italiana e amo<br />

questo posto. In fondo affronto<br />

[la situazione] come una cosa<br />

della professione.<br />

CI - ossia: se ci dovesse essere<br />

brasile x Italia nella Coppa<br />

del mondo...<br />

m – Farei il tifo per il brasile,<br />

senza dubbio. È come ho già detto:<br />

amo l’Italia, ma al momento<br />

di fare il tifo la cosa viene naturalmente.<br />

È come quando stai vedendo<br />

una partita di due squadre<br />

qualsiasi. Naturalmente cominci<br />

a fare il tifo per una delle due.<br />

Questa propensione naturale mi<br />

viene sempre, e per il brasile.<br />

Mazzola vestindo as camisas da Juventus, Palmeiras,<br />

seleção brasileira e ao lado de Cesare Maldini, no Milan<br />

Mazzola con la maglia della Juventus, del Palmeiras, della<br />

nazionale brasiliana e accanto a Cesare Maldini, al Milan<br />

CI – Quando ti sei trasferito al milan<br />

immaginavi una carriera cosí<br />

lunga nella squadra e nel paese?<br />

m – Mai. Io volevo rimanere due<br />

anni circa, avere un’esperienza internazionale,<br />

vivere in un altro Paese.<br />

E poi ci sono rimasto 50 anni.<br />

CI - perché?<br />

m – Per vari motivi, ma soprattutto<br />

per le condizioni di vita. All’epoca<br />

non si facevano i soldi giocando a<br />

calcio. Ma qui c’erano cose in più<br />

che in brasile. se facciamo un paragone<br />

basterebbe un mese di uno<br />

stipendio odierno di un calciatore<br />

medio per paragonarlo ad un anno<br />

del nostro salario – forse pure di<br />

più. Molto tempo fa dovevamo fare<br />

10 anni di carriera per cominciare<br />

a vivere bene. Vivere bene, non<br />

essere ricchi. Perché tu te ne faccia<br />

un’idea – me lo ricordo come se<br />

fosse oggi – nel 1958, in una partita<br />

del brasile durante la Coppa,<br />

ci hanno dato 60 dollari di bicho<br />

[premio per la vittoria]. Ho visto<br />

ieri che i premi vittoria per ogni<br />

calciatore brasiliano si aggireranno<br />

sui 350mila reais se vincono la<br />

Coppa dell’Africa. Altri tempi...<br />

CI – Qual è stato il momento più<br />

suggestivo indossando la maglia<br />

della nazionale brasiliana?<br />

m - la Coppa del ‘58, senza dubbio.<br />

Ho fatto pure un gol di rovesciata<br />

fuori dall’area!<br />

CI - Come?<br />

m – Da fuori area, vicino al centrocampo.<br />

Ma l’arbitro l’ha annullato e<br />

siccome le immagini di quell’epoca<br />

sono rare, questa non è passata<br />

alla storia. Quell’anno è stato magico,<br />

ho giocato la prima e la seconda<br />

partita, dopo ho perso il posto<br />

per Vavá perché mi sono storto<br />

la caviglia contro l’Inghilterra. Ho<br />

perso un gol in quella partita, poi<br />

sono uscito nella partita contro la<br />

Russia perché entrasse Vavá. In<br />

questa partita chi si è fatto male<br />

è stato Vavá. Cosí sono tornato per<br />

la quarta partita, abbiamo vinto e<br />

abbiamo continuato fino al titolo.<br />

CI – tra le nazionali brasiliana e<br />

italiana, quale ti ha emozionato<br />

di più?<br />

m – Quella brasiliana, soprattutto<br />

per i momenti vissuti insieme,<br />

per il titolo. Nel 1958 ho fatto 12<br />

partite e 11 gol per il brasile. Con<br />

l’Italia, nel 1962, anno della Coppa<br />

del Cile, ho fatto 6 partite e 5<br />

gol. Inoltre quella nazionale italiana<br />

è stata una delusione.<br />

CI – Da quello che si legge nei<br />

giornali dell’epoca, dicevano che<br />

era una nazionale molto forte...<br />

Acima, Copa de 58 pelo Brasil: Joel, Didi, Mazzola, Pelé e Canhoteiro. Abaixo,<br />

Copa de 62 pela Itália, Mazzola é o segundo agachado da direita para esquerda<br />

Sopra, Mondiali del ’58 con il Brasile: Joel, Didi, Mazzola, Pelé e Canhoteiro. Sotto,<br />

Mondiali del ‘62 con l’Italia, Mazzola è il secondo abbassato da destra verso sinistra<br />

técnico. Os responsáveis pelo time<br />

eram dois caras amadores: um<br />

da segunda divisão que nem técnico<br />

era e um outro dirigente burocrata.<br />

Os dois estavam muitos<br />

ligados com jornais italianos e a<br />

convicção de todos nós, jogadores,<br />

era que dois editores de jornais<br />

escalavam o time. tínhamos<br />

realmente um time muito forte<br />

no papel.<br />

CI - Quem era a grande personalidade<br />

daquela seleção brasileira<br />

de 1958?<br />

m - garrincha. Ele ganhou 58 e<br />

62 sozinho. Pelé era a novidade,<br />

a juventude, mas garrincha era<br />

uma pessoa da melhor qualidade,<br />

simples. grande cara.<br />

CI - Você declarou que um dos<br />

grandes arrependimentos de<br />

sua vida foi justamente ter trocado<br />

de camisa na Copa do Chile,<br />

ou seja, ter ido jogar pela Itália<br />

em vez de defender o brasil.<br />

ainda se arrepende?<br />

m - sem dúvida. Eu era muito<br />

garoto e pensava que quem me<br />

chamava eu teria que atender,<br />

teria que jogar. A Itália me colocou<br />

na lista e eu fui, quando<br />

poderia ter dito “não” e ido com<br />

o brasil. Isso me deixa até hoje<br />

com a pulga atrás da orelha<br />

porque eu poderia ter ganhado<br />

três títulos mundiais com o Pelé,<br />

1958, 1962 e 1970. A Copa<br />

de 70, por exemplo, o brasil jogou<br />

sem um atacante de ofício.<br />

tem outra coisa: quando eu vim<br />

jogar no Milan, eu pensei que<br />

minha carreira na seleção brasileira<br />

estava acabada porque, até<br />

os anos 60, o brasil não chamava<br />

ninguém que jogasse fora do país.<br />

Isso pesou também na minha<br />

decisão de aceitar o convite da<br />

Azzurra. Mas me arrependo.<br />

CI - Você mantém contato com o<br />

brasil?<br />

m - Muito, eu trouxe inclusive<br />

muitos jogadores jovens para a<br />

Itália. teve um período que me<br />

dediquei a isso, não como empresário,<br />

mais como alguém que<br />

mostrava caminhos, dava conselhos.<br />

O problema é que hoje está<br />

cheio de agente por aí, cada<br />

um com seus interesses, então<br />

não é uma coisa muito fácil de<br />

fazer. Eu nunca consegui ter essa<br />

colaboração “brasil e Itália”,<br />

m - Era una nazionale forte, ma disorganizzata.<br />

Non avevamo un ct.<br />

I responsabili della squadra erano<br />

due tipi non professionisti. Uno<br />

della serie b, che non era nemmeno<br />

un ct, e un altro dirigente burocrate.<br />

I due erano molto legati<br />

ai giornali italiani e noi, calciatori,<br />

eravamo convinti del fatto che<br />

due editori di giornali sceglievano<br />

i calciatori della squadra. Avevamo<br />

veramente una squadra molto<br />

forte sulla carta.<br />

CI - Chi era la grande personalità<br />

di quella nazionale brasiliana<br />

del 1958?<br />

m - garrincha. Ha vinto nel ‘58 e<br />

nel ‘62 da solo. Pelé era la novità,<br />

la gioventù, ma garrincha era<br />

una persona della miglior qualità,<br />

uno semplice. Un grande tipo.<br />

CI – Hai dichiarato che uno dei<br />

grandi rimpianti della tua vita è<br />

stato proprio l’aver cambiato di<br />

maglia nella Coppa del Cile, ossia,<br />

di essere andato a giocare<br />

per l’Italia invece di giocare con<br />

il brasile. te ne penti ancora?<br />

m – senza dubbio. Io ero molto<br />

giovane e pensavo che chiunque<br />

“Narração” do segundo gol de Mazzola na<br />

vitória por 2 X 1 contra o Benfica na final da<br />

Liga dos Campeões da Europa de 1963<br />

“Narrazione” del secondo gol di Mazzola nella<br />

vittoria por 2x1 contro il Benfica nella finale<br />

della Coppa dei Campioni d’Europa del ‘63<br />

mi chiamasse, io avrei dovuto corrispondere,<br />

avrei dovuto giocare.<br />

l’Italia mi ha messo nella lista e<br />

ci sono andato, quando avrei potuto<br />

dire “no” ed essere andato<br />

col brasile. Ancora oggi questo<br />

mi lascia la pulce dietro all’orecchio<br />

perché avrei potutto vincere<br />

tre titoli mondiali con Pelé, 1958,<br />

1962 e 1970. la Coppa del ‘70,<br />

per esempio, il brasile l’ha giocata<br />

senza uno con la funzione di<br />

attaccante. E c’è un’altra cosa:<br />

quando sono venuto a giocare nel<br />

Milan pensavo che la mia carriera<br />

nella nazionale brasiliana fosse finita<br />

perché, fino agli anni ’60, il<br />

brasile non chiamava nessuno che<br />

giocasse fuori dal Paese. Anche<br />

questo ha avuto il suo peso nella<br />

mia decisione di accettare l’invito<br />

dell’Azzurra. Ma me ne pento.<br />

CI – mantieni contatti con il brasile?<br />

m - Molto, ho anche portato molti<br />

giovani calciatori qui in Italia. C’è<br />

stato un periodo in cui mi sono<br />

dedicato solo a questo, non come<br />

imprenditore, ma come qualcuno<br />

che mostrava i percorsi, dava consigli.<br />

Il problema è che oggigiorno<br />

28 C o m u n i t à i t a l i a n a / J u n h o 2 0 1 0<br />

J u n h o 2 0 1 0 / C o m u n i t à i t a l i a n a 29

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