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Janeiro/2002<br />
Janeiro/2002<br />
poucos conseguiriam redigir um texto razoavelmente coerente<br />
nesse espaço de tempo. Se o professor não consegue,<br />
imaginem o aluno?!<br />
É importante observar que, na avaliação diagnóstica,<br />
os alunos seriam, sempre, estimulados a transferir o<br />
conhecimento adquirido em situações novas. Seria nessas<br />
situações novas que o professor poderia verificar se os<br />
conteúdos foram incorporados ao universo mental do discente,<br />
representado por novas atitudes (que os teóricos<br />
denominam de “tomada de decisão”) perante esse conhecimento,<br />
na perspectiva do crescimento da aprendizagem,<br />
uma vez que as falhas apresentadas poderiam ser solucionadas<br />
pelo diálogo sobre o que ainda resta a aprender.<br />
São, justamente, esses procedimentos que caracterizam a<br />
Progressão Continuada.<br />
CONCLUINDO<br />
Reconhecemos as dificuldades apresentadas por<br />
uma avaliação diagnóstica, que implica em acompanhamento<br />
individualizado, com preenchimento de algumas<br />
centenas de fichas por professores do Ciclo II e Ensino<br />
Médio, muitas vezes, responsáveis por 400 ou 500<br />
alunos, conforme a disciplina, que ministram e jornada<br />
de trabalho, que exercem. Contudo, ela é perfeitamente<br />
factível <strong>para</strong> os professores do Ciclo I, que regem<br />
apenas uma classe.<br />
Embora consideremos de muito boa qualidade o<br />
volume 8, “Avaliação e Aprendizagem”, do “Raizes e<br />
Asas” - existente em todas as escolas -, grande parte<br />
dos exemplos apresentados de avaliação diagnóstica bem<br />
sucedida, nesse manual, referem-se às escolas de Ciclo<br />
I, o que é sintomático dos problemas, que eventualmente<br />
surgem nas de Ciclo II e Ensino Médio.<br />
Mas as dificuldades não devem desestimular professores<br />
de Ciclo II e Ensino Médio em realizarem pequenos<br />
avanços, criando mecanismos que possam:<br />
♦ adequar o número de alunos, que regem com avaliações<br />
diagnósticas, ou seja, aquelas em que o professor<br />
observa e registra, em muitas ocasiões, os progressos<br />
dos alunos no cotidiano de sala de aula;<br />
♦ levá-los a discutir com os discentes problemas de<br />
aprendizagem detectados na avaliação de provas elaboradas<br />
a partir de objetivos bem definidos e aplicadas<br />
em situações novas, ainda que, de forma simples;<br />
♦ valorizar as realizações dos alunos, das mais simples<br />
às mais complexas (elevando a auto-estima, mormente,<br />
daqueles que apresentam maiores dificuldades),<br />
Comentário Comentário bibliográfico<br />
bibliográfico<br />
bibliográfico<br />
Gostaríamos, ao finalizar este trabalho, de tecer algumas considerações<br />
sobre o livro, “Avaliação Educacional em Três Atos” de Léa Depresbiteris,<br />
lançado em 1999, pela Editora Senac, cuja leitura é, a nosso ver, extremamente<br />
prazerosa, pelas idéias expostas sobre avaliação, pela brevidade e estilo<br />
adotados pela autora.<br />
No primeiro ato: “A avaliação em julgamento- culpada ou inocente?” a autora<br />
simula o julgamento da avaliação. Nele surgem depoimentos da ré, de testemunhas,<br />
do juiz, do promotor, do advogado de defesa, todos argumentando pró e<br />
contra a avaliação, num diálogo interessantíssimo através do qual a autora vai<br />
expondo, sinteticamente, as mais variadas teorias de avaliação de forma simples<br />
e funcional.<br />
No segundo ato: “O mínimo que um avaliador precisa saber sobre a avaliação”,<br />
a autora cria uma personagem interessada em participar de um concurso<br />
<strong>para</strong> técnico em avaliação, mas extremamente insegura em seus saberes. Ao<br />
entrar em contato com um especialista, que vai auxiliá-la em suas dúvidas,<br />
trava-se uma interessante troca de informações, na qual se vão desvelando as<br />
questões relevantes da avaliação educacional. É o gancho <strong>para</strong> que a autora<br />
demonstre o que um educador necessita saber sobre avaliação.<br />
No terceiro ato: “Avaliação numa perspectiva construtivista - teoria e prática”,<br />
a autora expõe o dilema da professora-coordenadora Anita, às voltas com arrogante<br />
docente “sabe-tudo” sobre avaliação e construtivismo, vivendo a atazanar<br />
colegas com sua pseudo-sabedoria sobre a matéria. A partir desse dilema, ou<br />
seja, como resolver o problema sem ferir suscetibilidades, discutem-se, com<br />
propriedade, questões importantes da avaliação e do construtivismo.<br />
“Avaliação Educacional em três atos” é leitura importante <strong>para</strong> dirigentes, coordenadores<br />
e professores.<br />
Projeto<br />
Projeto<br />
Pedagógico<br />
edagógico<br />
2- 2- Sobre Sobre a a relevância relevância da da avaliação avaliação diagnóstica<br />
diagnóstica<br />
que constituam um novo momento de aprendizagem.<br />
Assim agindo, estarão os professores dando um<br />
passo gigantesco na eliminação da avaliação classificatória<br />
e elevando, sobremaneira, a qualidade de ensino<br />
em suas aulas.<br />
Mas, atenção! Avaliação diagnóstica jamais po-<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
Livros<br />
Livros<br />
DEPRESBITERIS<br />
DEPRESBITERIS, DEPRESBITERIS Léa.Avaliação Educacional em três atos. Editora Senac.<br />
Rua Teixeira da Silva, 531, CEP 04002- 032- São Paulo - SP. 1999.<br />
Tels: (11) 884-8122 - (11) 884-6575 - (11) 889-9294.<br />
Fax (11) 887-2136.<br />
DALMAS DALMAS, DALMAS A. Planejamento participativo na escola: elaboração, acompanhamento<br />
e avaliação. Vozes. Petrópolis. 1994.<br />
HOPFMANN<br />
HOPFMANN, HOPFMANN Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da<br />
pré-escola à Universidade. P. Alegre. Educação e Realidade. 1993.<br />
LUCHESI LUCHESI LUCHESI, LUCHESI LUCHESI C. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? A construção<br />
do projeto de ensino e avaliação, nº 8, São Paulo FDE. 1990<br />
SAUL SAUL, SAUL SAUL Ana Maria. Para mudar a pratica de avaliação do processo de ensinoaprendizagem-<br />
in Formação do Educador e avaliação Educacional. org. Bicudo<br />
e Celestino. UNESP - 99. Vol IV.<br />
WERNECK<br />
WERNECK, WERNECK H. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo.<br />
Vozes.Petrópolis. 1994.<br />
Jornais<br />
Jornais<br />
O Diretor. UDEMO: nº 6 - ago/99.<br />
O Diretor. UDEMO: nº 8 - dez/98.<br />
O Diretor. UDEMO: nº 6 - set/98.<br />
O Diretor. UDEMO: nº 3 - mai/98.<br />
O Diretor. UDEMO: nº 2 - fev/97.<br />
O Diretor. UDEMO: nº 1 - jan/00<br />
O Diretor. UDEMO: nº 1 - jan/01<br />
Legislação<br />
Legislação<br />
Lei 9394<br />
Del CEE 10/96<br />
Parecer CEE 526/97<br />
Ind. CEE 9/97, 22/97 e 5/98<br />
Resol. SE 134/96, 27/96 e 21/98<br />
Resol. SE 131/98 e 7/99<br />
17<br />
17<br />
derá ser confundida com libertinismos avaliatórios no<br />
qual o “professor bonzinho” distribui valores positivos<br />
em grande quantidade <strong>para</strong>, muitas vezes, livrar-se de<br />
aborrecidas correções de provas e trabalhos. Mais danosa<br />
que uma avaliação classificatória é a avaliação aleatória,<br />
ou seja, nenhuma avaliação.