Clique para baixar a Revista - Udemo
Clique para baixar a Revista - Udemo
Clique para baixar a Revista - Udemo
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
30<br />
30<br />
Projeto<br />
Projeto<br />
Pedagógico<br />
edagógico<br />
9- 9- O O Ensino Ensino de de Língua Língua Portuguesa Portuguesa nas nas Escolas<br />
Escolas<br />
PARTE II<br />
Colocamos, abaixo, uma sugestão de aula prática<br />
a ser aplicada no início do ano, em classes do Ciclo<br />
II ou do Ensino Médio. Como sugestão que é, aceita<br />
toda a adaptação, que o docente fizer diante de sua<br />
realidade, e, até mesmo, <strong>para</strong> aplicação em classes iniciais.<br />
Objetivo geral: levar os alunos a concluir que o aprendizado<br />
da língua-padrão é essencial <strong>para</strong> a comunicação<br />
do cidadão.<br />
Objetivos específicos:<br />
♦ cada aluno já chega à escola dominando uma forma<br />
de comunicação e expressão<br />
♦ esse registro não é único<br />
♦ valores de cada registro<br />
♦ diante da enormidade das situações, dominar, conscientemente,<br />
o maior números de registros lingüísticos<br />
♦ a linguagem culta é importantíssima e precisamos<br />
dominá-la e utilizá-la em situação em que nosso<br />
interlocutor a usa<br />
♦ cabe aos professores, em geral, o uso e o domínio<br />
da linguagem culta, como registro próprio <strong>para</strong> a<br />
sala de aula<br />
♦ também, os alunos deverão se conscientizar de que<br />
a linguagem culta é apropriada <strong>para</strong> ser usada em<br />
sala de aula.<br />
Meta: levar os alunos à motivação <strong>para</strong> o aprendizado<br />
e domínio da linguagem culta e a comunidade <strong>para</strong> a<br />
essencialidade de seu uso nas salas de aula.<br />
Material necessário: cartolina, papel, canetas coloridas,<br />
dicionários, elementos de caracterização de personagens.<br />
Sobre o trabalho teórico, que deverá preceder e<br />
embasar essa prática (Parte I), cada docente, certamente,<br />
saberá a melhor forma de fazê-lo.<br />
Para essa prática, o professor deverá dividir a<br />
classe em grupos e planejar, com cuidado, cada passo a<br />
ser realizado.<br />
Ação 1: A classe é dividida em grupos de trabalho, a<br />
Situação a ser dramatizada:<br />
Uma pessoa leva um pisão de<br />
outra, pede desculpas e ouve<br />
a resposta de quem sofreu essa<br />
ação, usando o registro próprio<br />
de seu grupo.<br />
fim de trabalhar um texto em registro indicado pelo professor.<br />
O grupo todo deverá fazer as pesquisas e elaborar<br />
o texto, embora a dramatização deva ser feita por<br />
apenas dois interlocutores.<br />
Grupo 1: jovens pertencentes a um grupo “rap” de<br />
um morro carioca<br />
Grupo 2: médicos ortopedistas<br />
Grupo 3: freirinhas de um convento tradicional<br />
Grupo 4: ladras condenadas, revoltadas e sem<br />
escolaridade<br />
Grupo 5: professores de Língua Portuguesa<br />
Grupo 6: duas crianças de até 4 anos<br />
Outros grupos: estrangeiros, mãe e filho; militares;<br />
travestis; sulistas e nordestinos; jovens do século XVI.<br />
Obs: tomar os devidos cuidados <strong>para</strong> não<br />
gerar preconceitos. Até será possível usar<br />
a situação <strong>para</strong> discutí-los.<br />
Ação 2: uma vez divididos os grupos,<br />
cada um deles terá um prazo <strong>para</strong><br />
pesquisar o registro próprio dos falantes,<br />
produzir um texto, criar cenários e<br />
vestimentas <strong>para</strong> o dia da dramatização.<br />
Fará, também, um cartão indicando o grupo. Ex: PRO-<br />
FESSORES DE PORTUGUÊS, FREIRAS, etc..<br />
Ação 3: durante o processo, o professor dará assessoria<br />
aos grupos, indicando-lhes material e acompanhando<br />
a redação de cada um deles.<br />
Ex: grupo de MÉDICOS ORTOPEDISTAS será<br />
- Desculpe-me, caro colega, mas pisei a<br />
falange medial de seu pododáctilo!<br />
- Espero não ter ocorrido esmagamento<br />
ósseo, pois vejo uma mancha arroxeada e<br />
violácea e creio ter havido ruptura<br />
cartilágena ou uma ossifluência, o que<br />
produzirá uma ostealgia ou osteíto, em<br />
breve.<br />
- Se o colega me permite, prescreverei um<br />
antiflogístico.<br />
__________<br />
Texto (registro de médico ortopedista)<br />
realizado por alunos da<br />
EE “Prof. Antonio Firmino de Proença”<br />
- Zona Leste - São Paulo<br />
orientado a procurar um profissional da área <strong>para</strong> subsidiar<br />
a composição do texto. O dicionário também deverá<br />
ser recomendado <strong>para</strong> a busca de sinônimos científicos<br />
<strong>para</strong>: pisão, esmagamento ósseo, mancha<br />
arroxeada, nome dos dedos, formas de tratamento, etc...<br />
Agora, um desses médicos reconstruiria o texto ao falar<br />
com o seu motorista.<br />
Ação 4: apresentação dos grupos. Nessa fase, a<br />
criatividade do professor e seus objetivos deverão se<br />
fazer presentes.<br />
Ex: o professor diz que os grupos iniciarão a apresentação<br />
pelo textos das duas freirinhas, já caracterizadas e<br />
que trarão, em mãos, o texto a ser lido. Entretanto,<br />
<strong>para</strong> atingir seu objetivo, o professor já terá combina-<br />
Janeiro/2002<br />
Janeiro/2002<br />
do, prévia e secretamente, com o grupo das religiosas,<br />
que o texto delas seria trocado pelo das ladras (você já<br />
pode imaginar o susto e as gargalhadas). Com o cenário<br />
religioso, as roupas de freiras e um registro próprio<br />
das ladras, embora dentro de uma comicidade, os alunos<br />
refletirão sobre o uso ideal de cada registro, em<br />
cada situação de comunicação, concluindo pela inadequação<br />
da linguagem usada.<br />
Ação 5: o professor poderá fazer questionamentos<br />
como:<br />
♦ Seria uma linguagem própria a ser usada pelo grupo<br />
de freiras?<br />
♦ No caso das ladras, poderiam elas utilizar a linguagem<br />
dos conventos?<br />
Ação 6: o professor poderá solicitar, em seguida, que<br />
cada grupo se apresente com seu próprio texto e, no<br />
meio da apresentação, fazer outra troca-surpresa.<br />
Ex:<br />
♦ os professores de português usando a linguagem dos<br />
meninos do morro.<br />
♦ os estivadores usando a linguagem dos travestis.<br />
Ação 7: sugerimos trabalhos complementares, como:<br />
1. Um aluno vai ser entrevistado como candidato a um<br />
emprego pelo diretor de uma empresa.<br />
♦ como deverá estar vestido?<br />
♦ como comportar-se?<br />
♦ qual registro utilizar? etc....<br />
2. Dois jovens jogam futebol no campo e um deles briga,<br />
usando a linguagem culta (risos e reflexões).<br />
Todas as etapas do trabalho deverão gerar reflexões,<br />
anotadas pela classe e que constituirão a conclusão<br />
dos trabalhos, a ser entregue como produção de<br />
cada grupo.<br />
Esse trabalho foi experimentado por alunos da<br />
3ª série do Cefam de Votuporanga, no ano 2.000. A<br />
coordenadora e a professora de Língua Portuguesa propuseram<br />
que os alunos pesquisassem os diversos registros<br />
lingüísticos a fim de usá-los em dramatização, a<br />
exemplo das sugestões apresentadas pelo Jornal do Projeto<br />
Pedagógico da UDEMO. O trabalho foi muito<br />
proveitoso, sendo, inclusive, assistido pelo presidente<br />
da UDEMO, que assistiu a cenas dialogadas de “con-