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Projeto<br />
Projeto<br />
Pedagógico<br />
edagógico<br />
2- 2- O O papel papel do do Dirigente Dirigente Regional Regional no no Sistema Sistema Educacional<br />
Educacional<br />
que as DEs não elaborem, com diretores, vice-diretores, supervisores e professorescoordenadores,<br />
“Projetos” de melhoria de qualidade de ensino <strong>para</strong> o conjunto das<br />
escolas e. não estabeleçam propostas e metas a serem alcançadas pelo conjunto das<br />
unidades, sob a liderança do Dirigente.<br />
Nada impediria, por exemplo, que o Dirigente tomasse a iniciativa de propor<br />
à equipe de suporte pedagógico (supervisores, diretores e professores-coordenadores<br />
de sua DE), um trabalho voltado ao acompanhamento do trabalho pedagógico<br />
<strong>para</strong> conjunto das escolas: diretores e professores-coordenadores seriam divididos<br />
em grupos, coordenados pelos seus respectivos supervisores. Bimestralmente, esses<br />
grupos, a partir de dados concretos trazidos de suas escolas, discutiriam os resultados<br />
da avaliação, a fim de propor soluções <strong>para</strong> eventuais problemas em suas unidades,<br />
como aqueles do aproveitamento dos alunos.<br />
Nessas reuniões, com certeza, haveria proveitosa troca de experiências entre<br />
escolas bem sucedidas e aquelas que, apesar dos esforços despendidos, apresentam<br />
todo o tipo de dificuldades.<br />
Os resultados dessas discussões seriam trabalhados nas HTPCs. A presença<br />
do supervisor e, quando possível, do próprio Dirigente, em HTPCs, com certeza,<br />
conferiria ao evento momento propício de reflexão (por englobar todos os segmentos<br />
responsáveis pelo processo pedagógico), fazendo com que os professores percebam<br />
que há um interesse coletivo na solução de suas dificuldades, quando buscam a melhoria<br />
da aprendizagem dos alunos. Tais Projetos, evidentemente, sem interferir na autonomia<br />
das escolas, estabeleceriam metas a serem atingidas <strong>para</strong> todos os estabelecimentos<br />
no que diz respeito à busca de melhores resultados.<br />
O acompanhamento, desse trabalho, avaliado nos bimestres, pelo Dirigente,<br />
supervisores, diretores e professores-coordenadores, garantiria, com certeza, uma<br />
ampliação do trabalho coletivo e uma integração saudável de escolas e DEs, posto<br />
que os problemas emergentes poderiam ser,<br />
sistematicamente, discutidos, com vistas a se<br />
propor soluções coletivas, <strong>para</strong> escolas específicas,<br />
que enfrentam dificuldades de aproveitamento<br />
dos alunos, ineficiência de docentes,<br />
violência, evasão, entre outros, hoje, tão<br />
comuns nas unidades. Seria, inclusive, ponto<br />
de partida <strong>para</strong> treinamento de pessoal, através<br />
das Oficinas Pedagógicas. Todavia, esse<br />
Projeto das DEs, retirando diretores e professores-coordenadores,<br />
por um ou dois dias<br />
de suas escolas, teria que, forçosamente, rever<br />
a política de convocações de diretores à<br />
reuniões, muitas das quais absolutamente dispensáveis.<br />
Aliás, essa prática de tirar o diretor<br />
de sua unidade, diga-se de passagem, é<br />
vício antigo e contraproducente, porque, lugar<br />
de diretor, é na escola.<br />
Não temos dúvidas de que Pedagogizar<br />
as DEs, retirando-lhes o ranço burocrático<br />
que orienta suas ações, colaboraria, poderosamente,<br />
<strong>para</strong> um trabalho coletivo ampliado<br />
e à melhoria da qualidade de ensino no conjunto<br />
das unidades. Com isso, não estamos<br />
desqualificando as rotinas burocráticas nas<br />
DEs, necessárias à administração da educação,<br />
sobretudo quanto aos direitos funcionais<br />
dos envolvidos. Só que a burocracia não pode<br />
sobrepor-se ao processo pedagógico, que se<br />
quer de qualidade, razão primeira da existência<br />
do sistema educacional.<br />
3- NO ESTÍMULO À INTEGRAÇÃO<br />
ESCOLA /COMUNIDADE<br />
Ainda que repousem na figura do diretor<br />
de escola, as maiores possibilidades de<br />
promover a integração escola-comunidade, o<br />
Dirigente também poderá contribuir <strong>para</strong> essa<br />
aproximação. De que maneira? Promovendo<br />
debates sobre o tema com diretores e<br />
supervisores, pais, membros das APMs e dos<br />
Conselhos de Escola, estimulando ações de<br />
diretores/supervisores, nesse sentido.<br />
Muito se fala sobre essa integração, mas<br />
o que se observa é o costumeiro divórcio entre<br />
as partes. Pois bem, um Dirigente, preocupado<br />
com essa integração, deveria, dentro<br />
de suas possibilidades e disponibilidade de<br />
tempo, visitar escolas <strong>para</strong> dialogar, juntamente<br />
com a direção, com a comunidade. Seria<br />
Janeiro/2002<br />
Janeiro/2002<br />
uma experiência interessantíssima e que daria ao Dirigente Regional uma perfeita<br />
noção da variedade de dificuldades envolvendo as unidades de sua DE.<br />
Quando observamos, nos meios de comunicação, denúncias sobre condições<br />
materiais precárias em muitas escolas, tem-se a impressão de que essa DE, ignora o<br />
que se passa nelas. Ainda que a DE não possua recursos <strong>para</strong> resolver os problemas,<br />
quem sabe, conhecendo-os, possa pelo menos preveni-los, solicitando medidas à FDE,<br />
que existe <strong>para</strong> isso.<br />
Elaboração de Projetos com diretores visando à preservação dos prédios escolares<br />
sob sua jurisdição, também contribuiriam <strong>para</strong> se impedir que unidades escolares,<br />
mormente, as de periferia das grandes cidades, chegassem a situações calamitosas<br />
como as que são noticiadas, quase diariamente, nos meios de comunicação.<br />
4- NA SOLIDARIEDADE PARA COM OS QUE O RODEIAM,<br />
PRINCIPALMENTE, COM DIRETORES DE ESCOLA<br />
O Dirigente, ainda que ocupe um cargo de confiança da administração, fá-lo<br />
transitoriamente. Esse transitório deverá projetar, <strong>para</strong> o futuro, marcas de eficiência,<br />
competência, honestidade, urbanidade e respeito <strong>para</strong> com todos os que o rodeiam.<br />
Em nossa longa carreira de diretores e supervisores, guardamos com carinho,<br />
em nossa memória, aqueles ex-Delegados e Dirigentes de Ensino, que demonstraram<br />
essas virtudes e o quanto elas contribuíram <strong>para</strong> um trabalho pedagógico de qualidade,<br />
tanto nas ex-Delegacias de Ensino e atuais Diretorias de Ensino, como nas<br />
unidades escolares a elas jurisdicionadas. A lealdade devida pelos dirigentes de ensino<br />
aos órgãos superiores (posto que Dirigente é cargo de confiança da SE), não o<br />
exime da solidariedade àqueles que enfrentam percalços materiais e humanos nas<br />
escolas afetas as suas DEs. Nesse sentido, o<br />
Dirigente deve ser, sempre, o intermediário<br />
entre a SE e a direção da escola, que sofre na<br />
carne todo o tipo de violências.<br />
Entendemos que o Dirigente deva ser, junto<br />
a SE, um reivindicador de melhores condições<br />
de trabalho <strong>para</strong> as suas escolas. Reivindicar<br />
não significa entrar em conflito com<br />
os órgãos superiores ou com a Secretária da<br />
Educação, mas levar ao conhecimento das<br />
autoridades educacionais os dramas vividos<br />
pelas unidades que, às vezes, os de cima não<br />
têm conhecimento (???) e que, se o tivessem,<br />
poderiam, em certas circunstâncias, ser<br />
objeto de alguma ação governamental, senão<br />
<strong>para</strong> resolvê-los, ao menos <strong>para</strong> minimizá-los.<br />
Sabe-se que numerosas escolas encontram-se,<br />
há muito, com o módulo de funcionários totalmente<br />
defasado. Ainda que os Dirigentes<br />
não tenham poderes <strong>para</strong> alocar esses elementos,<br />
o mínimo que se espera dele é que, pelo<br />
menos, comunique o problema à SEE.<br />
Reconhecemos que não é fácil aos Dirigentes<br />
assumirem posições em defesa das escolas,<br />
junto a SEE pois, suas reivindicações,<br />
podem, infelizmente, ser encaradas como contestação.<br />
Por outro lado, o trabalho coletivo, tão<br />
apregoado pelos órgãos centrais <strong>para</strong> os<br />
planejamentos das escolas, nunca é proposto<br />
pela SEE às Diretorias de Ensino,<br />
o que é uma pena.<br />
Todavia, entendemos que o Dirigente deverá<br />
ser sempre, um educador com responsabilidades<br />
intransferíveis, quando se trata de<br />
elevar o nível de ensino no âmbito de sua DE.<br />
Ainda que as limitações da função sejam<br />
enormes, sempre haverá brechas e criatividade<br />
<strong>para</strong> que possa participar e colaborar <strong>para</strong> um<br />
ensino de qualidade, almejado pelas comunidades<br />
escolares afetas as suas DEs.<br />
Assumir posições democráticas, estimular<br />
o trabalho coletivo, proporcionar a integração<br />
escola-comunidade, solidarizar-se com a direção<br />
das escolas, reivindicar melhores condições<br />
de trabalho <strong>para</strong> suas DEs e escolas,<br />
farão dos Dirigentes líderes incontestes do sistema<br />
público estadual e peça fundamental <strong>para</strong><br />
a escola de qualidade que tanto desejamos.<br />
Não seria esse o perfil do Dirigente desejado<br />
pela Secretaria da Educação? .