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Participação Comunitária em Projetos de Desenvolvimento ... - Anpad

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A incessante busca <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e estratégias que possam dar efetivida<strong>de</strong> ao i<strong>de</strong>al do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento rural/comunitário passou a figurar na agenda político-institucional e<br />

acadêmica brasileira, <strong>em</strong> geral se pol<strong>em</strong>izando ou discutindo sobre as proprieda<strong>de</strong>s positivas<br />

(ou não) <strong>de</strong> tal categoria representar condição e ou/conhecimento necessário para a<br />

impl<strong>em</strong>entação do referido processo (ABRAMOVAY, 1992; INCRA/FAO 1999).<br />

Em um cenário que se apresenta cada vez mais mutável, imprevisível e competitivo,<br />

on<strong>de</strong> a condução da vida profissional, pessoal e social estão <strong>em</strong> permanente transformação e<br />

acompanham a revolução técnico-científico, nessa perspectiva novos modos <strong>de</strong> gestão do<br />

trabalho estão sendo re<strong>de</strong>finidas e a formação do conhecimento já não apresentam uma<br />

metodologia específica para <strong>de</strong>terminados <strong>em</strong>pregos.<br />

As constatações fáticas do mundo rural cont<strong>em</strong>porâneo explicitam o sobresforço e a<br />

necessida<strong>de</strong> constante <strong>de</strong> capacitação no sentido <strong>de</strong> implantar fóruns <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate e trabalho mais<br />

amplos, que discutam novas concepções para o mo<strong>de</strong>lo existente, cri<strong>em</strong> alternativas para<br />

processos obsoletos e <strong>de</strong>scubram as alternativas disponíveis, mas s<strong>em</strong> aproveitamento na atual<br />

conjuntura (CALCANHOTTO, 2001).<br />

Historicamente po<strong>de</strong>-se observar a gradativa aceleração das mudanças <strong>em</strong> nossa<br />

socieda<strong>de</strong> ao longo dos anos e as comunida<strong>de</strong>s interag<strong>em</strong> com o seu ambiente, sofre as<br />

influências da dinâmica do mesmo e <strong>de</strong>senvolve ajustes para adaptar-se a essas novas<br />

condições. O que se experimenta atualmente é o aumento da velocida<strong>de</strong> das mudanças<br />

consi<strong>de</strong>rado um dos aspectos marcantes da nova ord<strong>em</strong> que exige das capacida<strong>de</strong>s que<br />

facult<strong>em</strong> cada um a apren<strong>de</strong>r a conhecer, a fazer, a relacionar-se com os outros, a viver <strong>em</strong><br />

comunida<strong>de</strong>, a exercer a cidadania.<br />

Nesse processo torna-se importante que as comunida<strong>de</strong>s tenham a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

tornar o conhecimento acessível e adaptável a sua realida<strong>de</strong>, construindo novas articulações<br />

entre as escolas e a vida social, profissional <strong>de</strong> outro, possibilitando assim a plena<br />

participação da comunida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua localida<strong>de</strong>.<br />

O Participante da Oficina confirma as afirmativas <strong>de</strong> Coelho e Fontes (1998) e<br />

Gutiérrez (1999) quando fala que “Não exist<strong>em</strong> projetos especiais, com atendimento<br />

diferenciado, para aten<strong>de</strong>r alunos que não pod<strong>em</strong> ficar na escola <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminados períodos.<br />

Mas esse não é só um probl<strong>em</strong>a nosso, aqui dos Marins, eu acho”.<br />

Qualificação<br />

A i<strong>de</strong>ologia do progresso nas cida<strong>de</strong>s t<strong>em</strong> constituído uma representação <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong> civilização, um lugar que possibilita varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong> vida,<br />

enquanto que o meio rural fomentava o autoritarismo, o tradicionalismo, o conservadorismo e<br />

a ignorância. Porém, parece que tal perspectiva ten<strong>de</strong> a inverter-se no presente, <strong>de</strong> tal forma<br />

que hoje no rural volta-se para a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> individual, conforme a comunida<strong>de</strong> dos Marins<br />

aponta nos probl<strong>em</strong>as que segu<strong>em</strong>:<br />

a. Revalorizar exercícios e dinâmicas culturais: ”Não é que agora as festas que o<br />

Bairro faz ficou famosa! E os crochê, t<strong>em</strong> gente ganhando um dinheirão, as trova do<br />

Seo..., a viola, a roça virou chique, Dona!”.(M 16)<br />

b. Visão <strong>de</strong> curto prazo: “Eu participo <strong>de</strong> tudo e levo a mulher junto, a gente precisa<br />

conhecer as coisas novas, mas elas d<strong>em</strong>oram e daí fica só o <strong>de</strong>sânimo e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ficar <strong>em</strong> casa nas próximas reuniões.” .(M 18)<br />

c. Descrédito: “O povo é que n<strong>em</strong> São Tomé, precisa ver pra crer... Que n<strong>em</strong> os que já<br />

começaram a ganhar dinheiro com o tal do turismo, ninguém queria, agora o Bairro<br />

inteiro que sabe o que é que faz esse tal do turismo”.(M 34)<br />

A revalorização do rural contida nas práticas <strong>de</strong> passeios ao campo e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

lazer nele, b<strong>em</strong> como outras diversas formas <strong>de</strong> sua utilização e consumo, t<strong>em</strong> se fundado <strong>em</strong><br />

uma gran<strong>de</strong> d<strong>em</strong>anda que formaram o reencontro com a natureza, a harmonia, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

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