Participação Comunitária em Projetos de Desenvolvimento ... - Anpad
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mais <strong>em</strong>pobrecidas, também na área rural e voltados para alternativas <strong>de</strong> produção<br />
(MAGALHÃES e BITTENCOURT, 1997).<br />
Dentro <strong>de</strong>sse processo os atores sociais vão construindo uma visão coletiva da<br />
realida<strong>de</strong> local e <strong>de</strong> todo o contexto, dirigindo para um futuro <strong>de</strong>sejado e visualizando as<br />
ações necessárias para alcançá-lo (BUARQUE, 2002).<br />
Santos, Souza e Silveira (1998, p.43) compl<strong>em</strong>entam argumentando que “o que<br />
globaliza separa; é o local que permite a união”, e ainda que <strong>de</strong>ntro do processo participativo<br />
a “reconstituição <strong>de</strong> uma humanida<strong>de</strong> organizada <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s que se<br />
reconhec<strong>em</strong> internamente, mas que também interag<strong>em</strong>, comunicam com o resto do mundo,<br />
participam <strong>de</strong> forma organizada <strong>de</strong> espaços mais amplos” (p.44).<br />
Nesta situação, a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento comunitário <strong>de</strong>ve abarcar, além do<br />
processo <strong>de</strong> fortalecimento do senso <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> local, o fortalecimento das estruturas<br />
organizacionais <strong>de</strong> costume comunitário e a qualificação das mesmas no que diz respeito a<br />
instrumentalização para o exercício <strong>de</strong> novas metodologias <strong>de</strong> gestão local.<br />
A proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento local participativo implica a d<strong>em</strong>ocratização da vida<br />
social, através da mobilização da socieda<strong>de</strong> para a gestão compartilhada do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>em</strong> processo, na d<strong>em</strong>ocratização do po<strong>de</strong>r local exercida nos mecanismos e canais <strong>de</strong><br />
participação social, no reforço e na ampliação das organizações sociais, na promoção <strong>de</strong><br />
parcerias e na existência <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> informações aberto e <strong>de</strong>scentralizado (JARA,<br />
1998).<br />
Método<br />
No Brasil, as avaliações formais <strong>de</strong> projetos sociais ainda são novas, mas é possível<br />
i<strong>de</strong>ntificar organizações não governamentais, algumas contando com apoio <strong>de</strong> financiadores,<br />
que têm aumentado significativamente seus conhecimentos na área nos últimos anos.<br />
“Utilizando-se da avaliação como ferramenta para melhorar sua atuação direta sobre o<br />
público-alvo e sobre o processo <strong>de</strong> gestão interna, além <strong>de</strong> ser utilizada como estratégia para<br />
captação <strong>de</strong> recursos e divulgação <strong>de</strong> seu trabalho” (CHIANCA, 2001, p.19).<br />
A avaliação <strong>de</strong> projetos e programas sociais consiste, basicamente, <strong>em</strong> formular<br />
perguntas precisas a respeito <strong>de</strong> um ou vários aspectos que pod<strong>em</strong> estar associadas ao<br />
planejamento, execução ou resultados do mesmo. Empregando processos <strong>de</strong> avaliação, os<br />
pesquisadores pod<strong>em</strong> obter informações importantes para conhecer melhor as necessida<strong>de</strong>s e<br />
a percepção dos usuários/beneficiários, testar a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus projetos certificar-se <strong>de</strong><br />
que as ações <strong>de</strong>senvolvidas levarão ao alcance dos resultados previstos, ou ainda, conhecer e<br />
mensurar o impacto <strong>de</strong> suas ações (CHIANCA, 2001; MARINO, 1998; ARMANI, 2000).<br />
Uma dificulda<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre presente neste processo é o próprio caráter dos projetos<br />
sociais, cujos aspectos qualitativos tend<strong>em</strong> a prevalecer sobre aspectos quantitativos. Num<br />
campo que abrange t<strong>em</strong>as amplos, como, por ex<strong>em</strong>plo, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, conquista <strong>de</strong><br />
direitos, formação <strong>de</strong> uma nova cultura política, promoção da cidadania e, <strong>em</strong> última análise,<br />
um ambiente social mais justo e d<strong>em</strong>ocrático, <strong>de</strong>terminar parâmetros <strong>de</strong> julgamentos<br />
a<strong>de</strong>quados é um primeiro <strong>de</strong>safio. Enfrentá-lo, no entanto, po<strong>de</strong> se revelar um processo <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong> sobre a organização, seus métodos e recursos (RICHARDSON, 1999).<br />
Outro <strong>de</strong>safio é a escolha <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> avaliação. Além <strong>de</strong> servir<strong>em</strong> como<br />
registro das conclusões a que a pesquisa chegou, sobre um projeto num dado momento,<br />
pod<strong>em</strong> ser utilizados para que esta informação seja socializada junto a outras áreas, parceiros<br />
e públicos direta ou indiretamente envolvidos (FERRARI, 1982).<br />
Quando se trata <strong>de</strong> avaliação participativa, como o caso <strong>de</strong>ste estudo, po<strong>de</strong>-se utilizá-la<br />
<strong>em</strong> qualquer etapa <strong>de</strong> um projeto, pois incorpora a perspectiva das populações beneficiadas na<br />
análise <strong>de</strong> aspectos e probl<strong>em</strong>as relacionados ao planejamento, execução e resultados do<br />
projeto. As avaliações participativas procuram superar algumas <strong>de</strong>ficiências das abordagens<br />
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