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Participação Comunitária em Projetos de Desenvolvimento ... - Anpad

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Com ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> Bhopal, na Índia, um gás venenoso, methyl isocyanate, vazou na fábrica da<br />

Union Carbi<strong>de</strong>, ferindo mais <strong>de</strong> duzentas mil pessoas e matando outras duas mil, na Rússia<br />

houve a explosão do reator atômico da Usina <strong>de</strong> Chernobil e ainda o gran<strong>de</strong> vazamento <strong>de</strong><br />

petróleo do navio Val<strong>de</strong>z (BRÜGGER, 1994).<br />

Uma importante proposta surge <strong>em</strong> 1987, o Relatório Brundtland 1 , <strong>de</strong>nominado<br />

“Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e<br />

<strong>Desenvolvimento</strong> (CNUMAD), apresentado a Ass<strong>em</strong>bléia Geral da ONU (Organização das<br />

Nações Unidas), <strong>em</strong> 1997, resultado <strong>de</strong> uma comissão <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> quatro anos que cunhou<br />

as bases e os conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e foi constituído <strong>de</strong> 21 países.<br />

(BRÜSEKE, 2001).<br />

Estas iniciativas geram mais um encontro, a Conferência das Nações Unidas sobre<br />

Meio Ambiente e <strong>Desenvolvimento</strong>, a ECO-92 ou Rio-92, organizada pela ONU<br />

(Organização das Nações Unidas), realizada no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>em</strong> 1992. Discutiu-se sobre<br />

meio ambiente e suas relações com o <strong>de</strong>senvolvimento, manifestando-se claramente que<br />

pobreza e <strong>de</strong>gradação ambiental estão intimamente relacionadas, e que os padrões <strong>de</strong><br />

produção e consumo, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser modificados, principalmente no que diz respeito aos países<br />

industrializados. Resultando <strong>em</strong> um documento intitulado, Agenda 21 (MARTINS, 1995,<br />

p.47).<br />

Em set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2002 <strong>em</strong> Joanesburgo, África do Sul a Cúpula Mundial sobre<br />

<strong>Desenvolvimento</strong> Sustentável (Rio+10) realizou um evento com vários países visando<br />

encontrar soluções para a <strong>de</strong>gradação do meio ambiente e também avaliar e dar continuida<strong>de</strong><br />

ao que foi proposto no último encontro, a Rio-92. O foco principal foi à relação entre a<br />

socieda<strong>de</strong> e o meio ambiente, participaram da Cúpula Mundial 190 países reunindo milhares<br />

<strong>de</strong> participantes, incluindo chefes <strong>de</strong> Estado e <strong>de</strong> Governo, outras autorida<strong>de</strong>s oficiais,<br />

<strong>em</strong>presários e representantes da socieda<strong>de</strong> civil e organizações não governamentais, para a<br />

assinatura <strong>de</strong> compromissos na implantação do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

O resultado final da Cúpula <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Sustentável da ONU (Rio + 10), não<br />

agradou os países <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, muito menos os representantes <strong>de</strong> organizações não<br />

governamentais. O documento aprovado, com cerca <strong>de</strong> 70 páginas, não contém n<strong>em</strong> os<br />

instrumentos necessários para agir contra a pobreza, n<strong>em</strong> para proteger o planeta da<br />

auto<strong>de</strong>struição. Esperavam-se resultados mais práticos e concretos. O Plano <strong>de</strong><br />

Impl<strong>em</strong>entação tornou-se praticamente uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> princípios e intenções.<br />

<strong>Desenvolvimento</strong> Local<br />

Vivencia-se um período histórico <strong>em</strong> que o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento está<br />

intimamente atrelado ao fenômeno do crescimento econômico. Sen (2002) argumenta que o<br />

crescimento econômico é necessário, mas com freqüência esse crescimento aumenta o<br />

número <strong>de</strong> ricos e o <strong>de</strong> pobres, mantendo e alargando a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, não produzindo <strong>de</strong>ssa<br />

forma <strong>de</strong>senvolvimento humano e social. Significa que não basta apenas existir o crescimento<br />

do PIB, ou renda per capta da população, para que vários outros fatores se <strong>de</strong>senvolvam <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>corrência.<br />

Para Rattner (1999, p.24) torna-se necessário encontrar alternativas do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento vigente, que encontra-se insustentável do ponto <strong>de</strong> vista ético e humano.<br />

“Cabe a socieda<strong>de</strong> o sist<strong>em</strong>a maior – o controle do subsist<strong>em</strong>a – a economia – e não vice-eversa”.<br />

Na formulação <strong>de</strong> políticas e programas <strong>de</strong>stinados a superar pobreza <strong>de</strong> uma<br />

localida<strong>de</strong> é possível distinguir os enfoques <strong>de</strong> orientação redistributiva ou assistencial, que<br />

<strong>de</strong>pend<strong>em</strong> da transferência <strong>de</strong> recursos externos e que requer<strong>em</strong> que estes fundos sejam<br />

utilizados mediante uma gestão eficiente e uma a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>stinação aos atores sociais mais<br />

necessitados. Contudo, também é possível formular outros tipos <strong>de</strong> políticas, cujo objetivo<br />

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