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Participação Comunitária em Projetos de Desenvolvimento ... - Anpad

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construção <strong>de</strong> metodologias mais a<strong>de</strong>quadas a cada contexto e correlação entre as forças<br />

sociais e governamentais é parte do processo <strong>de</strong> aperfeiçoamento e consolidação <strong>de</strong>ste<br />

processo. A estratégia proposta pela pesquisa para a vivência prática <strong>de</strong> cooperação entre<br />

representantes <strong>de</strong> órgãos públicos e representantes das comunida<strong>de</strong>s consiste, basicamente, no<br />

estabelecimento <strong>de</strong> novos espaços públicos não estatais <strong>de</strong> diálogo e construção conjunta <strong>de</strong><br />

conhecimento, ou no fortalecimento.<br />

O <strong>de</strong>safio da qualificação técnica e política, que se apontou, gera uma relação mais<br />

cotidiana das li<strong>de</strong>ranças populares com ONGs, universida<strong>de</strong>s e entida<strong>de</strong>s profissionais, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> apropriar-se tanto <strong>de</strong> conhecimentos técnicos relativos as áreas <strong>de</strong> interesse como<br />

dos trâmites administrativos que lhes são próprios.<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber, no caso da comunida<strong>de</strong> dos Marins, que além <strong>de</strong>sse conhecimento<br />

técnico, é preciso apren<strong>de</strong>r a prática da negociação e uma outra forma <strong>de</strong> lidar com o conflito.<br />

Gran<strong>de</strong> parte dos participantes das Oficinas observam que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> acumular conhecimento e<br />

experiência suficientes para po<strong>de</strong>r mover-se seguramente nos espaços <strong>de</strong> governo, s<strong>em</strong> o<br />

t<strong>em</strong>or <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, ou <strong>de</strong> ser manipulado por atores com maior acesso ao saber e<br />

ao po<strong>de</strong>r, tornando-se um processo longo e difícil. É também um processo que absorve muito<br />

t<strong>em</strong>po, e daí <strong>de</strong>corre o receio, freqüent<strong>em</strong>ente justificado, <strong>de</strong> que a comunida<strong>de</strong> se afaste do<br />

trabalho cansativo e d<strong>em</strong>orado <strong>de</strong> levar informações, <strong>de</strong> promover processos educativos e<br />

mobilizadores das bases sociais dos movimentos.<br />

Na comunida<strong>de</strong> com predominância das ativida<strong>de</strong>s agrárias, o envolvimento<br />

comunitário é dificultado, já que os agricultores se obrigam a trabalhar conforme condições<br />

climáticas. O planejamento do processo <strong>de</strong> participação também <strong>de</strong>ve levar o fator <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração.<br />

Conclusões<br />

A região estudada é rica <strong>em</strong> sua beleza natural, com gran<strong>de</strong> potencial econômico, povo<br />

inspirado e obstinado, mas, a vida na região encontra dificulda<strong>de</strong>s causadas pela<br />

complexida<strong>de</strong> dos probl<strong>em</strong>as gerados, pela incompreensão das alternativas e pelas estruturas<br />

políticas que conduz<strong>em</strong> à acomodação e falta <strong>de</strong> perspectiva da população.<br />

Os resultados, análises e discussões permitiram formar um quadro <strong>de</strong> referência e<br />

constatar que:<br />

a. A metodologia proposta conseguiu diagnosticar e indicar os principais fatores que<br />

influenciam iniciativas comunitárias no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do Bairro dos<br />

Marins e também para outras localida<strong>de</strong>s as quais apresentam características<br />

s<strong>em</strong>elhantes <strong>de</strong> formas organizacionais e também as saídas para esses entraves.<br />

b. O <strong>de</strong>senvolvimento da localida<strong>de</strong> não é somente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da otimização dos<br />

recursos existentes, mas, também <strong>de</strong> fazer <strong>em</strong>ergir e possibilitar recursos e<br />

capacida<strong>de</strong>s escondidas, dispersas ou não utilizadas,<br />

c. Na localida<strong>de</strong> os procedimentos <strong>de</strong> planejamento e gestão integrados não viabilizaram<br />

as ações locais e os projetos não estavam b<strong>em</strong> fundamentados e congruentes com a<br />

realida<strong>de</strong> local e/ou regional,<br />

d. O <strong>de</strong>senvolvimento local sustentável po<strong>de</strong>, sim, reduzir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais,<br />

quando construído a partir das experiências dos atores interessados e participantes<br />

ativos do processo,<br />

e. Não existe uma proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural sustentável pronta e acabada<br />

<strong>de</strong>vido à singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada local e que a interface das situações particulares, da<br />

maneira como é estruturada a produção, as formas sociais e as costumes <strong>em</strong> cada<br />

comunida<strong>de</strong> respond<strong>em</strong> aos impactos sociais, econômicos e ambientais.<br />

f. A proposta torna-se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte também <strong>de</strong> como são articuladas e organizadas as<br />

relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre a população e o Estado.<br />

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