Lupus Eritematoso Sistemico Canino.pdf - UTL Repository ...
Lupus Eritematoso Sistemico Canino.pdf - UTL Repository ...
Lupus Eritematoso Sistemico Canino.pdf - UTL Repository ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Os esforços para determinar a origem das células auto-reactivas no LES levam, no entanto,<br />
a crer que há várias situações em que a selecção de linfócitos a nível central é bastante<br />
semelhante em ratinhos normais e em ratinhos que desenvolvem uma doença autoimune, o<br />
que levou Shlomchik, Craft e Mamula (2001) a apresentarem um modelo que enfatiza a<br />
perda de tolerância a nível da periferia. Apesar de os processos de tolerância central<br />
eliminarem os linfócitos com grande afinidade para o self, as células com afinidade baixa,<br />
incluindo as que são específicas para os autoantigénios lúpicos, desenvolvem-se e são<br />
passíveis de serem identificadas a nível periférico, mesmo se o indivíduo for normal<br />
(Shlomchik et al., 2001; Vratsanos, Jung, Park & Craft, 2001). Estas células ficam num<br />
estado anérgico ou quiescente que, à partida, não representa uma ameaça e podem<br />
permanecer inactivadas porque estão sujeitas a determinados mecanismos de regulação,<br />
porque não existem células Th apropriadas (Rifkin et al., 2000; Shlomchik et al., 2001) ou<br />
porque o autoantigénio está indisponível (Rifkin et al., 2000).<br />
Porém, sob determinadas circunstâncias que ainda não foram completamente definidas,<br />
podem ser activadas e diferenciarem-se de modo a produzirem autoanticorpos (Rifkin et al.,<br />
2000).<br />
Os trabalhos de Rifkin e colegas (2000) e outros que se seguiram permitiram que se<br />
concluísse que a forma do antigénio também tem influência na activação dos linfócitos. Foi<br />
demonstrado que em ratinhos com um receptor nas células B específico para a IgG2a self<br />
apenas se observa activação e proliferação linfocítica caso a IgG2a se apresente sob a<br />
forma de um imunocomplexo contendo ácido nucleico. Estudos posteriores demonstraram<br />
que o processo de activação destes linfócitos implica o envolvimento sinérgico do receptor<br />
para o antigénio e do receptor Toll-like (RTL) 9 (Leadbetter et al., 2002) e que, in vivo, a<br />
expressão de determinados RTLs é necessária para que ocorra a produção de<br />
autoanticorpos dirigidos aos ácidos nucleicos (Christensen et al., 2005; Christensen et al.,<br />
2006).<br />
A interpretação que os linfócitos fazem dos autoantigénios pode ser modulada por diversos<br />
factores, nomeadamente a presença de inflamação, a libertação de citocinas e a<br />
consequente activação de CAA. Para além disso, defeitos genéticos podem resultar num<br />
aumento da quantidade de autoantigénio, levando a uma sensibilidade aumentada do<br />
linfócito e/ou a uma resposta imunitária prolongada ou aumentada (Shlomchik et al., 2001).<br />
Relativamente aos linfócitos B, sabe-se que as células que iniciam o processo de resposta<br />
autoimunitária são à partida reactivas para o self (Shlomchik et al., 2001; Gershwin, 2010),<br />
podendo ser estimuladas directamente por antigénio self, por um epitopo com reactividade<br />
cruzada ou por um antigénio ambiental ou infeccioso e que a reacção é depois sustentada<br />
por antigénios self (Shlomchik et al., 2001).<br />
Pelo contrário, o mesmo não se passa necessariamente com os linfócitos T, facto<br />
evidenciado num estudo realizado por Mamula, Fatenejad e Craft (1994) em ratinhos.<br />
15