Lupus Eritematoso Sistemico Canino.pdf - UTL Repository ...
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2003) e o mesmo se passa a nível dos monócitos e dos macrófagos (Shoshan et al., 2001;<br />
Kaplan et al., 2002). Tendo em conta que os linfócitos contêm grande quantidade de<br />
citocinas, a libertação destas em casos de apoptose aumentada poderá levar à activação<br />
das células imunitárias (Ferguson, Stuart, Herndon & Griffith, 2003).<br />
A nível dos monócitos, sabe-se que o processo é mediado, pelo menos em parte, por um<br />
tipo de células T autoreactivas que têm uma maior expressão dos ligandos TRAIL, TWEAK<br />
e FasL, todos eles relacionados com a apoptose, e não com uma maior susceptibilidade dos<br />
monócitos. Este mecanismo parece ser característico do LES e é de facto específico para o<br />
self, já que as referidas células T não são capazes de eliminar monócitos quer de controlos<br />
saudáveis, quer de outros doentes com LES (Kaplan et al., 2002).<br />
Durante a apoptose as proteínas celulares e os ácidos nucleicos sofrem algumas<br />
modificações e são agrupados em vesículas superficiais, prontamente removidas em casos<br />
normais; no LES, tendo em conta que a eliminação de resíduos não é adequada, este<br />
material antigénico vai ser exposto a CAA e reconhecido como não self (Munoz et al., 2008;<br />
Liphaus & Kiss, 2010), sobrepondo-se aos mecanismos de tolerância e causando uma<br />
resposta autoimune (Fergunson et al., 2003; Munoz et al., 2008). Das modificações referidas<br />
fazem parte uma metilação anormal do ADN (Huck, Deveaud, Namane & Zouali, 1999;<br />
Munoz et al., 2008) e um aumento no conteúdo em guanina-citosina (Huck et al., 1999),<br />
factores que aumentam o potencial do ADN para activar os linfócitos B de ratinhos e<br />
humanos (Huck et al., 1999).<br />
Um atraso na eliminação de células em apoptose foi também demonstrado em pacientes<br />
humanos com LES (Liphaus & Kiss, 2010); este atraso não está associado a um defeito<br />
intrínseco dos macrófagos fagocitários (Bijl, Reefman, Horst, Limburg & Kallenberg, 2006)<br />
mas sim à deficiência de factores envolvidos na opsonização de células apoptóticas (Ren et<br />
al., 2003; Bijl et al., 2006), nomeadamente os factores do complemento C1q, C4 e, em<br />
menor grau, C3 (Bijl et al., 2006). Para além disso, considerando que os monócitos e os<br />
macrófagos têm responsabilidade na eliminação de material apoptótico, o facto de estarem<br />
sujeitos a uma apoptose mais acelerada leva à diminuição da sua eficácia (Shoshan et al.,<br />
2001; Kaplan et al., 2002; Ren et al., 2003).<br />
2.1.4 - Citocinas<br />
Para além da produção de autoanticorpos e da deposição de complexos imunes, cada vez<br />
há mais evidências que apontam para que as citocinas tenham um papel na<br />
imunopatogénese do LES (Yap & Lai, 2010). A corroborar esta afirmação está o facto de os<br />
pacientes com LES apresentarem alterações a nível da rede de citocinas (Mok & Lau, 2003).<br />
As citocinas têm um papel crítico na diferenciação, maturação e activação celular e também<br />
podem participar nos processos inflamatórios locais relacionados com os danos a nível<br />
tissular no LES (Yap & Lai, 2010).<br />
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