Lupus Eritematoso Sistemico Canino.pdf - UTL Repository ...
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(Mok & Lau, 2003). Já foi também demonstrado que os raios UV induzem a apoptose dos<br />
queratinócitos (Mok & Lau, 2003) e a exposição de antigénios nucleares à sua superfície<br />
(Scott et al., 2001; Hargis & Ginn, 2007). Consequentemente ocorrerá chamada de<br />
autoanticorpos ao local e ligação destes aos queratinócitos, com indução de citotoxicidade<br />
mediada por anticorpos e libertação de diversas citocinas, nomeadamente IL-1, IL-6 e TNF-α<br />
(Scott et al., 2001). Outra das influências da luz UV passa pela indução da hiperexpressão<br />
da ICAM-1 (Scott et al., 2001), que tem influência no tráfego de linfócitos para o local (Hargis<br />
& Ginn, 2007).<br />
2.3.2 – Agentes infecciosos<br />
A possibilidade da existência de um factor infeccioso na transmissão da doença, suspeita há<br />
muito levantada, também tem sido estudada. A corroborar esta hipótese está o facto de a<br />
injecção intraperitoneal de filtrados livres de células provenientes de animais com pais com<br />
LES em cachorros e ratinhos recém-nascidos ser capaz de originar a formação de AAN<br />
(Lewis et al., 1973). Em humanos já se verificou que os técnicos de laboratório que<br />
manipulam amostras sanguíneas de pacientes com LES têm maior frequência de<br />
autoanticorpos, o que também vai de encontro à ideia de um factor infeccioso (Zambinsky,<br />
Messner & Mandel, 1989 2 , citado por Powell & Jones, 1992).<br />
Para melhor compreender esta hipótese, têm sido efectuados diversos trabalhos a nível da<br />
relação cão-Homem, já que, se de facto a existência de um agente ou de um factor<br />
ambiental comum for uma realidade, é de esperar que exista uma incidência maior de LES<br />
em cães de donos doentes. Porém, Kristensen et al. (1979) referem que não foram<br />
encontradas diferenças em termos clínicos ou laboratoriais entre animais de donos com LES<br />
e animais de donos saudáveis e Reinertsen et al. (1980) relatam que a exposição à doença<br />
canina não tem efeitos nos humanos. Por outro lado, já se verificaram resultados opostos.<br />
Chiou et al. (2004) encontraram uma correlação entre o contacto com pacientes humanos e<br />
uma maior incidência de AAN em cães, suportando os resultados obtidos anteriormente por<br />
Jones, Hopkinson e Powell (1992), que observaram uma maior quantidade de anticorpos<br />
anti-ADN em cães de donos doentes. O trabalho de Chiou et al. refere ainda que os títulos<br />
mais altos de AAN foram detectados nos animais que estavam com os donos há mais<br />
tempo. Ainda que para se tirarem conclusões definitivas seja necessária uma investigação<br />
mais intensiva neste campo, há dados que sugerem que o contacto de cães com donos com<br />
LES aumenta o risco de contrair a doença ou uma doença semelhante (Chiou et al., 2004).<br />
Nos cães já se correlacionou a presença de um retrovírus que apresenta reactividade<br />
cruzada para um antigénio linfocitário com o desenvolvimento da doença (Quimby et al.,<br />
1978) e nos humanos há uma correlação entre o LES e o vírus Epstein-Barr, também<br />
2 Zambinski, M., Messner, R. & Mandel, J. (1989). Anti-DNA antibodies in technicians handling lupus blood I-S25. Cincinati,<br />
Ohio, USA: American College of Rheumatology.<br />
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