Lupus Eritematoso Sistemico Canino.pdf - UTL Repository ...
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3 – Prevalência<br />
Um estudo realizado há cerca de três décadas (Scott, Walton, Manning, Smith & Lewis,<br />
1983 3 , citado por Chiou et al., 2004) demonstrou que a prevalência de LES canino nos<br />
Estados Unidos da América era de 0,027% (27 casos em cada 100 000 canídeos) e desde<br />
então não têm sido realizados estudos no sentido de actualizar estes dados. Apesar de<br />
serem os únicos valores disponíveis há que considerar que, no período que decorreu entre a<br />
altura do referido estudo e os dias de hoje, se introduziram critérios de diagnóstico mais<br />
actualizados e sensíveis, o que levanta a possibilidade de os números reais serem mais<br />
elevados (Chiou et al., 2004).<br />
O LES foi descrito em diversas espécies de mamíferos, incluindo humanos e outros<br />
primatas, ratinhos, que servem como modelos experimentais para estudos sobre a etiologia,<br />
desenvolvimento e tratamento da doença, cães (Lewis et al., 1965;), gatos (Lusson,<br />
Billiemaz & Chabanne, 1999), cavalos (Geor, Clark, Hines & Napier, 1990) e também em<br />
espécies poiquilotérmicas (Fredric & Frye, 1976).<br />
Apesar de no Homem se notar uma predisposição por parte dos indivíduos do sexo feminino<br />
com um rácio de 9:1 em relação aos indivíduos do sexo masculino (Cohen-Solal et al.,<br />
2006), a maior parte dos investigadores concorda que nos cães o género não é um factor de<br />
risco (Jones, 1993; Chiou et al., 2004; Stull, Evason, Carr & Waldner, 2008). Contudo, os<br />
estudos realizados por Fournel e colaboradores (1992) apontam para que o LES seja mais<br />
frequente nos machos, tendo sido verificado que 68% dos animais afectados eram do sexo<br />
masculino, o que corresponde a um rácio de 7:3.<br />
Dados relativos à predisposição de determinadas raças são algo escassos, uma vez que a<br />
relação entre a incidência rácica e as populações clínicas de base não tem sido sujeita a<br />
uma análise extensa (Chabanne et al., 1999a). Também não deve ser descurada a hipótese<br />
de determinadas raças mais populares estarem sobre-representadas, o que faz com que<br />
seja difícil afirmar que se trata de facto de raças predispostas (Jones, 1993).<br />
Apesar destes factos, Fournel e colaboradores (1992) referem como raça mais afectada o<br />
Pastor Alemão (46,7% dos casos), opinião corroborada pelas investigações de Stull e<br />
equipa (2008), que relatam um valor de 24%. Entre as raças apontadas como mais atingidas<br />
encontram-se também o Pastor de Shetland, o Galgo Afegão, o Poodle, o Beagle, o Setter<br />
Irlandês, o Bobtail (Tizard, 2004; Snyder, 2007) e o Collie (Cannon, 2007; Gershwin, 2010).<br />
As raças miniatura e gigantes raramente são afectadas (Fournel et al., 1992).<br />
Em termos de idade, o paciente típico é um animal com cerca de 5 anos de idade (6 meses<br />
a 13 anos) (Fournel et al., 1992), mas há que considerar que existirá certamente uma<br />
diferença temporal entre o início da doença e o momento em que o diagnóstico é feito<br />
(Chabanne et al., 1999a).<br />
3 Scott, D.W., Walton, D.K., Manning, T.O., Smith, C.A. & Lewis, R.M. (1983). Canine systemic lupus erythematosus. I.<br />
Systemic lupus erythematosus. Journal of the American Animal Hospital Association, 19, 461-479.<br />
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