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Espumas Flutuantes Castro Alves

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II<br />

Meu coração desmaia pensativo, Cismando em tua rosa predileta.<br />

Sou teu pálido amante vaporoso,<br />

Sou teu Romeu<br />

teu lânguido poeta!<br />

Sonho-te às vezes virgem<br />

seminua<br />

Roubo-te um casto beijo à luz da lua...<br />

— E tu és Julieta...<br />

III<br />

Na volúpia das noites andaluzas<br />

O sangue ardente em minhas veias rola...<br />

Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,<br />

Vós conheceis-me os trenos na viola!<br />

Sobre o leito do amor teu seio brilha...<br />

Eu morro, se desfaço-te a mantilha...<br />

Tu és— Júlia, a Espanhola!. . .<br />

O Fantasma e a Canção<br />

Orgulho! desce os olhos dos céus sobre ti mesmo, e vê como os nomes mais poderosos vão se<br />

refugiar numa canção.<br />

BYRON.<br />

— Quem bate? — "A noite é sombrio!"<br />

—Quem bate?—"É rijo o tufão!...<br />

Não ouvis? a ventania Ladra à lua como um cão.<br />

" — Quem bate?—"O nome qu'importa? Chamo-me dor... abre a porta! Chamo-me frio... abre o<br />

lar! Dá-me pão... chamo-me fome! Necessidade é o meu nome!" — Mendigo! podes passar!<br />

"Mulher, se eu falar, prometes A porta abrir-me?"— Talvez. — "Olha... Nas cãs deste velho<br />

Verás fanados lauréis<br />

Há no meu crânio enrugado O fundo sulco traçado Pela c'roa imperial. Foragido, errante espectro,<br />

Meu cajado — já foi cetro! Meus trapos — manto real!"<br />

— Senhor, minha casa é pobre...<br />

Ide bater a um solar!<br />

http://livros.universia.com.br 12

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