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Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas

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<strong>Língua</strong> <strong>portuguesa</strong>: <strong>ultrapassar</strong> <strong>fronteiras</strong>, <strong>juntar</strong> <strong>culturas</strong><br />

(Eds.) Mª João Marçalo & Mª Célia Lima-Hernandes, Elisa Esteves, Mª do Céu Fonseca, Olga Gonçalves, Ana<br />

LuísaVilela, Ana Alexandra Silva © Copyright 2010 by Universidade de Évora ISBN: 978-972-99292-4-3<br />

SLT 57 – Aspectos históricos, culturais e literários do Português: diversidade e identidade.<br />

pro mode = pelo motivo de<br />

saluço, que chegá cai lagre do zói. (Inf.13)<br />

Eu ia cum ele, que naquele tempo tinha respetho, pro mode<br />

conversa contrariada. – eu vô. Você vai? Eu vô, eu rezo a<br />

barriga dela. Eu disse: então umbora (Inf.04)<br />

intirinzim = todo o tempo Chorei o dia intirinzim, chorano. (Inf.13)<br />

adefenda = proteger, Deus que me adefenda, num quero não, num quero não. (Inf.<br />

socorrer.<br />

aficava = permanecer por<br />

algum tempo.<br />

08)<br />

A mulé dele, naquele tempo num tinha carro, lá num tinha carro,<br />

num tinha estrada de carro, só tinha lá estrada de jegue, cavalo,<br />

de burro e boi, a senhora num alembra disso não? Isso ali<br />

aficava tudo estivado de burro e boi, cavalo, tinha um lugá<br />

chamado depósito, de botá burro, boi, jegue e cavalo. (Inf. 04)<br />

nestante = neste momento Tomo remédio num se dá, toma oto... agora nestante, esse<br />

rapaz, marido dessa menina aí [...]. (Inf.11)<br />

simportou = dar importância Meteu uma droga nele, meteu um diabo nele, nunca vi um<br />

trabalho daquele uma porcaria, nada. O povo lá num simportou<br />

de cuidá dele [...] (Inf. 08)<br />

umbora = ir a algum lugar Esse negócio num qué nada de banha, num molhá, num qué<br />

nada, é só rezá até secá. Aí eu disse: oh minha fia, umbora ali<br />

travez = um fato na sua<br />

repetição.<br />

dento que eu te rezo [...]. (Inf.11)<br />

[...] Já tomei remédio de até 20 reais, para dois, três dia, depois<br />

vorta travez. (Inf.11)<br />

As lexias asseto (inseto), prefunda (profunda), tontiça (tontice), correntia<br />

(correntio), vitusidade (ventosidade) passam pelo processo de reinterpretação fonética<br />

por permuta, isto é, os falantes trocam determinados fonemas por outros, como se pode<br />

verificar nos termos destacados.<br />

Outro tipo de metaplasmo localizado no corpus refere-se à supressão de fonemas,<br />

fenômeno que pode ocorrer no início (aférese), no meio (síncope), e no final (apócope)<br />

do vocábulo. Lexias como rodo (rodada), taba (tábua), lagre (lágrima), pro mode (pelo<br />

modo), intirinzim (inteirizinho), exemplificam estes processos fonológicos, ressaltando-<br />

se que as três últimas palavras apresentam também troca de fonemas. Acréscimo de<br />

fonemas também é encontrado nas lexias em análise, como pode ser verificado no<br />

emprego dos verbos adefender e aficar..<br />

A essas formas, nesta mesma categoria, ainda se acrescentam outras, porém com<br />

um processo mais complexo, pois apresentam metaplasmos por permuta e supressão<br />

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