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Favalfc — página 8<<strong>br</strong> />

16, 54 e 57 são os ar-<<strong>br</strong> />

tigos mais freqüentes no<<strong>br</strong> />

centro de triagem, de me-<<strong>br</strong> />

nores infratores. Padre Viei-<<strong>br</strong> />

ra. Tais artigos do Código Pe-<<strong>br</strong> />

nal correspondem a vicio,<<strong>br</strong> />

roubo e assalto a mão arma-<<strong>br</strong> />

da. Mas de 200 jovens<<strong>br</strong> />

andando de um lado pro<<strong>br</strong> />

outro completamente ocio-<<strong>br</strong> />

sos e alguns no castigo por<<strong>br</strong> />

tentativa de fuga e espan-<<strong>br</strong> />

cados. Este foi o quadro<<strong>br</strong> />

que a Comissão Harser en-<<strong>br</strong> />

controu.<<strong>br</strong> />

ENTRADA<<strong>br</strong> />

Fomos recebidos pela<<strong>br</strong> />

Educadora Flora que é di-<<strong>br</strong> />

retora do Centro de Educa-<<strong>br</strong> />

ção<<strong>br</strong> />

A Sra. Flora nos contou<<strong>br</strong> />

um pouco da vida<<strong>br</strong> />

daquele Centro — "Este<<strong>br</strong> />

centro é um centro de Triagem,<<strong>br</strong> />

os menores não deveriam<<strong>br</strong> />

ficar aqui por muito<<strong>br</strong> />

tempo, mas a demanda é<<strong>br</strong> />

bastante grande e nós não<<strong>br</strong> />

dispomos de material suficiente<<strong>br</strong> />

ex: nesse momento<<strong>br</strong> />

não temos cama para todos<<strong>br</strong> />

os internos. A Srô Flora<<strong>br</strong> />

foi indagada so<strong>br</strong>e o processo<<strong>br</strong> />

de transferência dos<<strong>br</strong> />

menores — Olha, a Primeira<<strong>br</strong> />

coisa que fazemos quando<<strong>br</strong> />

o menor dá entrada aqui,<<strong>br</strong> />

procuramos o contato com<<strong>br</strong> />

a sua família" para saber<<strong>br</strong> />

das suas condições, pois não<<strong>br</strong> />

podemos trabalhar com menor<<strong>br</strong> />

sem trabalhar a sua<<strong>br</strong> />

família", o processo de<<strong>br</strong> />

transferência dependerá do<<strong>br</strong> />

próprio menor, ou seja, na<<strong>br</strong> />

medida que ele dá as devidas<<strong>br</strong> />

informações corretas e<<strong>br</strong> />

com o grau de periculosidade,<<strong>br</strong> />

logicamente se ele<<strong>br</strong> />

for um bandido não poderá<<strong>br</strong> />

ter as mesmas regalias de<<strong>br</strong> />

um outro".<<strong>br</strong> />

I^a<<strong>br</strong> />

/\ Comunidade do Mor-<<strong>br</strong> />

ro da Lagartixa, que fica<<strong>br</strong> />

em Barros Filhos, co-<<strong>br</strong> />

memorou no dia 1 de se-<<strong>br</strong> />

tem<strong>br</strong>o o seu 6Q ano de<<strong>br</strong> />

conquista da posse da ter-<<strong>br</strong> />

ra.<<strong>br</strong> />

Foi lem<strong>br</strong>ado o episódio<<strong>br</strong> />

daquela manhã, quando um<<strong>br</strong> />

grande aparato policial ali<<strong>br</strong> />

chegou para expulsão os<<strong>br</strong> />

moradores daquela área e<<strong>br</strong> />

•-'v".<<strong>br</strong> />

Sr9 Flora explicou tam-<<strong>br</strong> />

bém so<strong>br</strong>e os espanca-<<strong>br</strong> />

mentos por parte dos ins-<<strong>br</strong> />

trutores. Aqui eles sofrem<<strong>br</strong> />

punição sim nós não pode-<<strong>br</strong> />

mos garantir que que ne-<<strong>br</strong> />

nhum dos funcionários se<<strong>br</strong> />

exalte, pois trabalhamos em<<strong>br</strong> />

constante insegurança, pois,<<strong>br</strong> />

aqui não tem cela, não tem<<strong>br</strong> />

cubículos".<<strong>br</strong> />

Foi confirmada, por tele-<<strong>br</strong> />

fone, a presença das entida-<<strong>br</strong> />

des, segundo D. Flora "não<<strong>br</strong> />

fazemos nada sem a autori-<<strong>br</strong> />

zação do juizado de Meno-<<strong>br</strong> />

res Dr. Campos Neto" D.<<strong>br</strong> />

Flora achou estranho está<<strong>br</strong> />

compondo a Comissão um<<strong>br</strong> />

motorista e vários ex-alu-<<strong>br</strong> />

nos.<<strong>br</strong> />

COMISSÃO<<strong>br</strong> />

A vereadora Benedita da<<strong>br</strong> />

Silva, a Deputada Estadual<<strong>br</strong> />

Lúcia Arruda, Antônio Ma-<<strong>br</strong> />

noel o Tunico do Morro<<strong>br</strong> />

Azul, representando o Ve-<<strong>br</strong> />

reador Sérgio Ca<strong>br</strong>al, Délio<<strong>br</strong> />

representando o Vereador<<strong>br</strong> />

Lui's Henrique Lima do<<strong>br</strong> />

PDT, Odinaldo Ferreira,<<strong>br</strong> />

Willmann, Joaquim J<strong>org</strong>e<<strong>br</strong> />

dos Santos Lui's Tadeu,<<strong>br</strong> />

Presidente da Comissão Har-<<strong>br</strong> />

ser, Sandra pelo Jornal<<strong>br</strong> />

Favelão, Liga dos direitos<<strong>br</strong> />

humanos. Comissão Arco<<strong>br</strong> />

íris. Comissão Oscar Rome-<<strong>br</strong> />

ro grupo de trabalho c/me-<<strong>br</strong> />

ninos de rua Arco íris.<<strong>br</strong> />

O QUE VIMOS<<strong>br</strong> />

Durante nossa estadia no<<strong>br</strong> />

centro de Triagem Padre<<strong>br</strong> />

Vieira, que foi de 2 h<<strong>br</strong> />

e 30min; pudemos observar<<strong>br</strong> />

a ociosidade de quase 200<<strong>br</strong> />

internos. Todos uniformiza-<<strong>br</strong> />

dos de calça cinza e cami-<<strong>br</strong> />

seta <strong>br</strong>anca andando pra ci-<<strong>br</strong> />

ma e pra baixo; com exce-<<strong>br</strong> />

ção de alguns que estavam<<strong>br</strong> />

houve uma grande resistên-<<strong>br</strong> />

cia por pressão dos mora-<<strong>br</strong> />

dores e até por meio de<<strong>br</strong> />

oração. Lem<strong>br</strong>ou-se ainda a<<strong>br</strong> />

atuação da Pastoral das Fa-<<strong>br</strong> />

velas nas presenças da Dr9<<strong>br</strong> />

Eliana Athayde, Ana Mari-<<strong>br</strong> />

nha Noronha, Dr. Bento<<strong>br</strong> />

Rubião e arlguns políticos<<strong>br</strong> />

que se aliaram aos mora-<<strong>br</strong> />

dores.<<strong>br</strong> />

Em comemoração ao 69<<strong>br</strong> />

aniversário da conquista da<<strong>br</strong> />

'- » • - • ■<<strong>br</strong> />

,: ?**>':/> :<<strong>br</strong> />

A COMISSÃO QUE UISITOÜ 0 CENTRO DE TRIAGEM<<strong>br</strong> />

jogando bola e os outros<<strong>br</strong> />

num total de 10 que eram<<strong>br</strong> />

egresso da última fuga ocor-<<strong>br</strong> />

rida no Mês de setem<strong>br</strong>o,<<strong>br</strong> />

esses estavam de castigo,<<strong>br</strong> />

que durará um Mês e com a<<strong>br</strong> />

responsabilidade da faxina<<strong>br</strong> />

de toda a escola, isso depois<<strong>br</strong> />

das pancadas que também<<strong>br</strong> />

fizeram parte do castigo.<<strong>br</strong> />

VIGILÂNCIA<<strong>br</strong> />

A cada compartimento<<strong>br</strong> />

observamos 2 monitores,<<strong>br</strong> />

em constante vigilância,<<strong>br</strong> />

prontos pra reprimir.<<strong>br</strong> />

SURPRESA<<strong>br</strong> />

Enquanto estávamos con-<<strong>br</strong> />

versando com os que esta-<<strong>br</strong> />

vam no castigo de repente<<strong>br</strong> />

surge L. M. todo machuca-<<strong>br</strong> />

do, vários ferimentos na ca-<<strong>br</strong> />

terra, foi cele<strong>br</strong>ada uma<<strong>br</strong> />

missa pelos padres que na<<strong>br</strong> />

ocasião trabalhavam na<<strong>br</strong> />

área, Pe, Ruan e Pe. Idel-<<strong>br</strong> />

fonso, após a cerimônia,<<strong>br</strong> />

aconteceu a entrega de di-<<strong>br</strong> />

plomas aos alunos que fize-<<strong>br</strong> />

ram o curso de datilo-<<strong>br</strong> />

grafia, no curso profissiona-<<strong>br</strong> />

lizante criado na sede da<<strong>br</strong> />

Comunidade; inaugurou-se<<strong>br</strong> />

também um bazar comuni-<<strong>br</strong> />

tário com artigos fa<strong>br</strong>icados<<strong>br</strong> />

na própria Comgnidade.<<strong>br</strong> />

''■<<strong>br</strong> />

beça e marcas roxas pelas<<strong>br</strong> />

costas e na parte superior<<strong>br</strong> />

da bunda, e vomitando san-<<strong>br</strong> />

gue — segundo L. M. foi<<strong>br</strong> />

espancado porque se esten-<<strong>br</strong> />

deu com um companheiro e<<strong>br</strong> />

também porque á noite gri-<<strong>br</strong> />

tava de dor devido as agres-<<strong>br</strong> />

sões. A versão de L. M. Fora<<strong>br</strong> />

confirmada por inúmeros<<strong>br</strong> />

colegas que o apontava co-<<strong>br</strong> />

mo exemplo de surra recen-<<strong>br</strong> />

te e que a Direção da casa<<strong>br</strong> />

por deslize não pudera<<strong>br</strong> />

esconder.<<strong>br</strong> />

Durante a conversa com a<<strong>br</strong> />

comissão ficou patentiada a<<strong>br</strong> />

questão do espancamento,<<strong>br</strong> />

ninguém se atrevia a falar,<<strong>br</strong> />

temendo á represálias como<<strong>br</strong> />

por ex: ficar s/jantar ou no-<<strong>br</strong> />

vo espancamento.<<strong>br</strong> />

Durante nossa conversa<<strong>br</strong> />

com os que fugiram D. Flo-<<strong>br</strong> />

ra estava por perto e ne-<<strong>br</strong> />

nhum deles falou ficou evi-<<strong>br</strong> />

denciado as denúncias de<<strong>br</strong> />

espancamento foi feita pe-<<strong>br</strong> />

los internos que estavam no<<strong>br</strong> />

pátio e esses eram mui-<<strong>br</strong> />

tos e lá pudemos ficar<<strong>br</strong> />

mais a vontade e os meni-<<strong>br</strong> />

nos também, fora de con-<<strong>br</strong> />

trole.<<strong>br</strong> />

A Comissão voltará a fa-<<strong>br</strong> />

zer novas visitas a outros<<strong>br</strong> />

estabelecimentos.<<strong>br</strong> />

Objetivo dessa comissão<<strong>br</strong> />

que é representada por vá-<<strong>br</strong> />

rios segmentos da sociedade<<strong>br</strong> />

tem como objetivo uma po-<<strong>br</strong> />

lítica decente a setores ca-<<strong>br</strong> />

rentes da população e den-<<strong>br</strong> />

tro desses segmentos está o<<strong>br</strong> />

menor abandonado. Que pe-<<strong>br</strong> />

la sociedade já deixou de ser<<strong>br</strong> />

criança e recebeu o estigma<<strong>br</strong> />

de "menor abandonado".<<strong>br</strong> />

Se ele é menor abandona-<<strong>br</strong> />

do é porque existe maio-<<strong>br</strong> />

res abandonados.<<strong>br</strong> />

No domingo dia 30 de setem<strong>br</strong>o<<strong>br</strong> />

no Morro do Encontro (Engenho<<strong>br</strong> />

Novo), houve uma festa regada<<strong>br</strong> />

a cervejinha e um delicioso angu<<strong>br</strong> />

a baiana, para empossar a nova<<strong>br</strong> />

diretoria da associação de mora-<<strong>br</strong> />

dores, constituída em sua maioria<<strong>br</strong> />

por mulheres e encabeçada mais<<strong>br</strong> />

uma vez pela companheira Edna.<<strong>br</strong> />

A comunidade prestigiou com-<<strong>br</strong> />

parecendo massiçamente. Além da<<strong>br</strong> />

comunidade estiveram presentes<<strong>br</strong> />

vários grupos e entidades: O grupo<<strong>br</strong> />

A Amigos Negros de Favela e Pe-<<strong>br</strong> />

riferia, representante da R. A. lo-<<strong>br</strong> />

cal representando o governo do Es-<<strong>br</strong> />

tado, o G. T. I., o pessoal da cre-<<strong>br</strong> />

che e muitos outros. ■.-.-. ■ ,':<<strong>br</strong> />

• .-.- t;cr, u f.r^ú OCfítrô/ "'.t ',■

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