25.06.2013 Views

17/06/1992 - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

17/06/1992 - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

17/06/1992 - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

Ata da Terceira Reunião Solene da Segunda Sessão <strong>Legislativa</strong> da Décima<br />

Segunda Legislatura.<br />

Realizada em <strong>17</strong> <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> <strong>1992</strong>.<br />

Presidência <strong>do</strong> Excelentíssimo Senhor<br />

Deputa<strong>do</strong> Geral<strong>do</strong> Barbosa.<br />

Aos <strong>de</strong>zessete (<strong>17</strong>) dias <strong>do</strong> mês <strong>de</strong> junho<br />

<strong>do</strong> ano <strong>de</strong> mil novecentos e noventa e<br />

<strong>do</strong>is (199) às quinze (15) horas.<br />

Comparecem os Deputa<strong>do</strong>s André <strong>de</strong><br />

Paula, Aníbal Caribé, Antônio Mariano,<br />

Augustinho Rufino, Byron Sarinho, Carlos<br />

Lapa, Diniz Cavalcanti, Djalma Paes,<br />

Edilson Torres, Edson Moura, Eduar<strong>do</strong><br />

Araújo, Eduar<strong>do</strong> Campos, Elias Gomes,<br />

Enoelino Magalhães, Fausto Freitas,<br />

Felipe Coelho, Ferreira Lima Filho,<br />

Garibaldi Gurgel, Geral<strong>do</strong> Barbosa,<br />

Geral<strong>do</strong> Coelho, Geral<strong>do</strong> Melo Júnior,<br />

Henrique Queiroz, Humberto Costa, Israel<br />

Guerra Filho, João Braga, João Paulo,<br />

Jorge Gomes, José Aglailson, José<br />

Marcos, José Ramos, José Resen<strong>de</strong>,<br />

José Siqueira, Manoel Ferreira, Manoel<br />

Ramos, Marcantônio Doura<strong>do</strong>, Miguel<br />

Labanca, Natalício Men<strong>do</strong>nça, Nilton<br />

Carneiro, Oséas Moraes, Osval<strong>do</strong> Rabelo<br />

Filho, Paulo Afonso, Pedro Eurico, Roldão<br />

Joaquim, Romeu da Fonte, Sebastião<br />

Oliveira, Severino Cavalcanti, Val<strong>de</strong>ir<br />

Batista e Walmir Soares. Em missão<br />

autorizada o Deputa<strong>do</strong> José Chaves.<br />

O Sr. PRESIDENTE - Declaro aberta a<br />

reunião Solene, que tem por finalida<strong>de</strong><br />

homenagear o Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça o Desembarga<strong>do</strong>r Dr. João David<br />

<strong>de</strong> Souza Filho, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> proposição<br />

<strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Aníbal Caribé.<br />

Convi<strong>do</strong> para comparem a Mesa <strong>do</strong>s<br />

trabalhos, o Exmo. Sr. Dr. Marcos Luiz da<br />

Costa Cabral, Secretário da Justiça,<br />

representan<strong>do</strong> o Exmo. Sr. Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, Dr. Joaquim Francisco, o Exmo.<br />

Sr. General Ney da Silva Oliveira,<br />

Comandante da sétima Região Militar e o<br />

Exmo. Sr. Dr. Jorge Neves, Presi<strong>de</strong>nte da<br />

OAB, secção <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, registro<br />

com satisfação, a presença <strong>do</strong> Dr. Mirabô<br />

Varela <strong>de</strong> Melo Junior, representante<br />

<strong>de</strong>ssa solenida<strong>de</strong> o Secretário <strong>de</strong> Indústria<br />

e Comércio, o Coronel Antônio <strong>de</strong> Pádua<br />

Lopes, representante <strong>do</strong> Comandante <strong>do</strong><br />

Coman<strong>do</strong> Militar <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste, Tenente<br />

Cosmo, representante <strong>do</strong> Comandante da<br />

Capitania <strong>do</strong>s Portos, procura<strong>do</strong>r<br />

Josenil<strong>do</strong> Vieira representante <strong>do</strong> Prefeito<br />

<strong>de</strong> Olinda, Verea<strong>do</strong>ra Geralda Farias,<br />

representante da Câmara Municipal <strong>do</strong><br />

Recife, Dr. Marcelo Cruz, representante a<br />

superinten<strong>de</strong>nte da Caixa Econômica<br />

Fe<strong>de</strong>ral, Desembarga<strong>do</strong>r Francisco <strong>de</strong> Sá<br />

Sampaio, Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>do</strong>s<br />

Magistra<strong>do</strong>s, Secretário da Segurança<br />

Pública o Dr. Alexandre Menezes,<br />

Desembarga<strong>do</strong>r Etério Galvão,<br />

Correge<strong>do</strong>r Geral da Justiça, entre outras<br />

autorida<strong>de</strong>s.<br />

Designo uma comissão, composta <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s, Geral<strong>do</strong> Coelho, Roldão<br />

Joaquim, Pedro Eurico, e Felipe Coelho,<br />

para conduzir à mesa <strong>do</strong>s trabalhos o<br />

Desembarga<strong>do</strong>r João David Souza Filho,<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>. Convi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s para <strong>de</strong> pé ouvir o<br />

hino <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.<br />

(Ouve-se a execução <strong>do</strong> Hino <strong>de</strong><br />

<strong>Pernambuco</strong> por uma fração da banda <strong>de</strong><br />

música da Polícia Militar.)<br />

O Sr. PRESIDENTE - Exmo. Sr. Dr.<br />

Marcos Luiz da Costa Cabral, Secretário<br />

da Justiça, representan<strong>do</strong> o Exmo. Sr.<br />

Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Dr. Joaquim<br />

Francisco, Exmo. Sr. General Ney da<br />

Silva Oliveira, Comandante da 7ª Região<br />

Militar, Exmo. Sr. Dr. Jorge Neves,<br />

Presi<strong>de</strong>nte da OAB Secção <strong>de</strong><br />

<strong>Pernambuco</strong>, Srs. Desembarga<strong>do</strong>res, Srs.<br />

Juízes, Promotores, Verea<strong>do</strong>ra Geralda<br />

Farias, Representante da Câmara<br />

Municipal, <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s presentes,<br />

familiares Dr. João David, srs. <strong>de</strong>puta<strong>do</strong>s,<br />

minhas senhoras e meus senhores, meu<br />

caro Dr. João David.<br />

455


456<br />

ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

(Lê):<br />

É das mais justas a homenagem que a<br />

Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><br />

presta hoje, em Reunião Solene, ao<br />

Desembarga<strong>do</strong>r JOÃO DAVID DE SOUZA<br />

FILHO, que está <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a Presidência<br />

<strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para<br />

gozar <strong>de</strong> merecida aposenta<strong>do</strong>ria.<br />

Durante mais <strong>de</strong> quarenta anos Dr. João<br />

David <strong>de</strong>dicou-se à nobre tarefa <strong>de</strong><br />

distribuir justiça com sapiência e<br />

humanismo, característica maior <strong>do</strong>s<br />

gran<strong>de</strong>s magistra<strong>do</strong>s pernambucanos.<br />

Para uma carreira na magistratura,<br />

iniciada em 1948, quan<strong>do</strong> assumiu a<br />

Comarca <strong>de</strong> Serrita, no Sertão, não<br />

po<strong>de</strong>ria ser outro o seu coroamento senão<br />

o <strong>de</strong> chegar, 44 anos <strong>de</strong>pois, à<br />

Presidência <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong><br />

<strong>Pernambuco</strong>, numa justa escolha <strong>do</strong>s<br />

seus pares, no dia 3 <strong>de</strong> fevereiro passa<strong>do</strong>.<br />

Nessa curta, porém profícua, passagem<br />

pela Presidência <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça, o<br />

Dr. João David sai gratifica<strong>do</strong> em haver<br />

cumpri<strong>do</strong> o <strong>de</strong>ver. Antes mesmo <strong>de</strong><br />

completar 100 dias <strong>de</strong> sua administração,<br />

comemorou a instalação <strong>de</strong> seis<br />

Comarcas nos municípios <strong>de</strong> Primavera,<br />

Ferreiros, Itaíba, Maraial, Ibirajuba e da<br />

sua querida terra natal, Santa Maria <strong>do</strong><br />

Cambucá.<br />

Das 58 Varas criadas e não instaladas até<br />

o inicio da sua administração, 15 <strong>de</strong>las já<br />

estão funcionan<strong>do</strong> e 10 outras instalações<br />

programadas, totalizan<strong>do</strong> 25 Varas. Para<br />

um espaço <strong>de</strong> tempo tão pequeno, a<br />

instalação <strong>de</strong> que se 50% das Varas<br />

criadas representa um feito memorável.<br />

Sua preocupação em aproximar a Justiça<br />

<strong>do</strong> povo, <strong>de</strong>mocratizan<strong>do</strong> o seu acesso,<br />

fez com que ele gesse a criação <strong>de</strong><br />

Juiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Pequenas Causas como<br />

meta prioritária. Assim, antes <strong>de</strong> passar o<br />

cargo ao sucessor, o Dr. João David<br />

inaugurou os Juiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Pequenas<br />

Causas <strong>do</strong> Cor<strong>de</strong>iro e <strong>do</strong>s municípios <strong>do</strong><br />

Cabo e Camaragibe.<br />

Vitorioso na ativida<strong>de</strong> judicante, que<br />

começou na Comarca <strong>de</strong> Serrita,<br />

passan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois pelas Comarcas <strong>de</strong><br />

Salgueiro, Pedra, Taquaritinga <strong>do</strong> Norte,<br />

Surubim, São Joaquim <strong>do</strong> Monte e Água<br />

Preta, o Dr.João David foi promovi<strong>do</strong> por<br />

merecimento, em 1962, para a 11ª Vara<br />

da Capital e <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong>pois foi removi<strong>do</strong><br />

para a 20ª Vara da Capital. Foi membro<br />

<strong>do</strong> Tribunal Regional Eleitoral por <strong>do</strong>is<br />

biênios sucessivos, nos anos <strong>de</strong> 1973 a<br />

1977, ocupan<strong>do</strong>, ainda, naquela Corte o<br />

cargo <strong>de</strong> Correge<strong>do</strong>r.<br />

Finalmente, em 1984, foi promovi<strong>do</strong>, por<br />

Ato <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r Roberto Magalhães,<br />

para o cargo <strong>de</strong> Desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>,<br />

sen<strong>do</strong> Correge<strong>do</strong>r Geral da Justiça e Vice-<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal nos anos <strong>de</strong> 1988<br />

e 1989. No dia 3 <strong>de</strong> fevereiro último<br />

atingiu o topo da magistratura, tornan<strong>do</strong>se<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça.<br />

Filho <strong>de</strong> Santa Maria <strong>do</strong> Cambucá, o<br />

Dr.João David <strong>de</strong> Souza Filho enche <strong>de</strong><br />

orgulho o nosso Agreste Setentrional e se<br />

inscreve na história jurídica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

como um <strong>do</strong>s mais brilhantes<br />

magistra<strong>do</strong>s.<br />

O Sr. PRESIDENTE - Conce<strong>do</strong> a palavra,<br />

ao Deputa<strong>do</strong> Aníbal Caribé, para fazer a<br />

saudação ao homenagea<strong>do</strong>.<br />

O Sr. ANÍBAL CARIBÉ - Exmo. Sr.<br />

Deputa<strong>do</strong> Geral<strong>do</strong> Barbosa, Digníssimo<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, Exmo. Sr. Dr. Marcos Cabral,<br />

Secretário da Justiça, representan<strong>do</strong> o<br />

Exmo. Sr. Governa<strong>do</strong>r Joaquim Francisco,<br />

Exmo. Sr. Desembarga<strong>do</strong>r João David <strong>de</strong><br />

Souza Filho, Digníssimo Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />

Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Pernambuco</strong> Exmo. Sr. Gal. Ney da Silva<br />

Oliveira, Comandante da 7ª Região Militar,<br />

Exmo. Sr. Dr. Jorge Neves, digníssimo<br />

Presi<strong>de</strong>nte da OAB, Deputa<strong>do</strong>s srs.<br />

Secretários, srs. Desembarga<strong>do</strong>res, srs.<br />

Juízes, Promotores e <strong>de</strong>mais autorida<strong>de</strong>s<br />

presentes.<br />

(Lê):<br />

Cumpre-me registrar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, que me<br />

sinto extremamente honra<strong>do</strong>, neste<br />

momento, por apresentar o pensamento e<br />

os sentimentos da Assembléia <strong>Legislativa</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> nesta homenagem que é<br />

prestada ao Egrégio Desembarga<strong>do</strong>r João


ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

David <strong>de</strong> Souza Filho, Digníssimo<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, pelos relevantes serviços<br />

presta<strong>do</strong>s na ativida<strong>de</strong> jurisdicional. É<br />

uma grata tarefa, ainda que eu sinta me<br />

faltar o engenho e a arte necessários para<br />

enfatizar na sua plenitu<strong>de</strong> o alto valor<br />

<strong>de</strong>sse magistra<strong>do</strong> ilustre.<br />

Toda a sua vida profissional, toda a sua<br />

carreira <strong>de</strong> homem público, foi polarizada<br />

pela <strong>de</strong>dicação ao direito.<br />

Nasci<strong>do</strong> em Santa Maria <strong>do</strong> Cambucá,<br />

profundamente telúrico, o nosso<br />

homenagea<strong>do</strong> nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> evocar as<br />

suas origens embora os horizontes o<br />

atraíssem: são suas palavras <strong>de</strong>dicadas<br />

ao torrão natal: “ali estão os alicerces <strong>de</strong><br />

mim, as primeiras impressões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

a sincerida<strong>de</strong> e a confiança extraídas <strong>de</strong><br />

sua gente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plasmar os<br />

sonhos. Riqueza e alegria no que existe<br />

<strong>de</strong> mais espiritual. É sempre chegada, é<br />

sempre permanência, é o cáli<strong>do</strong><br />

sentimento <strong>do</strong> semi-ári<strong>do</strong> quente, lugar<br />

aberto <strong>de</strong> infinito na minha condição<br />

humana”.<br />

Essas palavras <strong>de</strong> <strong>de</strong>nso sabor evocativo<br />

refletem bem a personalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso<br />

homenagea<strong>do</strong>, homem das leis, <strong>do</strong> severo<br />

e inflexível cumprimento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver, senhor<br />

<strong>de</strong> conhecimento jurídico abaliza<strong>do</strong> e<br />

seguro, e que, no entanto, conserva<br />

intactas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si reservas generosas<br />

<strong>de</strong> lirismo, <strong>de</strong> sentimentos humanos os<br />

mais calorosos e mais cheios <strong>de</strong> seiva<br />

vital.<br />

Sua carreira jurídica se iniciou nos i<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

1947, quan<strong>do</strong> concluiu o curso <strong>de</strong> direito<br />

na tradicional Casa <strong>de</strong> Tobias.<br />

Vocaciona<strong>do</strong> para a Magistratura, que<br />

atraiu o novo Bacharel ainda no limiar da<br />

vida profissional, o Jovem João David, em<br />

agosto <strong>de</strong> 1948, distante apenas 8 meses<br />

<strong>do</strong>s bancos acadêmicos, já enfrentava as<br />

poeirentas e sinistras estradas <strong>do</strong> sertão<br />

para ser o novo juiz da longínqua e<br />

<strong>de</strong>sconhecida Comarca <strong>de</strong> Serrita.<br />

Coragem e confiança em si não lhe<br />

faltaram. Do contrário teria opta<strong>do</strong> pela<br />

vida cômoda e sem maiores riscos <strong>do</strong><br />

Recife <strong>de</strong> outrora.<br />

Serrita, <strong>de</strong>pois Salgueiro, no Alto Sertão,<br />

até o ano santo <strong>de</strong> 1950, quan<strong>do</strong>,<br />

percorren<strong>do</strong> o caminho <strong>de</strong> volta, alcançou<br />

a porta <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong> agreste, movi<strong>do</strong> que<br />

foi para a comarca <strong>de</strong> Pedra.<br />

Seguiram-se Lagoa <strong>do</strong>s Gatos e<br />

Taquaritinga <strong>do</strong> Norte, até a promoção por<br />

merecimento para a Comarca <strong>de</strong> Surubim<br />

nos i<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1952.<br />

Passa<strong>do</strong> mais um lustro <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />

judicial, <strong>de</strong>vota<strong>do</strong> como sempre à digna<br />

aplicação das leis, na solução <strong>do</strong>s litígios<br />

e das pretensões, chegou o nosso<br />

homenagea<strong>do</strong> na Comarca <strong>de</strong> São<br />

Joaquim <strong>do</strong>s Montes e logo <strong>de</strong>pois na <strong>de</strong><br />

Água Preta, já em plena Zona da Mata<br />

Meridional.<br />

Finalmente, veio o incansável magistra<strong>do</strong>,<br />

em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1962, a ser promovi<strong>do</strong><br />

para 11ª vara <strong>de</strong>sta capital.<br />

Aqui, logo se notabilizou como gran<strong>de</strong><br />

juiz, <strong>de</strong> reputação ilibada e sempre<br />

reconheci<strong>do</strong> pelo seu alto saber, nos<br />

meios forenses e sociais.<br />

Seria removi<strong>do</strong>, por seu <strong>de</strong>sejo, para a<br />

vigésima vara em 1964, atualmente 2ª<br />

vara <strong>de</strong> família e registro civil.<br />

Veio a ser membro <strong>do</strong> Tribunal Regional<br />

Eleitoral por <strong>do</strong>is biênios sucessivos, a<br />

saber, <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1973 a 1975 e <strong>de</strong><br />

1975 a 1977, sen<strong>do</strong> bastante significativa<br />

sua gestão naqueles anos em que<br />

começava uma gran<strong>de</strong> efervescência<br />

política no país, sob o rótulo “distensão<br />

lenta, gradual e segura”, <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s se<br />

recordam. Em meio a paixões políticas<br />

<strong>de</strong>satadas, a prudência, o equilíbrio e o<br />

bom-senso falaram mais alto, para ser<br />

lega<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong> tributo à nascente<br />

<strong>de</strong>mocracia. Ainda no Tribunal Regional<br />

Eleitoral, ele exerceu a função <strong>de</strong><br />

correge<strong>do</strong>r com gran<strong>de</strong> percuciência e<br />

<strong>de</strong>dicação.<br />

Finalmente, a carreira sazonada pelo<br />

“saber to<strong>do</strong> <strong>de</strong> experiência feito” <strong>de</strong> que<br />

falava o poeta-mor da língua portuguesa,<br />

atinge o seu ápice, justo e mereci<strong>do</strong>, ao<br />

ser o Dr. João David alça<strong>do</strong> à condição <strong>de</strong><br />

Desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>. A cordialida<strong>de</strong> personificada<br />

aportou na Augusta Casa das Leis no ano<br />

<strong>de</strong> 1984, após navegar pelos mares<br />

revoltos <strong>do</strong> múnus judicante. A nau que<br />

transportou nosso magistra<strong>do</strong> a Excelsa<br />

Corte tinha um nome: competência.<br />

457


458<br />

ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

Exerceu em 1987 o cargo <strong>de</strong><br />

Desembarga<strong>do</strong>r Correge<strong>do</strong>r Geral da<br />

Justiça <strong>do</strong> Tribunal, quan<strong>do</strong> revelou ser<br />

um organiza<strong>do</strong>r nato, com senso <strong>de</strong><br />

executivida<strong>de</strong> no exercício <strong>de</strong> funções <strong>de</strong><br />

direção.<br />

Em 3 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> <strong>1992</strong> foi o Dr. João<br />

David eleva<strong>do</strong> à Presidência <strong>do</strong> Tribunal,<br />

e o que se viu foi uma gestão admirável,<br />

cheia <strong>de</strong> realizações, em brevíssimo<br />

espaço <strong>de</strong> tempo.<br />

Basta dizer que foi o Presi<strong>de</strong>nte que mais<br />

instalou Varas e Comarcas no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

quatro (4) meses, em toda a história <strong>do</strong><br />

Egrégio Órgão <strong>de</strong> Justiça.<br />

Com tão brilhante atuação é<br />

compreensível que ao nosso<br />

homenagea<strong>do</strong> fosse atribuída a mais alta<br />

distinção <strong>do</strong> conselho da medalha <strong>do</strong><br />

mérito judiciário, “Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Joaquim Nunes Macha<strong>do</strong>”.<br />

Outras distinções honoríficas po<strong>de</strong>m ser<br />

lembradas tais como:<br />

- Medalha <strong>de</strong> Mérito Policial.<br />

- Classe ouro, pelo Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

em 14.3.1991.<br />

- Medalha <strong>do</strong> Mérito Eleitoral Frei Caneca,<br />

pelo Tribunal Regional Eleitoral, em<br />

18.01.1991.<br />

- Medalha <strong>do</strong> Mérito Mello Matos,<br />

conferida pelo Presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Juizes e Cura<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

Menores em 23.11.1987.<br />

E o Título <strong>de</strong> Cidadão <strong>de</strong> Surubim,<br />

conferi<strong>do</strong> pela Câmara local, para imensa<br />

satisfação <strong>do</strong> nosso homenagea<strong>do</strong>, que é<br />

homem, repito, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> inclinação<br />

telúrica, para quem esta sempre presente<br />

à paisagem <strong>do</strong> seu agreste natal.<br />

Em poucos meses <strong>de</strong> gestão, à frente da<br />

Presidência <strong>do</strong> Tribunal, conseguiu o Dr.<br />

João David cumprir promessa feita<br />

quan<strong>do</strong> da sua posse: agilizar a Justiça <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>. Graças ao seu <strong>de</strong>sempenho<br />

foram instaladas cinco Comarcas e nove<br />

Varas.<br />

Não é <strong>de</strong>spicien<strong>do</strong> registrar o fato <strong>de</strong> que<br />

já esta o Tribunal a realizar um concurso<br />

para Juiz, e outro concurso, para o<br />

mesmo fim, já esta com inscrições<br />

abertas.<br />

Todas essas iniciativas dizem muito bem<br />

<strong>do</strong> dinamismo característico <strong>de</strong>sse<br />

homem <strong>do</strong> direito, aparentemente pláci<strong>do</strong><br />

nas suas maneiras repassadas <strong>de</strong><br />

tranqüilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> reflexão.<br />

Observe-se que uma das iniciativas <strong>do</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal, <strong>de</strong> cujos<br />

relevantes serviços presta<strong>do</strong>s a<br />

magistratura apenas uma pequena parte<br />

esta sen<strong>do</strong> lembrada, foi justamente a da<br />

criação inédita <strong>de</strong> uma vara específica<br />

para julgar crimes nos quais as vítimas<br />

são crianças e a<strong>do</strong>lescentes, vin<strong>do</strong>,<br />

assim, a ser da<strong>do</strong> mais um passo<br />

importante na luta contra a impunida<strong>de</strong><br />

que campeia nestes tempos, quan<strong>do</strong> as<br />

garras impie<strong>do</strong>sas da violência se voltam<br />

também contra nossos in<strong>de</strong>fesos<br />

menores.<br />

Muitas outras foram às realizações <strong>do</strong><br />

nosso homenagea<strong>do</strong>, inclusive no que<br />

concerne à aplicação <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong><br />

informática que visa a contribuir<br />

<strong>de</strong>cisivamente para a mo<strong>de</strong>rnização da<br />

justiça em <strong>Pernambuco</strong>.<br />

Esse ritmo acelera<strong>do</strong> <strong>de</strong> realizações<br />

certamente irá continuar, já que as<br />

sementes plantadas pelo Ilustre<br />

Desembarga<strong>do</strong>r caíram em solo fértil e<br />

não é <strong>de</strong> agora que vemos o admirável<br />

processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização que ora<br />

impregna o Egrégio Tribunal <strong>de</strong> Justiça <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>.<br />

Nada mais justo, Senhores Deputa<strong>do</strong>s,<br />

que esta homenagem a este Cidadão<br />

Pernambucano, por um <strong>do</strong>s po<strong>de</strong>res da<br />

República, no momento em que ele se<br />

<strong>de</strong>spe<strong>de</strong> <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> Justiça.<br />

Por feliz coincidência esta casa presta<br />

essa homenagem sob a Presidência <strong>de</strong><br />

outro filho ilustre <strong>de</strong> Surubim - Dr. Geral<strong>do</strong><br />

Barbosa, que na sua gestão jamais mediu<br />

idéia <strong>de</strong> sacrifício para acolher com<br />

solicitu<strong>de</strong> os projetos encaminha<strong>do</strong>s ao<br />

Legislativo pelo Po<strong>de</strong>r Judiciário.<br />

Faça-se, ainda, nesta homenagem mais<br />

uma digressão para louvar o apoio<br />

inestimável <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r Joaquim<br />

Francisco, através <strong>do</strong> seu dinâmico<br />

Secretário Marcos Cabral na criação e<br />

instalação <strong>de</strong> Varas e Comarcas nos<br />

vários rincões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e na capital.<br />

Este trabalho articula<strong>do</strong> entre os três<br />

po<strong>de</strong>res <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, seguramente trará<br />

para os pernambucanos melhores e mais


ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

ágeis serviços <strong>de</strong> justiça.<br />

Voltan<strong>do</strong> ao nosso homenagea<strong>do</strong> maior,<br />

queremos crer que por sua inquestionável<br />

vitalida<strong>de</strong> e pelo seu assombroso pen<strong>do</strong>r<br />

para o trabalho, este vocaciona<strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r<br />

e exemplar administra<strong>do</strong>r não possa<br />

concordar com este tradicional critério <strong>de</strong><br />

aposenta<strong>do</strong>ria compulsória, para alguns<br />

conheci<strong>do</strong> pejorativamente como<br />

“expulsória”.<br />

Justamente quan<strong>do</strong> mais se po<strong>de</strong> dar <strong>de</strong><br />

si quan<strong>do</strong> a experiência - mãe da<br />

sabe<strong>do</strong>ria e guia da ciência - atinge seu<br />

apogeu, sobrevém o abrupto <strong>de</strong>senlace<br />

entre o homem e o trabalho.<br />

O vigor po<strong>de</strong> virar in<strong>do</strong>lência, a luta inércia<br />

e o i<strong>de</strong>al morrer <strong>de</strong> tédio. Assim <strong>de</strong>finiu<br />

este momento <strong>de</strong> transição o meu<br />

sau<strong>do</strong>so avô - também juiz - Joaquim<br />

Coelho Brandão no seu discurso<br />

centenário <strong>de</strong> vida.<br />

Reclamava aquele eterno magistra<strong>do</strong> com<br />

lirismo e sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> 3 décadas <strong>de</strong><br />

inativida<strong>de</strong>, longe <strong>do</strong> fórum, <strong>do</strong>s<br />

processos e das leis. A falta <strong>de</strong> novos<br />

horizontes, nos longíguos e atrasa<strong>do</strong>s<br />

sertões <strong>do</strong>s anos 40 <strong>de</strong>dicou-se à poesia<br />

para não permitir, como afirmava, que o<br />

espírito pu<strong>de</strong>sse ser também corroí<strong>do</strong><br />

pelo tédio. Costumava varar as<br />

madrugadas para ser flagra<strong>do</strong> <strong>de</strong>bruça<strong>do</strong><br />

sobre a velha escrivaninha, quan<strong>do</strong> o sol<br />

já projetava seus raios.<br />

Sua lira legou-nos outras lições <strong>de</strong> vida.<br />

Afirmou com segurança e convicção no<br />

soneto intitula<strong>do</strong> “velhice antes <strong>do</strong>s cem<br />

não é senão <strong>do</strong>ença”, que não po<strong>de</strong> haver<br />

limite na ida<strong>de</strong> biológica para frustrar a<br />

inteligência e a ação - forças naturais <strong>do</strong><br />

homem. Deu provas ele próprio: faleceu<br />

plenamente lúci<strong>do</strong> aos 108 anos. Não se<br />

prestou senão na mesma noite <strong>do</strong> seu<br />

passamento.<br />

São exemplos como este, Senhores<br />

Deputa<strong>do</strong>s, caro homenagea<strong>do</strong>, que nos<br />

trazem a certeza <strong>de</strong> que se uma carreira<br />

se encerra por questões convencionais<br />

formalizadas por lei, o homem <strong>de</strong>ve seguir<br />

no seu caminhar transcen<strong>de</strong>ntal, com sua<br />

natureza, sua inteligência, sua força,<br />

capazes <strong>de</strong> o levar a novas jornadas por<br />

outras estradas da vida.<br />

Com certeza os pernambucanos ainda<br />

colherão outros frutos <strong>de</strong>sta boa árvore,<br />

<strong>de</strong> tronco re<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> pela experiência, <strong>de</strong><br />

ramos viçosos pelo humanismo<br />

imorre<strong>do</strong>uro.<br />

O Sr. PRESIDENTE - Queremos registrar<br />

também a presença <strong>do</strong>s Exmos. Srs. Dr.<br />

Airton Marques Men<strong>de</strong>s, Superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, Dr. Adauto Gue<strong>de</strong>s<br />

Barbosa Coelho, representan<strong>do</strong> o Exmo.<br />

Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Dr. Danilo Campos.<br />

Conce<strong>do</strong> a Palavra ao Desembarga<strong>do</strong>r Dr.<br />

João David <strong>de</strong> Souza Filho.<br />

O Sr. Des. Dr. JOÃO DAVID DE SOUZA<br />

FILHO - Exmo. Deputa<strong>do</strong> Geral<strong>do</strong><br />

Barbosa, Senhor Presi<strong>de</strong>nte da<br />

Assembléia <strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Pernambuco</strong>; Exmo. Senhor Dr. Marcos<br />

da Costa Cabral, Secretário da Justiça e<br />

representante <strong>do</strong> Exmo. Senhor<br />

Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>; Ilmo. Senhor<br />

General Ney da Silva Oliveira -<br />

Comandante da 7ª Região Militar; Exmo.<br />

Dr. .Presi<strong>de</strong>nte da OAB Sessão <strong>de</strong><br />

<strong>Pernambuco</strong>, Dr. Jorge Neves; Exmos.<br />

Senhores Deputa<strong>do</strong>s; Exmos. Senhores<br />

Desembarga<strong>do</strong>res; Exmos. Senhores<br />

Juízes <strong>de</strong> Direito; Senhores Advoga<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Ministério Público, <strong>de</strong>mais outras<br />

Autorida<strong>de</strong>s e Personalida<strong>de</strong>s aqui<br />

presentes; minhas Senhoras e meus<br />

Senhores.<br />

(Lê):<br />

Seja a minha palavra a <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento<br />

pessoal ao eminente Deputa<strong>do</strong> Aníbal<br />

Caribé, e a pronuncio com a verticalida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong> gratidão, pela autoria da<br />

indicação <strong>de</strong>sta homenagem que me é<br />

prestada. Incentiva o espírito e é<br />

referencial a qualquer magistra<strong>do</strong>, a<br />

dividin<strong>do</strong> com toda a magistratura.<br />

Conforta-me e responsabiliza-me o fato <strong>de</strong><br />

a indicação ter si<strong>do</strong> subscrita com a<br />

unanimida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s seus ilustres pares.<br />

Em meio à Assembléia <strong>do</strong> povo, diante da<br />

representação fundamental que<br />

caracteriza, na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />

eminente parlamentar, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que<br />

“torna semelhante o homem ao homem<br />

como ao próprio irmão”, quan<strong>do</strong> o povo <strong>do</strong><br />

459


460<br />

ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

meu Esta<strong>do</strong> aqui está indissoluvelmente<br />

presente, por inteiro, creio que o melhor<br />

mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer esta homenagem é o<br />

<strong>de</strong>, aconselhan<strong>do</strong>-me com os indicativos<br />

essenciais <strong>do</strong> seu significa<strong>do</strong>, dan<strong>do</strong>-lhe a<br />

dimensão ritual a<strong>de</strong>quada, entendê-la<br />

como verda<strong>de</strong>iro sacramento <strong>de</strong> fé na<br />

Justiça e, por isso, prestar contas ao<br />

povo, celebran<strong>do</strong>, com ele, nesta hora, o<br />

cumprimento <strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres.<br />

Deus nunca impõe um <strong>de</strong>ver sem dar o<br />

tempo para fazê-lo, como reconheceu<br />

RUSKIN; tu<strong>do</strong> tem o seu tempo <strong>de</strong><br />

termina<strong>do</strong>, e nesse tempo eclesiástico,<br />

on<strong>de</strong> há tempo para to<strong>do</strong>s os propósitos,<br />

busquei saber fazer cabedal <strong>do</strong> tempo e<br />

não o consumir em vão, para haver tempo<br />

bastante; convicto <strong>de</strong> que a natureza <strong>do</strong><br />

homem é capaz e a quem é solícito e<br />

resolvi<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> proclamou<br />

FRANCESCO GUICCIARDINI, “seus atos<br />

produzem admiravelmente”, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

das limitações temporais.<br />

O tempo pássaro, que não subtrai, antes<br />

conce<strong>de</strong> e acresce, foi fiel a quem <strong>de</strong>le<br />

não abusou; suas horas foram propícias, e<br />

a soma <strong>do</strong>s seus dias fizeram mais que o<br />

tempo passa<strong>do</strong>, fizeram o futuro. Em<br />

cento e trinta e seis dias <strong>de</strong><br />

Administração, completa<strong>do</strong>s hoje, pouco<br />

mais <strong>de</strong> quatro meses, no coman<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Po<strong>de</strong>r Judiciário, tenho na percepção <strong>do</strong><br />

tempo o sentimento <strong>de</strong> que ele não<br />

escoou. Está esse tempo inteiramente<br />

con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> e incorpora<strong>do</strong> nas obras que<br />

pu<strong>de</strong> realizar, tempo que não foge ou se<br />

refugia no passa<strong>do</strong>, é tempo construí<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> missão cumprida e que se torna<br />

corolário <strong>de</strong> mudanças porque aproximou<br />

o futuro e enriqueceu o presente.<br />

Presente <strong>de</strong> uma Justiça mais presente.<br />

Futuro <strong>de</strong> uma Justiça melhor.<br />

Foi um tempo <strong>de</strong> trabalho, “trabalho que é<br />

o amor feito visível”, amor <strong>do</strong> próximo no<br />

senti<strong>do</strong> crístico e teologal, que implica<br />

uma absoluta (...) <strong>de</strong> Justiça, posto que a<br />

fórmula <strong>do</strong> Levítico – “ama a teu próximo<br />

como a ti mesmo” (19,18) sintetiza to<strong>do</strong>s<br />

os <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> Justiça. Foi um tempo <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> o papel estratégico no<br />

processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar uma nova Justiça<br />

não se limitou à forma sem preten<strong>de</strong>r o<br />

conteú<strong>do</strong>. Foi um tempo <strong>de</strong> paradigmas,<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> prática efetiva das aspirações<br />

superiores a serviço <strong>do</strong> interesse público.<br />

É fácil intuir esse tempo, to<strong>do</strong> volta <strong>do</strong> aos<br />

que mais estão em necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Justiça, no acervo <strong>de</strong> novas Comarcas<br />

instaladas, a consolidar uma integração<br />

vital da Justiça com o povo, e em maior<br />

i<strong>de</strong>ntificação com aqueles que sofrem a<br />

pobreza e nenhum acesso dispunham<br />

para viabilizar o exercício <strong>de</strong> direitos,<br />

dimanan<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>sígnio, uma<br />

prestação jurisdicional assegurada aos<br />

mais fracos e esqueci<strong>do</strong>s. Os municípios<br />

<strong>de</strong> Ferreiros, Ibirajuba, Itaíba, Maraial,<br />

São Vicente Férrer, Santa Maria <strong>do</strong><br />

Cambucá e Primavera, tiveram suas<br />

Comarcas finalmente instaladas,<br />

prepon<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o fato <strong>de</strong> Itaíba e Maraial,<br />

<strong>de</strong>ntre estas sete comunida<strong>de</strong>s, terem<br />

suas Comarcas criadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981.<br />

Para compreen<strong>de</strong>r a introdução <strong>do</strong><br />

Judiciário na vida cotidiana <strong>do</strong>s antigos<br />

Termos <strong>de</strong> Comarcas, quan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas classes sociais se privavam,<br />

até então, carentes e impedidas, <strong>de</strong> levar<br />

ao Judiciário a apreciação <strong>do</strong>s seus<br />

conflitos; os subalternos da <strong>de</strong>svantagem<br />

econômica não obtinham os meios <strong>de</strong><br />

formular as suas pretensões e o alto custo<br />

<strong>de</strong> uma prestação jurisdicional dirigida à<br />

distância restringia o acesso ao aparelho<br />

judicial, explícitos são os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

uma Justiça com se<strong>de</strong> local. O Judiciário<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser socialmente elitista, o juiz já<br />

não é mais a autorida<strong>de</strong> eqüidistante, a<br />

socieda<strong>de</strong> politicamente organizada<br />

alcança a sua maturida<strong>de</strong>, os obstáculos o<br />

postos à obtenção <strong>de</strong> Justiça são<br />

<strong>de</strong>moli<strong>do</strong>s. O i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>mocrático é atingi<strong>do</strong>.<br />

Esta Justiça emergente nas novas<br />

Comarcas assiste à liberda<strong>de</strong>, ao<br />

patrimônio e à dignida<strong>de</strong> das pessoas; é<br />

pressuposto <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização.<br />

Estabelece equilíbrio, segurança e relação<br />

i<strong>de</strong>al entre os homens; constitui cidadania,<br />

assegura o controle social, narra uma<br />

nova História <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>.<br />

Solidário, e persistente <strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres, na<br />

concepção kantiana <strong>de</strong> uma justiça como<br />

respeito, aquela garanti<strong>do</strong> rádios direitos<br />

individuais on<strong>de</strong> a pessoa é um fim em si<br />

mesma , percorri o Esta<strong>do</strong>, venci<br />

quilômetros, an<strong>de</strong>i cida<strong>de</strong>s, estruturan<strong>do</strong> o


ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

Po<strong>de</strong>r Judiciário para que ele pu<strong>de</strong>sse ir<br />

além <strong>de</strong> alguns e encontrasse a to<strong>do</strong>s. Em<br />

re<strong>de</strong>scobrin<strong>do</strong>-se cada um no seu valor <strong>de</strong><br />

sujeito, ofereci-lhes uma Justiça que <strong>de</strong>les<br />

se ocupe em presença protetiva mais<br />

constante e permanente.<br />

Peregrinação <strong>de</strong> contributo, no que se<br />

tornou possível concretizar, em ampliação<br />

<strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> Justiça,<br />

atenta a uma inexorável responsabilida<strong>de</strong><br />

com a dignida<strong>de</strong> humana, foi uma<br />

peregrinação pascal, <strong>de</strong> esperança,<br />

penetrada, sobremo<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s esforços e da<br />

<strong>de</strong>terminação que lograram, em quatro<br />

meses, somar novas sete Comarcas às<br />

anteriores sete Comarcas instaladas nos<br />

últimos <strong>do</strong>is biênios e totalizar, <strong>de</strong><br />

conseguinte, 124 Comarcas existentes, no<br />

interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> a organização<br />

judiciária.<br />

Nessa peregrinação, pu<strong>de</strong> sentir o Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário proclama<strong>do</strong>, novo e edificante.<br />

Naquelas cida<strong>de</strong>s vestidas <strong>de</strong> festa,<br />

percebi, sobretu<strong>do</strong>, o júbilo <strong>do</strong>s humil<strong>de</strong>s,<br />

que enten<strong>de</strong>ram, afinal, que a Justiça á<br />

possível e se acha ao alcance <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s,<br />

em confiada expectação das garantias <strong>de</strong><br />

seus direitos.<br />

Por outra parte, é preciso também o relato<br />

<strong>de</strong> que a par <strong>de</strong>sta dinâmica <strong>de</strong><br />

autonomização judiciária, no atingimento a<br />

municípios que se tornaram Comarcas,<br />

novas Varas foram instaladas nos<br />

municípios <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

populacional, a permitir a repartição <strong>do</strong>s<br />

trabalhos forenses e com o principal efeito<br />

<strong>de</strong> melhorar a produção judicante.<br />

I<strong>de</strong>ntificada na morosida<strong>de</strong> da prestação<br />

jurisdicional a principal <strong>de</strong>ficiência <strong>do</strong><br />

sistema <strong>de</strong> Justiça, em contraponto ao<br />

crescimento <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> processos,<br />

ano a ano, o número insuficiente <strong>de</strong> (...) e<br />

a vacância <strong>de</strong> cargos na magistratura, em<br />

percentual eleva<strong>do</strong>, constituíram<br />

fenômenos que <strong>de</strong>safiaram a<br />

Administração.<br />

De inicio, <strong>de</strong>frontarmo-nos com um quadro<br />

<strong>de</strong> quarenta e cinco (45) Varas em<br />

Comarcas <strong>do</strong> interior, apenas<br />

contextualizadas em leis que remontam a<br />

partir <strong>de</strong> 1981, sem a correspon<strong>de</strong>nte<br />

instalação, o que traz a lume a extensão<br />

<strong>de</strong> hiposuficiência da estrutura <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r,<br />

árduo problema <strong>de</strong> suas limitações <strong>de</strong><br />

funcionamento. Dar cumprimento aos<br />

dispositivos <strong>de</strong>ssas leis, para a instalação<br />

das Varas criadas, no interesse <strong>de</strong><br />

otimizar a realização da tarefa jurisdicional<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, obsolescente <strong>de</strong><br />

aparelhamento, constituiu-se numa das<br />

preocupações <strong>do</strong> dirigente <strong>de</strong> prazo curto,<br />

mas nem por isso inibi<strong>do</strong> pelo tempo<br />

exíguo. Conscientemente operei as<br />

responsabilida<strong>de</strong>s que me foram<br />

atribuídas, e o alcance da obra, nesse<br />

particular, registra um terço <strong>de</strong> Varas<br />

instaladas, exatamente quinze (15) até o<br />

presente momento, cumprin<strong>do</strong> a notar que<br />

outras quatro (04), na Comarca <strong>do</strong><br />

Paulista, serão instaladas no próximo dia<br />

25.<br />

Foram instaladas 2ªs. Varas por<br />

Distribuição nas Comarcas <strong>de</strong> Afoga<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> Ingazeira, Água Preta, Ararapina,<br />

Igarassu, Ouricuri, Surubim e Timbaúba,<br />

todas <strong>de</strong> 2ª Entrância, o que interimplica<br />

consi<strong>de</strong>rável implemento ao <strong>de</strong>sempenho<br />

judicial, através da divisão <strong>do</strong> trabalho,<br />

ensejan<strong>do</strong> maior celerida<strong>de</strong> das<br />

<strong>de</strong>mandas.<br />

Esse esforço concentra<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>scortinar,<br />

em raciocínio macro, o objetivo <strong>de</strong> melhor<br />

capacitar-se o Po<strong>de</strong>r Judiciário à sua<br />

nobilitante missão, refletiu, por igual,<br />

sobre o problema da criminalida<strong>de</strong><br />

grassante que atinge e vulnera a<br />

socieda<strong>de</strong> e o Esta<strong>do</strong>. Se à Justiça Penal<br />

não se lhe torna possível, por razões<br />

óbvias <strong>de</strong> sua específica tarefa, erradicar<br />

as causas complexas da criminalida<strong>de</strong>,<br />

multifacetadas em seus aspectos <strong>de</strong><br />

origem, há <strong>de</strong> ser conti<strong>do</strong>, todavia, o seu<br />

efeito multiplica<strong>do</strong>r, pela pronta resposta<br />

penal, não agravada pela <strong>de</strong>mora, não se<br />

<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> protair o andamento das ações<br />

penais.<br />

Imperativo que a gravida<strong>de</strong> da situação<br />

criminal <strong>de</strong> que se acomete as gran<strong>de</strong>s<br />

cida<strong>de</strong>s suscita uma ação catalítica da<br />

função judicante em área penal, mediante<br />

o serviço <strong>de</strong> Varas especializadas, com<br />

competência privativa, a assegurar com a<br />

mais plena efetivida<strong>de</strong> a pretensão<br />

punitiva <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, cumprimos, nesse fim,<br />

com a instalação <strong>de</strong> Varas criminais nas<br />

Comarcas <strong>do</strong> Cabo, Jaboatão, Palmares,<br />

461


462<br />

ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

Serra Talhada e Vitória <strong>de</strong> Santo Antão,<br />

<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser instaladas, ainda, nos<br />

próximos dias, duas varas criminais <strong>do</strong><br />

Paulista.<br />

No cômputo das Varas instaladas,<br />

registram-se, finalmente, a 5ª Vara Cível<br />

<strong>do</strong> Jaboatão, a Vara Privativa da Família,<br />

Infância e Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Petrolina, que por<br />

sua competência específica, reunin<strong>do</strong> ao<br />

la<strong>do</strong> das questões tratadas pelo Estatuto<br />

da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente, aquelas <strong>do</strong><br />

direito <strong>de</strong> família, da Assistência Judiciária<br />

na Comarca <strong>do</strong> Cabo, e a Vara Privativa<br />

da Assistência Judiciária na Comarca <strong>do</strong><br />

Cabo, e a Vara Privativa da Família,<br />

Infância e Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Petrolina, que por<br />

sua competência específica, reunin<strong>do</strong> ao<br />

la<strong>do</strong> das questões tratadas pelo Estatuto<br />

da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente, aquelas <strong>do</strong><br />

direito <strong>de</strong> família constitui-se em<br />

experiência mo<strong>de</strong>lo, a sugerir e estimular,<br />

em marcas <strong>de</strong> maior porte, a criação <strong>de</strong><br />

varas idênticas.<br />

Na Comarca <strong>do</strong> Recife, metrópole <strong>do</strong><br />

Nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> se alinham apenas trinta e<br />

duas varas Cíveis e <strong>de</strong>zoito criminais, com<br />

a tramitação <strong>de</strong> 210.519 processos, ao<br />

final <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, receben<strong>do</strong> no<br />

semestre corrente uma <strong>de</strong>manda superior<br />

a cinqüenta mil novas ações, os serviços<br />

da Justiça reclamam espaço vital para a<br />

multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Varas e <strong>de</strong> Juízes e<br />

tornadas ao exercício jurisdicionalizante<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Juiz, a colimar um atendimento<br />

satisfatório <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong>.<br />

Nossa responsabilida<strong>de</strong> cívica e<br />

institucional nos impõe, nesta hora,<br />

lembrar o novo prédio <strong>do</strong> Fórum da<br />

Capital inacaba<strong>do</strong>, inerte no estágio das<br />

fundações feitas, alicerces <strong>de</strong> uma obra<br />

que não prosperou, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> assente a<br />

urgente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser retomada a<br />

sua construção, paralisada há mais <strong>de</strong><br />

quatro anos, como já assinalei em outras<br />

oportunida<strong>de</strong>s.<br />

A se consi<strong>de</strong>rar que a expansão<br />

quantitativa <strong>do</strong>s litígios não se coaduna<br />

com a insuficiência <strong>de</strong> Varas, e que<br />

melhor se constrói a legitimida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Judiciário junto ao povo mediante uma<br />

Justiça expedita, procurei minimizar o<br />

impacto corrosivo sobre o aparelho judicial<br />

que os efeitos disfuncionais <strong>de</strong> uma<br />

estrutura forense incipiente tem causa<strong>do</strong>.<br />

Não vacilei, para tanto, em fragmentar o<br />

Fórum “Paula Baptista”, mais uma vez,<br />

crian<strong>do</strong> um terceiro Anexo, em sobreloja<br />

<strong>do</strong> Prédio da Procura<strong>do</strong>ria Geral <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, antigo prédio <strong>do</strong> Ipsep, à Rua <strong>do</strong><br />

Sol, ali passan<strong>do</strong> a funcionar sete Varas.<br />

O investimento na idéia <strong>de</strong> que novas<br />

perspectivas <strong>de</strong> aperfeiçoamento<br />

judiciário, compatíveis com a reclama da<br />

mo<strong>de</strong>rnização da Justiça, <strong>de</strong>vam ser, <strong>de</strong><br />

pronto, abertas, animou-nos a esta<br />

alternativa.<br />

Nesse contexto, <strong>de</strong>z (10) novas Varas na<br />

Capital estão concretizadas, o que<br />

representa acréscimo <strong>de</strong> 20% na estrutura<br />

judiciária <strong>do</strong> fórum recifense, que<br />

dispunha <strong>de</strong> cinqüenta varas; valen<strong>do</strong><br />

ressaltar que sen<strong>do</strong> oito Varas Cíveis<br />

<strong>de</strong>ntre as novas, a ampliação nessa área<br />

correspon<strong>de</strong> a 25% <strong>do</strong> conjunto até então<br />

existente. Estão a funcionar a 4ª e 5ª<br />

Varas da Fazenda Pública Estadual e<br />

serão instaladas, sexta-feira próxima,<br />

quatro Varas Cíveis por Distribuição e a 3ª<br />

Vara <strong>de</strong> Sucessões e Registros Públicos,<br />

todas criadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981, além da 6ª<br />

Vara da Fazenda Estadual, a 2ª da<br />

Execução Penal e uma Vara criminal<br />

privativa para processar os crimes contra<br />

a Administração Pública e Economia<br />

Popular, criadas pelas recentes Leis<br />

n°s.10.756 e 10.757, <strong>de</strong> 12 <strong>do</strong> mês<br />

corrente.<br />

Nesta práxis reforma<strong>do</strong>ra da Justiça<br />

estadual cumprimos segmento<br />

significativo para o seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, que entreabre o futuro,<br />

estabelece fronteiras, visualiza<br />

transformações. Instaladas sete novas<br />

Comarcas e vinte e nove novas Varas, eis<br />

a visão otimista da ampliação <strong>do</strong><br />

Judiciário.<br />

Matrizes <strong>de</strong> suma importância <strong>de</strong>sse<br />

mo<strong>de</strong>lo, estão instituídas, também no<br />

plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico das<br />

ativida<strong>de</strong>s judiciárias. As novas Varas da<br />

Capital instaladas se apresentam<br />

informatizadas, inician<strong>do</strong>-se o processo <strong>de</strong><br />

automação cartorária, mediante o<br />

emprego <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> última<br />

geração. Com efeito, o uso da informática<br />

jurídica <strong>de</strong> gestão, por seus diversos


ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

aplicativos, com a or<strong>de</strong>nação sistemática<br />

<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r,<br />

contribuirá para a dinâmica operacional <strong>do</strong><br />

sistema <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> Justiça.<br />

Doutro turno, os serviços <strong>de</strong> informática<br />

também foram amplia<strong>do</strong>s, em se<strong>de</strong> da<br />

segunda instância, implantan<strong>do</strong>-se o<br />

sistema REINPAC, que permitirá o acesso<br />

a diversas informações, <strong>de</strong> forma<br />

integrada, com a consulta sobre julga<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> diversos Tribunais Estaduais e<br />

Tribunais Superiores.<br />

No trabalho <strong>de</strong> razão esclarecida pela fé<br />

em prover a Justiça <strong>do</strong> meu Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

uma realida<strong>de</strong> nova, várias foram as<br />

diretivas, diversificadas foram às obras;<br />

unas, porém, no <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato, sob a forte<br />

inferência <strong>de</strong> que a vida e vocação e mais<br />

se aperfeiçoa, no i<strong>de</strong>ário que a sustenta.<br />

Prepon<strong>de</strong>rante, ainda, a criação <strong>de</strong> três<br />

(3) novos Juiza<strong>do</strong>s Especiais <strong>de</strong><br />

Pequenas Causas, o terceiro da Comarca<br />

<strong>do</strong> Recife e nas Comarcas <strong>de</strong> Camaragibe<br />

e <strong>do</strong> Cabo.<br />

A instituição <strong>do</strong>s Juiza<strong>do</strong>s Especiais<br />

representa a <strong>de</strong>sformalização <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminadas controvérsias em áreas<br />

específicas da Justiça civil, sem perda da<br />

unida<strong>de</strong> juridico-institucional <strong>do</strong> Judiciário,<br />

tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> uma forma alternativa <strong>de</strong><br />

composição <strong>de</strong> conflitos segun<strong>do</strong> um<br />

sistema judiciário simplifica<strong>do</strong>. O seu<br />

significa<strong>do</strong> político-social não o torna uma<br />

Justiça paralela, é sobretu<strong>do</strong>, sim, um<br />

Judiciário <strong>de</strong>mocratica<strong>do</strong> na expressão<br />

maior da teleologia que o fundamenta<br />

como Po<strong>de</strong>r, a força expansiva <strong>do</strong><br />

Judiciário ao encontro <strong>do</strong> povo, menos<br />

judicioso, mais po<strong>de</strong>roso.<br />

Cumpre-me, por <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro, situar a<br />

criação <strong>de</strong> Vara Criminal privativa para<br />

processar e julgar os crimes pratica<strong>do</strong>s<br />

contra a criança e o a<strong>do</strong>lescente, na<br />

Comarca <strong>do</strong> Recife, contida na Lei n°<br />

10.756, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> junho corrente, além <strong>de</strong><br />

outras ali previstas. Esta Vara, pioneira na<br />

organização judiciária da justiça <strong>do</strong> país,<br />

reflexa <strong>de</strong> uma tragédia urbana que<br />

violenta e assassina menores, órfãos <strong>de</strong><br />

nação, tem a sua existência a <strong>de</strong>monstrar<br />

que o Po<strong>de</strong>r Judiciário volta-se mais<br />

objetivamente para a realida<strong>de</strong> social,<br />

com consciência crítica <strong>de</strong> seu relevante<br />

papel.<br />

Sr. Presi<strong>de</strong>nte, Senhores Deputa<strong>do</strong>s.<br />

Esta satisfação pública, <strong>de</strong> nosso<br />

trabalho, na Presidência <strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong><br />

Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e na chefia <strong>do</strong> Judiciário<br />

estadual, durante curto perío<strong>do</strong>, que se<br />

virtualiza através <strong>do</strong>s mais autênticos<br />

representantes <strong>do</strong> povo, não só <strong>de</strong>corre<br />

<strong>do</strong> imperativo categórico <strong>de</strong> ministra<strong>do</strong> o<br />

Po<strong>de</strong>r, cumprir a quem o exerce, dar<br />

contas e transparência <strong>de</strong> suas ações.<br />

Duas razões outras a justificam.<br />

Tenho-a como momento histórico que<br />

mais entrelaça e fraterniza <strong>do</strong>is Po<strong>de</strong>res<br />

constituí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

E quero, fazê-la, também, como gesto <strong>de</strong><br />

afeição, <strong>de</strong> respeito e <strong>de</strong> homenagem a<br />

esta Augusta Casa, que na esfera <strong>de</strong> sua<br />

competência, assume, com eleva<strong>do</strong><br />

espírito público, uma responsabilização<br />

jurisdicional, ao legislar nos interesses <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>-Juiz.<br />

Deus os mantenha sempre ilumina<strong>do</strong>s.<br />

O Sr. PRESIDENTE - Agra<strong>de</strong>ço a<br />

presença das autorida<strong>de</strong>s aqui presentes<br />

e <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os que abrilhantaram essa<br />

Reunião e convi<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s para ouvirem o<br />

Hino Nacional.<br />

(Ouve-se a execução <strong>do</strong> Hino Nacional<br />

por uma Fração da banda <strong>de</strong> música da<br />

Polícia Militar.)<br />

O Sr. PRESIDENTE - Nada mais haven<strong>do</strong><br />

a tratar, encerro a presente reunião,<br />

convocan<strong>do</strong> outra para o dia vinte e <strong>do</strong>is<br />

(22) <strong>de</strong> junho, à hora regimental, com a<br />

seguinte Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> Dia.<br />

Discussão Única <strong>do</strong> Parecer n° 1365.<br />

Autora: Comissão <strong>de</strong> Redação <strong>de</strong> Leis.<br />

Oferece Redação Final ao Projeto <strong>de</strong> Lei<br />

n° 450, oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Executivo, que<br />

dispõe sobre a classificação das Escolas,<br />

as gratificações para Diretores e Chefes<br />

<strong>de</strong> Secretaria e dá outras providências.<br />

Primeira Discussão <strong>do</strong> Substitutivo ao<br />

Projeto n° 309.<br />

Autora: Mesa Diretora.<br />

Cria a Assistência Militar da Assembléia<br />

<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> e<br />

463


464<br />

ANAIS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE PERNAMBUCO<br />

dá outras providências.<br />

Regime <strong>de</strong> urgência.<br />

Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pareceres das 1ª, 2ª e 3ª<br />

Comissões.<br />

Primeira Discussão <strong>do</strong> Projeto n° 454.<br />

Autor: Po<strong>de</strong>r Executivo.<br />

Autoriza a abertura <strong>de</strong> crédito especial ao<br />

Orçamento Fiscal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no Valor <strong>de</strong><br />

358 milhões <strong>de</strong> cruzeiros, em favor da<br />

Secretaria <strong>de</strong> Transportes, Energia e<br />

Comunicações.<br />

Regime <strong>de</strong> urgência.<br />

Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pareceres n°s 1ª, 2ª e 3ª<br />

Comissões.<br />

Primeira Discussão <strong>do</strong> Projeto n° 455.<br />

Autor: Po<strong>de</strong>r Executivo.<br />

Reajusta valores <strong>de</strong> vencimento <strong>do</strong>s<br />

cargos efetivos <strong>do</strong> quadro permanente <strong>de</strong><br />

pessoal <strong>do</strong> serviço civil <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r<br />

Executivo, <strong>de</strong> símbolos NU-6, NU-7 e NU-<br />

8; SM-1, SM-2 e SM-3, SO-1, SO-2 e SO-<br />

3, e dá ouras providências.<br />

Regime <strong>de</strong> urgência.<br />

Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pareceres das 1ª, 2ª e 3ª<br />

Comissões.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!