Relatório Planeta Vivo 2010 - WWF
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Capítulo 2: Viver no nosso <strong>Planeta</strong><br />
No entanto, numa reunião de peritos da FAO em 2009 sobre<br />
como alimentar o mundo em 2050, concluiu-se que os<br />
aumentos de produtividade das culturas agrícolas serão<br />
apenas metade (e não o dobro) das previstas, e que a<br />
comunidade cientifica precisará de intensificar esforços para<br />
aumentar os rendimentos agrícolas num ambiente não muito<br />
favorável em termos agro-ecológicos e socioeconómicos nos<br />
países onde a procura por solos para produção de alimento<br />
ocorrerá (FAO 2009a).<br />
As alterações climáticas poderão trazer ainda piores notícias.<br />
Segundo os resultados produzidos pelo Instituto Internacional<br />
de Investigação de Políticas Alimentares (IFPRI), as alterações<br />
climáticas causarão reduções de produtividade nas culturas<br />
mais importantes e o sul da Ásia (em particular as culturas<br />
irrigadas) serão particularmente afectadas (Nelson, G.C. et al.<br />
2009). Desta forma, apesar dos rendimentos das culturas<br />
poderem vir a duplicar, o esforço do sector agrícola poderá ser<br />
contrabalançado pelas alterações climáticas ou serem<br />
restringidos por factores socioeconómicos ou políticos.<br />
Qual a população mundial em 2050?<br />
O presente relatório utiliza os valores medianos de previstos<br />
para a população mundial pelas estatísticas oficiais da ONU.<br />
Estes valores são usados em todos os modelos. As estimativas<br />
da ONU consideram uma população mundial de quase 9,2 mil<br />
milhões de habitantes em 2050 (UN 2008) e de uma<br />
população estabilizada em 9.22 mil milhões de habitantes<br />
em2075 ou próximo deste ano (UN 2004). As estimativas da<br />
ONU para a população mundial em 2050 variam de 7,8 a 10,9<br />
mil milhões (UN 2006).<br />
O papel das cidades no desenvolvimento<br />
sustentável<br />
As cidades são já uma fonte de 80% de emissões de CO2 a nível<br />
global, percentagem que irá aumentar nos próximos anos à<br />
medida que mais pessoas se mudam para as cidades à procura<br />
de estilos de vida mais prósperos.<br />
Ao expandirem-se as cidades utilizam mais espaço e recursos.<br />
Um estudo recente na Tanzânia mostrou como a expansão da<br />
cidade Dar es Salaam levou a ciclos de degradação da floresta e<br />
perda de biodiversidade até 9 km de distância desta cidade em<br />
cada ano (Ahrends, A. et al. In press). As autoridades e<br />
habitantes citadinos podem desempenhar um papel<br />
fundamental na preservação da biodiversidade global, reduzindo<br />
a Pegada Ecológica e melhorando o bem-estar social e a<br />
prosperidade. Os habitantes das cidades poderão desempenhar<br />
papel importante na redução da pegada de carbono – incluindo<br />
ao nível das importações de emissões “virtuais”. Colectivamente,<br />
as cidades têm uma oportunidade única de fazer um impacte nos<br />
próximos 30 anos, durante os quais cerca de 350 mil milhões de<br />
dólares serão investidos em infra-estruturas urbanas a nível<br />
mundial. Estes fundos poderiam ser usados no desenvolvimento<br />
de estilos de vida “Um <strong>Planeta</strong>” numa escala alargada, em<br />
particular nas cidades mais pequenas em rápida expansão e nas<br />
nações em desenvolvimento (<strong>WWF</strong> <strong>2010</strong>).