Relatório Planeta Vivo 2010 - WWF
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Centrando atenções no<br />
futuro<br />
_________________<br />
O <strong>Relatório</strong> <strong>Planeta</strong> <strong>Vivo</strong> <strong>2010</strong> relaciona o Índice <strong>Planeta</strong><br />
<strong>Vivo</strong> – uma medida da saúde da biodiversidade mundial<br />
– com a Pegada Ecológica e a Pegada da Água – medidas<br />
da pressão da humanidade sobre os recursos naturais da<br />
Terra.<br />
Estes indicadores demonstram claramente que a procura<br />
de riqueza e bem-estar, sem precedentes dos últimos 40<br />
anos, coloca pressões insustentáveis sobre o nosso<br />
planeta. A Pegada Ecológica mostra uma duplicação das<br />
nossas demandas sobre o mundo natural desde os anos<br />
60, enquanto o Índice <strong>Planeta</strong> <strong>Vivo</strong> regista uma queda de<br />
30% na saúde das espécies que são a base dos serviços<br />
dos ecossistemas dos quais todos dependemos.<br />
O rápido crescimento económico tem alimentado uma<br />
sempre crescente procura por recursos – alimento e<br />
bebida, energia, transporte e produtos electrónicos,<br />
espaço para viver e espaço para depositar resíduos, em<br />
particular o dióxido de carbono resultante da queima de<br />
combustíveis fósseis. Como esta procura não pode mais<br />
ser satisfeita a partir dos territórios nacionais, ela solicita<br />
cada vez mais das outras partes do mundo. Os efeitos são<br />
claramente visíveis nos Índices <strong>Planeta</strong> <strong>Vivo</strong> para o<br />
mundo tropical e para os países mais pobres, tendo<br />
ambos caído cerca de 60% desde 1970.<br />
Ao longo do mesmo período, a Pegada Ecológica das<br />
nações mais ricas aumentou cerca de 50%, enquanto a<br />
dos países intermédios e mais pobres se manteve estável.<br />
Mostra-se também que há medida que os países se<br />
desenvolvem, a pressão exercida pelas pessoas sobre o<br />
mundo natural começam a exceder os níveis<br />
sustentáveis.<br />
Isto levanta questões sobre como podemos adaptar os<br />
nossos estilos de vida e definições de desenvolvimento<br />
para incluir os imperativos de conservar os recursos<br />
naturais do mundo, vivendo com a sua capacidade<br />
regenerativa e estimando o real valor dos bens e serviços<br />
que eles fornecem.<br />
A crise económica dos últimos dois anos constitui uma<br />
oportunidade de reavaliar atitudes fundamentais quanto<br />
ao uso dos recursos naturais do mundo. Existem algumas<br />
oportunidades verdes de mudança. A iniciativa de<br />
Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade está a<br />
chamar a atenção para os benefícios económicos globais<br />
da biodiversidade, realçando os crescentes custos da<br />
perda de biodiversidade e degradação dos ecossistemas.<br />
O Programa Ambiental das Nações Unidas e a<br />
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />
Económico trabalham arduamente para promover a<br />
economia verde. Um crescente número de pescadores,<br />
produtores e comerciantes de madeira, soja e óleo de<br />
palma estão a trabalhar para pôr as suas actividades no<br />
caminho da sustentabilidade. E mil milhões de pessoas,<br />
em 128 países, demonstraram o seu apoio à mudança ao<br />
aderirem à Hora do <strong>Planeta</strong> <strong>2010</strong>.<br />
Existem muitos desafios à nossa frente – um deles<br />
satisfazer as necessidades duma crescente população<br />
mundial. Isto apenas enfatiza a necessidade de separar o<br />
desenvolvimento das crescentes pressões sobre os<br />
recursos naturais. Posto de forma simples, teremos de<br />
encontrar formas de conseguir tanto e mais a partir de<br />
menos. Continuar a consumir os recursos da Terra mais<br />
rapidamente do que eles conseguem renovar-se está a<br />
destruir os próprios sistemas de que dependemos. Temos<br />
de passar a gerir os recursos nos termos e escala da<br />
natureza.<br />
James P. Leape<br />
Director-Geral, <strong>WWF</strong> Internacional