Relatório Planeta Vivo 2010 - WWF
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Todas as atividades humanas fazem uso dos serviços dos<br />
ecossistemas - mas também podem exercer pressão sobre a<br />
biodiversidade que apóia esses serviços (Figura 3). As cinco<br />
maiores pressões diretas são:<br />
- A perda do habitat, alteração e fragmentação:<br />
principalmente através da conversão de terras para o cultivo,<br />
aquacultura, uso industrial ou urbano; a construção de<br />
barragens e outras alterações nos sistemas fluviais para<br />
irrigação, energia hidroeléctrica ou regulação de correntes e<br />
as actividades pesqueiras prejudiciais.<br />
- Sobre-exploração das populações de espécies<br />
selvagens: a colheita ou matança de animais ou plantas<br />
para alimentação, materiais ou remédios, a um ritmo<br />
superior à capacidade reprodutora dessas populações.<br />
- Poluição: principalmente da excessiva utilização de<br />
pesticidas na agricultura e aquacultura; efluentes<br />
urbanos e industriais e resíduos de mineração.<br />
- Alterações climáticas: devido ao aumento dos níveis de<br />
gases estufa na atmosfera, causado principalmente pela<br />
queima de combustíveis fósseis, desmatamento e<br />
processos Industriais.<br />
- Espécies invasoras: introdução de propósito ou<br />
inadvertidamente a partir de uma parte do mundo para<br />
outra e que se tornam espécies concorrentes, predadores<br />
ou parasitas de espécies nativas.<br />
Em grande parte, estas ameaças advêm da procura humana<br />
de alimentos, água, energia e materiais, bem como a<br />
necessidade de espaço para vilas, cidades e infra-estruturas.<br />
Essas exigências correspondem com alguns setores<br />
determinantes: agricultura, silvicultura, pesca, mineração,<br />
indústria, água e energia. Juntos, esses setores constituem os<br />
dirigentes indiretos da perda de biodiversidade.<br />
O tamanho dos seus impactos sobre a biodiversidade<br />
depende de três fatores: o número total de consumidores ou<br />
população, a quantia que cada pessoa consome; e a eficiência<br />
com que os recursos naturais são convertidos em bens e<br />
serviços.<br />
5<br />
PRINCIPAIS<br />
AMEAÇAS À<br />
BIODIVERSIDADE<br />
___________________<br />
133 000<br />
________________<br />
NÚMERO DE ÁREAS<br />
PROTEGIDAS EM 2009<br />
_________________<br />
A perda de biodiversidade pode degradar os ecossistemas e<br />
até, eventualmente, fazê-los entrar em colapso. Isso ameaça o<br />
fornecimento contínuo dos serviços dos ecossistemas, que por<br />
sua vez, ainda ameaça a biodiversidade e a saúde do<br />
ecossistema. Fundamentalmente, a dependência da sociedade<br />
humana sobre os serviços do ecossistema faz com que a perda<br />
desses serviços seja uma séria ameaça para o futuro bemestar<br />
e desenvolvimento de todas as pessoas em todo o<br />
mundo.<br />
Áreas Protegidas e Serviços do Ecossistema<br />
As áreas protegidas têm um papel vital em assegurar que os ecossistemas<br />
continuem a funcionar e prestar serviços de ecossistema, beneficiando as<br />
comunidades dentro dos limites da área protegida, nos ecossistemas<br />
adjacentes e de todo o mundo. Por exemplo, áreas marinhas protegidas<br />
podem garantir um abastecimento de alimentos nutritivos para as<br />
comunidades locais, assegurando a sustentabilidade das pescarias. Áreas<br />
protegidas terrestres podem garantir um abastecimento regular de água<br />
potável a jusante.<br />
Para proteger plenamente a biodiversidade que suporta serviços do<br />
ecossistema, uma coerente rede ecológica de áreas protegidas e de uso<br />
sustentável precisa ser criada em torno do mundo. Uma das principais<br />
características de uma rede ecológica é que ela visa estabelecer e manter<br />
as condições ambientais necessárias para a conservação da<br />
biodiversidade a longo prazo através de quatro funções:<br />
— A protecção de um conjunto de habitat suficientemente grande e de<br />
qualidade, para apoiar as populações das espécies em áreas centrais<br />
— Dar oportunidades de circulação e movimento entre essas reservas<br />
através de corredores<br />
— Proteger a rede contra atividades potencialmente prejudiciais e dos<br />
efeitos das alterações climáticas através de zonas-tampão<br />
— Promover formas sustentáveis de uso da terra dentro de áreas de uso<br />
sustentável<br />
A integração da conservação da biodiversidade com a utilização<br />
sustentável é, portanto, uma das características definidoras em criar e<br />
manter as redes ecológicas. As Redes Ecológicas podem ajudar a reduzir a<br />
pobreza através de subsistência melhorada. Um exemplo é o Corredor de<br />
Conservação Vilcabamba-Amboro no Peru e Equador, onde o apoio é<br />
dado para os empreendimentos de baixo impacto econômico, práticas de<br />
caça sustentável e o desenvolvimento do ecoturismo. Da mesma forma,<br />
no Terai Arc no Himalaia Oriental, cursos de educação e subsídios para a<br />
construção de currais foram proporcionados para os pastores de gado,<br />
juntamente com tipos melhorados de fogão em termos de eficiência de<br />
combustível (fogão ecológico) e de biodigestores.<br />
Redes Ecológicas também podem ajudar na adaptação às alterações<br />
climáticas através da redução da fragmentação ecológica e a melhoria da<br />
qualidade ecológica das áreas de uso múltiplo. Exemplos incluem o<br />
Gondwana Link no sudoeste da Austrália e da eco-região de Yellowstoneto-Yukon.