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Revista (PDF) - Universidade do Minho

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18<br />

DIACRÍTICA<br />

As figuras seguintes descrevem o efeito da escala epistêmica sobre<br />

o uso <strong>do</strong> futuro em COND (3.1) e PRINC (3.2) nos <strong>do</strong>is momentos.<br />

Fig. 3.1: Escala epistêmica e uso de FS<br />

em CONDICIONAIS - em <strong>do</strong>is momentos<br />

Fig. 3.2: Escala epistêmica e uso de FI<br />

em PRINCIPAIS - em <strong>do</strong>is momentos<br />

A figura 3.1 revela que de 1980 a 2000 não há mudanças significativas<br />

quanto às COND nem quanto as PRINC. Nas orações COND,<br />

nos <strong>do</strong>is momentos, há uma nítida distinção entre as COND possíveis<br />

e as demais. COND possíveis tendem a favorecer o futuro <strong>do</strong> subjuntivo<br />

(1980: FS = .65 vs. PI = .35; 2000: FS = .59 vs. PI = .41). Observa-se<br />

que, no polo aposto, COND reais o futuro <strong>do</strong> subjuntivo é simplesmente<br />

bloquea<strong>do</strong>. Visto por outro ângulo, o uso de presente <strong>do</strong> indicativo<br />

em COND reais é categórico. As COND prováveis ficam próximas<br />

das reais e também tendem a desfavorecer o futuro <strong>do</strong> subjuntivo<br />

(1980: FS = .11 vs. PI = .89; 2000: FS = .15 vs. PI = .85).<br />

É possível explicar funcionalmente a escala epistêmica: possível ><br />

provável > real. De acor<strong>do</strong> com os princípios da marcação e da iconicidade,<br />

conteú<strong>do</strong>s mais perceptíveis, cognitivamente mais accessíveis,<br />

são codifica<strong>do</strong>s por formas menos marcadas (Givón, 1995). Corroboran<strong>do</strong><br />

a atuação destes princípios (cf. Gryner, 1990, 1996 e 1998), a<br />

COND possível, que veicula conteú<strong>do</strong>s menos accessíveis, favorece o<br />

uso da forma mais marcada, o futuro <strong>do</strong> subjuntivo; a COND provável<br />

que veicula conteú<strong>do</strong>s habituais e genéricos, ocupa um lugar intermediário:<br />

embora admita o futuro <strong>do</strong> subjuntivo, favorece pronunciadamente<br />

o presente <strong>do</strong> indicativo. Por último, a COND real,que codifica<br />

informações recentes, disponíveis na memória de curto prazo e,<br />

portanto, facilmente acessíveis, exige como uso categórico a forma

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