04.07.2013 Views

Revista (PDF) - Universidade do Minho

Revista (PDF) - Universidade do Minho

Revista (PDF) - Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

28<br />

infinitivo -r, não apresentar outras marcas flexionais – é o chama<strong>do</strong><br />

infinitivo simples (cf. (1)) – ou pode apresentar morfemas de concordância<br />

de pessoa – é o chama<strong>do</strong> infinitivo flexiona<strong>do</strong> (cf. (2)):<br />

(1) a. (eu) quero cantar d. (nós) queremos cantar<br />

b. (tu) queres cantar e. (vós) quereis cantar / (vocês) querem cantar<br />

c. (ele) quer cantar f. (eles) querem cantar<br />

(2) a. …para eu cantar d. …para nós cantarmos<br />

b. …para tu cantares e. …para vós cantardes / para vocês cantarem<br />

c. …para ele cantar f. …para eles cantarem<br />

A forma flexionada e a não flexionada ocorrem geralmente em<br />

contextos sintácticos distintos (cf. Raposo 1987).<br />

Em variedades não standard <strong>do</strong> PE, morfemas de concordância<br />

de pessoa podem estar também associa<strong>do</strong>s ao gerúndio, seguin<strong>do</strong> o<br />

morfema -nd(o) (cf. (3) 3 ):<br />

(3) a. eu vin<strong>do</strong> d. nós vín<strong>do</strong>mos<br />

b. tu vin<strong>do</strong>s e. vós víndeis<br />

c. ele vin<strong>do</strong> f. eles vindem<br />

DIACRÍTICA<br />

Embora o IF esteja atesta<strong>do</strong> desde os primeiros <strong>do</strong>cumentos<br />

escritos em português, o mesmo não acontece com o GF. A existência<br />

desta forma no português aparece registada em monografias dialectais<br />

realizadas em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século 20 e em algumas publicações <strong>do</strong> início<br />

daquele século (ver referências bibliográficas), não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> encontradas,<br />

até à data, atestações em textos antigos. Mais recentemente,<br />

outros autores, como Mota (1997) e Ribeiro (2002b), dedicaram alguma<br />

atenção a este fenómeno.<br />

Para além <strong>do</strong> português, a existência de formas de gerúndio flexionadas<br />

em pessoa está <strong>do</strong>cumentada também em variedades dialectais<br />

<strong>do</strong> galego (Atlas Lingüístico Galego (ALGa): mapas 27-32, Carballo Calero<br />

1966, 1975; Carré Alvarellos 1967; Longa 1993, 1994) e no napolitano<br />

antigo (Loporcaro 1986, Vincent 1996 e 1998). Os paradigmas <strong>do</strong> GF<br />

destas variedades linguísticas diferem ligeiramente <strong>do</strong> paradigma <strong>do</strong><br />

português. No galego, só está registada concordância na primeira e<br />

segunda pessoas <strong>do</strong> plural (cf. (4)); no napolitano antigo, só está atestada<br />

concordância na primeira e terceira pessoas <strong>do</strong> plural (cf. (5)):<br />

3 Este paradigma foi retira<strong>do</strong> de uma monografia dialectal (Beira Baixa): Martins<br />

(1954).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!