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Revista (PDF) - Universidade do Minho

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44<br />

Para além destes 2 casos, há apenas 1 ocorrência fora da zona<br />

considerada – em Figueiró da Serra (ponto 14):<br />

(30) Eu explico aos meus filhos tu<strong>do</strong> isto, mas eles não ligam nada.<br />

Se não sen<strong>do</strong> este, eu já lhe digo, senhor, eles não ligam nada [FIG23]<br />

Assim, as orações gerundivas introduzidas por conectores típicos<br />

de <strong>do</strong>mínios finitos parecem ocorrer preferencialmente em localidades<br />

em que está disponível o GF. As ocorrências encontradas fora destas<br />

localidades não constituem necessariamente uma excepção, uma vez<br />

que, surgin<strong>do</strong> apenas formas verbais sem morfologia visível de concordância<br />

nos contextos relevantes, os da<strong>do</strong>s disponíveis não permitem<br />

afirmar que o GF não exista nestas localidades 12 .<br />

O facto de a presença de morfologia visível de concordância facilitar<br />

a ocorrência de conectores típicos de <strong>do</strong>mínios finitos não é<br />

estranho, uma vez que existe uma relação estrutural clara entre o<br />

<strong>do</strong>mínio funcional C e o <strong>do</strong>mínio flexional, como tem si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong><br />

por vários autores (cf. Rouveret 1980, Kayne 1982, Ambar 1988, Rizzi<br />

1997; e.o.).<br />

Os da<strong>do</strong>s dialectais, para além disso, corroboram a análise das<br />

orações gerundivas adjuntas como estruturas em que é projecta<strong>do</strong> o<br />

<strong>do</strong>mínio funcional C, e não apenas o <strong>do</strong>mínio flexional (Tempo/Aspecto<br />

e Concordância).<br />

6.2. Legitimação e identificação <strong>do</strong> sujeito<br />

DIACRÍTICA<br />

A função <strong>do</strong> morfema de concordância na legitimação <strong>do</strong> sujeito<br />

e na identificação de sujeitos nulos tem si<strong>do</strong> amplamente discutida na<br />

literatura, quer no âmbito da discussão em torno <strong>do</strong> infinitivo flexiona<strong>do</strong>,<br />

quer no âmbito da discussão em torno <strong>do</strong> parâmetro <strong>do</strong> sujeito nulo.<br />

Propostas como a de Raposo (1987) consideram que a concordância<br />

visível tem um papel importante na atribuição de Caso nominativo<br />

ao sujeito. Essa análise, proposta no quadro da teoria da regência e da<br />

ligação, baseia-se no funcionamento das orações infinitivas flexio-<br />

12 Se tivermos em conta as orações adjuntas com segunda pessoa <strong>do</strong> singular,<br />

primeira pessoa <strong>do</strong> plural ou terceira pessoa <strong>do</strong> plural, podemos verificar que não se<br />

encontram formas flexionadas de gerúndio nas seguintes localidades <strong>do</strong> Cordial-sin: 9,<br />

10, 11, 15, 16, 25, 31, 32, 37, 40, 41, 42. Para as restantes localidades, não surgem os<br />

contextos relevantes.

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