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AVALIAÇÃO DO DESGASTE DA FERRAMENTA DE METAL DURO ...

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PONTIFÍCIA UNIVERSI<strong>DA</strong><strong>DE</strong> CATÓLICA <strong>DE</strong> MINAS GERAIS<br />

Programa de pós-graduação em engenharia mecânica<br />

<strong>AVALIAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong><strong>DE</strong>SGASTE</strong> <strong>DA</strong> <strong>FERRAMENTA</strong> <strong>DE</strong><br />

<strong>METAL</strong> <strong>DURO</strong> REVESTI<strong>DA</strong> COM TiN NO<br />

FRESAMENTO <strong>DO</strong> AÇO ABNT4140 TEMPERA<strong>DO</strong> E<br />

REVENI<strong>DO</strong>, UTILIZAN<strong>DO</strong> DUAS FRESAS <strong>DE</strong><br />

DIÂMETROS DIFERENTES<br />

Belo Horizonte<br />

2010<br />

Vinícius Maia de Sá


Vinícius Maia de Sá<br />

<strong>AVALIAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong><strong>DE</strong>SGASTE</strong> <strong>DA</strong> <strong>FERRAMENTA</strong> <strong>DE</strong><br />

<strong>METAL</strong> <strong>DURO</strong> REVESTI<strong>DA</strong> COM TiN NO<br />

FRESAMENTO <strong>DO</strong> AÇO ABNT4140 TEMPERA<strong>DO</strong> E<br />

REVENI<strong>DO</strong>, UTILIZAN<strong>DO</strong> DUAS FRESAS <strong>DE</strong><br />

DIÂMETROS DIFERENTES<br />

Dissertação apresentada ao<br />

Programa de Pós-Graduação em<br />

Engenharia Mecânica da Pontifícia<br />

Universidade Católica de Minas<br />

Gerais, como parte dos requisitos<br />

para obtenção do título de Mestre<br />

em Engenharia Mecânica.<br />

Orientador: Prof. Dr. José Rubens Gonçalves Carneiro<br />

Belo Horizonte<br />

2010


FICHA CATALOGRÁFICA<br />

Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais<br />

Sá, Vinícius Maia de.<br />

S111a Avaliação do desgaste da ferramenta de metal duro revestida com TiN no<br />

fresamento do aço ABNT 4140 temperado e revenido, utilizando duas fresas<br />

de diâmetros diferentes / Vinícius Maia de Sá. Belo Horizonte, 2010.<br />

87 f.:il.<br />

Orientador: José Rubens Gonçalves Carneiro<br />

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de<br />

Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica<br />

Bibliografia.<br />

1. Fresagem (Trabalho em metal). 2.Usinagem. 3. Metais - Corte<br />

4. Processos de fabricação. 5. Metais duros. I. Carneiro, José Rubens<br />

Gonçalves. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de<br />

Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. III. Título.<br />

CDU:621.7


Vinícius Maia de Sá<br />

<strong>AVALIAÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong><strong>DE</strong>SGASTE</strong> <strong>DA</strong> <strong>FERRAMENTA</strong> <strong>DE</strong><br />

<strong>METAL</strong> <strong>DURO</strong> REVESTI<strong>DA</strong> COM TiN NO<br />

FRESAMENTO <strong>DO</strong> AÇO ABNT4140 TEMPERA<strong>DO</strong> E<br />

REVENI<strong>DO</strong>, UTILIZAN<strong>DO</strong> DUAS FRESAS <strong>DE</strong><br />

DIÂMETROS DIFERENTES<br />

Trabalho apresentado ao Programa<br />

de Pós-Graduação em Engenharia<br />

Mecânica da Pontifícia<br />

Universidade Católica de Minas<br />

Gerais como parte dos requisitos<br />

para obtenção do título de Mestre<br />

em Engenharia Mecânica.<br />

________________________________________________________<br />

Dr. José Rubens Gonçalves Carneiro (Orientador) – PUC Minas<br />

________________________________________________<br />

Dr. Ivan José de Santana – CEFET/MG<br />

_______________________________________________<br />

Dr. Claysson Bruno Santos Vimieiro – PUC Minas<br />

Belo Horizonte, 10 de dezembro 2010.


Dedico este trabalho primeiramente a<br />

Deus, aos meus pais, Benedito e Maria<br />

Helena, a minha esposa Aline, Cinara,<br />

Willian e Helena.


Agradeço primeiramente a Deus.<br />

AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

Agradeço aos meus pais, Benedito e Maria Helena pelo amor, ensinamentos,<br />

confiança e o grande incentivo. À minha esposa Aline pelo amor, cumplicidade,<br />

carinho e grande apoio. À Cinara, Willian e Helena pelo carinho.<br />

Ao programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Universidade<br />

Católica de Minas Gerais.<br />

Ao amigo e orientador Prof. Dr. José Rubens Gonçalves Carneiro, pela<br />

orientação nesse trabalho, e pelo companheirismo constante.<br />

Aos funcionários do laboratório de processos de fabricação da PUC MG,<br />

Pedro, Carlos e Leandro pelo apoio, amizade e ajuda constante. À secretária e<br />

amiga do programa de pós-graduação, Valéria, pelo incentivo, dedicação e carinho.<br />

Aos amigos Malange, André Bragança e Letícia pelo apoio e grande amizade.<br />

Ao Centro de Microscopia da UFMG.<br />

À PUC minas como grande colaboradora para realização deste trabalho.<br />

A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para execução e<br />

finalização desse trabalho.


RESUMO<br />

A indústria metal mecânica exige cada vez mais o desenvolvimento dos<br />

processos de fabricação, principalmente a modernização das máquinas operatrizes<br />

e a evolução constante das ferramentas de corte. Diversos componentes mecânicos<br />

são fabricados através do processo de usinagem que consiste em remover uma<br />

camada de material da superfície da peça utilizando essas ferramentas de corte. A<br />

escolha correta das ferramentas de corte e dos parâmetros de usinagem não<br />

apenas se torna uma questão de acompanhamento da tecnologia, mas uma<br />

necessidade, em razão do aumento da demanda e da redução de custo do processo<br />

com garantia da qualidade dos produtos. O aço ABNT 4140 é um aço de baixa liga<br />

para construção, utilizado em diferentes indústrias na condição de laminado ou<br />

tratado termicamente devido sua resistência mecânica, média usinabilidade,<br />

elevada temperabilidade. Este trabalho avalia a influência de duas fresas de topo de<br />

diâmetros de 20mm e 40mm, com ferramentas de corte revestida por TiN, no<br />

fresamento do aço ABNT4140 temperado/ revenido, utilizando-se fluido<br />

emulsionável. Para obtenção dos resultados, barras do aço ABNT 4140<br />

temperadas/revenidas foram fresadas em máquina CNC utilizando velocidade de<br />

corte de 120m/min, e avanços de 0,1; 0,15 e 0,2mm/rev. O tempo de fresamento foi<br />

de até 50 minutos o que propiciou desgaste, avarias e fratura das pastilhas.<br />

Verificou-se também a rugosidade da peça para esse tempo de fresamento. O<br />

desgaste foi avaliado através de Microscópio Eletrônico de Varredura Quanta 200 -<br />

FEG – FEI - 2006 com canhão de emissão por efeito de campo.<br />

Palavras-chave: Fresamento, ferramenta de corte, desgaste de ferramenta de corte,<br />

fluido de corte.


ABSTRACT<br />

The metal mechanic industry increasingly requires the development of<br />

manufacturing processes, mainly the modernization of machine tools and the<br />

constant evolution of cutting tools. Various mechanical components are<br />

manufactured through the machining process, which consists of removing a layer of<br />

material of the surface of the piece using these tools. The correct choice of cutting<br />

tools and machining parameters is not just a matter of monitoring technology, but a<br />

necessity, as a result of increased demand and reducing cost with the guarantee of<br />

product quality. The ABNT 4140 steel is a low-alloy steel for construction, used in<br />

different industries provided laminated or heat-treated, due to its mechanical<br />

resistance, average machinery, and high temperability. This study evaluates the<br />

influence of two mills of diameters of 20 mm and 40 mm, with cutting tools for TiN<br />

coated, in the steel hardened milling ABNT4140 quenched/tempering using an<br />

emulsifying fluid. To obtain the results, ABNT 4140 steel bars quenched/tempered<br />

cylinders were milled on CNC machine, using cutting speed of 120 m/min and<br />

advances 0.1, 0.15 and 0, 2 mm/rev per tooth. The milling time was up to 50 minutes,<br />

bringing wear, damage and fracture of tablets. There was also the roughness of the<br />

piece for this time of milling. The wear was evaluated through scanning electronic<br />

microscope with cannon emission by field effect.<br />

Keywords: milling, cutting tool, cutting tool wea


LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 1 - Representação esquemática das geometrias básicas do processo de<br />

fresamento, como diâmetro da fresa (D), avanço (fm), velocidade (Vc),<br />

profundidade de corte (af) e rotação. .................................................... 21<br />

Figura 2 - Microdureza Vickers dos principais revestimentos de ferramenta de<br />

corte. (Abele, E. et. al., 2002). .............................................................. 27<br />

Figura 3 - Comparação dos testes de desgaste e fresamento para ferramenta e<br />

HSS revestida de TiN. .......................................................................... 28<br />

Figura 4 - Alguns tipos de desgaste e as variáveis de medição do desgaste em<br />

ferramentas de usinagem (Norma ISO 3585, 1993). ............................. 29<br />

Figura 5 - Representação esquemática de cratera na superfície desaídada<br />

ferramenta de corte(Teles, J.M. ,2007). ................................................ 30<br />

Figura 6 - Desgaste de flanco na superfície de saída da ferramenta de corte<br />

(Teles, J.M. ,2007)................................................................................. 31<br />

Figura 7 - Desgaste de entalhe na aresta principal da ferramenta de corte(Teles,<br />

J.M. ,2007) ............................................................................................ 31<br />

Figura 8 - Mecanismos de desgaste (Machado, A.R. et. al. ,1999) ....................... 32<br />

Figura 9 - Efeito da velocidade de corte na evolução do desgaste de flanco VB<br />

para os revestimentos TiAlN e TiNAlOX para substrato de K35 com<br />

avanço de 0,2 mm/rev . ........................................................................ 33<br />

Figura 10 - Comparação das taxas de desgaste de flanco de inserto de aço rápido<br />

na condição de revestido de TiN e não revestido, sobre três condições<br />

de torneamento a seco. ........................................................................ 34<br />

Figura 11 - Mapa de desgaste de flanco para inserto de HSS revestido de TiN<br />

durante operação de torneamento a seco. ............................................ 35<br />

Figura 12 - Deformação plástica da aresta de corte (Iscar, 2001). .......................... 36<br />

Figura 13 - Mecanismo de difusão ocorrido na superfície de saída da ferramenta<br />

(Iscar, 2001). ......................................................................................... 36<br />

Figura 14 - Mecanismo de abrasão na ferramenta de corte (Iscar, 2001). .............. 37<br />

Figura 15 - Desgaste por oxidação da aresta de corte da ferramenta (Iscar, 2001).38<br />

Figura 16 - Ferramenta com APC na aresta de corte (Iscar, 2001). ........................ 39<br />

Figura 17 - Sentidos práticos da aplicação do fluido de corte(Machado, A.R. et. al.<br />

1999) .................................................................................................... 45


Figura 18 - Representação dos efeitos externos e efeitos internos da superfície<br />

(Oliveira, C.J., 2004). ............................................................................ 46<br />

Figura 19 - Textura de uma superfície mostrando efeitos de rugosidade (A),<br />

ondulações (B) e erro de forma (C). (Oliveira, C.J., 2004). ................... 47<br />

Figura 20 - Esquema de um instrumento de controle de uma superfície (Oliveira,<br />

C.J., 2004). ........................................................................................... 48<br />

Figura 21 - Representação do perfil de rugosidade Ra, para um comprimento de<br />

amostragem (l) (Martins, P.S., 2008). ................................................... 48<br />

Figura 22 - Parâmetro de rugosidade Rt (Martins, P.S., 2008). ............................... 49<br />

Figura 23 - Parâmetro de rugosidade Rz (Martins, P.S.,2008). ............................... 50<br />

Figura 24 - Variação da rugosidade média Ra e Rt com distância de corte em<br />

fresamento com fluido para aço inoxidável com durezas de 35, 40 e 55<br />

HRC (Liew, W.Y.H. et. al., 2008). .......................................................... 50<br />

Figura 25 - Centro de usinagem Discovery 560, utilizado no fresamento do aço<br />

ABNT4140 temperado/revenido. ......................................................... 53<br />

Figura 26 - Fresas de diâmetros de 20mm e 40mm montadas com três pastilhas<br />

de corte intercambiáveis e fixadas por mandris de encaixe sob<br />

interferência no centro de usinagem. .................................................... 54<br />

Figura 27 - Pastilha de metal duro, revestida por TiN,utilizada nos experimentos<br />

de fresamento... .................................................................................... 54<br />

Figura 28 - Desenho representativo do percurso da fresa durante o corte e<br />

posições de leituras do rugosimetro .................................................. 55<br />

Fgura 29 - Rugosímetro Taylor Hobson - Surtronic 3+ em funcionamento,<br />

evidenciano a medição de rugosidade .................................................. 56<br />

Figura 30 - Microscópio de medição Mitutoyo, modelo TM-505 e série 176 ............ 56<br />

Figura 31 - Medidor de excentricidade com relógio comparador milesimal ............. 57<br />

Figura 32 - Microscópio eletrónico de varredura ..................................................... 58<br />

Figura 33 - Microestrutura do aço ABNT 4140 laminado a quente e<br />

temperado/revenido – (a) Aumento 100 X, (b)Aumento 500x - Ataque:<br />

Nital 4%. ............................................................................................... 59<br />

Figura 34 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, em relação ao<br />

volume retirado, nas três posições, revestida com TiN, com<br />

velocidade de corte de 120 m/min, e avanço de 0,1 mm/rev,<br />

fresamento com fluido de corte ...................................................... 60


Figura 35 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, em relação ao<br />

volume retirado, nas três posições, revestida com TiN, com<br />

velocidade de corte de 120 m/min, e avanço de 0,15 mm/rev,<br />

fresamento com fluido de corte.. .................................................... 61<br />

Figura 36 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, em relação ao<br />

volume retirado nas três posições, revestida com TiN, com velocidade<br />

de corte de 120 m/min, e avanço de 0,20 mm/rev, fresamento com<br />

fluido de corte. ................................................................................... 62<br />

Figura 37 - Análise de rugosidade Ra na posição 1 das superfícies usinadas para<br />

velocidade de corte de 120m/min, avanços de corte de 0,1, 0,15 e<br />

0,20mm/ver, com fluido de corte. ......................................................... 63<br />

Figura 38 - Análise de rugosidade Ra na posição 2 das superfícies usinadas para<br />

velocidade de corte de 120m/min, avanços de corte de 0,1, 0,15 e<br />

0,20mm/ver, com fluido corte. ............................................................... 64<br />

Figura 39 - Análise de rugosidade Ra na posição 3 das superfícies usinadas para<br />

velocidade de corte de 120m/min, avanços de corte de 0,1, 0,15 e<br />

0,20mm/ver, com fluido de corte. .......................................................... 65<br />

Figura 40 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, em relação ao<br />

volume retirado na posição 1, revestida com TiN, com velocidade<br />

de corte de 120 m/min, e avanços de 0,1, 0,15, 0,20 mm/rev,<br />

fresamento com fluido de corte. ......................................................... 65<br />

Figura 41 - Análise da variação do batimento das ferramentas de corte,<br />

para velocidade de corte 120m/min, avanço de 0,1mm/rev, com<br />

fluido de corte. ................................................................................... 66<br />

Figura 42 - Análise da variação do batimento das ferramentas de corte,<br />

para velocidade de corte 120m/min, avanço de 0,15mm/rev, com<br />

fluido de corte. ...................................................................................... 67<br />

Figura 43 - Análise da variação do batimento das ferramentas de corte, para<br />

velocidade de corte 120m/min, avanço de 0,20mm/rev, com fluido de<br />

corte.................................................................................................... ... 67<br />

Figura 44 - Foto da ferramenta de corte após corte transversal para verificar<br />

espessura do revestimento (a) e (b), material do revestimento (c) e<br />

material dosubstrato(b) .........................................................................68<br />

Figura 45 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 20mm na<br />

usinagem do aço ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de<br />

corte com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo<br />

de 1min de usinagem, ampliação de 100x (a), e ampliação 5000x<br />

(b)............................................................................................................69


Figura 46 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 20mm na<br />

usinagem do aço ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de<br />

corte com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo<br />

de 3min de usinagem, ampliação de 70x (a), e ampliação 1000x<br />

(b)............................................................................................................69<br />

Figura 47 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 20mm e<br />

análise em EDS na usinagem do aço ABNT 4140 temperado e<br />

revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min,<br />

avanço 0,20mm/ver, tempo de 5min de usinagem, ampliação de 100x<br />

(a), e ampliação 5000x (b), EDS(c).........................................................70<br />

Figura 48 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 20mm na<br />

usinagem do aço ABN 4140 temperado e revenido com fluido de corte<br />

com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo de<br />

10min de usinagem, ampliação de 150x (a), e ampliação 250x<br />

(b)............................................................................................................71<br />

Figura 49 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 20mm na<br />

usinagem do aço ABNT4140 temperado e revenido com fluido de corte<br />

com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo de<br />

30min de usinagem, ampliação de 100x (a), e ampliação 1000x<br />

(b)............................................................................................................72<br />

Figura 50 - Foto do desgaste da ferramenta de corte na usinagem do aço ABNT<br />

4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de<br />

corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo de 50min de<br />

usinagem, ampliação de 100x (a) e (b)..................................................72<br />

Figura 51 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 40mm<br />

na usinagem do aço ABNT 4140 temperado e revenido com fluido<br />

de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver<br />

tempo de 1min de usinagem, ampliação de 100x(a) e<br />

5000x(b)..................................................................................................73<br />

Figura 52 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 40mm<br />

e análise na usinagem do aço ABNT 4140 temperado e revenido<br />

com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 3min de usinagem, ampliação de 50x (a) e<br />

100x(b)....................................................................................................74<br />

Figura 53 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diametro de 40mm na<br />

usinagem do aço ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de<br />

corte com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver,<br />

tempo de 10min de usinagem, ampliação de 100x (a) e<br />

500x(b)....................................................................................................74


LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />

Tabela 1 – Classificação do metal duro segundo norma ISO 513/2004...................24<br />

Tabela 2 – Parâmetros de corte utilizados no fresamento do aço ABNT 4140<br />

laminado e temperado/revenido.............................................................53<br />

Tabela 3 – Análise química da barra de aço ABNT 4140 em percentagem em<br />

peso .......................................................................................................59


LISTA <strong>DE</strong> ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

ABNT Associação Brasileira de Norma Técnica<br />

APC Aresta postiça de corte<br />

ap Profundidade de corte<br />

ae profundidade radial de usinagem<br />

b Largura de usinagem<br />

CIM Fabricação Integrada por Computador<br />

CVD Deposiçao quimica de vapor<br />

D Diâmetro da fresa<br />

EP Extrema pressão<br />

Fc Força de corte<br />

Ff Força de avanço<br />

Fp Força passiva<br />

f Avanço<br />

fm Avanço da fresa<br />

fz Avanço de corte por dente<br />

HRc Dureza Rockwell C<br />

ISO “International Organization for Standardization”<br />

(Organização Internacional de Padronização)<br />

IV Indice de viscosidade<br />

KF Distância da aresta a borda da cratera<br />

KB Largura da cratera<br />

KT Profundidade de cratera<br />

l Comprimento da amostragem<br />

ln Comprimento de avaliação<br />

M Classe de material da ferramenta de corte<br />

MQL Mínimas quantidades de lubrificantes<br />

N1 Rotação da fresa<br />

n Numero de medidas<br />

PVD Deposiçao fisica de vapor<br />

Ra Rugosidde média aritmética dos desvios da superfície<br />

Rq Rugosidade média quadrática<br />

Rt Altura máxima de rugosidade<br />

Rz Média dos cinco maiores picos e maiores vales de um perfil<br />

t Tempo<br />

VB Desgaste do flanco médio (mm)<br />

VBmax Desgaste de flanco máximo (mm)<br />

Vc Velocidade de corte<br />

Y1 Comprimento de cada pico e vale


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16<br />

1.1 Justificativa ...................................................................................................... 19<br />

1.2 Objetivos ........................................................................................................... 19<br />

1.2.1 Objetivos gerais ............................................................................................ 19<br />

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 19<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 20<br />

2.1 Fundamentos do processo de usinagem ....................................................... 20<br />

2.2 Materiais da ferramenta de corte .................................................................... 23<br />

2.2.1 Ferramentas revestidas ................................................................................ 25<br />

2.3 Desgaste da ferramenta de corte .................................................................... 29<br />

2.4 Formas de desgaste da ferramenta de corte ................................................. 30<br />

2.5 Mecanismos de desgaste ................................................................................ 32<br />

2.6 Modelagem do desgaste de ferramenta ......................................................... 39<br />

2.7 Fluidos de corte ............................................................................................... 41<br />

2.7.1 Classificação dos fluidos de corte ............................................................... 42<br />

2.7.2 Método de aplicação dos fluidos de corte .................................................. 43<br />

2.8 Integridade superficial ..................................................................................... 46<br />

3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................................ 52<br />

3.1 Materiais e Métodos Experimentais ................................................................ 52<br />

4. RESULTA<strong>DO</strong>S E DISCUSSÕES ......................................................................... 59<br />

4.1 Análise química e metalográfica do material ................................................. 59<br />

5. CONCLUSÕES.......................................................................................................76<br />

ANEXOS ................................................................................................................. 77<br />

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 82


1. INTRODUÇÃO<br />

O aço ABNT4140 é um aço de baixa liga que alia resistência mecânica, média<br />

usinabilidade e temperabilidade elevada. Na indústria automotiva e agrícola, peças<br />

como eixos, pinos, bielas e virabrequins são obtidas através da usinagem do aço<br />

ABNT4140 na condição de laminado a quente ou tratado termicamente. Ercan ;<br />

Ozcatalbas, et al., 2003 mostraram que os aços de médio carbono com<br />

microestruturas perlíticas e cementita esferoidizada têm usinabilidade melhorada,<br />

mas não houve correlação entre dureza e usinabilidade.<br />

A usinagem é o termo utilizado para descrever os processos em que uma<br />

camada de material, o cavaco, é removida da superfície de uma peça por uma<br />

ferramenta em forma de cunha, sendo normalmente utilizada para conferir formas<br />

mais precisas, com tolerâncias dimensionais e acabamento superficial<br />

especificados, em peças de metais fundidas, forjadas, pré-fabricadas ou brutas e,<br />

conseqüentemente, satisfazer requisitos de projeto.<br />

O fresamento é um processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de<br />

superfícies quaisquer com o auxílio de ferramentas de corte geralmente<br />

multicortantes. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se deslocam<br />

segundo uma trajetória pré-definida. O processo de fresamento é largamente usado<br />

em uma variedade de indústrias tais como automotiva, aeroespacial, têxtil e outras,<br />

na usinagem de grandes superfícies e planas em um modo rápido e preciso. Em<br />

operações de usinagem, forças de corte e energia são parâmetros importantes<br />

através dos quais avalia-se o desempenho. É importante minimizar as forças de<br />

corte do processo de fresamento, já que é um processo intermitente que pode levar<br />

a vibrações indesejáveis, resultando em acabamento superficial deficiente e impacto<br />

e choque mecânicos (LIU et al., 2002). Profundidade de corte, avanço e velocidade<br />

de corte são seus parâmetros principais. Há uma relação fechada entre ferramenta,<br />

peça, força de corte e qualidade superficial. As condições de usinagem dependem<br />

da ferramenta de corte, máquina ferramenta, fluido de corte, e dos parâmetros de<br />

corte. Recomendações de fabricantes somente seriam usadas como um guia, desde<br />

que melhores condições possam ser encontradas para outras ferramentas e<br />

parâmetros de corte (RICHETTI et al. 2004).<br />

16


Revestimentos protegem a ferramenta do desgaste direto, diminuem o atrito<br />

entre a ferramenta e a peça, reduzem a força de corte, alteram a distribuição de<br />

temperatura na ferramenta e no cavaco, e possibilitam maiores velocidades de corte<br />

(KARAGOZ ; FISCHMEISTER, et al.,1996). Nitreto de titânio (TiN) depositado em<br />

ferramentas de corte e em outras superfícies de materiais susceptíveis a desgaste<br />

aumenta a vida útil e a faixa de condições para as quais essas ferramentas são<br />

utilizadas. Dureza e tenacidade estão entre as propriedades do revestimento que<br />

têm influência na resistência ao desgaste de ferramentas revestidas. Elevadas<br />

tensões de compressão no revestimento reduzem trincas de fadiga térmica e<br />

mecânica na aresta de corte da ferramenta (PANJAN et al.,2003). O revestimento<br />

de TiN reduz a tendência do cavaco aderir à ferramenta, reduz a aresta postiça e<br />

muda a geometria de contato, aumentando também a temperatura na interface<br />

cavaco-ferramenta.<br />

O desgaste da ferramenta de corte é estudado em fresamento de aço.<br />

Lascamento, desgaste, trincas e fraturas devido ao impacto entre a ferramenta e<br />

peça são os mecanismos dominantes de desgaste em baixas velocidades de corte.<br />

Em velocidades de corte elevadas, o desgaste da ferramenta foi governado pelo<br />

desgaste térmico e termoquímico tais como difusão e oxidação. No processo de<br />

fresamento, a ferramenta e aquecida durante o corte e resfriada quando ela deixa a<br />

zona de corte. A variação de temperatura pode causar expansão e contração<br />

periódica da ferramenta propiciando a formação de trincas térmicas. O revestimento<br />

pode melhorar a vida da ferramenta no fresamento de aço, uma vez que o<br />

revestimento aumenta a resistência a oxidação e lubricidade da ferramenta, protege<br />

a ferramenta do desgaste por difusão e reduz a variação de temperatura na<br />

ferramenta (LIEW, 2010)<br />

Oliveira, et. al., 2009 verificaram que a inclinação da superfície da peça<br />

influencia na vida da ferramenta e o seu desgaste envolvendo diferentes<br />

mecanismos. Quantificar taxas de desgaste e mecanismos em termos de<br />

parâmetros operacionais é uma difícil tarefa tanto em revestimento de uma única<br />

camada ou de multicamadas, uma vez que esses mecanismos são diferentes<br />

daqueles obtidos em teste de laboratório (ALPAS et. al., 1998; IMBENI et. al.,2001).<br />

Usualmente, estuda-se esses mecanismos até atingir um desgaste máximo de<br />

flanco de 0,3mm, em razão da deterioração da textura superficial e vibração do<br />

sistema com acréscimo da força de corte.<br />

17


Em usinagem, fluido de corte é aplicado para aumentar a produção, qualidade<br />

da superfície, reduzir custo e aumentar lucro. Teste de desempenho é um pré-<br />

requisito para seleção ótima e aplicação de fluído de corte e sua importância é<br />

crescente em conexão com a necessidade para documentação de novos fluídos de<br />

corte baseados em produtos sustentáveis, corte com mínima quantidade de fluído e<br />

a seco. Fluido de corte pode, também, ser prejudicial em operações de corte<br />

intermitentes tais como fresamento. A oscilação de temperatura promovida pelo<br />

fluido causa variações de tensões na ferramenta ocasionando trincas<br />

perpendiculares à aresta de corte (VIEIRA et al., 2001). Atualmente, devido ao alto<br />

custo dos fluidos utilizados na refrigeração/lubrificação em usinagem, aliado a<br />

questões ecológicas e, também, aos cuidados com a saúde do trabalhador, é<br />

necessário avaliar a real necessidade de se trabalhar com aplicação de fluidos<br />

(TELES, 2007).<br />

É possível otimizar o custo de usinagem através do entendimento mais global<br />

do processo de desgaste da ferramenta que opera sob diferentes condições de<br />

usinagem (LIN et al., 2001). Estimam-se os custos associados com o uso de fluidos<br />

de corte em 16% dos custos de fabricação ($300 bilhões / ano nos USA). Esses<br />

custos incluem o próprio fluido, sistema de bombeamento, sistema de filtragem,<br />

armazenagem e disposição, e, algumas vezes, sistema de recirculação, efeitos<br />

fisiológicos no operador e efeito global no ambiente. Os benefícios da usinagem a<br />

seco são mais que economia de custos. A indústria de fluido de corte é muito<br />

sensível à questão ambiental e está reformulando novas composições que são<br />

ambientalmente mais amigáveis sem Pb, Cl e S. É possível que fluido de corte seja,<br />

no futuro, utilizado mais seletivamente ou não utilizado completamente (NARUTAKI<br />

et al.,1997).<br />

18


1.1 Justificativa<br />

Estudar como se comporta o desgaste de duas ferramentas de corte, com<br />

diâmetros de 20mm e 40mm em relação ao volume de material retirado, para<br />

tempos de 5 minutos chegando ao tempo máximo de 50minutos de usinagem do aço<br />

ABNT4140. Avaliar parâmetros de usinagem como avanço e velocidade de corte<br />

para se obter condições que promovem a redução do desgaste da ferramenta e<br />

melhora do acabamento superficial da peça através da medição da rugosidade.<br />

1.2 Objetivos<br />

1.2.1 Objetivos gerais<br />

Avaliar o desgaste da ferramenta de corte de metal duro revestida com TiN e<br />

a rugosidade da superfície usinada no fresamento do aço ABNT4140<br />

temperado/revenido a fim de se conseguir bons resultados ligados a redução de<br />

custo e ganho na produção industrial.<br />

1.2.2 Objetivos específicos<br />

Avaliar a influência dos parâmetros de corte, como o avanço e velocidade de<br />

corte no desgaste da ferramenta no fresamento do aço ABNT4140<br />

temperado/revenido;<br />

Avaliar a influência do diâmetro da fresa no fresamento do aço ABNT4140<br />

temperado e revenido, e, também, na vida da ferramenta de corte de metal duro<br />

revestida com TiN;<br />

19


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 Fundamentos do processo de usinagem<br />

A usinagem é um processo utilizado na fabricação de componentes voltados<br />

aos diversos setores industriais. A tendência mundial da indústria de usinagem é<br />

produzir peças complexas com dimensional/tolerância geométrica bem definidos,<br />

bom acabamento superficial, baixo custo e sem poluir o meio ambiente.<br />

O processo de usinagem é complexo, envolvendo fenômenos como<br />

deformação plástica, fratura, impacto, pontos de contato intermitentes e contínuos,<br />

desgaste, e se caracteriza pela geração de calor e elevada temperatura de corte.<br />

Em razão da complexidade do processo de corte, não é, muitas vezes, possível<br />

obter uma descrição matemática da dinâmica do processo o que pode ser superado,<br />

às vezes, pela utilização de medição indireta através de sensores. A evolução da<br />

máquina ferramenta, não apenas em termos estruturais, proporcionou melhorias no<br />

processo, como, por exemplo, a precisão de movimentos obtidos e a diminuição de<br />

vibrações mecânicas com o aumento da rigidez. Atualmente, o auge da evolução<br />

tecnológica diz respeito à usinagem a elevadas velocidades de corte, realizada em<br />

máquinas ferramentas com os recursos de comando numérico.<br />

Na usinagem, o fresamento se caracteriza por uma ferramenta chamada fresa<br />

provida de arestas cortantes dispostas simetricamente em torno de um eixo. O<br />

movimento de corte é proporcionado pela rotação da fresa ao redor do seu eixo, o<br />

movimento de avanço feito pela peça que está fixada na mesa da máquina (DINIZ<br />

et. al., 2000). Por causa de um grande número de dentes a taxa de remoção do<br />

metal é frequentemente elevada. O fresamento é usado para a produção de formas<br />

curvadas, cavidades, e em função da posição do eixo-árvore da máquina<br />

ferramenta, se classifica em horizontal (eixo-árvore posição horizontal), vertical ou<br />

inclinado.<br />

20


A Figura 1 mostra a geometria básica do processo de fresamento, onde se<br />

observa as variáveis do processo, como diâmetro da fresa, profundidade de corte,<br />

avanço, velocidade de corte e rotação (EL BARA<strong>DE</strong>I et al., 1997).<br />

Figura 1 - Representação esquemática das geometrias básicas do processo de fresamento, como<br />

diâmetro da fresa (D), avanço (f1), velocidade (Vc), profundidade de corte (ap) e rotação (EL<br />

BARA<strong>DE</strong>I et al., 1997).<br />

Os métodos principais de fresamento são frontal, tangencial e de topo. No<br />

fresamento frontal, o plano de trabalho que contém as direções de corte e o avanço<br />

são paralelos à superfície usinada, e utilizado para produção de superfícies planas.<br />

Os dentes da fresa ficam situados na sua superfície frontal e o eixo da fresa é<br />

perpendicular à superfície que está sendo gerada.<br />

Quando o plano de trabalho e o eixo da fresa são, respectivamente,<br />

perpendicular e paralelo à superfície usinada , tem-se o fresamento tangencial. Se a<br />

superfície da peça não for plana ou o eixo de rotação da ferramenta for inclinado em<br />

relação à superfície originada na peça, considera-se um processo especial de<br />

fresamento tangencial. É bem versátil para produção de superfícies planas, rasgos<br />

profundos e superfícies complexas (SOUTO, 2007).<br />

21


As vantagens do fresamento frontal em comparação ao fresamento<br />

tangencial são melhor relação de remoção de material por potência consumida,<br />

maior rigidez da fresa, força de corte melhor distribuídas, maior eficiência de corte e<br />

menor tempo requerido para mudança de ferramenta (<strong>METAL</strong>S HANDBOOK, 1989).<br />

O fresamento de topo é uma combinação entre o fresamento frontal e<br />

tangencial, e o corte ocorre tanto paralelamente quanto perpendicularmente ao eixo<br />

de rotação da fresa. A relação entre o diâmetro da fresa e o seu comprimento é<br />

pequeno no fresamento de topo.<br />

Uma fresa é definida pelo seu número de arestas, pelo ângulo de hélice,<br />

material e tipo de cobertura que recebe. As fresas mais comuns são de canto vivo,<br />

esféricas e de ranhura. As tolerâncias e acabamento superficial da peça através do<br />

fresamento de topo são afetados pela geometria da ferramenta e formato,<br />

velocidade de corte e avanço, rigidez da ferramenta, peça e máquina ferramenta;<br />

alinhamento dos componentes da máquina e sistema de fixação e fluido de corte<br />

(SILVA, 2010 apud Todd ; Allen ; Alting, 1994). No fresamento de topo, a rigidez do<br />

sistema de fixação é afetada pela relação entre o diâmetro e comprimento da fresa,<br />

prejudicando a máquina-ferramenta e a peça usinada tanto quanto ao acabamento<br />

superficial quanto a erros de forma. Desse modo, o controle dos parâmetros de<br />

corte tais como avanço, velocidade e profundidade de corte deve ser feito no sentido<br />

de evitar forças excessivas no sistema e dano à máquina-ferramenta.<br />

O cavaco é definido como a porção de material da peça, retirada pela<br />

ferramenta, caracterizando-se por apresentar forma geométrica irregular<br />

(FERRARESI, 1977). A usinabilidade de um material pode ser quantificada levando-<br />

se em consideração o número de componentes produzidos por hora, o custo de<br />

usinagem do componente ou a qualidade final da superfície trabalhada (Trent, et. al,<br />

2000). Filho, et al., 1999 estudaram a influência das posições relativas da ferramenta<br />

e da peça na vida da ferramenta e no acabamento superficial do aço ABNT1045 no<br />

processo de fresamento de uma superfície plana. No fresamento, há muitas<br />

variáveis que afetam o corte tais como geometria e tipo da ferramenta, material e<br />

estrutura da peça, rigidez da máquina, parâmetros de corte e tipo de fresamento. É<br />

difícil esclarecer a relação existente entre todas essas variáveis, como, também,<br />

analisar o efeito e interação das variáveis com o intuito de determinar as condições<br />

ótimas de corte (WU et al., 1999).<br />

22


2.2 Materiais da ferramenta de corte<br />

A vida útil de uma ferramenta é uma das mais importantes considerações<br />

econômicas na usinagem dos metais. A avaria, o desgaste e a deformação plástica<br />

são as formas de se levar uma ferramenta à destruição durante um processo de<br />

usinagem. A avaria ocorre de forma inesperada por lascamento, trinca ou quebra da<br />

ferramenta, sendo que o lascamento e trinca não inutilizam a ferramenta. A avaria é<br />

comum em corte descontínuo. As oscilações térmicas e as tensões derivadas<br />

desses ciclos térmicos provocam trincas de origem térmica. Os choques mecânicos<br />

podem ocorrer durante a entrada da ferramenta na peça (ciclo ativo), quanto na<br />

saída da peça (ciclo inativo) (SOUTO et al., 2007). De Melo, 2001 estudou a<br />

formação de trinca térmica (normal a aresta de corte) e mecânica (paralela a aresta<br />

de corte).<br />

Considera-se uma série de fatores na seleção do material da ferramenta de<br />

corte a ser utilizado, dentre eles a microestrutura do material a ser usinado, dureza e<br />

tipo de cavaco, processo de usinagem, condições da máquina operatriz, forma e<br />

dimensões da própria ferramenta, custo do material da ferramenta, condições de<br />

usinagem e características do material da ferramenta (alta dureza a quente,<br />

resistência ao desgaste, tenacidade, estabilidade química).<br />

As ferramentas de aço carbono e baixa liga, são de custo mais baixo, maior<br />

disponibilidade, melhor usinabilidade, facilidade de têmpera, etc. O principal<br />

inconveniente dessas ferramentas é a redução da dureza, e, portanto, sua<br />

habilidade de operarem como ferramenta de corte, mêsmo em temperaturas<br />

relativamente baixas, em torno de 250ºC. Os aços-rápidos são aços liga cujos<br />

elementos de liga principais são W, Mo, Cr, V, Co e Nb com boa tenacidade,<br />

elevada resistência ao desgaste e dureza a quente. Em algumas ferramentas de<br />

corte, como brocas, machos, alargadores e alguns tipos de fresas, a aplicação de<br />

materiais mais resistentes ao desgaste como metal duro ou cerâmico é restrito<br />

devido à sua forma e dimensão. Assim, tem-se algumas ferramentas de aço rápido<br />

onde se busca algumas melhorias, através da aplicação de uma camada de<br />

revestimento de um material mais resistente ao desgaste, como o TiN, TiC,<br />

aplicados pelos processos CVD e PVD.<br />

A ferramenta de metal duro é um produto da metalurgia do pó feito de<br />

partículas duras finamente e divididas de carbonetos de metais refratários,<br />

23


sinterizados com um ou mais metais do grupo do ferro (níquel, ou cobalto). As<br />

partículas duras são WC em combinação com outros TiC, TaC e NbC. Este material<br />

de ferramenta combina dureza a alta temperatura e tenacidade, devido a sua<br />

variação de composição (DINIZ; MARCON<strong>DE</strong>S; COPPINI; et. al, 2000).<br />

A Tabela 1 classifica os metais duros em grupos, designados pelas letras P, M, K.<br />

Tabela 1<br />

Classificação do metal duro<br />

Designação ISO Dureza e resistência ao desgaste Tenacidade<br />

P 01<br />

P 10<br />

P 20<br />

P 25<br />

P 30<br />

P 40<br />

P 50<br />

M 10<br />

M 20<br />

M 30<br />

M 40<br />

K 01<br />

K 05<br />

K 10<br />

K 20<br />

K 30<br />

K 40<br />

Fonte: Classificação do metal duro segundo norma ISO 513/2004<br />

A Classe P utiliza-se na usinagem de metais e ligas ferrosas que apresentam<br />

cavacos longos e dúcteis. São constituídos de metais duros de elevado teor de<br />

TiC+TaC que lhes confere uma elevada dureza a quente e resistência ao desgaste.<br />

A Classe M é empregada na usinagem de metais e ligas ferrosas que apresentam<br />

tanto cavacos longos como curtos. É um grupo de propriedades intermediárias,<br />

destinada a ferramentas de aplicações múltiplas.<br />

24


A Classe K se destina à usinagem de metais e ligas ferrosas que apresentam<br />

cavacos curtos e materiais não-metálicos. A classe K foi o primeiro tipo de metal<br />

duro a ser desenvolvido, sendo composto de carbonetos de tungstênio aglomerados<br />

com cobalto.<br />

Camuscu et al, 2005 estudaram o fresamento do aço ABNT D2, na condição<br />

de temperado e revenido com dureza de 35HRc, e concluíram que o melhor<br />

desempenho foi obtido com ferramenta de PCBN tanto em termos de vida de<br />

ferramenta quanto em acabamento superficial. Ferramenta de PCBN removeu um<br />

volume de metal de 260cm 3 e produziu um acabamento superficial com rugosidade<br />

média Ra de 0,2-0,4 μm, mas a ferramenta de Al2O3 revestida de TiCN provou ser<br />

mais econômica que a ferramenta de PCBN.<br />

2.2.1 Ferramentas revestidas<br />

A importância dos revestimentos cresceu na indústria metal mecânica, em<br />

particular nas ferramentas de usinagem, em razão da proteção contra os desgastes<br />

abrasivo, redução do atrito no corte, e possibilidade de corte a seco. Esses<br />

revestimentos podem ser de mono ou multicamadas, propiciando uma flexibilidade<br />

na seleção dos sistemas de acordo com as necessidades de cada aplicação. O<br />

sucesso dos revestimentos em ferramenta de corte resulta das propriedades<br />

mecânicas (dureza a quente, resistência ao desgaste e tensões compressivas) e<br />

físicas (estabilidade química, boa adesão, resistência à corrosão), tanto à<br />

temperatura ambiente quanto à temperaturas mais elevadas (BOUZAKIS et al.,<br />

1999). Todas as ferramentas de corte podem ser revestidas, e este revestimento<br />

deve ser precedido de estudo técnico e econômico.<br />

As fases envolvidas no processo de revestimento são inspeção da ferramenta<br />

(rugosidade inferior de 2μm, inexistência de trinca, rebarbas, queima de retífica),<br />

decapagem, rebarbação, projeto de fixação no forno, revestimento e inspeção final.<br />

No processo de revestimento, ocorrem reações heterogêneas nas quais difusão dos<br />

reagentes, absorção dos compostos pela peça que ocorrem ao longo do evento. Na<br />

inspeção final, verifica-se composição química da camada, estrutura, aderência ao<br />

substrato e propriedades mecânicas (ORNELAS SANTOS, 2004).<br />

25


O tipo de processo e os seus parâmetros influenciam a microestrutura dos<br />

revestimentos. O processo CVD, para revestimento de TiC/TiN, utiliza um reator<br />

aquecido à temperatura superior a 1000°C e baixa pressão (0,5 – 1Torr) no qual há<br />

um fluxo contínuo de H2, N2 e o TiCl4. Os gases da atmosfera dissociam-se em íons<br />

no interior do reator que são impulsionados para a superfície do inserto. As<br />

temperaturas elevadas promovem alterações estruturais em aços rápidos, dificultam<br />

a obtenção de tolerâncias das ferramentas o que aumenta as fases do processo<br />

CVD. Adicionando energia ao gás que envolve o substrato, este gás é ionizado e<br />

ativado, tornando possível a deposição em temperaturas mais baixas (processo<br />

PACVD). Os revestimentos depositados por CVD têm espessura entre 5 e 20 μm.<br />

Eskildsen,S.S. et. al.,1999 utilizaram o processo PACVD na produção de<br />

revestimento de TiN, e obtiveram filmes de granulação fina, livres de porosidade e<br />

bolhas e resistentes à corrosão com vida duas vezes superior em matrizes de<br />

injeção. O custo deste processo, no entanto, deve ser reduzido para competir com o<br />

processo PVD.<br />

O processo PVD é uma técnica a vácuo no qual um ou mais componentes<br />

estão na fase sólida. Incorporado em uma planta PVD há um alvo de titânio sólido<br />

para deposição de TiN. As três técnicas disponíveis são decomposição por<br />

evaporação à vácuo, desintegração do catodo e deposição iônica. A adesão do<br />

revestimento ao substrato no processo PVD é inferior àquela obtida no CVD devido<br />

às temperaturas mais elevadas utilizadas no CVD propiciarem alguma difusão do<br />

revestimento ao substrato. Tamanho de grão inferior e maior número de defeitos do<br />

reticulado com elevadas tensões residuais no processo de revestimento de TiN, em<br />

PVD, associa-se com maior microdureza em comparação ao CVD (PRENGEL, et.<br />

al., 1998).<br />

O revestimento de TiN produzido por PVD e CVD é ainda utilizado em<br />

aplicações industriais e ferramenta de usinagem de peças mecânicas em razão de<br />

sua elelvada dureza e aparência dourada ( Wu, et al., 1999). D’Errico , et al., 1998<br />

estudaram a influência do revestimento obtido pelo processo de PVD no desgaste<br />

de ferramenta de cermet no fresamento de aço carbono. Klocke et al. 2007<br />

mostraram que pré e pós-tratamento de revestimento PVD através de<br />

microjateamento de ar e partículas abrasivas aumentam a vida da ferramenta pela<br />

indução de tensões compressivas na subsuperfície do substrato e melhoria da<br />

adesão na interface.<br />

26


O fenômeno de crescimento de defeito é conhecido em todas as tecnologias<br />

de revestimentos. Os defeitos são distribuídos heterogeneamente, enquanto sua<br />

forma, tamanho e densidade dependem do tipo de substrato, pré-tratamento, e<br />

condições de deposição. No processo PVD, encontram-se crateras profundas<br />

(diâmetro de 5 – 40μm), estruturas cônicas com diâmetro de 1μm, poros e bolhas<br />

que se apresentam ao longo de todo o revestimento. Panjan, et. al., 2008 estudaram<br />

estes defeitos, utilizando-se das técnicas de microscopia eletrônica de varredura<br />

(MEV), microscopia de força atômica (AFM) e perfilometria.<br />

A maioria dos trabalhos em fresamento foi conduzida em velocidades de corte<br />

maiores que 100m/min e, em alguns casos, menores velocidades são inevitáveis tais<br />

como, fresa com diâmetro de 2mm por exemplo, para fazer aberturas em superfície<br />

de metal duro. Liew et al., 2008 mostraram que revestimento de TiN é efetivo em<br />

inibir o início de propagação de trinca no substrato.<br />

Os revestimentos comerciais usados usualmente em indústria de ferramenta<br />

para usinagem são carboneto de titânio (TiC) e óxido de alumínio (Al2O3) (processo<br />

CVD), nitreto de titânio (TiN), carbonitreto de titânio (TiCN) (processos combinados<br />

PVD e CVD); nitreto de titânio alumínio (TiAlN) (processo PVD); nitreto de cromo<br />

alumínio (AlCrN). A Figura 2 apresenta a os valores de dureza Vickers para os<br />

principais revestimentos.<br />

Figura 2 - Microdureza Vickers dos principais revestimentos de ferramenta de corte. (Abele et al.,<br />

2002).<br />

A dureza do revestimento de TiN é de 2300HV50gf com espessura de camada<br />

entre 1 a 4μm, coeficiente de atrito a seco com aço de 0,4 e tensão interna de –<br />

2,5GPa. A temperatura máxima de trabalho é de 600°C e a coloração amarela<br />

(PRENGEl et al.,1998).<br />

27


Santner, et. al., 1995 mostraram a possibilidade de pré-selecionar<br />

revestimentos para ferramentas de fresamento com redução de tempo e custo. Os<br />

resultados dos testes de fresamento e simulação são comparados na Figura 3, na<br />

qual o recíproco do desgaste de flanco dos testes após 1000m de deslizamento<br />

foram relacionados com a distância de corte no fresamento.<br />

Figura 3 - Comparação dos testes de desgaste e fresamento para ferramenta e HSS revestida de<br />

TiN. (SANTNER et al,1995)<br />

A peça foi uma liga Fe-Ni e o inserto revestido com TiN produzido por<br />

diferentes processos de revestimento (decomposição por evaporação a vácuo,<br />

desintegração do catodo e deposição iônica). Observa-se que o processo de<br />

obtenção do revestimento afeta a evolução do desgaste do revestimento de TiN. Os<br />

revestimentos produzidos por desintegração do catodo e deposição iônica são<br />

superiores aos revestimentos feitos por PACVD. Harju, et. al., 1999 estudaram o<br />

torneamento do aço ABNT4140 temperado e revenido com o intuito de justificar a<br />

diferença de comportamento da ferramenta de aço rápido revestida de TiN com<br />

respeito ao desgaste. A diferença de usinabilidade foi devida à adesividade e<br />

uniformidade da camada rica em Ca, Mn, S e Al na superfície da ferramenta.<br />

28


2.3 Desgaste da ferramenta de corte<br />

O desgaste da ferramenta de corte pode ser avaliado através de métodos<br />

diretos e indiretos. No método direto, mede-se a geometria da ferramenta usando-se<br />

dispositivos óticos. O método indireto utiliza a aquisição de valores medidos de<br />

variáveis do processo (tais como a força de corte, temperatura, vibração, emissão<br />

acústica) e da relação entre o desgaste da ferramenta e esses parâmetros de<br />

processo. Testar a vida da ferramenta envolve a consideração de variáveis, tais<br />

como o material, geometria e revestimento da ferramenta, característica do material<br />

da peça, condições de corte, o tipo e a modalidade de aplicação do fluido de corte,<br />

as características dinâmicas da ferramenta, da máquina e dos dispositivos elétricos<br />

da ferramenta/peça, etc.<br />

As falhas da ferramenta de corte (desgaste e ruptura) representam<br />

aproximadamente 20% da vida de uma ferramenta na máquina. O desgaste da<br />

ferramenta atua diretamente na qualidade da superfície da peça, na sua precisão<br />

dimensional e, finalmente, no custo do produto final.<br />

Os desgastes nas ferramentas de corte de aço rápido, metal duro e cerâmica<br />

são quantificados pela norma ISO 3585, utilizando-se os parâmetros: KT = 0,06 +<br />

0,3 f, onde f é avanço em mm/rev, VBB= 0,3 mm, VBmáx = 0,6mm como critério de<br />

vida da ferramenta (Figura 4).<br />

Figura 4 - Alguns tipos de desgaste e as variáveis de medição do desgaste em ferramentas de<br />

usinagem (NORMA ISO 3585, 1993).<br />

29


A vida de uma ferramenta é o tempo que a mesma efetivamente trabalha sem<br />

perder sua capacidade de corte até que um critério de vida previamente<br />

estabelecido seja atingido. A norma ISO 8688 -1 estabelece o final de vida da<br />

ferramenta independe do material<br />

Desgaste de flanco médio 0,35mm; desgaste de flanco máximo 1,0mm,<br />

profundidade máxima de cratera KT=0,1mm.<br />

O percurso de corte estabelecido através da vida da ferramenta (t) em<br />

minutos pode ser expresso pela equação:<br />

Vc = Velocidade de corte<br />

Lc = Percurso de corte<br />

30<br />

eq.(01)<br />

O percurso de avanço para uma vida da ferramenta pode ser expresso: (Diniz et al.<br />

2001)<br />

= número de rotações em rpm<br />

= tempo<br />

= avanço em mm/rot.<br />

2.4 Formas de desgaste da ferramenta de corte<br />

eq.(02)<br />

Desgaste de cratera ocorre na superfície de saída da ferramenta originado<br />

pelo atrito entre ferramenta e cavaco (Figura 5).<br />

Figura 5 - Representação esquemática de cratera na superfície de saída da ferramenta de corte<br />

(TELES, 2007).


O crescimento do desgaste de cratera resulta na quebra da ferramenta,<br />

quando esse se encontra com o desgaste de flanco evoluído. O desgaste de flanco<br />

ocorre na superfície de folga da ferramenta, causado pelo contato entre a peça e a<br />

ferramenta, sendo a forma de desgaste mais comum, e definidor da falha da<br />

ferramenta (DINIZ et al., 2000) (Figura 6).<br />

Figura 6 - Desgaste de flanco na superfície de saída da ferramenta de corte (TELES, 2007)<br />

Em condições de operação, um entalhe é formado na aresta principal de<br />

corte, na extremidade livre do cavaco, levando ao enfraquecimento da aresta de<br />

corte. Entalhes menores, também, são formados na aresta secundária de corte,<br />

influenciando principalmente o acabamento superficial produzido (Figura 7).<br />

Figura 7 - Desgaste de entalhe na aresta principal da ferramenta de corte (TELES, 2007)<br />

31


2.5 Mecanismos de desgaste<br />

O desgaste de uma ferramenta de metal duro é o resultado da ação de vários<br />

fenômenos distintos, denominados componentes do desgaste. Dependendo da<br />

natureza do material usinado e das condições de usinagem, predominará uma ou<br />

outra das componentes do desgaste sobre as demais (FERRARESI, 1977).<br />

Os mecanismos de desgaste como difusão, abrasão e adesão atuam<br />

isoladamente ou em conjunto, promovendo desgastes através de deformação<br />

plástica por cisalhamento, por altas tensões de compressão ou entalhe (Figura 8).<br />

Figura 8 - Mecanismos de desgaste (MACHA<strong>DO</strong> et al.1999)<br />

Variações de temperatura podem causar expansão periódica e contração das<br />

ferramentas ocasionando formação de trincas. A utilização de refrigerantes aumenta<br />

a variação térmica e, assim, torna as trincas mais prováveis de formar. Essas trincas<br />

podem levar ao lascamento da aresta de corte, e são mais prováveis de formar em<br />

elevadas velocidades de corte (Vc > 100m/min), desde que a amplitude da<br />

temperatura aumenta com a velocidade de corte. Em velocidades de corte abaixo de<br />

100m/min, essas trincas não se formam, mas adesão e lascamento ocorrem devido<br />

ao carregamento mecânico e a natureza instável da aresta postiça.<br />

32


A deformação plástica superficial por cisalhamento a altas temperaturas<br />

ocorre em usinagem de metais com alto ponto de fusão com ferramentas de aço-<br />

rápido. As tensões cisalhantes na interface cavaco-ferramenta são suficientes para<br />

causar deformação plástica superficial. Devido às altas temperaturas ali<br />

desenvolvidas, a tensão de escoamento do material da ferramenta, próximo à<br />

interface, é reduzida. Como conseqüência, o material é arrancado da superfície da<br />

ferramenta, formando-se assim uma cratera (TRENT et al., 2000).<br />

Insertos em usinagem estão submetidos a uma faixa ampla de carga,<br />

impactos abrasivos e tensões de vibrações, enquanto desempenham o corte e,<br />

também, oscilações térmicas e efeitos de aquecimento provenientes do atrito na<br />

zona de corte. Quantificar as taxas de desgaste e mecanismos em termos destes<br />

parâmetros operacionais é tarefa complexa. Um estudo comparativo entre desgaste<br />

em fresamento e simulação em laboratório de pino sobre disco revelou danos<br />

semelhantes.<br />

A Figura 9 mostra o comportamento em fresamento do aço DIN 42Cr Mo V 4<br />

na condição de temperado e revenido.<br />

Figura 9 - Efeito da velocidade de corte na evolução do desgaste de flanco VB para os revestimentos<br />

TiAlN e TiNAlOX para substrato de K35 com avanço de 0,2 mm/rev (BOUZAKIS, et al. 1999).<br />

Avaliou-se o desgaste de flanco dos revestimentos TiAlN e TiNAlOX em<br />

inserto K35 em função do número de cortes sucessivos para velocidades de corte de<br />

100, 200, 300, 400 e 600m/min. O revestimento TiAlN devido à dureza e camada de<br />

óxido é menos resistente ao mecanismo de desgaste termoquímico e<br />

termomecânico que ocorrem no corte a seco em velocidades elevadas, enquanto<br />

33


que a fadiga do revestimento em menor velocidade de corte é o fator principal<br />

(BOUZAKIS et al., 1999). O revestimento de TiN foi escolhido porque é considerado<br />

como mais benéfico em operações de desbaste e usinagem em aço e mais<br />

vantajoso como revestimento de aço rápido .<br />

As taxas de desgaste são apresentadas como histograma na Figura 10, em<br />

torneamento a seco.<br />

Figura 10 - Comparação das taxas de desgaste de flanco de inserto de aço rápido na condição de<br />

revestido de TiN e não revestido, sobre três condições de torneamento a seco (LIM et al. 1995)<br />

O revestimento de TiN reduz o desgaste de flanco das ferramentas de aço<br />

rápido em diferentes condições , mas a extensão da redução varia. Esses resultados<br />

sugerem que reduções do desgaste de flanco dependem das condições de<br />

usinagem e este comportamento pode ser explicado pelo mapa de desgaste (LIM,<br />

et. al., 1995). Constatou-se que a presença do revestimento próximo à aresta de<br />

corte é capaz de ajudar a prolongar a vida da ferramenta dos insertos revestidos. As<br />

três classificações na aresta de corte foram designadas de microabrasão (ação<br />

abrasiva causada por partículas duras da peça ou fragmentos da aresta postiça),<br />

microabrasão e adesão (superfícies não tão lisas com partículas de carboneto em<br />

relevo e poros devido ao cisalhamento e arrancamento da matriz do inserto) e<br />

lascamento da aresta (região deformada plasticamente devido às tensões cíclicas<br />

provocadas no corte intermitente e colapso da aresta postiça).<br />

Deve-se ser capaz de ver como as taxas de desgaste são controladas pelo<br />

avanço e velocidade de corte e como as mudanças nas condições de usinagem<br />

34


podem levar à transição de um mecanismo a outro. A transição de um mecanismo a<br />

outro é mais sensível a velocidade de corte que ao avanço.<br />

Os mapas de desgaste fornecem uma visão geral das condições de usinagem<br />

e os respectivos tipos de desgaste. Avanço e velocidade de corte foram escolhidos<br />

como variáveis de entrada, pois são os mais importantes e mais facilmente<br />

controláveis no processo. O mapa no torneamento mostrando a taxa de desgaste de<br />

flanco do inserto de aço rápido revestido com TiN está representado na Figura 11.<br />

Figura 11 - Mapa de desgaste de flanco para inserto de HSS revestido de TiN durante operação de<br />

torneamento a seco (LIM, et al.1995)<br />

Os números colocados na legenda correspondem ao valor de log(VB/<br />

distância de corte), e as regiões com as mesmas taxas de degaste são hachuradas<br />

igualmente. A área com menor taxa de desgaste, de -7,5 a -7,9, é a zona de<br />

segurança (LIM et al., 1995).<br />

A deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão,<br />

ocorre na usinagem dos materiais de alta dureza. Altas tensões de compressão com<br />

altas temperaturas na superfície de saída podem causar a deformação plástica da<br />

aresta de corte das ferramentas de aço-rápido ou metal duro, e ocorrem a altas<br />

velocidades de corte e avanço, e levam a falha catastrófica (TRENT et al., 2000)<br />

(Figura 12).<br />

35


Figura 12 - Deformação plástica da aresta de corte (ISCAR, 2001).<br />

A difusão envolve a transferência de átomos da peça para a ferramenta, ou<br />

da ferramenta para a peça, sendo fortemente dependente da temperatura e<br />

solubilidade dos elementos envolvidos no corte. Este mecanismo de desgaste pode<br />

atuar tanto na superfície de saída como na superfície de folga, a taxa de desgaste<br />

aumenta com o aumento da velocidade de corte e do avanço. A difusão é<br />

responsável principalmente pelo desgaste de cratera em altas velocidades de corte<br />

(TRENT et al., 2000) (Figura 13).<br />

Figura 13 - Mecanismo de difusão ocorrido na superfície de saída da ferramenta (ISCAR, 2001).<br />

A aderência ocorre, geralmente, a baixas velocidades de corte, onde o fluxo<br />

de material sobre a superfície de saída da ferramenta se torna irregular. A aresta<br />

postiça de corte (APC) pode aparecer, e o contato com a ferramenta se torna<br />

descontínuo. Sob estas condições, fragmentos microscópicos são arrancados da<br />

superfície da ferramenta e arrastados junto ao fluxo de material adjacente à<br />

interface. Em geral, na zona de escorregamento, o corte interrompido, a<br />

profundidade de usinagem irregular ou a falta de rigidez promovem o fluxo irregular<br />

36


de material e, portanto, o mecanismo de desgaste por aderência. No microscópio, as<br />

áreas desgastadas por aderência têm uma aparência áspera.<br />

O mecanismo de adesão ocorre quando a instável aresta postiça pode causar<br />

extração de partículas de carboneto da ferramenta resultando na formação de<br />

cavidades. As numerosas cavidades na face de saída mostram que o desgaste<br />

nessa face de saída resulta não somente da abrasão, mas, também, da adesão.<br />

A abrasão envolve a perda de material por microsulcamento ou microcorte,<br />

causado por partículas de elevada dureza relativa, e pela temperatura de corte que<br />

reduz a dureza da ferramenta (MACHA<strong>DO</strong> et al., 1999). Tanto o desgaste de flanco<br />

quanto o desgaste de cratera podem ser gerados pela abrasão, porém ela se faz<br />

mais proeminente no desgaste de flanco já que a superfície de folga atrita com um<br />

elemento rígido que é a peça, enquanto que a superfície de saída atrita com um<br />

elemento flexível que é o cavaco (Figura 14).<br />

Figura 14 - Mecanismo de abrasão na ferramenta de corte (ISCAR, 2001).<br />

Desgaste abrasivo é mais provável de ocorrer em baixas velocidades de<br />

corte, quando a peça é suficientemente dura (devido ao baixo aquecimento gerado)<br />

para arrancar a ferramenta.<br />

A oxidação para os metais ocorre a altas temperaturas, com a presença de ar<br />

e água, contida nos fluidos de corte. O óxido de Al2O3, é mais duro e resistente.<br />

Assim, alguns materiais de ferramenta, que não contém óxido de alumínio,<br />

desgastam-se mais facilmente por oxidação. O desgaste gerado pela oxidação se<br />

forma especialmente nas extremidades do contato cavaco-ferramenta devido ao<br />

acesso do ar nesta região, sendo esta uma possível explicação para o surgimento<br />

do desgaste de entalhe (Figura 15).<br />

37


Figura 15 - Desgaste por oxidação da aresta de corte da ferramenta (ISCAR, 2001).<br />

A fratura da ferramenta ocorre mais freqüentemente no início do corte<br />

interrompido ou devido à profundidade de usinagem inadequada. A fratura pode ser<br />

iniciada, também, pela deformação da ferramenta, seguida pela formação de trinca<br />

e, finalmente, a fratura mecânica surge no estágio final da falha da ferramenta<br />

(TRENT et al., 2000).<br />

A fadiga ocorre principalmente no corte interrompido, como no fresamento,<br />

onde microtrincas podem ser observadas na ferramenta. Estas microtrincas são<br />

causadas pela expansão e contração das camadas superficiais da ferramenta,<br />

quando são aquecidas e refrigeradas, respectivamente, durante os intervalos entre<br />

os cortes. Se as trincas tornarem-se muito numerosas, elas podem se juntar e<br />

causar quebras de pequenos fragmentos da aresta de corte. Elas podem agir,<br />

também, como elevadores de tensão através dos quais a fratura pode ser iniciada<br />

de outras causas sendo comum em ferramentas de metal duro.<br />

A aresta postiça de corte (APC) ocorre, quando se usina a baixas velocidades<br />

de corte e avanço. A APC tende a crescer gradualmente até que, em um certo<br />

momento, rompe-se bruscamente, causando uma perturbação dinâmica. Parte da<br />

APC que se rompe é carregada com o cavaco e parte adere à peça, prejudicando<br />

sensivelmente o acabamento superficial da mesma. Ao se romper, a APC arranca<br />

partículas da superfície de folga da ferramenta, gerando um desgaste frontal grande,<br />

mesmo em baixas velocidades de corte. A força de corte diminui com a formação da<br />

APC, pois o ângulo efetivo de saída aumenta (DINIZ et al., 2000) (Figura 16).<br />

38


Figura 16 - Ferramenta com APC na aresta de corte (ISCAR, 2001).<br />

GU, et. al., 1999 encontraram no fresamento de aço ABNT4140 tratado<br />

termicamente que o desgaste foi sensível à velocidade de corte e ao avanço,<br />

utilizando-se ferramenta revestida de TiN, TiAlN e ZrN recoberto por PVD. Usinagem<br />

em elevados avanços de corte podem causar tensões elevadas na ferramenta e,<br />

desta maneira, da aresta de corte ao cavaco. O desgaste por adesão que ocorre em<br />

baixas velocidades de corte foi devido à formação instável de aresta postiça de corte<br />

formada na interface cavaco-ferramenta. O desgaste da ferramenta foi governado<br />

por desgaste termoquímico (difusão e oxidação) e trinca térmica em elevadas<br />

velocidades de corte.<br />

2.6 Modelagem do desgaste de ferramenta<br />

Os sistemas de informações de usinagem são essenciais para seleção de<br />

condições ótimas de corte durante a etapa de planejamento, e têm constituído um<br />

componente importante na implementação dos sistemas de fabricação integrada por<br />

computador (CIM). Os sistemas de fabricação integrada são classificados nos<br />

sistemas de base de dados e no sistema de modelagem matemática. Os sistemas<br />

de modelagem matemática tentam prever as condições de corte para uma operação<br />

de corte específica. As informações dos dados de resposta tais como vida da<br />

ferramenta, rugosidade superficial, força de corte, potência de corte são utilizados<br />

como dados de entrada. Depois, os modelos matemáticos destas respostas de<br />

usinagem são desenvolvidos como uma função das variáveis de usinagem,<br />

39


utilizando-se um módulo de construção do modelo, os parâmetros do modelo e<br />

outros fatores econômicos relevantes para derivar as condições de corte otimizadas.<br />

É difícil prever a vida de ferramenta em fresamento com suficiente exatidão como<br />

função dos parâmetros de processo, contudo é essencial no sistema de usinagem<br />

produtivo que exige trocas de ferramentas automáticas. Na literatura, os modelos de<br />

desgaste de ferramenta para fresamento são poucos e raros devido à complexidade<br />

na modelagem do processo.<br />

Alaudin et al., 1997 desenvolveram um modelo para fresamento de aço ABNT<br />

1020 laminado a frio, utilizando-se inserto de aço rápido sob condições de corte a<br />

seco. Eles desenvolveram um modelo de regressão de primeira e segunda ordem<br />

para previsão de vida da ferramenta com os parâmetros de processo velocidade de<br />

corte, avanço e profundidade de corte pela metodologia de superfície resposta.<br />

Concluíram que os efeitos do avanço e velocidade de corte são significativos em<br />

ambos os modelos, enquanto que a profundidade de corte somente é no modelo de<br />

segunda-ordem. Seleção apropriada de velocidade de corte e avanço aumenta a<br />

taxa de remoção de material sem redução de vida da ferramenta.<br />

Santos, et. al., 1999 utilizaram a equação expandida de Taylor para prever a<br />

vida de ferramenta em fresamento do ABNT1045 e aço inoxidável ABNT 304 com<br />

inserto P45 revestido de TiN-TiC-TiN. Foi obtido erro de 46 e 10% , respectivamente,<br />

para o aço inoxidável e aço ABNT1045 nas mesmas condições experimentais.<br />

Sharman, et. al., 2001 estudaram a vida da ferramenta de aço rápido em<br />

fresamento de Inconel 718 com inserto revestido de TiAlN e CrN sob condições de<br />

corte a seco. Eles concluíram que o revestimento da ferramenta foi o principal fator<br />

que interferiu na vida da ferramenta, seguido pela velocidade de corte e ângulo de<br />

trabalho da peça. Su, et al.,1999 utilizaram o método de Taguchi para otimizar<br />

filmes de TiCN em fresa de HSS na usinagem do aço ABNT1045. Lin, Tsau-Rong ,<br />

2002 utilizou o método de Taguchi com número de experimento repetido para<br />

otimizar os parâmetros de corte em fresamento de aço inoxidável , utilizando-se<br />

ferramenta P30 revestida de TiN. Utilizando-se arranjo ortogonal , ele concluiu que<br />

as condições ótimas para o volume removido de material foram Vc = 120m/min, fz =<br />

180m/min e ap=1,0mm. Considerando-se a altura de rebarba , verificou-se Vc =<br />

230m/min, fz = 200m/min e ap=1,2mm. O teste de Fisher foi a ferramenta estatística<br />

utilizada para verificar quais os parâmetros de projeto têm efeito significativo na<br />

característica de qualidade (TARNG et al., 1998).<br />

40


Um dos problemas na estimativa de vida de ferramenta diz respeito ao<br />

desgaste não-uniforme , desgaste de entalhe, deflexão da ferramenta e vibração.<br />

Essas fontes de variação podem ocasionar erros em modelos de regressão<br />

ordinária.<br />

2.7 Fluidos de corte<br />

As principais funções do fluido de corte são de lubrificação a baixas<br />

velocidades de corte, refrigeração à altas velocidades de corte, e, ajudar a retirar o<br />

cavaco da zona de corte e proteger a máquina ferramenta e a peça de corrosão<br />

(SANTOS et al., 2003).<br />

A produtividade impulsionou o estudo e o desenvolvimento de vários tipos de<br />

fluidos de corte ao longo dos anos e, principalmente, nas últimas décadas (SILVA et<br />

al., 1998).<br />

Dissipação de calor e lubrificação são problemas comuns nos processos<br />

industriais de usinagem. Quando as operações de remoção de material são<br />

conduzidas a altas velocidades e baixas pressões, a regulagem de geração de calor<br />

e a lubrificação do ponto de contato são realizadas na maioria das indústrias por<br />

despejos de emulsões de óleo e água. Entretanto, um fluido tem a vantagem<br />

particular de combinar a propriedade refrigerante da água e a propriedade de<br />

lubrificação do óleo.<br />

Em usinagem, o aquecimento gerado devido à deformação plástica da peça e<br />

atrito na interface cavaco-ferramenta afeta a qualidade do produto sob o ponto de<br />

vista dimensional e de acabamento superficial. Dessa maneira, o controle efetivo do<br />

aquecimento gerado na zona de corte é essencial para garantir a qualidade<br />

superficial da peça na usinagem. Durante a formação do cavaco na usinagem de<br />

peças, há perda de energia que, na sua maior parte, se converte em calor, causando<br />

assim elevadas temperaturas na região do corte. Esta solicitação térmica da peça<br />

pode até levar ao comprometimento da sua integridade superficial, ou seja,<br />

surgimento de fissuras, distorções, tensões residuais elevadas e não-conformidades<br />

dimensionais, podendo estes efeitos indesejáveis ser acompanhados do desgaste<br />

acentuado da ferramenta. Com o objetivo de reduzir as temperaturas de corte e o<br />

atrito peça-ferramenta, passou-se a utilizar os fluidos de corte.<br />

41


A escolha do fluido de corte é importante durante o processo industrial de um<br />

produto, pois dependerá de uma sequência de fatores inter-relacionados tais como,<br />

aspectos econômicos, custos relacionados ao procedimento de descarte e saúde<br />

humana.<br />

O fluido de corte é a escolha convencional para tratar deste problema. Eles<br />

são introduzidos para melhorar as características tribológicas dos processos de<br />

usinagem e, também, dissipar o calor gerado. No entanto, a aplicação dos fluidos de<br />

corte convencionais produz alguns problemas tecno-ambientais tais como, poluição<br />

ambiental, problemas biológicos para os operadores, poluição das águas e<br />

acréscimo no custo de fabricação total, etc. Todos estes fatores contribuem para a<br />

investigação da utilização dos fluidos biodegradáveis e usinagem livre de<br />

refrigeração.<br />

O desenvolvimento de iniciativas que inibem a poluição e aumentem a<br />

consciência do consumidor em consumo de produtos ecologicamente correto têm<br />

pressionado as indústrias em minimizar o uso de fluidos de corte. Experimentos têm<br />

sido conduzidos para se estudar o efeito do nitrogênio líquido na redução de força<br />

de usinagem e na dissipação de calor gerado (RAO et al., 2006).<br />

2.7.1 Classificação dos fluidos de corte<br />

Existem diversas formas de se classificar os fluidos de corte, e não há uma<br />

padronização que estabeleça uma única classificação entre as empresas fabricantes<br />

(MACHA<strong>DO</strong> et al., 1999). Uma primeira classificação agrupa os fluidos de corte em<br />

aquosos, ar, água, soluções químicas, emulsões, óleos minerais, óleos graxos,<br />

óleos compostos, óleos de extrema pressão, óleos de usos múltiplos. Uma segunda<br />

classificação divide os fluidos formados apenas por óleo integral e a partir da adição<br />

de óleo concentrado à água que são as emulsões e soluções.<br />

Os óleos integrais são, basicamente, óleos minerais puros ou com aditivos,<br />

normalmente de alta pressão. O emprego destes óleos nos últimos anos como fluido<br />

de corte tem perdido espaço para os óleos solúveis em água, devido ao alto custo<br />

em relação aos demais, aos riscos de fogo, ineficiência a altas velocidades de corte,<br />

baixo poder refrigerante e formação de fungos, além de oferecerem riscos à saúde<br />

do operador.<br />

42


As emulsões são compostas de duas fases, uma fase contínua consistindo de<br />

pequenas partículas de óleo mineral (derivado do petróleo) ou sintéticos suspensos<br />

na água (segunda fase). As emulsões de óleo de petróleo geralmente têm maior<br />

capacidade lubrificante, porém, menor capacidade refrigerante. Em geral, as<br />

emulsões apresentam propriedades lubrificantes e refrigerantes moderadas.<br />

Os fluidos emulsionáveis convencionais são compostos de óleos minerais<br />

adicionados à água nas proporções de 1:10 a 1:100, mais agentes emulgadores que<br />

garantem a miscibilidade destes com a água. Os fluidos semi-sintéticos são, também<br />

formadores de emulsões. Eles apresentam de 5% a 50% de óleo mineral no fluido<br />

concentrado e aditivos, compostos químicos que se dissolvem na água formando<br />

moléculas individuais.<br />

Os fluidos sintéticos caracterizam-se por não conterem óleo mineral em sua<br />

composição. Baseiam-se em substâncias químicas que formam uma solução com a<br />

água. Os óleos sintéticos mais comuns oferecem boa proteção anti-corrosiva e<br />

refrigeração. Os mais complexos são de uso geral, com boas propriedades<br />

lubrificantes e refrigerantes. Faz-se uma distinção, quando os fluidos sintéticos<br />

contêm apenas inibidores de corrosão, e as propriedades de extrema pressão (EP)<br />

não são necessárias.<br />

2.7.2 Método de aplicação dos fluidos de corte<br />

A principal finalidade de se usar o fluido do corte em processos é reduzir<br />

temperaturas de corte na zona do corte, a fim de aumentar a vida da ferramenta. As<br />

vantagens deste uso, entretanto, têm sido questionadas devido aos efeitos negativos<br />

no custo do produto, no ambiente e na saúde humana. O corte a seco foi tentado<br />

como uma alternativa possível ao uso do fluido de corte (SALES et al., 2002).<br />

(PIGOTT, COLWELL apud por DINIZ et al., 2007) foram os primeiros autores<br />

que discutiram o uso do fluido de corte a alta pressão com as ferramentas a alta<br />

velocidade de corte. Observaram um aumento significativo na vida da ferramenta,<br />

quando o líquido de alta pressão foi usado, em comparação ao método convencional<br />

de aplicar o fluido de corte. De acordo com esses autores, o método convencional<br />

não produziu resultados significativos, porque os cavacos são refrigerados muito<br />

43


mais do que a ferramenta e a peça. Além disso, a velocidade baixa de penetração<br />

não permite que o lubrificante alcance a aresta de corte.<br />

(KAMINSKI, A. apud por DINIZ et al, 2007) indicaram que os métodos<br />

convencionais de aplicação do fluido de corte não são muito eficazes, porque o jato<br />

a baixa pressão atrapalha a penetração na interface-cavaco ferramenta, e,<br />

consequentemente, na temperatura crescente da zona do corte. No processo de<br />

torneamento, um aumento na pressão foi possível reduzir a quantidade de fluido<br />

injetada.<br />

(EZUGWU, B. apud por DINIZ et al., 2007) confirmaram a praticabilidade de<br />

se usar o fluido de corte a alta pressão em processos de torneamento. O fluido a alta<br />

pressão aumenta a lubrificação e reduz a temperatura da interface cavaco<br />

ferramenta e a peça. Um outro benefício está em uma diminuição do contato entre o<br />

cavaco e a ferramenta, que contribui ainda mais para uma diminuição da<br />

temperatura.<br />

Machado, et. al. 1997 realizaram diversas experiências para verificar a<br />

influência da aplicação de fluido de corte a alta pressão (14,5MPa) direcionada para<br />

ferramenta no torneamento de Ti6Al4V e de Inconel 901. As condições diferentes de<br />

corte foram testadas, e, em cada caso, os resultados foram comparados àqueles<br />

obtidos com a aplicação convencional do fluido de corte. Concluíram que o sistema<br />

a alta pressão reduziu a temperatura de corte significativamente. Além disso, ao<br />

usinar a liga de titânio, o sistema refrigerante a alta pressão, aumentou<br />

significativamente a vida da ferramenta em todas as condições de corte testadas.<br />

(EZUGWU et al. apud por DINIZ; MICARONI, 2007) avaliaram a vida da<br />

ferramenta de cerâmica reforçada, em usinar Inconel 718 em velocidades diferentes<br />

do corte e sob as pressões de corte diferentes, até 20,3MPa. Em todas as<br />

velocidades de corte, a vida da ferramenta aumentou com a pressão do fluido de<br />

corte. Entretanto, quando a pressão aumentou de 15 a 20,3MPa, a vida da<br />

ferramenta diminuiu rapidamente devido ao entalhe excessivo na profundidade da<br />

região cortada. O desgaste do entalhe é atribuído pelos autores à erosão da<br />

ferramenta cerâmica, causada pela refrigeração a alta pressão.<br />

Há três sentidos práticos da aplicação do fluido de corte em uma operação de<br />

usinagem: (a) na superfície superior do cavaco; (b) para a relação do cavaco-<br />

ferramenta e (c) na relação ferramenta peça (Figura 17).<br />

44


Figura 17 - Sentidos práticos da aplicação do fluido de corte (MACHA<strong>DO</strong> et al, 1999)<br />

O fluido de corte pode, também, ser aplicado sob diversas direções e/ou<br />

vazões, posicionado na interface cavaco-ferramenta ou na peça. São inúmeras as<br />

combinações possíveis para a sua aplicação, mas, atualmente, os métodos mais<br />

utilizados são o jorro do fluido a baixa pressão, ou por gravidade, sendo este<br />

sistema o mais usado devido à sua simplicidade. O fluido é jorrado sobre cabeça<br />

contra a superfície do cavaco, ou ainda na superfície de saída da ferramenta. Neste<br />

caso, o fluido vai de encontro à superfície fraturada do cavaco, sendo arrastado para<br />

fora da interface cavaco-ferramenta, dispensando dispositivos especiais (SANTOS<br />

et. al., 2003).<br />

Com o principal objetivo de incrementar a lubrificação na interface cavaco-<br />

ferramenta, foi desenvolvido um sistema em que o conjunto suporte e ferramenta de<br />

corte é vazado, permitindo o fluido passar pelo seu interior, chegando até a<br />

superfície de saída da ferramenta (ISCAR, 2001). O fluido chega à interface com alta<br />

pressão (variável entre 1,03 MPa, para uma vazão de 0,3 l/min, e 25,83 MPa, para<br />

uma vazão de 2,3 l/min), reduzindo o contato cavaco-ferramenta.<br />

Khrais, et. al, 2007, verificaram que, no torneamento do aço ABNT4140, a<br />

curva de vida da ferramenta consiste dos três estágios inicial, gradual e catastrófico<br />

e não houve efeito positivo do óleo lubrificante na vida da ferramenta.<br />

O limite superior de velocidade de corte do inserto de metal duro revestido de<br />

TiAlN foi de 410m/min. Gu et al., 1999 mostraram que o uso de refrigerante não<br />

aumentou a vida da ferramenta de aço ABNT 4140, utilizando-se ferramentas de<br />

metal duro. As condições ótimas para o fresamento do aço (baseado no critério de<br />

falha da ferramenta de 0,4mm) foi de velocidade de corte de 120m/min e avanço de<br />

0,125mm/revolução. Contudo, eles afirmaram que essa condição de corte pode não<br />

ser a melhor escolha , desde que o critério de otimização em ambiente de produção<br />

45


envolva custo de ferramenta, custo do trabalho, velocidade de produção,<br />

depreciação do equipamento, etc.<br />

2.8 Integridade superficial<br />

Integridade superficial é o termo utilizado para denotar as condições e a<br />

qualidade de superfícies usinadas, e resulta da combinação do processo de<br />

deformação plástica, propagação de trincas, reações químicas e forma de energia<br />

empregada para a remoção do cavaco (Figura 18).<br />

Figura 18 - Representação dos efeitos externos e efeitos internos da superfície (OLIVEIRA, 2004).<br />

Integridade superficial é uma medida da qualidade de uma superfície usinada<br />

e interpretada com elementos que descrevem a estrutura real da superfície e<br />

subsuperfície A qualidade da superfície resulta da escolha da estratégia e<br />

parâmetros correspondentes de usinagem (inclinação da ferramenta, avanço,<br />

velocidade de corte e profundidade de corte) (QUINSAT et al. 2010).<br />

Nas superfícies existem irregularidades tais como alturas, espaçamentos e<br />

formas. Ao examinar uma superfície real, pode-se ver o padrão dos picos e vales<br />

que podem ser irregulares ou repetitivos (Figura 19).<br />

46


Figura 19 - Textura de uma superfície mostrando efeitos de rugosidade (A), ondulações (B) e erro de<br />

forma (C). (OLIVEIRA, 2004).<br />

As irregularidades podem ser classificadas de acordo com a superfície ou<br />

acabamento superficial:<br />

a) rugosidade superficial são finas irregularidades resultantes de ação inerente do<br />

processo de corte, ou seja, marcas de avanço. A altura ou profundidade média<br />

dessas irregularidades são medidas em pequeno comprimento chamado “cut-off”<br />

(comprimento da amostra). Pode-se dizer que a rugosidade e ondulações<br />

constituem a textura de uma superfície apesar de apresentarem outras<br />

caracterizações;<br />

b) ondulações consistem de irregularidades superficiais cujos espaçamentos são<br />

maiores que o cutt-off em aproximadamente 1mm, causado por deflexões e<br />

vibrações da ferramenta ou da peça;<br />

c) marcas de avanço denotam as direções das irregularidades superficiais,<br />

dependendo da orientação da peça e ferramenta de corte na máquina, ou do<br />

movimento relativo da peça e ferramenta;<br />

d) falhas são interrupções na topografia típica da superfície de um componente,<br />

sendo inesperadas e indesejáveis, causadas por defeitos tais como trincas, bolhas,<br />

inclusões que podem surgir durante o processo de corte.<br />

O levantamento das irregularidades da superfície pode ser realizado através<br />

de um apalpador, que percorre todas as irregularidades da superfície e envia um<br />

sinal para um transdutor que transforma o sinal mecânico em eletrônico. O sinal<br />

transformado é manipulado segundo um algoritmo que, ao ser quantificado, atribui-<br />

se ao mesmo um valor equivalente a uma unidade de comprimento, geralmente na<br />

47


ordem de m. Uma vez conhecido este valor, ele é colocado de forma gráfica e/ou<br />

manuseado estatisticamente para gerar todos os parâmetros de controle de uma<br />

superfície (Figura 20).<br />

Figura 20 - Esquema de um instrumento de controle de uma superfície (OLIVEIRA, 2004).<br />

A rugosidade média (Ra) pode ser expressa como o desvio médio de um perfil<br />

de sua linha ou a distância média de um perfil desde sua linha média, sobre um<br />

comprimento médio (Figura 21).<br />

Figura 21 - Representação do perfil de rugosidade Ra, para um comprimento de amostragem (l)<br />

(MARTINS, 2008).<br />

Matematicamente, a expressão corresponde a equação 03<br />

R a<br />

<br />

y1<br />

y2<br />

.... yn<br />

n<br />

eq.(03)<br />

A rugosidade superficial é afetada pela geometria da ferramenta,<br />

profundidade de corte, velocidade de corte, microestrutura da peça e rigidez do<br />

conjunto (NALBANT et al., 2007).<br />

48


Em todos os processos de fabricação, ao lado da geometria e tolerâncias de<br />

medidas, qualidade satisfatória da rugosidade superficial é importante. Demanda<br />

crescente por melhor confiabilidade e efetividade de conjuntos mecânicos, redução<br />

de perdas por atrito, e maior potência levam a aumentos de carga de contato<br />

superficiais. As propriedades de superfícies de contato mais importantes são<br />

rugosidade superficial e topografia (SEDLACEK et al.,2008). A rugosidade média<br />

(Ra) fornece boa descrição das variações de altura, mas não dá qualquer informação<br />

na ondulação e não é sensível a pequenas variações no perfil. A rugosidade<br />

superficial é afetada pelos fatores como geometria da ferramenta, profundidade de<br />

corte, velocidade de corte, avanço, microestrutura da peça e rigidez do conjunto.<br />

A rugosidade (Rt) é a altura vertical entre os pontos mais altos e os mais<br />

baixos do perfil dentro do comprimento de avaliação (Figura 22).<br />

onde:<br />

Figura 22 - Parâmetro de rugosidade Rt (MARTINS, 2008).<br />

ln = comprimento de avaliação<br />

l = Comprimento de amostragem (cut-off).<br />

A rugosidade (Rz ) é o valor da distância de pico ao vale, levando em conta 10<br />

valores sem intervalos. Conhecido como parâmetro Rtm é a média de todos os<br />

valores de Z no comprimento de avaliação, onde Z é a altura máxima das<br />

rugosidades medidas no comprimento de amostragem (Figura 23).<br />

49


onde:<br />

Figura 23 - Parâmetro de rugosidade Rz (MARTINS, 2008).<br />

ln = comprimento de avaliação<br />

l = Comprimento de amostragem (cut-off).<br />

A Figura 24 tem como objetivo mostrar o e usar como exemplo o<br />

comportamento, e a variação de Ra e Rt na superfície usinada com a distância de<br />

corte.<br />

Figura 24 - Variação da rugosidade média Ra e Rt com distância de corte em fresamento com fluido<br />

para aço inoxidável com durezas de 35, 40 e 55 HRC (LIEW et al., 2008).<br />

Para a ferramenta revestida, os valores de Ra e Rt para as peças de 40 e<br />

55HRc aumentaram levemente a despeito do desgaste da ferramenta<br />

significativamente. As ferramentas revestidas que exibiram maior resistência ao<br />

50


desgaste, produziram melhor acabamento superficial. A dutilidade da peça pareceu<br />

ter influência significativa na qualidade da superfície da peça (LIEW, et. al., 2008).<br />

O acréscimo na velocidade de corte no fresamento resultou em menor valor<br />

de rugosidade para o fresamento do aço ABNT1020 (KORKUT, et. al. ,2007). A<br />

geometria da ferramenta tem um efeito significativo no desempenho da usinagem.<br />

Entre os vários parâmetros geométricos o ângulo de saída radial e raio da<br />

ferramenta são dos mais importantes, pois determinam, respectivamente, a área de<br />

contato entre cavaco e ferramenta e formação do cavaco e, portanto, afetam o<br />

consumo de energia (RAO, 2006).<br />

Nalbant et al., 2007 concluíram que acréscimo do raio do inserto, diminuição<br />

da velocidade de avanço e da profundidade de corte decrescem a rugosidade<br />

superficial. O avanço é o fator que mais a afeta a rugosidade superficial, e para um<br />

dado raio de ferramenta, varia com o quadrado da velocidade de avanço. Bouzid Sai<br />

et al., 2001 constataram para o fresamento de aço carbono e inoxidável duplex que<br />

o acréscimo na velocidade de corte reduziu a rugosidade média em razão da<br />

redução do comprimento de contato cavaco-ferramenta, decréscimo da força de<br />

corte e deformação plástica. Ao contrário, quando o avanço cresceu de 0,05 a<br />

0,2mm/rev, a rugosidade cresceu de 5,9 para 9,6μm. A microestrutura da peça,<br />

também, alterou a rugosidade para os mesmos parâmetros de corte.<br />

Rugosidade superficial é um dos fatores importantes na avaliação da<br />

qualidade da peça dos componentes usinados, porque influencia as características<br />

funcionais da peça tais como compatibilidade, resistência à fadiga e atrito superficial.<br />

O objetivo principal da análise quantitativa da rugosidade superficial é a identificação<br />

de uma coleção de parâmetros suficientes para caracterização do acabamento<br />

superficial (CHEVRIER et al, 2003).<br />

O desgaste da ferramenta é um fator crucial que afeta a forma e a integridade<br />

das superfícies geradas. Como tal aumentar a durabilidade e a resistência ao<br />

desgaste dos materiais usados nas ferramentas de corte e o interesse principal na<br />

usinagem. Combater o desgaste em uma situação de usinagem típica é<br />

tecnicamente desafiador devido ao ambiente de operação (AB<strong>DE</strong>L-AAL et al, 2009).<br />

Como a maioria dos estudos de desgaste contempla a fase inicial do<br />

processo até espessuras de desgaste de flanco de 0,3mm, este trabalho objetiva<br />

atender situações em que o desgaste é maior que 0,3mm e como esse fato afeta a<br />

integridade superficial da peça e a superfície da ferramenta.<br />

51


3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS<br />

3.1 Materiais e Métodos Experimentais<br />

O material utilizado para realização deste trabalho foi o aço ABNT4140, com<br />

dureza 25 ±2 HRc, na forma de barras de diâmetro de 100mm e comprimento de<br />

100mm. A análise química foi realizada utilizando espectrômetro ótico de emissão.<br />

Os corpos-de-prova do aço ABNT4140 para os ensaios mecânicos foram cortados<br />

das barras no sentido radial. O corte foi realizado em serra de fita, marca Franho,<br />

com lâmina de vídea. As amostras para análise metalográfica foram cortadas na<br />

direção radial.<br />

Essas amostras foram fresadas e, posteriormente, preparadas em lixas,<br />

marca Norton, com granulometrias de 180, 220, 320, 400, 500, 600 e 1000 mesh.<br />

Em seguida, foi realizado polimento de acabamento em feltro impregnado com pasta<br />

de diamante de dimensão de 7, 3 e 1 m. Para observação da microestrutura, estas<br />

amostras foram atacadas com nital 4%, e, posteriormente, analisadas em<br />

microscópio ótico marca Neophot, modelo 32, acoplado a uma estação de trabalho<br />

com analisador de imagem, marca Leco.<br />

Esta barra foi submetida ao tratamento térmico de têmpera e revenimento em<br />

forno de martêmpera (banho de sais). A temperatura de austenitização foi de 860°C<br />

com tempo de manutenção de 1 hora nessa temperatura. Posteriormente, resfriou-<br />

se em forno de martêmpera a 140°C durante 20 minutos e, em seguida, resfriamento<br />

ao ar até a temperatura ambiente. A temperatura de revenimento foi 620°C com<br />

tempo de manutenção de 2 horas, e resfriamento no forno até a temperatura<br />

ambiente. Após o tratamento térmico, esmerilhou-se a superfície tratada para medir<br />

a dureza em durômetro Rockwell no sentido radial a cada 5mm do diâmetro externo,<br />

comprovando a dureza em HRc= 25±2 em toda a seção.<br />

As operações de fresamento foram realizados no laboratório de Processos de<br />

Fabricação da PUC Minas, em um centro de usinagem de fabricação da ROMI,<br />

modelo Discovery 560 (Figura 25).<br />

52


Figura 25 - Centro de usinagem Discovery 560, utilizado no fresamento do aço ABNT4140<br />

temperado/revenido.<br />

Fonte: fotos do autor<br />

Os programas utilizados no CNC (anexo I) para fresamento do material foi<br />

desenvolvido no laboratório da PUC MG. Na realização dos ensaios, foi utilizada<br />

velocidade de corte (Vc) de 120m/min, pois de acordo com o fabricante Walter, a<br />

velocidade de corte pode variar de 100m/min a 140m/min para este tipo de<br />

ferramenta e com este aço tratado. Os avanços de corte (fz) utilizados como<br />

desbaste foram de 0,1; 0,15; e 0,20 mm/rev, com profundidade de corte (ap)<br />

constante de 1 mm (Tabela 2).<br />

Tabela 2<br />

Parâmetros de corte utilizados no fresamento do aço ABNT 4140<br />

temperado/revenido<br />

Parâmetros de corte<br />

Vc (m/min) 120<br />

ap (mm) 1<br />

fz (mm/rev)<br />

0,1<br />

0,15<br />

0,20<br />

Fonte: (WALTER, 2010).<br />

53


O conjunto ferramenta-porta-ferramentas tem fixação mecânica por<br />

interferência. Os diâmetros das fresas utilizadas foram de 20 e 40mm, com um canal<br />

interno para aplicação do fluido de corte. Utilizou-se duas fresas diferentes para<br />

avaliar em qual das fresas se obtém um melhor resultado de desgaste e<br />

acabamento superficial. Nas fresas, foram montadas as três (3) pastilhas de corte<br />

enumeradas de 1 a 3 com o objetivo de avaliar o desgaste nas três posições. Estas<br />

pastilhas são fixadas por parafuso, com o auxilio de uma chave fornecida juntamente<br />

com o porta-ferramenta (Figura 26 (a) e (b)).<br />

(a) (b)<br />

Figura 26 - Fresas de diâmetros de 20 e 40mm montadas com três pastilhas de corte intercambiáveis<br />

e fixadas por mandris de encaixe sob interferência no centro de usinagem.<br />

Fonte: Fotos do autor<br />

As pastilhas utilizadas no fresamento, foram de metal duro WC-Co P-35,<br />

revestidas com TiN, fabricadas pela Walter. Empresa conceituada no mercado de<br />

usinagem com grande variedade de ferramentas de corte. O modelo<br />

APGW090308R-A57WTP35 é apropriado para aços de baixa liga e tratado<br />

termicamente (Figura 27).<br />

Figura 27 - Pastilha de metal duro, revestida por TiN, utilizada nos experimentos de fresamento<br />

(WALTER, 2010).<br />

54


Os ensaios foram realizados com fluido de corte semissintético aplicado pelo<br />

centro da ferramenta. O fluido de corte é emulsionável em água, fabricado pela<br />

Blaser Brasil, na concentração de 8% em volume. Para o sistema de aplicação do<br />

fluido pelo centro da fresa, a vazão do fluido foi constante de 15 l/min, circulando no<br />

sistema com uso de uma bomba de alta potência com pressão de 10bar.<br />

A trajetória da fresa foi a partir de um fresamento frontal na qual as arestas<br />

cortantes ativas estão no eixo frontal da ferramenta (fresa). O eixo da fresa neste<br />

caso é perpendicular a superfície gerada, fazendo um movimento de “vai e vem” na<br />

peça a ser usinada. (Figura 28).<br />

Figura 28 – Desenho representativo do percurso da fresa durante o corte e posições de leituras do<br />

rugosímetro<br />

Fonte: Desenho do autor<br />

Para cada fresa foi utilizado um programa diferente (ANEXO I), pois os<br />

diâmetros são de 20mm e 40mm. Neste programa a trajetória da fresa diâmetro de<br />

20mm fez-se com que a ferramenta deslocasse no sentido radial 16mm (posição 2).<br />

E para a fresa de diâmetro de 40mm fez-se com que a ferramenta deslocasse no<br />

sentido radial 26mm (posição 2), verificando assim que a ferramenta de diâmetro de<br />

40mm retira mais material por passadas. Porém no final de cada tempo de 5<br />

minutos a quantidade de material retirado foi maior para a fresa de diâmetro de<br />

20mm devido sua rotação ser maior e influenciando diretamente na velocidade de<br />

avanço.<br />

O acabamento superficial da peça usinada foi avaliado com utilização de um<br />

rugosímetro, marca Taylor Hobson, modelo Surtronic 3+ (Anexo I). Esse rugosimetro<br />

foi fixado à mesa e, após cada intervalo de tempo de 5 minutos de fresamento,<br />

55


deslizou-se o apalpador sobre a superficie da peça, nas três posições como ilustra a<br />

Figura 28.<br />

Para perfis resultantes do fresamento e distância entre sulcos de usingem<br />

variando de 0,1mm e 0,32mm, onde esta distancia é aproximadamente igual ao<br />

avanço recomenda-se a utilização um comprimento de amostragem (cut-off) de<br />

0,8mm a partir do início de cada medição (ISO 4288/1996) (Figura 29).<br />

Figura 29 - Rugosímetro Taylor Hobson – Surtronic 3+ em funcionamento, evidenciando a medição<br />

da rugosidade.<br />

Fonte: Foto do autor<br />

O desgaste da ferramenta de corte foi avaliado por meio de um microscópio ótico<br />

de medição, marca Mitutoyo, modelo TM-505 e série 176, aumento de 15X (Figura<br />

30).<br />

Figura 30 - Microscópio de medição Mitutoyo, modelo TM-505 e série 176<br />

Fonte: Foto do autor<br />

56


A cada período de 5 minutos de usinagem, a ferramenta de corte foi levada<br />

ao microscópio para avaliação do desgaste. O tempo de fresamento total foi de 50<br />

minutos. Foi construído um dispositivo para fixação à plataforma do microscópio, e,<br />

assim, evita-se a retirada das pastilhas da fresa que provoca dano à rosca do<br />

parafuso de fixação. Após fixação da ferramenta na base do microscópio, ajusta-se<br />

a linha do visor no valor zero da escala. Em seguida, desloca-se a linha do visor até<br />

a maior espessura do desgaste no flanco. A diferença medida é o desgaste do<br />

flanco. Este microscópio trabalha com eixo de coordenadas cartesianas, sendo os<br />

valores medidos na variação das ordenadas.<br />

Para a velocidade de corte de 120m/min, o desgaste de flanco da<br />

ferramenta de corte foi medido em cada uma das três posições de fixação da<br />

pastilha na fresa, objetivando verificar possíveis diferenças de desgaste com a<br />

posição. Acompanhou-se durante o fresamento o comportamento das pastilhas<br />

quanto ao deslocamento radial sendo medidos a cada 5 minutos em um<br />

equipamento, medidor de excentricidade da marca Carlzeiss Jena, onde através de<br />

um relógio comparador com resolução milesimal se faz a medição do batimento.<br />

(figura 31)<br />

Figura 31 - Medidor de excentricidade com relógio comparador milesimal<br />

Fonte: Fotos do autor<br />

57


Foram feitos 3 experimentos para cada avanço de 0,1; 0,15 e 0,20mm/ver e<br />

velocidade de corte de 120m/min nos quais foram obtidos o valor médio de desgaste<br />

e o desvio padrão. O desvio padrão foi a calculado através da equação.<br />

Xi = valor de cada evento individual (X1, X2, X3... Xn)<br />

X = média aritmética dos valores Xi<br />

58<br />

eq(04)<br />

Os Valores médios e ±1 desvio padrão foram mostrados em gráficos de<br />

desgaste contra volume retirado .<br />

Posteriormente, as pastilhas foram analisadas em Microscópio Eletrônico de<br />

Varredura Quanta 200 - FEG – FEI - 2006 com canhão de emissão por efeito de<br />

campo para acompanhar o desgaste durante o fresamento. (Figura 32).<br />

Figura 32 – Microscópio Eletrônico de Varredura.<br />

Fonte: Foto do autor


4. RESULTA<strong>DO</strong>S E DISCUSSÕES<br />

4.1 Análise química e metalográfica do material<br />

A análise química da barra utilizada no trabalho é mostrada na Tabela 3.<br />

Tabela 3<br />

Análise química da barra de aço ABNT 4140 em percentagem em peso<br />

C Mn Si P S Cr Ni Mo Al Cu Sn V N<br />

0,39 0,80 0,20 0,013 0,016 0,91 0,02 0,16 0,009 0,10 0,009 0,005 0,0066<br />

Fonte: espectrômetro ótico de emissão<br />

A Figura 33 mostra a microestrutura do aço ABNT 4140 temperado/revenido,<br />

onde se observa, respectivamente a presença de martensita revenida.<br />

10µm<br />

Figura 33 – Microestrutura do aço ABNT 4140 temperado/revenido - Aumento 500x - Ataque: Nital<br />

4%.<br />

Fonte: Foto do autor<br />

59


Para cada ponto plotado nos gráficos a seguir foram medidos o seu desgaste<br />

de flanco nas três posições e calculado seu volume retirado.<br />

A Figura 34 (a) e (b) mostra a evolução do desgaste máximo de flanco da<br />

ferramenta de corte com diâmetros de 20mm (a) e 40mm (b) em relação ao volume<br />

retirado para o fresamento com fluido de corte da barra temperada e revenida. A<br />

Figura 34 (c) mostra a correlação dos desgastes. Utilizou-se velocidade de corte de<br />

120m/min, avanço de 0,1 mm/rev e profundidade de corte de 1mm<br />

(a) (b)<br />

(c)<br />

Figura 34 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte em relação ao volume retirado, nas três<br />

posições, revestida com TiN, com velocidade de corte de 120 m/min, e avanço de 0,1 mm/rev,<br />

fresamento com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que, quando se usinou com uma velocidade de corte de 120<br />

m/min e avanço de 0,1 mm/rev, o desgaste de flanco de ambas as ferramentas de<br />

corte foi maior, chegando a 1,5mm acima 200x10 3 mm 3 . Porém a Figura 34 (a) nos<br />

60


mostra que em função do volume de material retirado observa-se que a ferrramenta<br />

de diâmetro de 20mm retira mais material em mm 3 , nota-se que a ferramenta de<br />

diâmetro de 40mm desgastou mais mesmo retirando menos material.<br />

A Figura 35 (a) e (b) mostra a evolução do desgaste máximo de flanco da<br />

ferramenta de corte com diâmetros de 20 (a) e 40mm (b) em relação ao volume<br />

retirado, para o fresamento com fluido de corte da barra temperada e revenida. A<br />

Figura 35 (c) mostra a correlação dos desgastes. Utilizou-se velocidade de corte de<br />

120m/min, avanço de 0,15mm/rev e profundidade de 1mm.<br />

(a) (b)<br />

(c)<br />

Figura 35 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, em relação ao volume retirado, nas três<br />

posições, revestida com TiN, com velocidade de corte de 120 m/min, e avanço de 0,15 mm/rev,<br />

fresamento com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que, quando se usinou com uma velocidade de 120 m/min e<br />

avanço de 0,15 mm/rev, o desgaste de flanco da ferramenta de corte de diâmetro de<br />

40mm foi maior em relação a ferramenta de diâmetro de 20mm. Nota-se que no<br />

primeiro ponto o desgaste de flanco inicia-se com 1mm, chegando a 2mm acima de<br />

61


250x10 3 mm 3 . Nota-se que a fresa de diâmetro de 20mm retirou mais material do<br />

que a fresa de diâmetro de 40mm e obteve um desgaste menor. Devido a quebra<br />

da ferramenta em um dos três testes nota-se que para o gráfico da fresa de diâmetro<br />

de 40mm o desgaste diminuiu.<br />

A Figura 36 (a) e (b) mostra a evolução do desgaste máximo de flanco da<br />

ferramenta de corte com diâmetros de 20 (a) e 40mm (b) em relação ao volume<br />

retirado para o fresamento com fluído de corte da barra temperada e revenida. A<br />

Figura 36 (c) mostra a correlação dos desgastes. Utilizou-se velocidade de corte de<br />

120m/min, avanço de 0,20mm/rev e profundidade de 1mm.<br />

.<br />

(a) (b)<br />

(c)<br />

Figura 36 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, em relação ao volume retirado, nas três<br />

posições, revestida com TiN, com velocidade de corte de 120 m/min, e avanço de 0,20 mm/rev,<br />

fresamento com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que, quando se usinou com uma velocidade de corte 120 m/min<br />

e avanço de 0,20 mm/rev, o desgaste de flanco da ferramenta de corte de diâmetro<br />

62


de 20mm iniciou-se com 1mm de desgaste chegando a 2,3 mm com um volume de<br />

material retirado a cima 500x10 3 mm 3 .<br />

Nota-se que para o gráfico com a fresa de diâmetro de 40mm foi necessário<br />

modificar a retirada da ferramenta para fazer medições dos desgastes pois os<br />

volumes foram menores que 50x10 3 mm 3 . Estas medidas foram necessários por<br />

motivos de alta potência da máquina e quebra prematura da ferramenta nos outros<br />

dois testes. Para este gráfico foram feitos média e desvio padrão apenas para três<br />

medições de desgaste onde se conseguiu usinar. Tendo como resultado valores de<br />

desgaste de flanco maior para a fresa de diâmetro de 40mm pois obteve um<br />

volume menor de material retirado.<br />

A Figura 37 (a) e (b) mostra os valores de rugosidade Ra, no aço ABNT 4140<br />

temperado e revenido na posição 1 com fluido de corte, velocidade de corte<br />

120m/min e avançosde 0,1; 0,15; 0,20mm/rev para a fresa de diâmetro de 20mm (a)<br />

e diâmetro de 40mm<br />

(a) (b)<br />

Figura 37- Análise de rugosidade Ra das superfícies usinadas para velocidade de corte de 120m/min,<br />

avanços de corte de 0,1, 0,15 e 0,20mm/rev, com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que para rugosidades Ra , os valores para a fresa de diâmetro de<br />

20mm foram maiores para o avanço de 0,20mm/rev, em todos os tempos, chegando<br />

a 10µm acima de 500x10 3 mm 3 , motivo pelo qual os valores de desgaste para este<br />

avanço foi maior.<br />

63


Para a fresa de diâmetro de 40mm, nota-se que para volumes acima de<br />

50x10 3 mm 3 e avanço de 0,20mm/rev, os valores de Ra foram maiores chegando a<br />

8µm. Tendo os valores de desgaste para este avanço valores acima de 2mm.<br />

A Figura 38 (a) e (b) mostra os valores de rugosidade Ra, no aço ABNT 4140<br />

temperado e revenido na posição 2 com fluido de corte, velocidade de corte<br />

120m/min e avanços de 0,1, 0,15, 0,20mm/rev para fresa de diâmetro de 20mm (a) e<br />

diâmetro de 40mm<br />

(a) (b)<br />

Figura 38 - Análise de rugosidade Ra das superfícies usinadas para velocidade de corte de 120m/min,<br />

avanços de corte de 0,1, 0,15 e 0,20mm/rev, com fluido corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que para rugosidades Ra, os valores para a fresa de diâmetro de<br />

20mm foram maiores para o avanço de 0,20mm/ver, acima de 400x10 3 mm 3 ,<br />

chegando a 5µm. Para a fresa de diâmetro de 40mm, nota-se que para o avanço de<br />

0,20mm/rev, chegando a 7µm e um volume retirado acima de 150x10 3 mm 3 . Tendo<br />

os valores de desgaste para este avanço valores acima de 2mm.<br />

A Figura 39 (a) e (b) mostra os valores de rugosidade Ra, no aço ABNT 4140<br />

temperado e revenido na posição 3 com fluido de corte, velocidade de corte<br />

120m/min e avanços de 0,1; 0,15; 0,20mm/rev para fresa de diâmetro de 20mm (a) e<br />

diâmetro de 40mm (b).<br />

64


(a) (b)<br />

Figura 39 - Análise de rugosidade Ra das superfícies usinadas para velocidade de corte de 120m/min,<br />

avanços de corte de 0,1, 0,15 e 0,20mm/rev, com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que para rugosidades Ra , os valores para a fresa de diâmetro de<br />

20mm foram maiores para o avanço de 0,20mm/rev, e valores superiores a 7µm,<br />

motivo pelo qual os valores de desgaste para este avanço foi maior. Para a fresa de<br />

diâmetro de 40mm, nota-se que os valores foram maiores para o avanço de<br />

0,20mm/rev, chegando a 9µm. Tendo os valores de desgaste para este avanço<br />

valores acima de 2mm.<br />

A Figura 40 (a) e (b) mostra comparação do desgaste de flanco das<br />

ferramentas de diâmetro de 20mm (a) e diâmetro de 40mm (b) na posição 1 para os<br />

avanços de 0,10; 0,15; 0,20mm/rev.<br />

(a) (b)<br />

Figura 40 - Avaliação do desgaste das ferramentas de corte, na posição 1, em relação ao volume<br />

retirado, revestida com TiN, com velocidade de corte de 120 m/min, e avanços de 0,1,0,15, 0,20<br />

mm/rev no fresamento com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

65


A figura (a) representa a evolução do desgaste comparando o avanço por<br />

posição. Nota-se que para o avanço de 0,1mm/ver tem-se uma retirada menor de<br />

material obtendo assim um desgaste menor, chegando a um valor máximo de<br />

1,4mm com um volume retirado acima de 250x10 3 mm 3 . Já para os avanços de 0,15<br />

e 0,20mm/rev nota-se uma inversão, mesmo com uma retirada maior de material o<br />

desgaste para o avanço de 0,2mm/rev foi menor para quase todo teste, sendo<br />

diferente na ultima medição chegando a 2,0mm. Observa-se no gráfico avanço por<br />

posição para a fresa de diâmetro de 40mm, prevalece que, para o menor avanço<br />

tem-se uma quantidade menor de material retirado e um menor desgaste durante o<br />

fresamento chegando a um desgaste de 1,4mm. Para o avanço de 0,15mm/rev<br />

obteve um desgaste de 1,9mm e para o avanço de 0,2/rev obteve um desgaste de<br />

2,0mm<br />

A Figura 41 (a) e (b) mostra os valores de batimento da ferramenta de<br />

diâmetro de 20mm (a) e diâmetro de 40mm (b) em relação ao volume retirado e<br />

avanços de 0,10mm/rev.<br />

(a) (b)<br />

Figura 41 - Variação do batimento das ferramentas de corte, para velocidade de corte 120m/min,<br />

avanço de 0,1mm/rev, com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que o batimento para a fresa de diâmetro de 20mm e avanço de<br />

0,10mm/rev na posição 1, teve uma variação de 4 milésimos e para a posição 3 teve<br />

uma variação de 2 milésimos. Devido a fresa de diâmetro de 20mm não ter um furo<br />

central, não era possível obter o mesmo centro para as três pastilhas. Por isso não<br />

foram coletados dados para a posição 2. Observa-se que para a fresa de diâmetro<br />

de 40mm e avanço de 0,10mm/rev teve-se uma variação na posição 1 de<br />

7milésimos.<br />

66


Para a posição 2 teve-se uma variação 16 milésimos e a posição 3 uma uma<br />

variação de 9 milésimos.<br />

A Figura 42 (a) e (b) mostra os valores de batimento da ferramenta de<br />

diâmetro de 20mm (a) e diâmetro de 40mm (b) em relação ao volume retirado e<br />

avanços de 0,15mm/rev.<br />

(a) (b)<br />

Figura 42 - Variação do batimento das ferramentas de corte, para velocidade de corte 120m/min,<br />

avanço de 0,15mm/rev, com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

Observa-se que para a fresa de diâmetro de 20mm e avanço de 0,15mm/rev<br />

na posição 1 a variação foi de 4 milésimos e na posição 3 teve-se uma variação de 2<br />

milésimos. Para a fresa de diâmetro de 40mm a posição 1 teve uma variação de 44<br />

milésimos e a posição 2 teve uma variação de 55 milésimos. Para a posição 3<br />

obteve-se uma variação de 64 milésimos.<br />

A Figura 43 (a) e (b) mostra os valores de batimento da ferramenta de<br />

diâmetro de 20mm (a) e diâmetro de 40mm (b) em relação ao volume retirado e<br />

avanços de 0,20mm/ver<br />

(a) (b)<br />

Figura 43 - Análise da variação do Figura 43 – Variação do batimento das ferramentas de corte, para<br />

velocidade de corte 120m/min, avanço de 0,20mm/rev, com fluido de corte.<br />

Fonte: Elaborado pelo autor<br />

(a)<br />

(<br />

b<br />

)<br />

67


Observa-se que o batimento para a fresa de diâmetro de 20mm e avanço de<br />

0,20mm/rev teve-se uma variação de 6 milésimos na posição 1. Nota-se que na<br />

posição 2 obteve-se uma variação de 2 milésimos. Para o gráfico da fresa de<br />

diâmetro de 40mm nota-se que os maiores valores de batimento estão na posição 3<br />

e no avanço de 0,20mm/rev, chegando a um valor de 24 milésimos. Para a posição<br />

2 obteve-se uma variação de 16 milésimos. Observa-se também uma variação de 20<br />

milésimos na posição 1, chegando a um valor máximo de tempo em 10 minutos de<br />

usinagem, devido a motivos de quebra prematura da ferramenta e alta potência da<br />

máquina podendo ocorrer sua parada emergencial e danificando a ferramenta.<br />

A Figura 44(a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV após corte<br />

transversal para identificar e demonstrar a espessura do revestimento de<br />

aproximadamente de 4µm, e Figura 44 (c) o material do revestimento, e figura 44 (d)<br />

o material do substrato.<br />

(a) (b)<br />

(c) (d)<br />

Figura 44 – Foto da ferramenta de corte após corte transversal para verificar espessura do<br />

revestimento (a) e (b), material do revestimento (c) e material do substrato(b).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

68


Figura 45 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 20mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 1min.<br />

(a) (b)<br />

Figura 45 – Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 20mm na usinagem do aço ABNT 4140<br />

temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo de<br />

1min de usinagem, ampliação de 100x (a), e ampliação 5000x (b).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco e aresta de corte,<br />

desplacamento do revestimento de TiN e apresentando microtrincas.<br />

Figura 46 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 20mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 3min.<br />

(a) (b)<br />

Figura 46 – Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 20mm na usinagem do aço<br />

ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 3min de usinagem, ampliação de 70x (a), e ampliação 1000x (b). Fonte: MEV<br />

Quanta 200 - FEG – FEI – 2006.<br />

69


Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco, desplacamento do<br />

revestimento de TiN e apresentando microtrincas e exposição do substrato.<br />

Figura 47(a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 20mm e valores de EDS (c) após fresamento do aço ABNT4140 temperado e<br />

revenido, com fluído de corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de<br />

corte 0,20mm/rev com o tempo de 5min.<br />

(a) (b)<br />

(c)<br />

Figura 47 – Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 20mm e análise em EDS na<br />

usinagem do aço ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte<br />

120m/min, avanço 0,20mm/ver, tempo de 5min de usinagem, ampliação de 100x (a), e ampliação<br />

5000x (b), EDS (c).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

70


Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco, desplacamento do<br />

revestimento de TiN e apresentando microtrincas e exposição do substrato com<br />

aderência do material da peça usinada conforme análise quimíca por EDS. A<br />

presença de oxigênio na análise química, pode ser devido a oxidação da ferramenta<br />

de corte em função da temperatura atingida durante o fresamento.<br />

Figura 48 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 20mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 10min.<br />

(a) (b)<br />

Figura 48 – Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 20mm na usinagem do aço<br />

ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 10min de usinagem, ampliação de 150x (a), e ampliação 250x (b).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco, desplacamento do<br />

revestimento de TiN e apresentando microtrincas.<br />

Figura 49 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 20mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 30min.<br />

71


(a) (b)<br />

Figura 49 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 20mm na usinagem do aço<br />

ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 30min de usinagem, ampliação de 100x (a), e ampliação 1000x (b).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco e desgaste na<br />

superfície de saída da ferramenta, desplacamento do revestimento de TiN,<br />

apresentando microtrincas e exposição do substrato<br />

Figura 50 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 20mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 50min.<br />

(a) (b)<br />

Figura 50 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 20mm na usinagem do aço<br />

ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 50min de usinagem, ampliação de 100x (a) e (b). Fonte: MEV Quanta 200 -<br />

FEG – FEI – 2006.<br />

72


Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco e desgaste na<br />

superfície de saída da ferramenta, craterização, desplacamento do revestimento de<br />

TiN, apresentando microtrincas e exposição do substrato.<br />

Figura 51 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 40mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 1min.<br />

(a) (b)<br />

Figura 51 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 40mm na usinagem do aço<br />

ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 1min de usinagem, ampliação de 100x (a) e 5000x (b).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco e desgaste na<br />

superfície de saída da ferramenta, desplacamento do revestimento de TiN e<br />

apresentando microtrincas e exposição do substrato<br />

Figura 52 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 40mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 3min.<br />

73


(a) (b)<br />

Figura 52 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 40mm e análise na usinagem do<br />

aço ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min,<br />

avanço 0,20mm/ver, tempo de 3min de usinagem, ampliação de 50x (a) e 100x (b).<br />

Fonte: MEV Quanta 200 - FEG – FEI - 2006<br />

Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco com quebra da<br />

aresta de corte e desplacamento do revestimento de TiN e apresentando<br />

microtrincas e exposição do substrato<br />

Figura 53 (a) e (b) mostra a ferramenta de corte em MEV da fresa de diâmetro<br />

de 40mm após fresamento do aço ABNT4140 temperado e revenido, com fluído de<br />

corte, para velocidade de corte de 120m/min, avanço de corte 0,20mm/rev com o<br />

tempo de 10min.<br />

(a) (b)<br />

Figura 53 - Foto do desgaste da ferramenta de corte de diâmetro de 40mm na usinagem do aço<br />

ABNT 4140 temperado e revenido com fluido de corte com velocidade de corte 120m/min, avanço<br />

0,20mm/ver, tempo de 10min de usinagem, ampliação de 100x (a) e 500x (b). Fonte: MEV Quanta<br />

200 - FEG – FEI – 2006.<br />

74


Evidencia-se a presença de lascamento parcial do flanco e, desplacamento<br />

do revestimento de TiN e apresentando microtrincas e exposição do substrato.<br />

Nota-se que foram realizadas fotos do MEV somente para o avanço de<br />

0,20mm/rev, isto se fez necessário pois os testes feitos para este desgaste foram<br />

os que apresentaram maiores valores, desejando assim demonstrar o ocorrido.<br />

Observa-se nessas Figuras para ambas as fresas de diâmetros de 20mm e<br />

40mm, elevado grau de lascamento de superfície flanco com quebra da aresta de<br />

corte já com pouco tempo de usinagem. Com o decorrer do trabalho nota-se<br />

também microtrincas na qual facilita o aumento desses desgastes avaliados, com<br />

perda de todo o revestimento de TiN e chegando ao material base da ferramenta,<br />

com grande aderência do material usinado durante o fresamento.<br />

75


5. CONCLUSÕES<br />

Durante o fresamento a fresa de diâmetro de 20mm influenciada pelos seus<br />

parâmetros de usinagem retira mais material do que a fresa de diâmetro de<br />

40mm. Mas o desgaste da ferramenta de diâmetro de 40mm é maior para<br />

todos os avanços trabalhados.<br />

Obtendo menor retirada de material durante a usinagem os valores de<br />

desgaste foram menores para os avanços de 0,10mm/rev, tanto para a fresa<br />

de diâmetro de 20mm quanto para a fresa de diâmetro de 40mm.<br />

Os valores de Ra foram maiores para avanço de 0,20mm/ver, isto se justifica<br />

por que neste avanço obteve-se maiores valores de desgaste.<br />

De acordo com os gráficos de batimento a fresa de a de 40mm apresentou<br />

maior deslocamento das pastilhas, isto se deve pelo maior esforço de corte<br />

durante a usinagem e os parâmetros utilizados.<br />

Sugestões para trabalhos futuros<br />

Estudar o fresamento do aço ABNT 4140 temperado/revenido a seco<br />

utilizando a mesma ferramenta de corte.<br />

Estudar o fresamento do aço ABNT 4140 temperado/revenido, utilizando<br />

mesma ferramenta de corte com geometrias diferentes.<br />

Estudar o fresamento do aço ABNT 4140 temperado/revenido utilizando fluido<br />

de corte sintético e a mesma ferramenta de corte.<br />

Ajustar os parâmetros de usinagem para uma melhora no desgaste<br />

76


ANEXO A - Especificação do rugosímetro marca Taylor Hobson, modelo<br />

Surtronic 3+ utilizado na medição da rugosidade.<br />

Parâmetro Valor/Tipo<br />

Modelo Surtronic 3+<br />

Faixa de medição 150 m<br />

Precisão 2 % da leitura + LSD m<br />

Massa de medição 150 a 300 mg<br />

Ponta de diamante Raio de ponta 5 m<br />

Valor comprimento de amostragem (cut off) 0,25; 0,8; 2,5; 8 mm<br />

Filtro 2CR ou gaussiano<br />

Comprimento transversal 1,25 a 25 mm<br />

Velocidade transversal 1 mm/s<br />

Unidade do monitor m<br />

Conector de saída RS 232<br />

Potência 9 V bateria<br />

Parâmetros (padrão) Ra, Rq, Rt, Ry, Rz (DIN), m<br />

Parâmetros (opcionais) Pc, tp%<br />

Dimensões globais 130 x 80 x 65 mm<br />

Massa 450 g<br />

Condições normais de operação 5 a 40 ºC<br />

Condições normais de operação (umidade) 0 a 80% não condensado<br />

Condições de armazenamento (temperatura) 0 a 50 ºC<br />

Condições de armazenamento (umidade) 0 a 80% não condensado<br />

77


ANEXO B - Programa para fresa de diâmetro de 40 mm<br />

N000 G71 G90 G17 G94 G64;<br />

N001 G53 G0 Z-110 D0;<br />

N002 MSG (“FACE MILL OPERATION”);<br />

N003 T01;<br />

N004 M6;<br />

N005 G54D1;<br />

N006 S955 M3;<br />

N007 TRANS Z0; Y-20;<br />

N008 G0 X0 Y0 Z12;<br />

N009 G1 Z0 F573;<br />

N010 INÍCIO: G1 Z=IC(-1) F286;<br />

N011 M7;<br />

N012 Y26;<br />

N013 X120;<br />

N014 Y52;<br />

N015 X0;<br />

N016 Y78;<br />

N017 X120;<br />

N018 Y104;<br />

N019 X0;<br />

N020 G0 Y28;<br />

N021 FIM;<br />

N022 REPEAT INÍCIO FIM P1;<br />

N023 G0 Z100;<br />

N024 M9;<br />

N025 T02;<br />

N026 M6;<br />

N027 M00;<br />

78


N028 T01;<br />

N029 M6;<br />

N030 G0 X150 Y200;<br />

N031 M30;<br />

79


ANEXO C - Programa para fresa de diâmetro de 20 mm.<br />

N000 G1 G90 G17 G94 G64;<br />

N001 G53 G0 Z-110 D0;<br />

N002 MSG (“FACE MILL OPERATION”);<br />

N003 T01;<br />

N004 M6;<br />

N005 G54 D1;<br />

N006 M37;<br />

N007 S1910 M3;<br />

N008 TRANS Z10;<br />

N009 G0 X0 Y0 Z0;<br />

N010 G1 Z0 F573;<br />

N011 M7;<br />

N012 INÍCIO: G1 Z=IC(-1) F573;<br />

N013 X110;<br />

N014 Y16;<br />

N015 XO;<br />

N016 Y32;<br />

N017 X110;<br />

N018 Y48;<br />

N019 X0;<br />

N020 Y64;<br />

N021 X110;<br />

N022 Y80;<br />

N023 X0;<br />

N024 Y95;<br />

N025 X110;<br />

N026 G0 Y110;<br />

N027 G0 X-10;<br />

N028 G0 Y0;<br />

80


N029; REPEAT INÍCIO FIM P1;<br />

N030 M9;<br />

N031 T02;<br />

N032 M6;<br />

N033 M00;<br />

N034 T01;<br />

N035 M6;<br />

N036 G0 X150 Y200;<br />

81


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