CARTA PASTORAL POR OCASIÃO DO “ANO DA FÉ” - Opus Dei
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econheceram o sinal e adoraram o Menino, oferecendo-lhe os dons preciosos e simbólicos<br />
que tinham levado consigo” 25.<br />
Não nos esqueçamos de que “Nosso Senhor dirige-se a todos os homens, para que<br />
caminhem ao seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram<br />
sábios e poderosos; antes disso, tinha enviado aos pastores de Belém, não já uma estrela,<br />
mas um de seus anjos (cf. Lc II, 9). No entanto, quer uns quer outros - sejam pobres ou ricos,<br />
sábios ou menos sábios - devem fomentar na sua alma uma disposição humilde que permita<br />
escutar a voz de Deus” 26.<br />
16. Essa tarefa não está restrita a pessoas que trabalham em áreas especialmente<br />
qualificadas. Será sempre de grande eficácia o apostolado pessoal de cada cristão no âmbito<br />
em que habitualmente a sua existência comum se desenvolve. Por isso, sugiro que nos<br />
detenhamos, num exame personalíssimo, sobre como procuramos ajudar as almas para que<br />
se aproximem de Deus: que oração; que sacrifícios; quantas horas de trabalho bem acabado<br />
oferecemos; que conversas temos tido – oralmente, por escrito – com amigos, parentes,<br />
colegas, conhecidos. Contagiemos esta santa preocupação àqueles que convivem conosco,<br />
porque a fé na eficácia dos ensinamentos de Cristo deve nos estimular a servir e a querer<br />
mais os nossos irmãos e irmãs: ninguém pode nos deixar indiferentes.<br />
O apostolado da inteligência, como digo, é tarefa de todos. Mas, sem perder de vista os<br />
numerosos campos nos quais uma nova evangelização é urgente, hoje é prioritário<br />
impregnar com a doutrina de Cristo alguns âmbitos específicos. Basta considerar as tarefas dos<br />
governantes, dos cientistas e pesquisadores, dos profissionais da opinião pública, etc.; sem<br />
esquecer de que todos os homens e mulheres experimentam – experimentamos nós – a<br />
necessidade de escutar a voz do Senhor e de segui-la.<br />
“A luta pela alma do mundo contemporâneo é maior onde o espírito deste mundo<br />
parece mais poderoso”, escrevia o beato João Paulo II, ao falar da existência “de «modernos<br />
areópagos», isto é, de novos púlpitos. Estes novos areópagos são hoje o mundo da ciência, da<br />
cultura, dos meios de comunicação; são os ambientes nos quais se formam as elites<br />
intelectuais, aquelas dos escritores e dos artistas” 27.<br />
A pesquisa e o ensino<br />
17. Mesmo que devamos estar sempre abertos a todos, é evidente que dar a conhecer o<br />
Evangelho às pessoas que estão nos ambientes intelectuais adquire uma grande importância.<br />
Especificamente, os que trabalham nas universidades devem lembrar umas palavras do<br />
Senhor, ditas a todos, e que podem ser consideradas como particularmente dirigidas a eles:<br />
vos estis lux mundi (Mt 5, 14), devem ser luz do mundo. Na verdade, o seu trabalho<br />
profissional coloca-os na vanguarda da nova evangelização. São Josemaria, que tanto<br />
impulsionou – mesmo antes de 1928 – o apostolado com intelectuais, escrevia: “A<br />
25 Bento XVI, Homilia na solenidade da Epifania, 6-I-2007.<br />
26 São Josemaria, É Cristo que passa, n. 33.<br />
27 Beato João Paulo II, Cruzando o limiar da esperança, p. 116.<br />
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