CARTA PASTORAL POR OCASIÃO DO “ANO DA FÉ” - Opus Dei
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Aprofundar na doutrina da fé<br />
35. Se queremos conhecer e amar a Deus, se desejamos que os outros O conheçam e O<br />
amem, é imprescindível que a doutrina católica informe cada vez mais o nosso entendimento<br />
e mova a nossa vontade. Agora, além disso, perante uma cultura dominante que tende a se<br />
afastar de Deus, esse dever torna-se particularmente urgente.<br />
Daí vem a importância decisiva que adquire a urgência de nos prepararmos<br />
doutrinalmente, sem solução de continuidade. Nunca abandonem o estudo e, mais<br />
especificamente, o dedicado à teologia, cada um segundo as suas possibilidades, para<br />
adquirir esse intelléctus fídei de que lhes falava. Devemos sentir, de modo vibrante e alegre, a<br />
íntima tensão da “fides quærens intelléctum” 65: a da inteligência informada pela fé, que impele<br />
a conhecer cada vez mais profundamente aquilo em que se acredita. O estudo da teologia,<br />
não rotineiro ou simplesmente memorizador, mas vital, ajuda em boa medida a tornar as<br />
verdades da nossa fé plenamente conaturais à inteligência e a aprender a pensar na fé e a<br />
partir da fé. Só assim uma pessoa está em condições de avaliar as variadas questões, por<br />
vezes complexas, suscitadas pelas ocupações profissionais e pelo desenvolvimento da<br />
sociedade como um todo. Precisamente porque vocês são livres, filhas e filhos meus – porque<br />
cada um decide e atua com plena e total autonomia –, devem empenhar-se com especial<br />
interesse na necessidade de formar bem a sua inteligência e a sua consciência, para contar<br />
com um acervo de conhecimentos, não só das ciências humanas, como também da ciência<br />
teológica, que lhes permitam pensar, julgar e agir tal como corresponde a um cristão.<br />
Devemos enriquecer-nos intelectualmente para enfrentar com competência os temas da<br />
doutrina católica que são particularmente importantes no âmbito da própria profissão, ou<br />
que apresentem especial atualidade no país. Serão diferentes em cada lugar, mas há alguns<br />
que – nos momentos atuais – são válidos em toda parte: os relacionados com o matrimônio e<br />
a família, a educação, a bioética, etc.<br />
36. Neste sentido, tenho insistido em que se continue impulsionando a melhoria e a<br />
especialização dos professores nos diversos Stúdia Generália da Prelazia; que se fomentem<br />
linhas de pesquisa de alto nível nas universidades às quais o <strong>Opus</strong> <strong>Dei</strong> oferece assistência<br />
espiritual; que se promovam grupos interdisciplinares – por exemplo, de médicos, biólogos,<br />
juristas, filósofos, sociólogos – que se dediquem com sentido apostólico a essa tarefa.<br />
Não poucos fiéis da Prelazia poderão realizar um trabalho semelhante, juntamente com<br />
outras pessoas, nas instituições acadêmicas, públicas ou privadas, nos quais trabalham. E<br />
muitos mais, embora não se dediquem profissionalmente a essas áreas específicas, estão em<br />
condições de colocar o seu grãozinho de areia, contribuindo para criar uma opinião pública<br />
saudável, respeitosa da lei natural e informada pela mensagem cristã, utilizando<br />
adequadamente os meios de comunicação social. Vocês já me ouviram comentar que uma<br />
simples carta ou um e-mail para um jornal, explicando com simpatia e de forma clara – com<br />
dom de línguas – um ponto da doutrina católica, às vezes é mais eficaz do que um volumoso<br />
tratado. Quando a opinião pública de um país oferece uma visão distorcida da Igreja, e<br />
mesmo quando se organizam abertamente campanhas de difamação, os católicos não podem<br />
permanecer passivos: devemos reagir – por justiça para com Deus e com a sociedade – contra<br />
65 Santo Anselmo, Proslógium, prœm. (PL 158, 225).<br />
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