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CARTA PASTORAL POR OCASIÃO DO “ANO DA FÉ” - Opus Dei

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É hora de acelerar o passo, da mesma forma como fazem os corredores quando se<br />

aproximam da linha de chegada de uma corrida.<br />

Tenho muito viva a memória de como o Venerável Servo de Deus Álvaro del Portillo<br />

alentava-nos a participar pessoalmente na tarefa da nova evangelização. Já no Natal 1985,<br />

escreveu uma carta pastoral com sugestões para colaborar mais intensamente na<br />

recristianização de alguns países, nos quais se manifestava principalmente um<br />

enfraquecimento progressivo da vida cristã. Advertia contra o novo paganismo procedente<br />

dessas nações mais desenvolvidas economicamente, que – como nos alertava – se<br />

caracterizava, como agora, “pela busca do bem-estar material a qualquer preço, e pelo<br />

correspondente esquecimento – melhor seria dizer medo, autêntico pavor – de tudo o que<br />

possa causar sofrimento” 6.<br />

A essa enorme tarefa apostólica, somou-se a necessidade de atender também os povos e<br />

as sociedades da Europa central e oriental que, por décadas, estiveram submetidos ao jugo<br />

do materialismo comunista, e que – com um prolongado e silencioso martírio – foram<br />

suporte da liberdade dos outros.<br />

Todos os dias devemos renovar o desejo de pôr Cristo no cume e nas entranhas das<br />

realidades humanas. Para isso, é necessário crescer no trato pessoal com Deus e na entrega<br />

aos outros, contribuindo com o nosso grãozinho de areia – a entrega diária total – para a<br />

construção de um mundo renovado pela graça e pelo sal do Evangelho, que o Senhor confiou<br />

aos seus discípulos. Se alguma vez o pessimismo tentasse entrar na alma, por não vermos de<br />

imediato o fruto dos nossos esforços, deveríamos jogar para longe essa desesperança, porque<br />

não somos nós – que valemos tão pouco, estamos tão cheios de defeitos – que devemos levar<br />

adiante os planos divinos. Diferentes textos das Escrituras, nas suas múltiplas alusões,<br />

confirmam-nos que inter médium montium pertransíbunt aquæ (Sl 103/104, 10). Essa certeza<br />

contrapõe-se até ao menor sinal de desalento, ainda que os obstáculos possam atingir<br />

grandes alturas; e este é o caminho oportuno para que cheguemos ao Céu, certos de que as<br />

águas divinas purificam e também impulsionam todas as nossas limitações para chegar a<br />

estar com Deus.<br />

7. Vêm-me à mente umas palavras de São Josemaria, escritas pouco antes da sua partida<br />

para a casa do céu. Ao contemplar a crise de fé, de virtudes e de valores que já então – era o<br />

ano de 1973 – se havia instaurado em muitos ambientes, manifestava cheio de sentido<br />

sobrenatural e de zelo apostólico: “Nos momentos de profundas crises na história da Igreja,<br />

nunca foram muitos aqueles que, permanecendo fiéis, reuniram – além da necessária<br />

preparação espiritual e doutrinal – os recursos morais e intelectuais, para opor uma<br />

decidida resistência aos agentes da maldade. Mas esses poucos cumularam novamente de<br />

luz, a Igreja e o mundo” 7. Devemos ocuparmo-nos de que muitas mulheres e muitos homens<br />

acolham a vida da graça, e se amparem e se robusteçam neste refúgio.<br />

A nova evangelização é particularmente urgente na Europa e nos países mais<br />

desenvolvidos. Na Exortação apostólica Ecclesia in Europa, o beato João Paulo II retratava a<br />

situação religiosa da sociedade no velho continente. Apesar de que a sua intenção fosse<br />

agrupar as conclusões da Assembleia especial do Sínodo dos Bispos da Europa, as suas<br />

afirmações podem ser aplicadas em grande parte a muitos outros lugares. Na verdade,<br />

6 Venerável Álvaro del Portillo, Carta, 25-XII-1985, n. 4.<br />

7 São Josemaria, Carta 28-III-1973, n. 18.<br />

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