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CARTA PASTORAL POR OCASIÃO DO “ANO DA FÉ” - Opus Dei

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desestabilização, obscurecendo o seu caráter particular e o seu papel social insubstituível;<br />

a tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos” 34<br />

O Papa esclarecia que “estes princípios não são verdades de fé ainda que recebam<br />

ulterior luz e confirmação da fé. Eles estão inscritos na natureza humana e, portanto, são<br />

comuns a toda a humanidade. A ação da Igreja de os promover não assume, por<br />

conseguinte, um caráter confessional, mas dirige-se a todas as pessoas, prescindindo da<br />

sua filiação religiosa. Ao contrário, esta ação é tanto mais necessária quanto mais estes<br />

princípios forem negados ou mal compreendidos, porque isto constitui uma ofensa contra<br />

a verdade da pessoa humana, uma grave ferida infligida à própria justiça” 35.<br />

21. Um raciocínio idêntico, pelo mesmo motivo, pode ser feito sobre os pontos essenciais<br />

da doutrina cristã que sofrem nos nossos dias um assédio intolerante por grupos de pessoas<br />

cegamente obstinadas no empenho por eliminar o sentido religioso da sociedade civil.<br />

Infelizmente, existem muitos exemplos; desde grosseiros ataques a Jesus Cristo, a quem<br />

tentam ridicularizar, até acusações caluniosas contra a Igreja, os seus ministros, as suas<br />

instituições.<br />

A tarefa do cristão, que deseja ser coerente com a sua vocação, é mostrar Cristo aos<br />

outros, saber-se alto-falante – em primeiro lugar com o exemplo, mas também com a palavra<br />

oportuna – dos ensinamentos da Igreja, especialmente nas questões mais debatidas na<br />

opinião pública. Vem-me à memória aquilo que tão claramente expôs o D. Álvaro: “Uma vez<br />

que é necessário varrer primeiro a própria casa (...), cada um deve examinar como se<br />

preocupa dessa tarefa eminentemente cristã” 36. Palavras que soam como um eco da pregação<br />

do Apóstolo aos primeiros fiéis: esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (...), que cada um de<br />

vós saiba manter o seu corpo santa e honestamente, sem se deixar levar pelas paixões desregradas,<br />

como os pagãos que não conhecem a Deus; e que ninguém, nesta matéria, oprima nem defraude o seu<br />

irmão (...) porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade (1 Ts 4, 3-7).<br />

A recomendação de São Paulo adquire singular relevo nas atuais circunstâncias. É<br />

impossível, de fato, combater eficazmente esta onda viscosa e suja que tenta alcançar tudo, se<br />

no nosso interior se admite alguma cumplicidade – mesmo que pareça pequena – com essas<br />

“coisas perversas que sobem e sobem, fervendo dentro de ti, até quererem sufocar, com a sua<br />

podridão bem cheirosa, os grandes ideais, os mandamentos sublimes que o próprio Cristo<br />

pôs em teu coração” 37.<br />

Com o mesmo relevo ressalta o texto de São Gregório Nazianzeno, que o beato João<br />

Paulo II citava na sua exortação apostólica sobre a missão dos Bispos. Assim se expressava<br />

esse Padre e Doutor da Igreja: “temos de começar por nos purificar, antes de purificarmos os<br />

outros; temos de ser instruídos para podermos instruir; temos de nos tornar luz para<br />

iluminar, de nos aproximar de Deus para podermos aproximar d'Ele os outros, ser santos<br />

para santificar” 38.<br />

34 Bento XVI, Discurso a um grupo de parlamentares da União Europeia, 30-III-2006.<br />

35 Ibid.<br />

36 Venerável Álvaro del Portillo, Carta, 1-I-1994.<br />

37 São Josemaria, Caminho, n. 493.<br />

38 São Gregório Nazianzeno, Oração II, 71 (PG 35, 479); cit. por Beato João Paulo II, Exhort. apost.<br />

Pastóres gregis, 16-X-2003, n. 12.<br />

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