CARTA PASTORAL POR OCASIÃO DO “ANO DA FÉ” - Opus Dei
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doutrinal. Em outras ocasiões, daremos graças porque o Senhor quis servir-se de nós para a<br />
sua colheita de almas.<br />
Admitir essa realidade, longe de levar ao desânimo, deve converter-se num novo<br />
impulso para pedir ao Céu uma fé mais viva e recomeçar. Nunc cœpi!, repetia São Josemaria<br />
com palavras do Salmo: agora começo; esta mudança é efeito da mão direita do Altíssimo (cf. Sl 76,<br />
11, Vg). Assim devemos reagir, quando comprovamos que os resultados ficaram aquém dos<br />
desejos, e até mesmo quando fique evidente a realidade da nossa pequenez pessoal, ou a<br />
aparente ineficácia dos nossos esforços. Então, com mais urgência, a solução consiste em<br />
começar de novo: eúntes docéte (Mt 28, 19), confiando na palavra do Senhor, como fizeram os<br />
discípulos quando o Senhor os enviou.<br />
49. Este foi o convite que o beato João Paulo II fez aos católicos ao terminar o ano 2000.<br />
“No início do novo milênio quando (...) um novo percurso de estrada se abre para a Igreja,<br />
ressoam no nosso coração as palavras com que um dia Jesus, depois de ter falado às<br />
multidões a partir da barca de Simão, convidou o Apóstolo a «fazer-se ao largo» para a<br />
pesca: «Duc in altum» (Lc 5,4). Pedro e os primeiros companheiros confiaram na palavra de<br />
Cristo e lançaram as redes. «Assim fizeram e apanharam uma grande quantidade de peixe»<br />
(Lc 5,6)” 89.<br />
Essa cena, que o nosso Padre meditou e pregou frequentemente ao longo da sua vida,<br />
nós a contemplamos de modo muito imediato na leitura evangélica da Missa em honra de<br />
são Josemaria. Convido vocês a meditarem novamente cada versículo com calma, porque<br />
também agora, como nos tempos de Jesus, a multidão sofre da fome de escutar a palavra de<br />
Deus.<br />
O Senhor subiu à barca de Pedro para que a sua palavra chegasse até a multidão; logo<br />
depois pediu a colaboração material de Simão e dos outros discípulos, naquela ocasião para<br />
remarem mar adentro, e, depois, em tantas ocasiões para que a sua mensagem se estendesse<br />
mais e mais. Concretiza-se, por um lado, esse primeiro modo de participar na missão<br />
evangelizadora: proporcionar à Igreja – como Pedro com a sua pobre barca – os recursos<br />
materiais necessários para trabalhar com mais eficácia pelo bem das almas. Mas não basta<br />
esse esforço. O Senhor pede-nos que contribuamos pessoalmente para o apostolado, cada um<br />
segundo a sua própria situação pessoal, aproveitando as suas possibilidades com plena<br />
generosidade. Existe uma grande urgência de mulheres e de homens seriamente<br />
empenhados na fascinante tarefa levar as almas até os pés de Cristo, como os primeiros<br />
discípulos.<br />
A pesca milagrosa é-nos apresentada como sinal de eficácia apostólica da obediência à<br />
palavra do Mestre. Após ter ensinado a doutrina à multidão, Jesus volta-se para Pedro e os<br />
outros, dizendo-lhes: mar adentro e lancem as redes para a pesca (Lc 5, 4). Simão obedece a<br />
ordem do Senhor, apesar da sua recente experiência negativa em conseguir resultados, e<br />
então – por meio dessa docilidade – realiza-se o milagre: recolheram uma grande quantidade de<br />
peixes (Lc 5, 6).<br />
89 Beato João Paulo II, Carta apost. Novo millénnio ineúnte, 6-I-2001, n. 1.<br />
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