ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO CUSTO, VOLUME E ... - Unijuí
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UNIJUÍ – UNIVERSI<strong>DA</strong>DE REGIONAL <strong>DO</strong> NOROESTE <strong>DO</strong><br />
ESTA<strong>DO</strong> <strong>DO</strong> RIO GRANDE <strong>DO</strong> SUL<br />
<strong>DA</strong>CEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,<br />
CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E <strong>DA</strong> COMUNICAÇÃO<br />
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS<br />
Éder Jornei Grews Gehrke<br />
<strong>ANÁLISE</strong> <strong>DA</strong> <strong>COMPOSIÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CUSTO</strong>,<br />
<strong>VOLUME</strong> E RESULTA<strong>DO</strong> <strong>DA</strong> PRODUÇÃO<br />
LEITEIRA<br />
Ijuí, RS<br />
2012<br />
1
ÉDER JORNEI DREWS GEHRKE<br />
<strong>ANÁLISE</strong> <strong>DA</strong> <strong>COMPOSIÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CUSTO</strong>,<br />
<strong>VOLUME</strong> E RESULTA<strong>DO</strong> <strong>DA</strong> PRODUÇÃO<br />
LEITEIRA<br />
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no<br />
Curso de Ciências Contábeis da Unijui, como<br />
requisito para obtenção de Bacharel em Ciências<br />
Contábeis.<br />
Orientadora: Profª Eusélia Pavéglio Vieira<br />
Ijuí, RS,<br />
2012<br />
2
3<br />
AGRADECIMENTOS<br />
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela minha vida e por ter me guiado ate aqui.<br />
Aos meus pais, Hairton e Gládis, que sempre me apoiaram, me estimularam e<br />
incentivaram para essa conquista.<br />
A meu irmão Ademir que teve a paciência de me ajudar e responder os<br />
questionamentos sobre a propriedade para efetuar os cálculos e a análise.<br />
A meus amigos, Marciano, Rodrigo e Maicon que moram na mesma pensão que eu e<br />
muitas vezes eu pedia atenção para não fazer barulho para conseguir desenvolver o trabalho.<br />
Para minha orientadora, professora Eusélia, pelas orientações, pelas ajudas que me<br />
deste e principalmente por me questionar e ensinar. O meu muito obrigado mesmo.<br />
Aos demais professores o meu muito obrigado por cada ensinamento que me deste em<br />
todos os dias que passamos junto nesses anos de ensinamento.<br />
Em fim, agradeço a todos aqueles que torceram por mim, que de uma maneira ou<br />
outra, me ajudaram a chegar ao fim de mais uma etapa a se concluir.<br />
Muito obrigados a todos.
LISTA DE QUADROS<br />
QUADRO 1: <strong>CUSTO</strong>S FIXOS NA ATIVI<strong>DA</strong>DE LEITEIRA .................................................................. 27<br />
QUADRO 2: <strong>CUSTO</strong>S VARIÁVEIS <strong>DA</strong> ATIVI<strong>DA</strong>DE LEITEIRA .......................................................... 28<br />
QUADRO 3: PRODUÇÃO <strong>DA</strong> SILAGEM POR HECTAR ..................................................................... 40<br />
QUADRO 4: <strong>CUSTO</strong> <strong>DA</strong> PASTAGEM DE VERÃO ............................................................................ 42<br />
QUADRO 5: <strong>CUSTO</strong> COM PASTAGEM DE INVERNO. ..................................................................... 43<br />
QUADRO 6: <strong>CUSTO</strong> DE QUIRELA POR MÊS. ................................................................................. 44<br />
QUADRO 7: <strong>CUSTO</strong>S DIRETOS VARIÁVEIS POR LITRO DE LEITE PRODUZI<strong>DO</strong>. .............................. 45<br />
QUADRO 8: SALÁRIO E ENCARGOS DE UM FUNCIONÁRIO. .......................................................... 47<br />
QUADRO 9: <strong>CUSTO</strong> INDIRETOS VARIÁVEIS <strong>DA</strong> PRODUÇÃO. ....................................................... 48<br />
QUADRO 10: <strong>CUSTO</strong>S COM DEPRECIAÇÃO. ................................................................................. 50<br />
QUADRO 11: <strong>CUSTO</strong> INDIRETO FIXO POR LITRO. ........................................................................ 51<br />
QUADRO 12: <strong>CUSTO</strong> TOTAL POR LITRO POR ABSORÇÃO – MESES JULHO A DEZEMBRO DE 2011 . 52<br />
QUADRO 13: <strong>CUSTO</strong> POR LITRO PELO CUSTEIO VARIÁVEL ......................................................... 53<br />
QUADRO 14: RECEITA LIQUI<strong>DA</strong> POR LITRO. .............................................................................. 55<br />
QUADRO 15: RECEITA LIQUI<strong>DA</strong> RECEBI<strong>DA</strong> ................................................................................. 56<br />
QUADRO 16: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTA<strong>DO</strong> – VALOR UNITÁRIO. ......................................... 56<br />
QUADRO 17: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTA<strong>DO</strong> – VALOR TOTAL. .............................................. 58<br />
QUADRO 18: PONTO DE EQUILÍBRIO. ......................................................................................... 59<br />
QUADRO 19: MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL. ............................................................. 60<br />
4
LISTA DE GRÁFICOS<br />
GRÁFICO 1: <strong>CUSTO</strong> <strong>DA</strong> SILAGEM DE MILHO POR HECTARE ......................................................... 41<br />
GRÁFICO 2: <strong>CUSTO</strong> DIRETO VARIÁVEL (CDV) POR LITRO .......................................................... 46<br />
GRÁFICO 3: <strong>CUSTO</strong>S INDIRETOS VARIÁVEL. ............................................................................... 49<br />
GRÁFICO 4: <strong>CUSTO</strong>S UNITÁRIO PELO CUSTEIO DE ABSORÇÃO .................................................... 53<br />
GRÁFICO 5: <strong>CUSTO</strong>S UNITÁRIO PELO CUSTEIO VARIÁVEL .......................................................... 54<br />
GRÁFICO 6: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA. ................................................................. 57<br />
GRÁFICO 7: RESULTA<strong>DO</strong> FINAL ................................................................................................. 58<br />
GRÁFICO 8: QUANTI<strong>DA</strong>DE VENDI<strong>DA</strong> X QUANTI<strong>DA</strong>DE NO PE ....................................................... 60<br />
GRÁFICO 9: MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL. ............................................................... 61<br />
5
SUMÁRIO<br />
LISTA DE QUADROS .............................................................................................................. 4<br />
LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................................. 5<br />
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9<br />
1 CONTEXTUALIZAÇÃO <strong>DO</strong> ESTU<strong>DO</strong> ............................................................................. 11<br />
1.1 Área de Conhecimento Contemplada ............................................................. 11<br />
1.2 Caracterização da Propriedade ........................................................................ 11<br />
1.3 Problematização do Tema ............................................................................... 12<br />
1.4 Objetivos ......................................................................................................... 13<br />
1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 13<br />
1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 13<br />
1.5 Justificativa ..................................................................................................... 13<br />
1.6 Metodologia do trabalho ................................................................................. 14<br />
1.6.1 Classificação da Pesquisa .......................................................................... 14<br />
1.6.2 Plano de Coleta de Dados .......................................................................... 16<br />
1.6.3 Plano de análise e interpretação dos dados ................................................ 17<br />
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 18<br />
2.1 Contabilidade .................................................................................................. 18<br />
2.1.1 Origem e evolução da Contabilidade ......................................................... 18<br />
2.1.2 Conceitos e objeto da contabilidade .......................................................... 19<br />
2.1.3 Usuários e seu campo de atuação .............................................................. 20<br />
2.2 Contabilidade rural e contabilidade agropecuária .......................................... 21<br />
2.2.1 Conceitos ................................................................................................... 21<br />
2.2.2 Objeto e finalidades ................................................................................... 22<br />
2.2.3 Objetivos .................................................................................................... 23<br />
2.3 Contabilidade de custos .................................................................................. 23<br />
2.3.1 Conceitos de contabilidade de custos ........................................................ 23<br />
2.3.2 Objetivos da contabilidade de custos ......................................................... 24<br />
6
2.4 Classificação dos custos .................................................................................. 24<br />
2.4.1 Custos diretos ............................................................................................. 24<br />
2.4.2 Custos indiretos ......................................................................................... 25<br />
2.4.3 Custos fixos ............................................................................................... 26<br />
2.4.4 Custos variáveis ......................................................................................... 27<br />
2.5 Custos com materiais diretos .......................................................................... 28<br />
2.6 Custos patrimoniais: depreciação ................................................................... 29<br />
2.7 Custos com Mão- de- obra .............................................................................. 29<br />
2.7.1 Custo com Mão- de- Obra Direta .............................................................. 30<br />
2.7.2 Custo com Mão- de- obra Indireta ............................................................. 30<br />
2.8 Custos indiretos de produção .......................................................................... 31<br />
2.8.1 Rateio ......................................................................................................... 31<br />
2.8.2 Departamentalização .................................................................................. 31<br />
2.8.3 Centro de Custo ......................................................................................... 32<br />
2.9 Métodos de custeio ......................................................................................... 32<br />
2.9.1 Custeio por absorção .................................................................................. 32<br />
2.9.2 Método de custeio variável ou direto ......................................................... 34<br />
2.10 Análise custo, volume, resultado................................................................. 35<br />
2.10.1 Margem de contribuição .......................................................................... 35<br />
2.10.2 Ponto de equilíbrio ................................................................................... 36<br />
2.10.3 Margem de segurança .............................................................................. 37<br />
3 <strong>ANÁLISE</strong> <strong>DA</strong> <strong>COMPOSIÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CUSTO</strong>, <strong>VOLUME</strong> E RESULTA<strong>DO</strong> <strong>DA</strong><br />
PRODUÇÃO LEITEIRA: <strong>ANÁLISE</strong> <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S .................................................. 38<br />
3.1 Descrição do processo da produção leiteira .................................................... 38<br />
3.2 Levantamento dos custos com alimentação .................................................... 39<br />
3.3 Cálculo do custo com mão-de-obra ................................................................ 47<br />
3.4 Apuração dos custos indiretos ........................................................................ 47<br />
3.5 Cálculo do custo total ..................................................................................... 51<br />
7
3.5.1 Custo total – método de custeio por absorção ........................................... 51<br />
3.5.2 Custo total – método de custeio variável direto ......................................... 53<br />
3.6 Análise do custo, volume, resultado ............................................................... 54<br />
3.6.1 Margem de contribuição unitária ............................................................... 55<br />
3.6.2 Margem de contribuição unitária ............................................................... 56<br />
3.6.3 Ponto de equilíbrio ..................................................................................... 59<br />
3.6.4 Margem de Segurança Operacional ........................................................... 59<br />
3.7 Análise de resultados e informações gerenciais ............................................. 61<br />
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 63<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIACAS .................................................................................. 65<br />
8
INTRODUÇÃO<br />
A contabilidade de custo produz informações de nível gerencial e vem se destacando no<br />
cenário empresarial nos últimos tempos, especialmente por se tratar de uma ferramenta muito<br />
importante para a apuração dos custos das entidades. Tendo como princípio sistematizar,<br />
acumular e organizar os dados de uma propriedade ou empresa, com o objetivo de apurar o<br />
custo de produção, e baseado neste controle pode-se ter um processo gerencial e decisório<br />
muito importante para uma ascensão no mercado com menos riscos de falência.<br />
Em uma propriedade leiteira é muito importante a utilização de um sistema de custos,<br />
para que os produtores possam ter um bom planejamento, onde seja possível efetuar a<br />
verificação das despesas e das receitas, utilizando-se da análise da margem de contribuição,<br />
do ponto de equilíbrio e de outros indicadores que são essenciais para gerenciamento da<br />
atividade.<br />
A propriedade estudada não possuí um sistema de custos e nem qualquer tipo de controle<br />
de custos para auxiliar na sua gestão. Verificando-se que na atualidade os pecuaristas não<br />
possuem muito apoio do governo para a produção leiteira, é preciso que sejam implantados<br />
métodos de gerenciamento, para auxiliar na gestão da mesma, objetivando um aumento nos<br />
resultados. Neste contexto, conhecer o custo da produção leiteira é extremamente importante<br />
aos produtores, por isso, existe uma grande necessidade de implantação de um bom sistema<br />
de custo na propriedade analisada, para que os donos possam ver qual é a real situação de sua<br />
propriedade e da sua produção leiteira, visualizando os resultados.<br />
Com base nos relatos, o objetivo desse trabalho é a análise da composição do custo,<br />
volume e resultado que possa servir para avaliar os custos de produção, bem como analisar os<br />
resultados da produção e a viabilidade da atividade leiteira na propriedade rural de pequeno<br />
porte.<br />
Na primeira parte desse relatório é apresentada a contextualização do estudo, onde foi<br />
contemplada a área de conhecimento, a caracterização da propriedade, o problema que<br />
norteou o estudo, os objetivos, seguidos da justificativa e da metodologia utilizada no<br />
desenvolvimento do trabalho.<br />
No capítulo seguinte, apresenta-se a revisão bibliográfica, que teve como fundamento o<br />
enfoque teórico dos temas relacionados com a contabilidade geral, contabilidade de rural,<br />
contabilidade de custos e sistemas de custos. Conceitos que são essenciais para o<br />
9
aprofundamento da compreensão do tema estudado além de auxiliar no estudo prático<br />
realizado.<br />
No terceiro capitulo trata-se de um estudo de caso, onde os conhecimentos teóricos<br />
foram colocados em pratica na propriedade estudada. Nessa parte foi descrito o processo da<br />
produção leiteira, com a identificação e levantamento dos custos diretos variáveis e os<br />
indiretos fixos e variáveis. Em seguida foi realizado e calculado o custo total da produção<br />
pelo método de custeio por absorção e variável e ainda o cálculo da margem de contribuição,<br />
ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional, que são indicadores que podem<br />
auxiliar na realização da análise do resultado, volume e custo da produção.<br />
Por último, apresenta-se a conclusão, na qual foram expostos quais os resultados<br />
alcançados, identificando a situação da atividade e quais as possíveis melhorias a serem<br />
implantadas na propriedade, verificando assim, a viabilidade para um melhor gerenciamento<br />
da atividade em estudo, finalizando com as bibliográfias consultadas.<br />
10
1 CONTEXTUALIZAÇÃO <strong>DO</strong> ESTU<strong>DO</strong><br />
A contabilidade de Custos é um dos campos de atuação de um profissional da<br />
contabilidade, que produz informações para os diversos níveis gerenciais de certa entidade,<br />
como auxiliar nas funções de análise e desempenho, de planejamento e controle das operações<br />
e tomada de decisões.<br />
Com esse estudo, busca-se uma contribuição no processo de controle da produção<br />
leiteira por meio da avaliação e análise dos custos gerados e dos resultados obtidos.<br />
Essa contextualização de estudo tem como objetivo, complementar a definição do<br />
tema estudado e explorado, bem como do problema, dos objetivos, da justificativa e da<br />
metodologia utilizada durante a pesquisa.<br />
1.1 Área de Conhecimento Contemplada<br />
Esse trabalho foi realizado na área Contábil com o enfoque na Contabilidade de<br />
Custos, voltada para a Contabilidade Rural, sendo especificamente na produção leiteira.<br />
Foram analisados os custos, o volume de produção e o resultado, além de auxiliar no<br />
gerenciamento da propriedade, tendo em vista que o produto a venda, nesse caso o leite não é<br />
o produtor que determina o preço de venda, e sim o mercado.<br />
Neste sentido, o estudo se propôs a realizar uma análise da composição do custo,<br />
volume e resultados da produção leiteira em uma propriedade familiar.<br />
1.2 Caracterização da Propriedade<br />
O estudo foi realizado em uma propriedade rural de pequeno porte, situada no interior<br />
de Augusto Pestana. Ela é conduzida pela família que é composta por três pessoas que são<br />
responsáveis pelo cuidado e manejo do rebanho e as demais lidas do campo.<br />
A propriedade, além da produção leiteira, também trabalha com produção de<br />
sementes. A mesma possui uma área de 42 hectares de terra própria e 22,5 hectares de terra<br />
arrendado, onde deste 1 hectares é destinada a infra estrutura (moradia, galpão, silo de<br />
armazenagem de silagem, sala de ordenha); 10.5 hectares de mata, 3,5 hectares de potreiro,<br />
1,7 hectares de grama tyfton, 0,9 hectares área de frutífera e mais 0.5 hectares em perda por<br />
estradas. No inverno, a área de produção e dividida em 18.4 hectares de pastagem; 4 hectares<br />
11
em aveia branca, 19 hectares de aveia preta. No verão a área de plantio é dividida em 3,5<br />
hectares de pastagem de verão, 35.9 hectares de soja, 7 hectares de milho onde deste 5<br />
hectares são destinadas para silagem.<br />
A propriedade possui um rebanho de 45 animais onde estão subdivididos em 22 vacas<br />
em lactação, destas 20 da raça holandesa e 2 da raça gersey, 3 vacas secas, 17 bezerros e 3<br />
bois. Alimentação dos animais é formada por ração, silagem, pastagem e feno. A produção de<br />
leite dessa propriedade totaliza 600 litros dia, onde é recolhido a granel por caminhões<br />
tanques da empresa CCGL qual leva para sua indústria de laticínios.<br />
1.3 Problematização do Tema<br />
Devido à importância da agropecuária brasileira e o leite sendo uns dos itens mais<br />
importantes na alimentação, não só no Brasil, mas também em nível mundial. Em função<br />
disso é necessário opter um grande controle e avaliação no desempenho da propriedade<br />
leiteira, analisando como é o seu funcionamento, quais são os gastos para efetuar um<br />
planejamento para saber quais as decisões a serem tomadas para um melhor desenvolvimento<br />
da mesma, bem como os investimentos a serem feitos em novas tecnologias a ser aplicadas, e<br />
melhorias necessárias e um crescimento econômico na propriedade.<br />
Para que isso ocorra é necessário o controle e planejamento, por meio de um sistema<br />
de custos proporcionando informação referente aos custos de produção e de resultados, que<br />
são informações importantes para o gerenciamento da propriedade. São poucas as<br />
propriedades que se utilizam deste instrumento de controle de custos ou análise de resultado<br />
da produção, ficando sem informações para efetuar planejamentos futuros e análise de<br />
viabilidade do negócio, dificultado muitas vezes o crescimento e a prosperidade da atividade.<br />
Para os produtores, uma das maiores dificuldades ocorre com o preço do leite, que a<br />
cada mês tem um preço, não tendo os pecuaristas nem uma influencia sobre a formação do<br />
mesmo, pode ter seu produto valorizado apenas com os testes de qualidade, os quais refletem<br />
em um pequeno montante no valor total por litro vendido. Isso está fazendo com que os<br />
produtores tenham que trabalhar com quantidade produzida, ou seja, quanto maior a produção<br />
maior será a possibilidade de aumentar seus lucros.<br />
A partir destas informações, existe uma grande necessidade da implantação de um<br />
sistema de gerenciamento dos custos na propriedade rural em estudo, para que os<br />
proprietários tenham a percepção da real situação da sua atividade, podendo projetar as<br />
futuras melhorias e desenvolvimento da mesma.<br />
12
A propriedade analisada não possui nem um tipo de sistema de acompanhamento dos<br />
custos para auxiliar na tomada de decisões e seu gerenciamento. Com a implantação de um<br />
sistema de gestão de custo e análise dos resultados, pode ter um aumento de informações,<br />
possibilitando dessa maneira buscar obter um maior retorno financeiro para a propriedade.<br />
A partir deste contexto, a pesquisa se propôs a responder a seguinte pergunta: De que<br />
forma a análise da composição de custos, volume e resultados, aplicados a produção leiteira<br />
de uma propriedade rural pode contribuir com informações para seu gerenciamento?<br />
1.4 Objetivos<br />
Diante da problemática apresentada, foram definidos o objetivo geral e os objetivos<br />
específicos, os quais constam na seqüência.<br />
1.4.1 Objetivo Geral<br />
Desenvolver um sistema de análise dos custos de produção e resultados na produção<br />
leiteira de uma propriedade rural que proporcione informações para o seu gerenciamento.<br />
1.4.2 Objetivos Específicos<br />
1.5 Justificativa<br />
• Revisão bibliográfica referente à contabilidade de custos, gestão de custos e<br />
resultado, custos na atividade rural;<br />
• Descrever o processo da produção de leite;<br />
• Identificar os custos inerentes a atividade leiteira;<br />
• Elaborar um sistema de custo para a atividade;<br />
• Analisar os resultados da atividade;<br />
• Levantar as informações proporcionadas pelo sistema;<br />
Ao passar dos anos, a contabilidade agropecuária e rural estão se destacando como<br />
sendo de grande importância econômica no país e por isso está merecendo um maior<br />
reconhecimento e atenção dos profissionais da área contábil. Por esse fato existe a<br />
necessidade da implantação de sistemas de gerenciamentos nas propriedades, sejam de<br />
13
grande, médio ou pequeno porte, para que seja acompanhado o desempenho das mesmas, e<br />
que o mesmo possibilita a melhorias nos controle das partes físicas e financeiras.<br />
Nesse enfoque, a contabilidade de custos em qualquer entidade é de fundamental<br />
importância, pois possibilitando a avaliação dos resultados, que são fundamentais para<br />
qualquer tipo de negócio, principalmente no gerenciamento, planejamento e tomada de<br />
decisões, e também por ser uma maneira em que o proprietário possa verificar todos os seus<br />
gastos, custos e receitas, dando a possibilidade de controlar todas elas. E para ajudar esse<br />
controle que pode ser efetuado por um sistema de Excel, o qual auxilia o produtor com<br />
informações úteis para gerenciar a atividade de maneira segura possibilitando a verificação da<br />
viabilidade da produção leiteira da propriedade, extraindo idéias para a tomada de decisão.<br />
Para a Unijui e para o Curso de Ciências Contábeis, este trabalho pode servir<br />
como fonte de futuras pesquisas e como base de estudos para os alunos e demais interessados<br />
da sociedade nessa área.<br />
Para mim na condição de acadêmico e, Bacharelando em Ciências Contábeis,<br />
a realização deste trabalho possibilitou um conhecimento mais amplo na área de custo e na<br />
contabilidade rural, fomentando uma futura especialização em alguma dessas áreas que<br />
possuem um amplo campo de trabalho de grande importância para o mundo do agronegócio,<br />
além de interesses particulares, de saber como calcular o custo da produção de leite em<br />
relação ao preço pago pelas empresas, verificando assim a sua viabilidade.<br />
1.6 Metodologia do trabalho<br />
É o método no qual o trabalho foi fundamentado. Tendo como objetivo padronizar o<br />
mesmo, para que possa ser visto os métodos utilizados na abordagem, as técnicas de<br />
conhecimento e os pensamentos do pesquisador.<br />
1.6.1 Classificação da Pesquisa<br />
De acordo com o artigo oitavo do Regulamento do Trabalho de Conclusão, o projeto<br />
deve ser fundamentado em base teórica e técnica, na área estudada. Na metodologia do<br />
presente estudo, foram utilizados temas relacionados à contabilidade rural e de custos,<br />
específicos na área leiteira, onde visou buscar informações e fundamentações técnicas para<br />
analisar a composição do custo, seguido da análise de resultados da atividade, com<br />
comparativo do preço de venda do leite utilizado pelo mercado.<br />
14
1.6.1.1 Do ponto de Vista de sua Natureza<br />
O estudo sob o ponto de vista pode ser classificado como pesquisa básica ou aplicada<br />
neste caso se classifica como aplicada onde Vergara conceitua da seguinte forma.<br />
De acordo com Vergara (2004, p.47), “a pesquisa se classifica como aplicada, tendo<br />
como objetivo a solução de problemas concretos. Possui como finalidade a prática, baseada na<br />
curiosidade e especulação do pesquisador. Esse tipo de pesquisa possibilita inúmeras<br />
aplicações nas ciências sociais.”<br />
1.6.1.2 Do Ponto de Vista de seus Objetivos<br />
A pesquisa do presente trabalho se classifica como exploratória descritiva e<br />
explicativa. Conforme Vergara (2004, p.47), “a pesquisa exploratória é realizada em área<br />
onde existe pouco conhecimento acumulado e sistematizado, ou seja, assume a forma de<br />
pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso”. A pesquisa descritiva, de acordo com a<br />
mesmo autora, “expõe as características do caso em estudo, servindo de base para a<br />
explicação, geralmente tem forma de levantamento, com técnicas de coletas de dados”. E a<br />
pesquisa explicativa, conforme Vergara tem como principal objetivo “esclarecer quais fatores<br />
contribuem para ocorrência dos fenômenos, aprofundando os conhecimentos, os porquês das<br />
coisas a suas razões”. Segundo Gill (1999, p.44), esse tipo de pesquisa é mais complexa e<br />
delicada, onde a possibilidade de cometer erro.<br />
Baseado no conceitos dos autores, a pesquisa se classifica como exploratória, onde foi<br />
possível explorar uma área pouco conhecida realizando a descrição da situação e o<br />
levantamento dos dados estudados, seguido de uma explicação dos dados transformados em<br />
informações demonstrando a sua real situação.<br />
1.6.1.3 Quanto à Forma de Abordagem do Problema<br />
A pesquisa classifica-se como qualitativa, a qual se aprofunda no universo dos<br />
significados, motivos e dos valores e das atitudes. Esse conjunto de ações humanas é<br />
entendido como parte da realidade social, onde o ser humano através de suas atitudes possa<br />
pensar e interpretar as suas ações e a partir da realidade vivida compartilhar a experiência com<br />
seus semelhantes.<br />
15
1.6.1.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos<br />
O trabalho se classifica como pesquisa bibliográfica, documental, de levantamento de<br />
dados e de estudo de caso. A pesquisa bibliográfica, segundo Vergara (2004, p.48) “é um<br />
estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em jornais, livros, rede<br />
eletrônica, ou seja, todo material acessível ao público interessado”.<br />
De acordo com Gil (1999, p.66) “a pesquisa documental é realizada através de<br />
materiais que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que ainda podem ser<br />
reelaborados de acordo com o objetivo do estudo”.<br />
Enquanto que a interrogação com envolvimento na atividade estudada aonde vem<br />
buscar o conhecimento do processo. O estudo de caso, conforme Vergara (2004, p.49) “tem<br />
como caráter de profundidade e detalhamento de um objeto de maneira que se permite o seu<br />
conhecimento aprofundado”.<br />
Com essas três formas de procedimentos de pesquisa e levantamento de dados, foi<br />
possível desenvolver o estudo de caso em uma propriedade rural.<br />
1.6.2 Plano de Coleta de Dados<br />
O levantamento ou coleta de dados pode ser obtido de varias maneiras: pesquisa ou<br />
coleta documental, observação, pesquisa bibliográfica e contato direto, conforme Marconi e<br />
Lakatos, (1996).<br />
A coleta de dados para a realização do trabalho foi baseada em estudos teóricos com<br />
pesquisa bibliográfica e documental. Através de visitas, entrevistas com os proprietários e<br />
com o acompanhamento do processo produtivo, para que dessa maneira possa ser<br />
desenvolvido um plano de custos apropriado para a atividade.<br />
1.6.2.1 Instrumento de Coleta de Dados<br />
É a maneira utilizada no processo de coleta de dados, para a realização do relatório.<br />
Observação: De acordo com Marconi e Lakatos (1996, p.79), “a observação é a<br />
técnica de coleta de dados para obter informações, mas não será só na maneira de ver e ouvir<br />
as coisas, mas também em analisar os fatos e fenômenos que desejam ser estudados.”<br />
Uma das observações utilizada nesse trabalho é a maneira sistemática, que a técnica de<br />
observação estruturada, planejada e com controle, onde foi usado instrumentos para a coleta<br />
16
de dados. Foi realizada em condições controladas para responder os propósitos pré-<br />
estabelecidos, mas, todavia as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais por<br />
que toda a situação quanto objeto e objetivos de investigação podem ser muitos diferentes<br />
com isso deve ser planejada com cuidado e sistematizada para registrar os dados necessários<br />
para a pesquisa cientifica. (MARCONI e LAKATOS, 1996).<br />
Ainda foram utilizadas as técnicas de observação não participativa, onde é presenciado<br />
o fato, mas o pesquisador não participa; observação individual que é realizada por apenas um<br />
pesquisador que vai examinar os fatos e o mesmo foi realizado na vida real, onde o registro<br />
dos dados foram feito médiante em que forem ocorrendo.<br />
Entrevista: De acordo com Marconi e Lakatos (1996, p.84), “a entrevista é o encontro<br />
de duas pessoas, onde uma das pessoas busca obter informações referentes a um determinado<br />
assunto, efetuando perguntas a respeito numa conversação de natureza profissional.”<br />
A pesquisa realizada se utilizou da entrevista despadronizada ou não estruturada, onde<br />
existe uma maneira de explorar os dados desejados com mais amplitude, sem seguir um<br />
roteiro com perguntas abertas e podem ser respondidas de uma conversação informal.<br />
1.6.3 Plano de análise e interpretação dos dados<br />
A análise e interpretação dos dados adotados para a elaboração desse trabalho, seguirá<br />
os tópicos relacionados na seqüência:<br />
a) Consolidações teóricas;<br />
b) Levantamentos dos custos da produção leiteira<br />
c) Estruturar um sistema de custo para a atividade;<br />
d) Efetuar análise de custo, volume e resultado do leite;<br />
e) Elaboração de demonstração de resultado.<br />
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
Na revisão bibliográfica, o objetivo foi buscar na leitura de livros, artigos e outros meios<br />
documentais, fundamentos para a melhor compreensão do assunto da investigação e para<br />
aprofundar os conhecimentos relacionados com o problema, baseado em diversos autores.<br />
2.1 Contabilidade<br />
Nesta parte do trabalho, foram apresentados conceitos de contabilidade, sua origem,<br />
evolução, objetivos, objeto, funções de campo de atuação na atividade.<br />
.<br />
2.1.1 Origem e evolução da Contabilidade<br />
A contabilidade teve origem desde os primórdios da civilização humana e ao longo do<br />
tempo obteve desenvolvimento e evolução de suas técnicas. Conforme Sá (apud Basso, 2005,<br />
p.17) “a historia da Contabilidade nasce com a própria civilização, em uma espontânea forma<br />
de ter conhecimento sobre as utilidades ou riquezas que o homem ia acumulando.”<br />
Na sociedade primitiva, as pessoas utilizavam pedras, pedaços de osso, placas de<br />
argila e até mesmo nas pedras das fazendo riscos para contagem e operações de cálculos,<br />
sendo assim o inicio da contabilidade sendo confundido com os primeiros passos dos<br />
cálculos.<br />
E com o passar do tempo, novos estudiosos e pesquisadores vão sendo conhecidos,<br />
registra-se uma continua evolução no pensamento contábil, o que vem a modificar, também,<br />
seus objetivos e finalidades ao longo dos tempos. E para facilitar a compreensão do modo de<br />
pensar, os escritores costumam classificar sua evolução em fases iniciando pela fase dos<br />
registros primitivos: fase dos registros simples; fase dos registros complexos; fase dos<br />
registros sistematizados; fase dos pré-científicos e por fim a fase da doutrina cientifica e<br />
filosófica do conhecimento contábil.<br />
As três primeiras fases acima citadas se denominam como “Contabilidade do Mundo<br />
Antigo” o período que inicia na pré-história e vai até ao inicio da era cristã que é 1202. Essa<br />
contabilidade já considerava o patrimônio como seu objetivo. As comprovações da existência<br />
dessa fase são as formas primitivas de registros contábeis encontrados em grutas de pedras, na<br />
18
França, onde havia registro de objetos e quantidade e controles praticados pelos homens<br />
primitivos.<br />
Em 1202, na Itália, foi publicado um livro sobre o calculo comercial, intitulado de<br />
“Liber Abaci”, de Leonardo Fibonaccio, o qual marcou o período de transição da<br />
Contabilidade Antiga para a Contabilidade moderna, tendo duração ate 1494 da era cristã.<br />
Nesse período, também conhecido como a “era Técnica”, na obra da frade Luca<br />
Pacioli que explicou o “Método das Partidas Dobradas” como um sistema de escrituração<br />
contábil adequada para o controle dos negócios, onde irá encontrar para todo débito um<br />
credito correspondente.<br />
Já nos anos de 1494 a 1840 foi o terceiro período que a “literatura Contábil” onde<br />
surgiu e foram publicadas varias obras como os conhecimentos contábeis e a evolução das<br />
tecnologias dos registros, isso ao desenvolvimento da economia mundial com a revolução<br />
industrial. Foi a partir desse momento que se iniciaram ás primeiras escolas relacionadas ao<br />
pensamento contábil, como escola de contista, a Personalística, a Neocontista, a Controlística,<br />
a Aziendalística e a Patimonialística, quando só então se defina o patrimônio como objetivo<br />
de estudo da contabilidade.<br />
Só a partir do quarto período a contabilidade passa a ser compreendida como ciência,<br />
pois como relata Basso (2005, p.19)<br />
2.1.2 Conceitos e objeto da contabilidade<br />
os estudos deixam de enfocar as “formas” de escrituração para dar ênfase à<br />
“essência” dos fatos, buscando a explicação deles e criando uma ciência que<br />
estabelece as leis, princípios e normas gerais para registrar, controlar, obser -var e<br />
estudar a evolução da riqueza do homem, ou seja, o patrimônio das entidades em<br />
geral.<br />
A contabilidade depois de todas as suas fases e evoluções citadas acima obteve um<br />
desenvolvimento de conceito.<br />
Segundo Franco (apud Basso 2005, p.22) “contabilidade é a ciência que estuda,<br />
controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, médiante o registro, a<br />
demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre<br />
a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da<br />
riqueza patrimonial.<br />
Basso, seguindo o pensamento dos demais pesquisadores da área, define contabilidade<br />
da seguinte maneira:<br />
19
[...} como conjunto ordenado de conhecimentos, leis princípios e métodos de<br />
evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das<br />
entidades nos aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como<br />
conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar,<br />
controlar e registrar fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e<br />
revelar informações de suas variações e situações, especialmente de natureza<br />
econômico-financeira. ( BASSO, 2005, p.22)<br />
Seguindo a mesma ideia, Crepaldi, tem a seguinte definição de contabilidade:<br />
Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, médiante<br />
o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com<br />
o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem como sobre o<br />
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial, (CREPALDI,<br />
2005, p.85)<br />
Sendo então o foco de estudo da contabilidade o patrimônio e suas variações e<br />
estados, ou seja, coleta , registra, controla, analisa e interpreta e estuda a variação do<br />
patrimônio da entidade. E assim foi conceituado como uma ciência social, e não mais como<br />
arte ou técnica, como anteriormente. Ciência, a qual se correlaciona com as economias e<br />
administrativas, que tem como finalidade de controlar e avaliar as situações econômicas<br />
pertencente a um individuo ou uma entidade.<br />
Já o objetivo segundo Basso (2005, p.24) o “objetivo da Contabilidade é o<br />
Patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações<br />
pertencentes a uma determinada entidade.”<br />
Esse patrimônio pode ser compreendido sob o aspecto qualitativo ou<br />
quantitativo. O primeiro considera o ponto de vista da formação física do bem, do direito e<br />
obrigação, já o outro, visa reconhecer o valor econômico e monetário desses elementos.<br />
2.1.3 Usuários e seu campo de atuação<br />
Os usuários da contabilidade de acordo com a NBC T 1 (2006, p.74) “são as pessoas<br />
físicas ou jurídicas com interesse na Entidade, que se utiliza de informações contábeis destas<br />
para seus próprios fins, de forma permanente ou transitória.”<br />
Os usuários são todos aqueles que possuem algum tipo de interesse na empresa,<br />
podendo ser estes: os administradores, diretores, executivos da entidade que necessitam de<br />
informações para a tomada de decisões para investimentos futuros. E ela também tem uma<br />
grande influenciam na vida da sociedade em geral, as empresas necessitam dela para obter<br />
grandes resultados os demais negócios da sociedade (comunidade) também podem<br />
20
desenvolver, pois as pessoas também possuem capital para investir e desenvolver. Então se a<br />
mesma possui bons resultados, o publico em geral pode desenvolver as suas atividades,<br />
devido ao capital estar tendo circulação na comunidade.<br />
O campo de atuação da contabilidade é muito vasto á Basso identifica os principais<br />
campos de atração, que podem ser classificados nos seguintes ramos:<br />
- Contabilidade Comercial;<br />
- Contabilidade Industrial;<br />
- Contabilidade Pública;<br />
- Contabilidade Bancaria;<br />
- Contabilidade Rural (Agrícola ou Agropecuária);<br />
- Contabilidade de Cooperativas;<br />
- Contabilidade de Seguradoras;<br />
- Contabilidade de Fundações;<br />
- Contabilidade de Construtoras;<br />
- Contabilidade de Hospitalar;<br />
- Contabilidade de Condomínios, entre outras de acordo com (BASSO, 2005, p.27).<br />
2.2 Contabilidade rural e contabilidade agropecuária<br />
Segue os conceitos que auxiliam na compreensão da Contabilidade Rural e<br />
Agropecuária.<br />
2.2.1 Conceitos<br />
Contabilidade rural vem de uma enorme importância para as propriedades Rurais, pois<br />
e um instrumento que auxilia na tomada de decisões, no processo de execução de<br />
investimentos na atividade e também no controle da operação da mesma.<br />
A contabilidade rural e um ramo da Contabilidade propriamente dita, ela é aplicada<br />
num ramo da atividade no setor da economia, como nesse caso na área agrícola ou rural.<br />
De acordo com Marion (2006, p.25), a contabilidade pode ser estudada de modo geral<br />
(para todas as empresas) ou particular (aplicada a certo ramo de atividade ou setor da<br />
economia). Quando estudada de forma genérica, a Contabilidade é denominada Contabilidade<br />
Financeira. Quando aplicada a um ramo especifico, normalmente é denominada de acordo<br />
com a atividade daquele ramo, assim há:<br />
-Contabilidade Agrícola: é a contabilidade Geral aplicada às empresas agrícolas;<br />
-Contabilidade Rural: é a contabilidade Geral aplicada às empresas rurais;<br />
-Contabilidade da Zootécnica: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas que<br />
exploram a Zootécnica;<br />
-Contabilidade da Pecuária: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas<br />
pecarias;<br />
21
-Contabilidade Agropecuária: é a Contabilidade geral aplicada às empresas<br />
agropecuárias;<br />
-Contabilidade da Agroindústria: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas<br />
agroindustriais.<br />
Já conforme Crepaldi (2005, p.82). “a Contabilidade Rural é um dos principais<br />
sistemas de controle e informações das empresas rurais.” Nesse sentido, o mesmo autor<br />
afirma:<br />
- Contabilidade Rural é um instrumento da função administrativa que tem como<br />
finalidade:<br />
- controlar o patrimônio das entidades rurais;<br />
- apurar o resultado das entidades rurais;<br />
- prestar informações sobre patrimônio e sobre o resultado das entidades rurais aos<br />
diversos usuários das informações contábeis, (CREPALDI, 2005, p.84).<br />
Dessa forma a Contabilidade Rural, auxilia na geração de informações para<br />
planejamento, controle das atividades e para a tomada de decisões.<br />
2.2.2 Objeto e finalidades<br />
De acordo com Crepaldi (2005, p.86) “o objetivo da Contabilidade Rural é o<br />
patrimônio das entidades rurais.”<br />
Sendo a Contabilidade Rural um ramo da Contabilidade Geral, possui o seu mesmo<br />
objetivo. Dessa maneira as finalidades relacionadas a esse objetivo, são as seguintes:<br />
-orientar as operações agrícolas e pecuárias;<br />
-medir o desempenho econômico-financeiro da empresa e de cada atividade<br />
produtiva individualmente;<br />
-controlar as transações financeiras;<br />
- apoiar as tomadas de decisões no planejamento da produção, das vendas e dos<br />
investimentos;<br />
-auxiliar as projeções no planejamento da produção, das vendas e dos investimentos;<br />
-auxiliar as projeções de fluxos de caixa e necessidade de crédito;<br />
-permitir a comparação da performance da empresa no tempo e desta com outras<br />
empresas;<br />
-conduzir as despesas pessoais do proprietário e de sua família;<br />
-justificar a liquidez e a capacidade de pagamento da empresa junto aos agentes<br />
financeiros e outros credores;<br />
-servir de base para seguros, arrendamentos e outros contratos;<br />
-gerar informações para a declaração do Imposto de Renda, (CREPALDI, 2005,<br />
p.84).<br />
Para se ter resultados concretos, a contabilidade rural coordenara os trabalhos<br />
realizados pela mesma, para que gerem informações que sejam confiável, educativa que<br />
gerem dados seguros para tomada de decisões e para a administração da mesma.<br />
22
2.2.3 Objetivos<br />
Rural:<br />
Conforme Crepaldi, segue a sua definição dos principiais objetivos da Contabilidade<br />
2.3 Contabilidade de custos<br />
A Contabilidade Rural, dentro do sistema de informações da Empresa Rural, auxilia<br />
sobremaneira na geração de informações para o planejamento e o controle da<br />
atividade e, por conseguinte, sua estrutura, que seja apresentação das informações<br />
que seja apresentações das informações que seja no registro e avaliação, deverá<br />
atender a essa finalidade, (CREPALDI, 2005, p.85).<br />
Nesta parte do trabalho, serão apresentados conceitos de custos para que possa haver<br />
uma maior compreensão do assunto estudado. Onde a contabilidade de custo centra sua<br />
atenção no estudo da composição, no calculo doas custos e análise das informações<br />
encontradas.<br />
2.3.1 Conceitos de contabilidade de custos<br />
A contabilidade de custos e um método muito importante para as organizações, através<br />
desses controles as empresas podem controlar os seus gastos e efetuar um melhor<br />
gerenciamento possível da sua entidade.<br />
autores:<br />
A seguir serão apresentados alguns conceitos da contabilidade de custo, de diversos<br />
“A contabilidade de custo mensurando e relata informações financeiras e não-<br />
financeiras e não-financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recurso pela<br />
organização. Ela fornece informações tanto da contabilidade geral quanto para a contabilidade<br />
financeira,” (HORNGREN, FOSTER, <strong>DA</strong>TAR; 2000, p.2).<br />
Segundo a Crepaldi (1999, p.15) “Contabilidade de Custo é uma técnica utilizada para<br />
identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços.”<br />
Já de uma forma mais completa, Leone (2008, p.47) define:<br />
A Contabilidade de Custo é o ramo da função financeira, que coleta acumula e<br />
organiza, analisa, interpreta e informa os custos dos produtos, dos serviços, dos<br />
estoques, dos componentes operacionais e administrativos, dos planos operacionais,<br />
dos programas das atividades especiais e dos segmentos de distribuição para<br />
23
2.3.2 Objetivos da contabilidade de custos<br />
determinar e avaliar o patrimônio da empresa, para controlar os próprios custos e as<br />
operações e para auxiliar o administrador no processo de planejamento e tomada de<br />
decisões.<br />
O objetivo da contabilidade de custo é avaliar todas as informações da empresa onde<br />
devera registra classificar, analisar e interpretar. E como principal objetivo controla os custos<br />
de produção da entidade, para gerar informações aos administradores da entidade.<br />
Os objetivos da contabilidade de custo é conhecer os custos dos produtos, avaliarem os<br />
estoques e apurar os resultados, de acordo com Crepaldi (1999).<br />
Já Medeiros define com outras palavras o Objetivo da Contabilidade de Custos como<br />
veremos a seguir:<br />
2.4 Classificação dos custos<br />
- fornecimentos de dados para apuração do Custo e avaliação dos Estoques;<br />
- fornecimento de informações à administração para o controle das operações e<br />
atividades da empresa, visando o controle dos Custos de Produção;<br />
- fornecimento de informações para planejamentos, orçamentos e tomadas de<br />
decisões;<br />
- atendimentos a exigências físicas e legais, (MEDEIROS, 1997, p.18).<br />
A classificação dos custos e muito importante, pois através dela podem ser produzidas<br />
informações importantes para tomada de decisões aos seus gestores. Os custos são<br />
classificados pela viabilidade onde são variáveis e fixos e pela facilidade de alocação em<br />
diretos e indiretos, onde irá permitir a análise dos custos totais e unitários em relação à<br />
diferente volume de produção. Os custos podem ser genericamente classificados quanto à<br />
variabilidade em:<br />
2.4.1 Custos diretos<br />
Os custos diretos são aqueles aplicados diretamente nos produtos produzidos. Já para<br />
Crepaldi (1999, p.41) “Custo Diretos são os custos que podem apropriar diretamente aos<br />
produtos. Exemplo: Material Direto (MD) e Mão- de- obra Direta (MOD)”.<br />
Para Crepaldi (2005, p.99),<br />
24
Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos<br />
produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão<br />
de - obra ou de máquina, quantidade de força consumida etc.). De modo geral,<br />
identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente à quantidade<br />
produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há<br />
uma medida objetiva do seu consumo nesta produção.<br />
E conforme o mesmo autor a seguir exemplos de Custos Diretos na Agricultura:<br />
1. Insumos: normalmente, a Empresa Rural sabe qual a quantidade exata de insumos<br />
que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto agrícola.<br />
Sabendo-se o preço do insumo, o custo daí resultante está associado diretamente ao<br />
produto.<br />
2. Mão-de-obra direta: trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados<br />
diretamente na produção agrícola. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no<br />
produto e o preço da mão-de-obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.<br />
3. Material de embalagem.<br />
4. Depreciação de equipamento agrícola: quando é utilizado para produzir apenas<br />
um tipo de produto.<br />
5. Energia elétrica das máquinas agrícolas: quando é possível saber quanto foi<br />
consumido na produção de cada produto agrícola.<br />
Então se dizer que os custos diretos são aqueles agregados diretamente como matéria<br />
prima, embalagens necessárias para a produção que é identificada no produto acabado. A<br />
mão-de-obra direta aplicada na produção essa pode ser facilmente identificada pela<br />
contabilidade de custo, a qual relaciona as informações à folha de pagamento e demais<br />
demonstrativos da área de recursos humanos que são apropriados ao produto, que não são<br />
possíveis a imédiata identificação visual.<br />
2.4.2 Custos indiretos<br />
Os Custos Indiretos são todos aqueles que a empresa obtém para realizar suas<br />
atividades aluguel do prédio onde situa a fábrica, a energia elétrica consumida para produzir,<br />
materiais indiretos, depreciação dos equipamentos, mão-de-obra indireta, água, entre os<br />
demais custos fabris.<br />
Crepaldi (1999, p.65) define que “custos indiretos são os que não se poder identificar<br />
diretamente com os produtos e necessitamos de rateios para fazer a apropriação.”<br />
“Nem tudo o que se gasta para produzir fica no produto” é um conceito de custo<br />
indireto dado por Sá (2005; p.141). Com esse conceito, pode- se verificar que os custos<br />
indiretos estão presentes no processo de produção, mas não estão fisicamente no produto<br />
final.<br />
25
Não sendo possível a identificação imédiata dos custos indiretos nos produtos ou<br />
serviços, eles não são possíveis a sua apropriação de forma direta sobre os produtos<br />
produzidos, com isso será necessário a realização de um rateio sobre os materiais produzidos<br />
para que possam ser identificados.<br />
Segundo Horngren, Foster, Datar (2000, p.20) os custos indiretos são:<br />
São os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não<br />
podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo).<br />
Os custos indiretos são alocados ao objeto de custo através de um método de<br />
alocação de custo denominado rateio.<br />
Para que seja feito o rateio correto, a empresa deve ter a divisão de departamentos, e<br />
que sejam denominados Centros de Custos (“unidade de medida de acumulação de custos”)<br />
Crepaldi (1999, p. 70), para que dessa maneira, todos os custos indiretos serão alocados de<br />
maneira proporcional a cada centro de custo, gerando um custo final confiável para o produto.<br />
2.4.3 Custos fixos<br />
Os custos fixos são todos aqueles que não importam a produção da entidade irão ser o<br />
mesmo como aluguel do prédio, honorários profissionais do contador de custo, segurança<br />
entre os demais.<br />
“Custo fixo é um custo que não se altera em montante apesar de alterações num<br />
direcionador de custo,” (HORNGREN, FOSTER, <strong>DA</strong>TAR; 2000; p.21).<br />
Bornia (2002; p.42) identifica dizendo que os “custos fixos são aqueles que<br />
independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com<br />
alterações no volume de produção.”<br />
Os custos que não variam com a atividade de produção são chamados de custo fixo.<br />
Os mesmos variam conforme o tempo e não com o nível de atividade, são aqueles custos<br />
permanentes de um determinado período, que existem mesmo que não ocorra nenhum tipo de<br />
produção nesse lugar no determinado período, (BOMFIM e PASSARELLI, 2006).<br />
Os custos fixos podem ser identificados em três tipos, conforme Bomfim, Passarelli<br />
(2006, p.55 e 56): custo fixo de capacidade instalada se refere à depreciação; custos<br />
operacionais fixos da fábrica, os seguros e impostos da atividade; despesas fixas programadas,<br />
a qual se refere à propaganda e marketing da entidade.<br />
26
Já é possível citar como exemplo os custos de uma propriedade rural que o pró-labore<br />
do proprietário as benfeitorias, as maquinas agrícolas, depreciação, salários dos técnicos<br />
rurais, e na produção leiteira são os equipamentos usados para a ordenha e armazenagem mais<br />
os técnicos e veterinários. Esses custos ficam fixos por um intervalo de tempo bem relevante,<br />
sendo alterados apenas na aquisição de uma nova maquina ou a construção de mais algumas<br />
dependências para a realização da atividade, então esses terão que ser recalculados.<br />
Quadro 1: Custos fixos na atividade leiteira<br />
Depreciação<br />
Impostos e Taxas Fixas<br />
Remuneração do Capital Fixo<br />
Total<br />
Fonte: Crepaldi (2005, p.165)<br />
2.4.4 Custos variáveis<br />
Em relação a esse custo, Martins (1998, p. 54) refere-se:<br />
R$/Litro %<br />
Que o valor global de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente<br />
do volume de produção. Quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo,<br />
portanto de uma unidade de tempo, o valor do custo com tais materiais, varia de<br />
acordo com o volume de produção.<br />
De acordo com Bornia (2002), os custos variáveis estão intimamente ligados com a<br />
produção, crescendo conforme há o aumento do nível da atividade da empresa. Ou seja,<br />
quanto maior for o uso de matéria-prima na produção de determinado material, maior será o<br />
seu custo variável, pois o mesmo se refere aquilo que influencia diretamente na produção do<br />
material, podendo variar de acordo com a sua utilização, refletindo no custo final do material.<br />
“Custo variável é um custo que se altera em montante em proporção às alterações num<br />
direcionador de custo,” (HORNGREN, FOSTER, <strong>DA</strong>TAR; 2000; p.21).<br />
São variáveis, “os custos que variam proporcionalmente a intensidade ou naturalidade<br />
da produção,” (BOMFIM, PASSARELLI, 2006, p.55).<br />
São custos variáveis, “aqueles que variam em proporção direta com o volume de<br />
produção ou área de plantio. EX.: mão- de- obra direta, materiais diretos (fertilizantes,<br />
sementes, rações), horas máquina,” (SANTOS, MARION, SEGATTI, 2002, p.43).<br />
27
Sendo assim é possível dizer que os custos variáveis são aqueles que sofrem alterações<br />
conforme a quantidade produzida num determinado período mês. Exemplo para a produção<br />
Leiteira: Água, luz, telefone, manutenção, materiais diretos (fertilizantes, sementes, ração)<br />
entre outros.<br />
Quadro 2: Custos variáveis da atividade leiteira<br />
Mão-de-obra para Manejo do Rebanho<br />
Concentrados<br />
Minerais<br />
Forragens Verdes<br />
Silagem<br />
Medicamentos<br />
Inseminação Artificial<br />
Transporte do Leite<br />
Energia e Combustível<br />
Contribuição a Seguridade Social<br />
Reparos de Benfeitorias<br />
Reparos de Maquinas, Motores e Equipamentos<br />
Remuneração do Capital de Giro<br />
Total<br />
Fonte: Crepaldi (2005, p.165)<br />
2.5 Custos com materiais diretos<br />
R$/Litros %<br />
Denominam-se custos de materiais indiretos aqueles comprados e requisitados para<br />
utilização no processo fabril, sem, contudo fazerem parte do produto, ou seja, não<br />
constam da estrutura do produto. São materiais necessários para auxiliar o processo<br />
produtivo, tanto para a utilização pelo pessoal envolvido nos processo e atividades<br />
industriais, como para os equipamentos utilizados nos processos diretos e nas<br />
atividades indiretas, (PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003, p.44 e 45).<br />
Materiais indiretos são aqueles considerados como uso e consumo da produção, que<br />
não são vistos no produto final, mas que foram necessários pra a sua constituição. Alguns<br />
28
exemplos desse tipo de material são os combustíveis, lubrificantes, produtos químicos,<br />
materiais de higiene, segurança e expediente.<br />
2.6 Custos patrimoniais: depreciação<br />
A depreciação esta presente em todas as atividades das empresas, que são realizados<br />
sobre todos ativos imobilizados que representa uma cota de seus desgastes que devem ser<br />
alocados conforme ao seu ciclo de vida alocado. A seguir alguns conceitos de autores.<br />
Considera-se como insumo industrial de depreciação a perda de valor dos ativos<br />
imobilizados utilizados no processo industrial. Normalmente a perda de valor dá-se<br />
e desgaste ou pela obsolescência. Assim, a diferença entre o valor do bem novo e o<br />
valor do bem usado é denominado depreciação, (PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003, p.26).<br />
[...] a depreciação de um equipamento representa o valor da parcela daquele<br />
equipamento “consumida” no período. Evidentemente, a máquina não tem uma parte<br />
consumida, mas vai se desgastando com o tempo e o uso. Portanto, a depreciação<br />
representa a perda de valor do equipamento no período considerado, (BORNIA,<br />
2002, p.169).<br />
A depreciação, quanto e constante por determinado período, é considerada como custo<br />
fixo, mas quando é calculada com o tempo, horas do uso de um equipamento, se torna um<br />
custo variável de produção. (BORNIA, 2002)<br />
2.7 Custos com Mão- de- obra<br />
Os custos com Mão- de- obra que serão apresentados nesse tópico são de duas formas<br />
diretas e indiretas.<br />
Para Santos, Marion e Segatti (2002, p. 53),<br />
O custo com mão-de-obra na agropecuária aplica-se às pessoas que prestam serviços<br />
de forma direta e mensurável, e com gastos relevantes, nas operações agrícolas e no<br />
manejo de animais. Possível identificar quem executou o trabalho, as quantidades de<br />
horas trabalhadas e/ou volume de tarefas executadas.<br />
Já para Marion (2002, p. 68), “há ainda outro tipo de custos com mão-de-obra na<br />
agropecuária a não produtiva, como é o caso das horas improdutivas do trator”. É muito<br />
comum ocorrer à interrupção do trabalho devido à chuva, mau tempo, falta de trabalho etc.<br />
29
2.7.1 Custo com Mão- de- Obra Direta<br />
Mão -de- obra direta é o custo de qualquer trabalho humano diretamente identificável<br />
e mensurável com o produto. É a mão-de-obra empregada na transformação do material direto<br />
em produto acabado, (CREPALDI, 1999, p.49).<br />
O elemento identificador da mão-de-obra direta é quando existe a possibilidade de<br />
mensurar o esforço do trabalhador, no trabalho direto com a matéria-prima ou com o produto<br />
final, é a identificação da quantidade de tempo que os envolvidos tiveram na formação do<br />
produto acabado. Conforme Crepaldi (1999, p.49) “se conseguirmos medir o tempo de<br />
produção de cada produto por meio de controles, então a mão-de-obra é direta.”<br />
Segundo Martins (1998, p. 143),<br />
A mão de obra direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o<br />
produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido<br />
e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer<br />
apropriação indireta ou rateio.<br />
Conforme aos autores acima podemos dizer que o custo com mão- de- obra direta é<br />
aquela apropriada diretamente no produto em elaboração que seria treinamento, salários, e<br />
demais.<br />
2.7.2 Custo com Mão- de- obra Indireta<br />
O custo com mão- de- obra indireta é aqueles que são indiretamente ligados a<br />
produção pode citar alguns exemplos: supervisores, encarregados de setor, carregador de<br />
material, pessoal de manutenção e demais.<br />
“A mão-de-obra indireta caracteriza-se por não ser exclusiva de um produto ou<br />
produtos finais e por trabalhar para determinadas atividades de apoio à fábrica como um todo<br />
necessário a todos os produtos indistintamente,”(PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003, p.49).<br />
A mão-de-obra indireta são os gastos com os funcionários que não são considerados<br />
diretos, segundo Padoveze (2003), pode ser associado a essa classificação o pessoal de chefia,<br />
secretariado e administrativo, que não estão diretamente relacionados com o produto final.<br />
Segundo Crepaldi (1999, p. 49), mão-de-obra indireta é aquela que deve ser utilizado<br />
algum critério de rateio para que seja apropriada a mão-de-obra dos produtos finais.<br />
30
2.8 Custos indiretos de produção<br />
Custos indiretos de produção são aqueles que não podem ser alocados de forma direta<br />
ou objetiva aos produtos. Para que haja a sua atribuição ao produto ou serviço, é necessário<br />
que seja utilizado critérios de distribuição, (PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003).<br />
Os custos quando são indiretos, não poderão ser alocados diretamente nas ordens de<br />
produção, plantel ou lote animal. Esta distribuição do montante e efetuada através de uma<br />
rateio, departamentalização ou através de centro de custo.<br />
2.8.1 Rateio<br />
“Rateio é o artifício empregado para distribuição dos custos, ou seja, é o fator pelo<br />
qual vamos dividir os custos indiretos fixos,” (CREPALDI, 1999, p.65).<br />
O rateio deve ser feito maneira coerente e correta, pois se for efetuado de modo<br />
incorreto acarretara numa distorção no resultado final. Deve ser feito que recaia sobre todos<br />
os produtos se recair só sobre alguns irá trazer um valor errado na apuração do custo do<br />
produto.<br />
Exemplos de bases utilizadas para rateio, conforme Crepaldi (1999, p.66) são:<br />
“unidades produzidas, horas de MOD, horas de uso direto das máquinas, custo MOD,<br />
matéria-prima consumida, número de funcionários...”<br />
O método de rateio deve ser utilizado de acordo com o recurso que é mais utilizado na<br />
produção. Quando uma empresa possui vários produtos, os quais passam por muitos<br />
processos, é necessário primeiramente realizar o rateio por departamento e depois pelos<br />
produtos.<br />
2.8.2 Departamentalização<br />
Departamentalização seria a divisão da empresa em vários departamentos para divisão<br />
dos serviços e fácil administração, e também para divisão das despesas. Que primeiro será<br />
efetuado um rateio sobre os departamentos e depois sobre o produto.<br />
Segundo Martins (1998, p. 70), “Departamento é a unidade mínima administrativa<br />
para a contabilidade de custos, representada por homens e máquinas, que desenvolvem<br />
atividades homogêneas” Como a departamentalização é utilizada apenas em processo de<br />
produção muito complexo, são divididas em: departamento produtivo, aqueles que trabalham<br />
31
diretamente com o produto final e o departamento de serviços, no qual não passa os produtos,<br />
são os demais serviços prestados dentro da entidade. (CREPALDI, 1999)<br />
2.8.3 Centro de Custo<br />
Centro de custo é a unidade mínima de acumulação de custos, podendo coincidir com<br />
um departamento; com a soma de dois ou mais departamentos, ou pode haver mais de um<br />
centro de custo por departamento, (CREPALDI, 1999, p. 70).<br />
Para Bornia (2002, p. 103) Os procedimentos do método dos centros de custos podem<br />
ser sintetizados em cinco fases:<br />
a) Separação dos custos em itens;<br />
b) Divisão da empresa em centro de custos;<br />
c) Identificação dos custos com os centros (distribuição primária);<br />
d) Redistribuir os custos dos centros indiretos até os diretos (distribuição secundaria);<br />
e) Distribuição dos custos dos centros diretos aos produtos (distribuição final).<br />
2.9 Métodos de custeio<br />
O método de custeio é a maneira de identificar e definir como será possível a apuração<br />
do custo unitário dos produtos e serviços finais do processo, (PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003).<br />
A seguir são apresentadas as principais características e vantagens de utilização dos<br />
métodos de custeio, dando ênfase especial aos sistemas de custeio por absorção e custeio<br />
variável ou direto que é o que se aplica a propriedade objeto deste estudo.<br />
2.9.1 Custeio por absorção<br />
O método de Custeio por Absorção é a técnica mais utilizada pelas empresas, por ser<br />
um método mais simples de se utilizar, e por estar totalmente relacionado com o os princípios<br />
contábeis geralmente aceitos, além de ser o método adotado pela legislação comercial e fiscal,<br />
(PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003).<br />
Custeio por absorção para Martins (1998, p. 41) “consiste na apropriação de todos os<br />
custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao<br />
esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.”<br />
32
De acordo com Crepaldi (1999, p.148) “nesse método de custeio, todos os custos de<br />
produção são apropriados aos produtos. Os custos de produção podem ser apropriados<br />
diretamente, como é o caso do material direto e mão-de-obra direta, ou indiretamente, como é<br />
o caso dos custos indiretos de fabricação.”<br />
Esse método de custeio atente aos princípios fundamentais de contabilidade do regime<br />
de competência e a confrontação de receitas e despesas, pois apenas são considerados os<br />
custos de produção referente aos produtos realmente vendidos em determinado período,<br />
(CREPALDI, 1999).<br />
O método de custeio por absorção transmite a idéia de que:<br />
[...] após a apuração do custo unitário dos produtos e serviços com os custos diretos<br />
e variáveis, há a necessidade de que os produtos e serviços também “absorvam” os<br />
demais custos indiretos, para que se tenha uma idéia do custo unitário total, ou seja,<br />
um valor de custo unitário com todos os custos apropriados aos produtos e serviços,<br />
(PA<strong>DO</strong>VEZE, 2003, p.79).<br />
A utilização do método de custeio por absorção é admitido pelo Imposto de Renda e<br />
ainda atende as exigências da contabilidade financeira para a avaliação dos estoques, podendo<br />
também suas informações pode ser utilizadas para fins gerenciais, pois demonstra os indicies<br />
de liquidez mais real. O seu uso também tem vantagens e desvantagens.<br />
Para Vieira (2004, p. 3) Entre as vantagens do custeio por absorção destacam-se:<br />
a) Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do<br />
sistema de custos integrado à Contabilidade;<br />
b) Permite a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a<br />
organização contábil nesse sentido; tal recurso, quando os custos forem alocados aos<br />
departamentos de forma adequada, possibilita o acompanhamento do desempenho<br />
de cada área;<br />
c) Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de<br />
cada produto.<br />
As principais desvantagens segundo a mesma autora são:<br />
- Poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos;<br />
- Não evidencia a capacidade ociosa da entidade;<br />
- Os critérios de rateios são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos.<br />
Conforme wernke (2001) “a fixação de preços com base nas informações prestadas<br />
pelo custeio por absorção, poderá apresentar os seguintes problemas básicos:<br />
- Fixação de preços com base em custos globais, considerados, aqueles de caráter<br />
fixo que, por sua vez, sofrem variações em termos de sua expressão unitária,<br />
dependendo do volume de produção no período contábil objeto de apuração;<br />
- Fixação de preços sem um conhecimento real da margem de contribuição mais<br />
efetiva de cada produto vendido;<br />
Fixação de preços de forma menos eficiente, em termos de identificação do mix<br />
mais adequado de produção e vendas, para fins de otimização do resultado global;<br />
33
2.9.2 Método de custeio variável ou direto<br />
- Controle de custos fixos em nível de produto específico, através da utilização de<br />
critérios de rateio, sem maior expressão para fins de controle gerencial;<br />
- Aplicação de conceitos de custo médio ponderado de materiais e produtos<br />
distorcendo uma apuração mais precisa de custos e resultados, quando registrados<br />
altos índices de inflação.<br />
Segundo Martins (1998, p.216), “No custeio variável ou direto, só são alocados aos<br />
produtos os custos variáveis, ficando os custos fixos separados e considerados como despesas<br />
do período, indo diretamente para o resultado; para os estoques só vão, como conseqüência,<br />
custos variáveis”.<br />
No custeio variável ou direto, apenas os custos variáveis são relacionados aos<br />
produtos, sendo os custos fixos considerados como custeio do período, (BORNIA, 2002,<br />
p.55).<br />
Conforme Medeiros (1997, p. 83) custeio direto ou variável “fundamenta-se na<br />
separação e identificação dos Custos Variáveis e dos Custos Fixos, isto é, nos que oscilam na<br />
proporção do Volume de Produção e Vendas e que se mantêm estáveis perante esse mesmo<br />
volume, dentre certos limites.”<br />
Segundo o mesmo autor, o custeio direto depende de um bom sistema contábil, para<br />
que possa haver um registro correto dos gastos, dos custos variáveis e os fixos da produção,<br />
dando assim mais confiabilidade no resultado do custo por unidade.<br />
Conforme Crepaldi (1999, p. 151), nesse método de custeio, os custos fixos tem o<br />
mesmo tratamento das despesas, pois são consideradas despesas do período<br />
independentemente de os produtos terem ou não sido vendidos.<br />
Sendo os custos fixos inalteráveis com o volume de produção, o valor dos mesmos é<br />
distribuído a cada produto utilizando o critério de rateio. Para isso é levando em consideração<br />
o volume de produção de cada produto. Dessa maneira, qualquer decisão a base de rateio,<br />
levar em consideração o volume de produção, pois o custo de um produto pode variar em<br />
função da variação da quantidade produzida de outro produto (CREPALDI, 1999). Ou seja, o<br />
custo fixo dentro do custeio variável é distribuído a cada produto de acordo com seu volume<br />
de produção, se determinado produto não for produzido ou ter menor quantidade, esse valor<br />
será agregado aos demais.<br />
Esse tipo de custeio não atende os princípios fundamentais de contabilidade de<br />
competência e confrontação, por isso não é aceito pelas autoridades fiscais, sendo a sua<br />
34
utilização limitada a controles internos feitos pela contabilidade, sendo de grande auxílio na<br />
tomada de decisão e para fins gerenciais (CREPALDI, 1999).<br />
De acordo com Padoveze (2003, p. 313), “esse tipo de critério de custo direto/variável<br />
é coerente com a análise custo/volume/lucro, ao determinar, na formação do preço de venda, a<br />
margem de contribuição de cada produto. Cientificamente, é o mais recomendado”.<br />
A utilização desse método de custeio na agropecuária traz alguns pontos positivos,<br />
conforme Crepaldi (2005, p.234).<br />
- Os custos dos produtos agropecuários podem ser comprados em bases unitárias,<br />
independentemente do volume se produção.<br />
- Facilita o tempo e o trabalho despendidos tornando mais pratica a apuração e<br />
apresentação das informações.<br />
- Melhor controle dos custos fixos, por se apresentarem separadamente nas<br />
demonstrações.<br />
- Facilita a elaboração e controle de orçamentos e determinação e controle de<br />
padrões.<br />
- Fornece mais instrumentos de controle gerencial.<br />
O método custeio variável ou direto tem vários pontos positivos, mas não e aceito no<br />
Brasil, pois não atende as necessidades do Fisco então ele e usado só para análise gerencial.<br />
2.10 Análise custo, volume, resultado<br />
A utilização dos custos para o auxílio na tomada de decisão, planejamento ou previsão<br />
do lucro é de muita importância. Na realidade a análise de custo- volume- lucro está<br />
relacionado ao uso de sistemas de custo que auxiliam na tomada de decisão de curto prazo,<br />
característica do custo variável, (BORNIA, 2002).<br />
2.10.1 Margem de contribuição<br />
Segundo Martins (1998, p. 195), “Margem de contribuição é a diferença entre a receita<br />
e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de<br />
sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro”.<br />
“Margem de contribuição é o conceito de extrema importância para o custeio variável<br />
e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de contribuição é a<br />
diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis,” (PEREZ JR.;<br />
OLIVEIRA; COSTA; 2001 p. 190).<br />
35
“A margem de contribuição unitária representa a parcela do preço de venda que resta<br />
para a cobertura dos custos e despesas fixos e para a geração do lucro por produto vendido,”<br />
(BORNIA, 2002, p. 71).<br />
Margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio<br />
variável e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de<br />
contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas<br />
variáveis. (CREPALDI, 1999, p. 154)<br />
A margem de contribuição unitária, segundo os autores Perez Jr.; Oliveira; Costa<br />
(2001) pode ser obtida pela seguinte fórmula:<br />
MC= PV – (CV + DV)<br />
Onde:<br />
MC: margem de contribuição;<br />
PV: preço de venda;<br />
CV: soma dos custos variáveis;<br />
DV: soma das despesas variáveis.<br />
A margem de contribuição representa o valor que cobrirá os Custos e as despesas fixas<br />
da empresa e proporcionará o lucro, (CREPALDI, 1999, p. 153).<br />
De acordo com o pensamento de Padoveze (2003), a margem de contribuição, será o<br />
lucro variável da entidade. Significando que em cada unidade produzida à entidade lucrará<br />
determinado valor o qual multiplicado pela quantidade vendida se terá a margem de<br />
contribuição total do produto.<br />
2.10.2 Ponto de equilíbrio<br />
“A expressão ponto de equilíbrio, tradução do termo em inglês break-even point,<br />
refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no qual os gastos totais<br />
(custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais,” (PEREZ JR.; OLIVEIRA;<br />
COSTA; 2001 p. 191).<br />
Conforme Medeiros (1997, p.148) “o ponto de equilíbrio é o nível de produção e<br />
venda em que os custos totais se equilibram. É o ponto onde inicia a rentabilidade da empresa<br />
(lucro).”<br />
36
Para Santos (2009; p.14) “ponto de equilíbrio é a expressão usada para definir o<br />
equilíbrio entre o faturamento de vendas e os custos totais, equivalente ao lucro zero. A partir<br />
do ponto de equilíbrio é que as operações de uma empresa começam a gerar lucro.”<br />
Ponto de Equilíbrio evidencia, em termos quantitativos, o volume que a empresa<br />
precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas,<br />
além dos custos e despesas variáveis em que necessariamente ela tem de incorrer<br />
para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio não há lucro ou prejuízo. A ir<br />
de volumes adicionais de produção ou de venda a empresa passa a ter lucros,<br />
(PA<strong>DO</strong>VEZE; 2003, p. 278 e 279).<br />
O ponto de equilíbrio é importante por que é através dele que a empresa sabe quanto<br />
deverá produzir para que consiga pagar todos os custos e as despesas fixas, e a partir do<br />
volume adicional que produzir começara a ter os lucros que deseja.<br />
2.10.3 Margem de segurança<br />
Santos (2009) define margem de segurança como aquela obtida pela diferença entre as<br />
vendas planejadas e as vendas calculadas no “ponto de equilíbrio”.<br />
Em termos operacionais, quanto maior for a margem de segurança operacional<br />
maiores serão as possibilidades de negociação de preços envolvendo as relações<br />
custo, volume e lucro, principalmente quando a empresa participa de uma mercado<br />
altamente competitivo.<br />
A margem de segurança operacional pode ser apurada em unidades, em valor e em<br />
percentagem, (SANTOS, 2009, p. 45).<br />
Seguindo o mesmo pensamento, Padoveze (2003, p. 290) entende que “a margem de<br />
segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no<br />
ponto de equilíbrio. O volume de venda excedente, para se analisar a margem de segurança,<br />
pode ser tanto das vendas orçadas, como o valor real das vendas.”<br />
Segundo o mesmo autor, a margem de contribuição pode ser descoberta de acordo<br />
com a fórmula abaixo:<br />
Margem de segurança (MS) = Vendas reais/orçadas (-) venda no PE<br />
Com a identificação da margem de segurança possibilita analisar qual o volume<br />
mínimo de venda que a empresa pode ter para ainda ter lucros, sem entrar na faixa de<br />
prejuízo.<br />
37
3 <strong>ANÁLISE</strong> <strong>DA</strong> <strong>COMPOSIÇÃO</strong> <strong>DO</strong> <strong>CUSTO</strong>, <strong>VOLUME</strong> E RESULTA<strong>DO</strong> <strong>DA</strong><br />
PRODUÇÃO LEITEIRA: <strong>ANÁLISE</strong> <strong>DO</strong>S RESULTA<strong>DO</strong>S<br />
Nesse capítulo, apresenta-se a parte prática da pesquisa, onde se teve como objetivo o<br />
cálculo do custo da atividade de produção leiteira da propriedade em estudo. Foi analisada a<br />
rotina diária da propriedade, descrevendo os processos da produção leiteira seguido da<br />
realização dos cálculos dos custos relacionados com a produção e análise dos resultados<br />
obtidos na propriedade.<br />
3.1 Descrição do processo da produção leiteira<br />
A rotina diária da produção do leite tem início as 6:00 horas da manhã, onde os<br />
proprietários manejam as vacas da pastagem para o potreiro e posteriormente são levadas para<br />
a mangueira as em lactação e as secas entram para o galpão onde recebem silagem e quirela<br />
preparadas para vacas secas. As demais começam a ser preparadas para ordenha na sala de<br />
ordenha onde depois de efetuado a ordenha são levadas para o galpão onde ganham sua<br />
quantidade de trato e as que estão em processo de secagem recebem menos ou até mesmo a<br />
quirela das vacas secas.<br />
No momento da ordenha em cada um dos lados cabem 4 vacas que são lavadas com<br />
água corrente e posteriormente secadas para não ficar nem um resíduo de sujeira, no momento<br />
que tiver pronto e colocado a teteira em cada teto da vaca deixando ordenhando e partindo<br />
para efetuar a lavagem das vacas do outro lado do canal para que no momento em que for<br />
secando as que estão ordenhando vão passando as teteiras para esse lado isso vice versa até o<br />
fim da ordenha de todas as vacas.<br />
A ordenhadeira utilizada é toda canalizada por este fato o leite tirado vai diretamente<br />
para o resfriador a granel, onde o leite fica refrigerado a uma temperatura de 2 a 3C°, até o<br />
momento da coleta feita por um caminhão de leite a granel que é feita a cada dia durante o<br />
período da noite.<br />
Após a ordenha todos os animais da propriedade são soltos no potreiro no verão pelo<br />
fato do forte calor, mas no inverno são colocadas na pastagem por 3 a 4 horas, isso com as<br />
vacas em lactação as demais vão para pastagem de grama e no momento que sobra pasto nos<br />
piquetes vão atrás. Depois desse tempo na pastagem são recolhidas para o potreiro onde tem<br />
água em abundância até momento da ordenha já no verão elas ficam até no potreiro com feno<br />
38
e água até a ordenha, quando efetuado a ordenha na parte da noite são todas levadas para o<br />
pasto durante toda a noite, as vacas para pastagem de verão ou inverno e as secas para a de<br />
grama até o outro dia onde tudo reinicia novamente.<br />
No término de cada ordenha dos animais, é feita a limpeza da ordenhadeira, onde é<br />
passada água fria para retirar os restos de leite que ficam nos canos para posteriormente passar<br />
água a 60° com detergente por 15 minutos circulando, joga-se fora e passa outra água quente<br />
com outro produto por mais 15 minutos ai joga toda a água fora e seca bem os canos deixando<br />
pronto para a próxima ordenha.<br />
Esses processos descritos anteriormente são realizados pelos proprietários e o<br />
empregado todos os dias da semana, não tendo feriado e nem final de semana para os<br />
proprietários já para o empregado nos feriados e nos fim de semana se não pagar extra, não<br />
pode contar com sua colaboração.<br />
3.2 Levantamento dos custos com alimentação<br />
No levantamento dos custos com materiais (basicamente a alimentação) usados na<br />
produção leiteira se considera o consumo de alimentação diária que as vacas em lactação,<br />
secas e terneiros utilizam. Os alimentos que compõem a alimentação diária dos animais são:<br />
ração para as vacas em produção que é comprada e a maioria dos ingredientes que compõe a<br />
quirela das secas também a pastagem de inverno e verão e silagem que são produzidas na<br />
própria propriedade, e também são inclusos os complementos como sal e sal mineral e<br />
terneleite para os bezerros que são comprados.<br />
A silagem é produzida na própria propriedade, onde é feita duas vezes ao ano, uma no<br />
inicio de dezembro e a outra final de fevereiro nos anos em que ocorrer normalmente com o<br />
tempo, sendo que cada uma tem uma durabilidade de seis a nove meses.<br />
A silagem de milho consiste no corte da planta no seu ponto certo não estando com o<br />
pé seco, mas com as espigas passando de milho verde, esse corte será realizado através da<br />
ensiladeira. Após o corte e o milho ser picado fica uma massa verde que e colocado em um<br />
silo onde é socado todo até o final deixando ela bem compactada, onde após essa etapa é<br />
totalmente vedado, geralmente com uma lona, onde fica por um dois meses sem poder ser<br />
utilizada, pois ela fica em fermentação e chega esquentar isso tudo ela fica fechada. O<br />
resultado depois de todo esse processo é a silagem, produto utilizado diariamente na<br />
alimentação dos animais tanto no período da manhã quanto a noite em todos os meses do ano,<br />
mas na época em que tem pastagem sobrando ela é tratada em menor quantidade.<br />
39
Para começar a calcular o custo da silagem, deve ser analisado desde o seu inicio com<br />
da preparação até o cultivo do produto. O primeiro passo a ser realizado é a preparação da<br />
terra onde será efetivado o plantio iniciando com a dessecação, após é realizado o plantio da<br />
semente do milho com a quantidade de adubo. Depois do plantio será efetuada a aplicação de<br />
herbicida para o controle das ervas daninha, e quando o milho estiver com cinco folhas aplica-<br />
se a uréia (nitrogênio) para enriquecer a terra e auxiliar no crescimento rápido das plantas.<br />
Depois de um período de aproximadamente quatro meses, o milho está pronto para ser<br />
cortado e transformado em silagem. Nesse momento o milho é cortado pela insiladeira e<br />
despejado dentro de carretas puxadas por tratores, os quais levam a massa verde picada para o<br />
silo, onde a mesma despejada e esparramada para ser socada, para ficar bem compactada não<br />
deixando ar entre as partes. Após 60 cargas aproximadamente o silo está completo onde<br />
posteriormente será vedado com uma lona preta, onde fica até o momento de ser tratado para<br />
os animais depois de três meses.<br />
A seguir, o quadro três apresenta a composição de todos os custos de produção da<br />
silagem, onde ao final do mesmo, consta o total do seu custo por hectare e também o custo<br />
por animal, já que todos os animais se alimentam com a silagem na propriedade.<br />
Quadro 3: Produção da silagem por hectare<br />
Silagem por hectare Unidade Hectare $ Total por há %<br />
Semente de milho SC (60000 Sem.) 1 70,00 70,00 9,96<br />
Insetisida para sementes LT 0,50 50,00 25,00 3,56<br />
Dessecante – Glifosato LT 2 10,00 20,00 2,85<br />
Adubo Formula 5.20.20 KG 200 0,95 190,00 27,03<br />
Herbecida LT 5,0 12,00 60,00 8,54<br />
Uréia KG 150 0 0,85 127,50 18,14<br />
Combustivel – plantio Horas 1,4 13,02 18,23 2,59<br />
Combustível - corte de silagem Horas 63,00 1,86 117,18 16,67<br />
Mão-de-obra Horas -<br />
Lona Mt 10 7,50 75,00 10,67<br />
Total 702,91 100<br />
Aréa plantada 5,0<br />
Custo Total do Plantado 3.514,54<br />
Rendimento Médio de Silagem (kg) KG 210.000,00<br />
Duração da silagem Mês 6<br />
Custo Total por mês 585,76<br />
Total de animais 45<br />
Custo silagem por animal 13,02<br />
Total de vacas produtoras 22<br />
Custo silagem das vacas<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
286,37<br />
40
Conforme o quadro anterior, pode-se perceber que o custo total para a produção de<br />
silagem é de R$ 3.514,54, sendo esse valor corresponde ao cultivo de 5 há de milho, que<br />
resulta em um rendimento médio de silagem de 210.000,00 Kg, essa quantidade tem duração<br />
de seis meses, resultando em um custo mensal de R$ 585,76, dividido esse valor pela média<br />
de animais da propriedade nos seis meses analisados que são quarenta e cinco animais que<br />
resultou num custo de R$ 13,02 por animal.<br />
16,67<br />
2,59<br />
Custo da Silagem de Milho por Hectare<br />
Semente de Milho<br />
18,14<br />
10,67<br />
-<br />
8,54<br />
Gráfico 1: Custo da silagem de milho por hectare<br />
Fonte: Dados conforme quadro 2.<br />
Do custo da produção da silagem, o que mais se destaca em valor é o adubo que é<br />
usado para adubar o milho no plantio que corresponde um montante de R$ 190,00, equivale a<br />
27,03% do custo total de R$ 702,91 por hectare. E o segundo maior valor é a uréia utilizada<br />
como complemento de nitrogênio para o crescimento da planta, que representa 18,14% do<br />
total do custo da silagem de milho.<br />
9,96<br />
3,56<br />
2,85<br />
27,03<br />
O terceiro maior valor foi o combustível usado para corte do milho, que representa<br />
16,67% do custo total para produção de silagem. Para saber o gasto de combustível, é feito da<br />
seguinte maneira cada um que ajuda vem com o tanque cheio e no final do processo de corte<br />
da silagem e enchido os tanques e será visto quantos litros foi utilizado, os quais são dividos<br />
pelas horas de serviço para ver quantos litros foram por hora para fazer um cálculo médio de<br />
quanto foi gasto por hectare como foi calculado anteriormente.<br />
Insetisida para sementes<br />
Dessecante - Clifosato<br />
Adubo Formula 5.20.20<br />
Herbecida<br />
Na seqüência os componentes que mais se destacaram para a produção da silagem<br />
foram a lona com 10,67% do custo total, posteriormente vem a semente com 9,96% isso<br />
corresponde a um montante de R$ 70,00 do valor total gasto para planta e corte da silagem em<br />
um hectare seguido do herbicida com 8,54%, inseticida para semente 3,56%, dessecante<br />
Uréia<br />
Combustivel - plantio<br />
Combustível - corte de<br />
silagem<br />
41
(Glifosato) com 2,85% e por ultimo o combustível utilizado para a planta que consumiu do<br />
total 2,59%.<br />
Após a soma de todos os gastos citados, para efetuar a planta e corte de um hectare de<br />
silagem pode-se constatar que para o plantio e corte de cinco hectares é necessário um<br />
montante de R$ 3.514,54 para alimentar os animais num período de seis meses.<br />
Outro alimento necessário e de grande valor nutricional produzido pela propriedade é<br />
a pastagem. A mesma e plantada em dois períodos, no inverno e outra no verão. A pastagem<br />
de verão é cultivada por quatro meses sendo que começa a ser plantada no final de setembro<br />
até o final de outubro, começando a ser usada no inicio de novembro, a planta é efetuada<br />
varias vezes para sempre ter pasto novo para ser consumido e não ficar num tamanho<br />
exagerado onde os animais acabam estragando muito. A semente cultivada para a pastagem<br />
de verão e sorgo o qual necessita no máximo um período de quarenta e cinco dias para crescer<br />
e alcançar um tamanho de quarenta centímetros onde nesse período já alcançou o seu poder<br />
nutricional e também já perdeu a toxina que produz se for consumido anteriormente a isso<br />
pode levar os animais a morte.<br />
Para a realização do seu plantio e necessário primeiramente efetuar a dessecagem da<br />
área a ser planta, posteriormente é preciso efetuar o plantio com adubação necessária para o<br />
enriquecimento da terra. Depois de uma a duas semanas quando já tiver nascido e com no<br />
máximo dez centímetros, aplica-se a uréia para a aceleração no seu crescimento, então espera-<br />
se até o tamanho correto para o pastoreio da pastagem.<br />
No quadro a seguir, são apresentados os custos necessários para produção da pastagem<br />
de verão e custo por animal.<br />
Quadro 4: Custo da pastagem de verão<br />
Custo da pastagem de verão Unidade Por Hectare R$ Custo Hectar %<br />
Dessecagem L 2 10,00 20,00 0,50<br />
Sorgo KG 20 180,00 3.600,00 89,80<br />
Adubo .fórmula 5.20.20 KG 300 0,82 246,00 6,14<br />
Uréia – Nitrogênio KG 150 0,85 127,50 3,18<br />
Combustível Hora 1 15,19 15,19 0,38<br />
Total por hectar 4.008,69 100<br />
Hectar plantado 3,5<br />
Total pelo plantio 14.030,42<br />
Tempo de duração da pastagem Mês 5<br />
Total por mês 2.806,08<br />
Total de animais na propriedade 45 45<br />
Custo pastagem de verão por animal 62,36<br />
Total de vacas produtoras 22<br />
Custo pastagem de verão das vacas 1.371,92<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
42
No cultivo da pastagem de verão, o custo total com a pastagem de verão por hectare é<br />
de R$ 4.008,69, desse valor, 89,80% representa a semente de sorgo ficando num montante de<br />
R$ 3.600,00, seguido pelo adubo utilizado nas plantas que representa 6,14% do valor e a uréia<br />
com 3,18%, já o combustível e dessecante representam a menor fatia dos gastos um com<br />
0,38% e outro com 0,50% do total gasto para plantar um hectare. Mas a área plantada é três e<br />
meio hectare, sendo assim a custo total do plantio anual é de R$ 14.030,42, que tem a duração<br />
de cincos meses (de novembro até março) sendo o seu custo mensal de R$ 2.806,08. Dessa<br />
maneira dividido pela média dos animais existentes na propriedade resultando no valor de R$<br />
62,36 por animal.<br />
Já a pastagem de inverno inicia ser plantado no final de março e abril, plantando 18<br />
hectares, esse processo é dividido em etapas a cada dez dias e plantado um pouco. A maneira<br />
de planta é a mesma da planta de verão, só que a quantidade usada por hectare vai ser maior e<br />
tem a aplicação do Herbicida Allai, para matar o nascimento da joga e das ervas daninha<br />
indesejadas, onde a mesma é aplicada mais ou menos no mês de junho ou julho. Após a planta<br />
e quando está com sete centímetros é começado a fazer a divisão das áreas plantadas em<br />
piquetes para um melhor aproveitamento da pastagem e ser consumida todo o piquete no dia e<br />
a cada dia ter um pasto novo tendo uma rotação não ficando muito tempo no mesmo lugar<br />
socando a terra.<br />
produtor.<br />
Na sequência são apresentados os custos com a pastagem de inverno por animal<br />
Quadro 5: Custo com pastagem de Inverno.<br />
Custo da pastagem de inverno Unidade Por R$ Custo %<br />
Dessecagem Glifosato L - -<br />
Herbecida Alaii - Gramas 6 0,60 3,60 1,18<br />
Aveia KG 150 0,35 52,50 17,15<br />
Adubo Fórmula 5.20.20 KG 150 0,82 123,00 40,18<br />
Ureia KG 100 0,85 85,00 27,77<br />
Combustível Hora 1 13,02 13,02 4,25<br />
Arame para cerca elétrica KG 5 5,80 29,00 9,47<br />
Total por Hectar 306,12 100<br />
Hectar plantado 18<br />
Total por plantio<br />
Tempo de duração da pastagem 6<br />
5.510,16<br />
Total por Mês 918,36<br />
Total de animais na propriedade 45<br />
Custo pastagem de inverno<br />
Total de vacas produtoras 22<br />
20,41<br />
Custo pastagem de inverno das vacas<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
448,98<br />
43
Na pastagem de inverno, o custo total por hectare plantado é de R$ 306,12 onde o<br />
maior valor utilizado é para o adubo com 40,18% com valor de R$ 123,00 seguido pela ureia<br />
com 27,77% depois a semente com 17,15% e resto do valor irá ficar dividido com<br />
combustível, arame e herbicida.<br />
Sendo a área plantada de 18 hectares, chega-se a um valor de R$ 5.510,16 e a sua<br />
durabilidade e de seis meses onde o gasto por mês fica por R$ 918,36, ficando bem abaixo do<br />
valor de uma pastagem de verão.<br />
Pois no inverno a área plantada para pastagem e bem maior pelo fato de ter maior<br />
disponibilidade, pois a única planta cultivada no inverno na propriedade é a aveia tanto para<br />
pastagem como para colheita de grãos isso ocorre por opção do proprietário. No verão<br />
plantado menos por não ser necessário e pelo fato de optar com a planta de soja no restante e<br />
não por esse fato que a alimentação dos animais fica desbalanceada, ela é equilibrada com<br />
silagem e se for necessário com feno que tem um custo mensal de R$ 100,00 num total de R$<br />
1.200,00 por ano.<br />
Outro alimento produzido pela propriedade é a quirela, a qual é produzida<br />
semanalmente e tem um custo mensal de R$ 1.556,00, conforme apresentado no quadro a<br />
seguir.<br />
Quadro 6: Custo de quirela por mês.<br />
Descrição UND Quantidade Preço Total<br />
Semente de milho saco 60 kg 20 26,00 520,00<br />
Semente de aveia saco 40 kg 20 12,00 240,00<br />
Casquinha soja saco 25 kg 5 15,00 75,00<br />
Sal saco 25 kg 3 13,00 39,00<br />
Torta de soja saco 50 kg 6 47,00 282,00<br />
Semente de Trigo saco 30 kg 20 20,00 400,00<br />
Custo de Quirela ao mês 1.556,00<br />
Vacas 20 vacas secas<br />
Custo da quirera por vaca 77,80<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
De acordo com o quadro anterior, o custo da quirela por animal é de R$ 77,80. Essa<br />
ração é produzida na propriedade semanalmente e vem sendo utilizada para alimentar as vacas<br />
que não estão em produção e as que vêm sendo secadas para o descanso até o momento em<br />
que for parir. Por isso foi calculado por animais que não estão produzindo e sendo colocados<br />
nos custos indiretos variáveis.<br />
44
O quadro seguinte apresenta todos os Custos Diretos Variáveis por litro de leite nos<br />
meses estudados.<br />
Quadro 7: Custos Diretos Variáveis por litro de leite produzido.<br />
Custos<br />
Diretos<br />
Variáveis<br />
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média<br />
Silagem 286,37 286,37 286,37 286,37 286,37 286,37 286,37<br />
Pastagem 448,98 448,98 448,98 448,98 474,33 474,33 457,43<br />
Ração 3.900,00 3.900,00 3.900,00 3.900,00 3.900,00 3.900,00 3900<br />
Sal 31,25 31,25 31,25 31,25 31,25 31,25 31,25<br />
Feno 48,89 48,89 48,89 48,89 48,89 48,89 48,889<br />
Vacina<br />
(remédios)<br />
100,00 100,00 80,00 100,00 160,58 170,00 118,43<br />
Depreciação<br />
animais<br />
675,00 675,00 675,00 675,00 675,00 675,00 675<br />
Total CDV 5.490,48 5.490,48 5.470,48 5.490,48 5.576,42 5.585,84 5517,4<br />
Produção<br />
mensal/litros<br />
19.146 20.264 19.328 17.215 16.603 18.436 18499<br />
CDV<br />
Litro<br />
por<br />
0,29 0,27 0,28 0,32 0,34 0,30 0,2998<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
Os custos diretos variáveis de produção são todos aqueles que estão diretamente<br />
ligados com a produção de leite, entre eles podem ser citados as despesas com alimentação e a<br />
depreciação dos animais em produção. Na alimentação pode se verificar a silagem, pastagem<br />
(verão e inverno, dependendo do período do ano), a ração, o sal e o feno. E a depreciação foi<br />
calculada levando a vida útil da média dos animais produtores, e foi calculado da seguinte<br />
maneira custo R$ 72.000,00 menos o valor residual que é 10% que obteve o valor a ser<br />
depreciado R$ 64.800,00 que é dividido pelos meses da sua vida útil chegando ao resultado<br />
final a ser depreciado R$ 675,00.<br />
As vacinas aqui nesse caso são aquelas que foram utilizadas em tratamentos, com<br />
animais em produção que tiveram complicações como mastite e foi colocado remédio no teto<br />
para tratamento ou outras doenças que foram tratadas sem carência ou com carência de dias<br />
para vender o leite onde afetaria a lucratividade do produto vendido.<br />
Com a apuração dos custos diretos variáveis, pode-se verificar qual é o custo mensal<br />
da atividade. Chegando a este valor, quando dividido pela produção de leite mensal, chegando<br />
ao custo direto por litro de leite. O gráfico a seguir demonstra o custo direto variável unitário<br />
por litro de leite produzido.<br />
45
0,35<br />
0,30<br />
0,25<br />
0,20<br />
0,15<br />
0,10<br />
0,05<br />
-<br />
0,29<br />
0,27<br />
Gráfico 2: Custo direto variável ariável (CDV) por litro<br />
Fonte: Dados conforme quadro 7.<br />
Nesse gráfico pode pode-se se verificar, que o Custo Direto Variável por litro de leite teve<br />
pouca oscilação nos meses analisados, isso ocorreu pelo fato de que a produção de lei leite não e<br />
a mesma em todos os meses no período e que os custos diretos também não tiveram grandes<br />
alterações de um mês para outro. Sendo que houve pouca oscilação nos meses os maiores<br />
custos diretos variáveis por litro produzido ocorreram nos meses de Outub Outubro e Novembro,<br />
onde a produção o de leite teve uma queda de produção e apresentou mais gasto com vacina, em<br />
relação aos outros meses, principalmente no o mês de Agosto onde a produção foi a maior e o<br />
gasto das vacinas ficou na mmédia<br />
dos demais meses.<br />
O mês de Novembro foi onde o custo direto por litro ficou o maior de todos com 0,34,<br />
com uma produção de 16.603 litros e o custo de vacinas foi uns dos maiores com R$ 160,58 160,58.<br />
Já á no mês de agosto foi o menor custo calculado pelo fato de ter sido realizado a maior<br />
produção odução com 20.264 litros e custo de vacinas ficou na média dos outros meses. Esse fato da<br />
diferença nos custos de produção ocorre porque nos meses de junho, agosto e setembro a<br />
pastagem de inverno está no melhor momento para a produção leiteira enquanto que em<br />
outubro ela esta nos momentos finais da sua capacidade onde ela já esta sendo retirada para a<br />
planta de soja e a pastagem de verão, por esse fato que no mês de dezemb dezembro a produção<br />
começa a aumentar onde já tem a pastagem de verão.<br />
Pode-se se verificar aanalisando<br />
o quadro 7 e o gráfico 2, , que para a propriedade<br />
conseguir alcançar menores custos diretos variáveis por litro de leite é preciso ter a produção<br />
do número de litros mensal maior.<br />
CDV por Litro<br />
0,28<br />
0,32<br />
0,34<br />
0,30<br />
CDV por Litro<br />
46
3.3 Cálculo do custo com mão-de-obra<br />
A propriedade analisada tem a mão de obra familiar mais um empregado, onde o gasto<br />
com o pró-labore tem um valor de R$ 700,00 por sócio, resultando num valor de R$ 1.400,00<br />
ao mês, mais o salário e os demais encargos do funcionário, apresentados no quadro a seguir.<br />
Quadro 8: Salário e encargos de um funcionário.<br />
Salário<br />
Hora extra<br />
50%<br />
Horas extra<br />
100%<br />
220<br />
horas<br />
30 h 74,32<br />
8 h<br />
24,77<br />
ATS -<br />
Insalubridade 40%<br />
Sub. total<br />
Prov. Férias<br />
Prov. 13<br />
1/3 férias<br />
Sub. total<br />
INSS 2,70%<br />
FGTS 8%<br />
TOTAL<br />
Julho/2011 Agosto/2011 Setembro/2011 Outubro/2011 Novembro/2011 Dezembro/2011<br />
545,00 545,00 545,00 545,00 545,00 545,00<br />
111,48<br />
49,55<br />
218,00<br />
924,02<br />
76,97<br />
77,00<br />
25,69<br />
1.103,68<br />
29,80<br />
88,29<br />
1.221,78<br />
25 61,93 92,90 26<br />
6<br />
14,86<br />
29,73<br />
218,00<br />
885,63<br />
73,77<br />
73,80<br />
24,62<br />
1.057,82<br />
28,56<br />
84,63<br />
1.171,01<br />
7<br />
64,41<br />
17,34<br />
96,61 28<br />
34,68<br />
218,00<br />
894,30<br />
74,49<br />
74,52<br />
24,86<br />
1.068,18<br />
28,84<br />
85,45<br />
1.182,47<br />
6<br />
69,36<br />
14,86<br />
104,05 30<br />
29,73 7<br />
218,00<br />
896,77<br />
74,70<br />
74,73<br />
24,93<br />
1.071,13<br />
28,92<br />
85,69<br />
1.185,75<br />
74,32<br />
17,34<br />
111,48 28<br />
34,68<br />
218,00<br />
909,16<br />
75,73<br />
75,76<br />
25,27<br />
1.085,93<br />
29,32<br />
86,87<br />
1.202,12<br />
6<br />
69,36<br />
14,86<br />
104,05<br />
29,73<br />
218,00<br />
896,77<br />
74,70<br />
74,73<br />
24,93<br />
1.071,13<br />
28,92<br />
85,69<br />
1.185,75<br />
47<br />
Fonte: Dados calculados conforme pesquisa.<br />
Neste quadro pode-se verificar que os gastos com um funcionário não é só os salários,<br />
horas extras e insalubridades, mas também tem como gasto as provisões com férias, décimo<br />
terceiro e também o INSS e o FGTS chegando a um total de gasto que impacta no custo de<br />
produção da propriedade.<br />
3.4 Apuração dos custos indiretos<br />
Os custos indiretos de produção podem ser divididos em fixos e variáveis. Os custos<br />
indiretos variáveis são aqueles que não estão indiretamente ligados com a produção, mas são
gastos necessários para a realização da atividade, que variam de valor conforme o seu gasto<br />
ao longo do mês. E os custos indiretos fixos, são aqueles que todo mês são obrigatórios o seu<br />
pagamento, mas que não está diretamente ligado com a atividade produtiva, que são<br />
mostrados no quadro a seguir.<br />
Quadro 9: Custo Indiretos Variáveis da Produção.<br />
CIV / litro Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média<br />
Manutenção<br />
ordenhadeiras<br />
- - 500,00 - - - 83,33<br />
Telefone 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00<br />
Água 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00<br />
Energia 340,00 345,00 350,00 300,00 300,00 350,00 330,83<br />
Higiene e Limpeza<br />
da ordenhadeira<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
250,00 250,00 250,00 250,00 250,00 250,00 250,00<br />
Quirela 1.556,00 1.556,00 1.556,00 1.556,00 1.556,00 1.556,00 1556,00<br />
Inseminação 80,00 40,00 - 240,00 120,00 80,00 93,33<br />
Veterinário 120,00 120,00 120,00 120,00 120,00 120,00 120,00<br />
Vacina 200,00 227,00 220,00 200,00 140,00 130,00 186,17<br />
Terneleite 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00<br />
Total: 2.666,00 2.658,00 3.116,00 2.786,00 2.606,00 2.606,00 2739,67<br />
Produção por<br />
mês/ litro<br />
19.146 20.264 19.328 17.215 16.603 18.436 18498,67<br />
CIV/ litro 0,14 0,13 0,16 0,16 0,16 0,14 0,15<br />
Na propriedade tem vários custos indiretos para a produção de leite, como a<br />
manutenção da ordenhadeira que é feita a cada seis meses, que é necessária, se não ele para,<br />
não tem como tirar o leite a ser produzida naquele momento em que o funcionamento tiver<br />
parado, também tem o conserto do resfriador de leite a água e os produtos de higiene para<br />
limpeza dos tetos das vacas até a limpeza das maquinas utilizadas no processo de tirar o leite e<br />
armazenar e ainda a limpeza da sala de ordenha.<br />
A parte da alimentação está relacionada a silagem, a pastagem e a quirela que foi feito<br />
o rateio para cada animal que não está produzindo em cada mês levando-se em consideração<br />
os gastos nas planilhas anteriores de produção de pastagem e quirela pegando o custo unitário<br />
de cada alimento. As vacinas aqui citadas são para animais que não estão produzindo, são<br />
vermicidas e em uns meses tem de brucelose e no inicio do ano também iria constar a contra<br />
aftosa. Já o terneleite são tratados só para os terneiros pequenos até três meses utilizado para<br />
48
substituir o leite das vacas, depois desse tempo começam a se alimentar de ração, feno e<br />
pastagem.<br />
Analisando todos os itens, pode-se chegar ao valor unitário dos custos indiretos<br />
variáveis, conforme pode ser analisado no gráfico a seguir.<br />
0,18<br />
0,16<br />
0,14<br />
0,12<br />
0,10<br />
0,08<br />
0,06<br />
0,04<br />
0,02<br />
-<br />
0,14<br />
Gráfico 3: Custos indiretos variável.<br />
Fonte: Dados conforme quadro 9 (CIV).<br />
Neste gráfico pode-se verificar que os valores não foram de grande diferença, todos<br />
ficaram entre 0,13 a 016 centavos, isso pelo fato de que os custos indiretos variáveis totais<br />
não modificarem muito nos seis meses, só nos meses de setembro, outubro e novembro<br />
ficavam acima, em função da quantidade de produção, ficando com o índice maior nesses<br />
meses, no mês de setembro isso aconteceu pelo fato que teve um grande gasto na manutenção<br />
da ordenhadeira e a diminuição da produção do leite, já no mês de outubro e novembro o<br />
valor ficou acima só pela diminuição da produção do leite daqueles dois períodos mesmo<br />
assim não ficou tão acima do menor valor que era em agosto quando a produção foi a maior<br />
com 20.264 litros.<br />
Custos Indiretos Variáveis / litro<br />
0,13<br />
0,16 0,16<br />
No quadro a seguir demonstra-se o custo com a depreciação. Para que se possa chegar<br />
ao valor final mensal a ser depreciado, foi levada em consideração uma vida útil estimada de<br />
cada maquina instalação e animal que existem na propriedade, sendo que a maneira utilizada<br />
para apropriar o valor depreciável ao ativo foi pelo método linear de depreciar.<br />
0,16<br />
0,14<br />
Custos Indiretos Variaveis / litro<br />
49
Quadro 10: Custos com depreciação.<br />
Maquinas e<br />
equipamentos<br />
Custo Valor Residual<br />
Valor a ser<br />
depreciado<br />
Numero de<br />
meses<br />
50<br />
Depreciação<br />
mensal<br />
Trator MF 85X R$ 20.000,00 2.000,00 18.000,00 180 100,00<br />
Trator CBT R$ 15.000,00 1.500,00 13.500,00 180 75,00<br />
Ensiladeira R$ 3.000,00 300,00 2.700,00 120 22,50<br />
Ordenhadeira R$ 17.500,00 875,00 16.625,00 120 138,54<br />
Refrigerador<br />
Agranel R$ 7.000,00 350,00 6.650,00 120 55,42<br />
1 Carreta R$ 2.500,00 250,00 2.250,00 120 18,75<br />
2 Aparelho de<br />
cerca elétrica R$ 250,00 12,50 237,50 12 19,79<br />
Semeadeira<br />
inverno R$ 10.000,00 1.000,00 9.000,00 120 75<br />
Semeadeira R$ 37.000,00 3.700,00 33.300,00 120 277,50<br />
Pulverizador de<br />
barras R$ 2.000,00 200,00 1.800,00 120 15,00<br />
Instalação<br />
Sala de ordenha R$ 13.000,00 650,00 12.350,00<br />
Galpão R$ 1.000,00 50,00 950,00 300 3,17<br />
Abrigo dos<br />
animais R$ 5.000,00 250,00 4.750,00 300 15,83<br />
Estábulo para<br />
Bezerros R$ 4.000,00 200,00 3.800,00 300 12,67<br />
Total deprec.<br />
Estrutura R$ 137.250,00 829,17<br />
Animais<br />
Vacas R$ 72.000,00 7.200,00 64.800,00 96 675,00<br />
Novilhas R$ 38.333,33 3.833,33 34.500,00 96 359,38<br />
Boi R$ 3.200,00 320,00 2.880,00 24 120,00<br />
Total deprec.<br />
Animais R$ 113.533,33 1.154,38<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
O valor total da depreciação em estruturas e máquinas e equipamentos foi de<br />
R$ 829,17. Na depreciação com animais, foi estimada a vida útil deles, sendo o valor a ser<br />
depreciado das vacas considerado como custo direto, no valor de R$ 675,00, e das novilhas e<br />
bois como custos indiretos, no valor de R$ 479,38, juntamente com o valor da depreciação da<br />
estrutura.
Nos custos indiretos fixos são considerados os custos com depreciação de estruturas e<br />
com animais não produtores, e o valor mensal do Pró-labore e do salário da funcionário. No<br />
quadro a seguir foi mostrado o custo indireto fixo por litro de leite.<br />
Quadro 11: Custo indireto fixo por litro.<br />
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
Depreciação da<br />
Estrutura 829,17 829,17 829,17 829,17 829,17 829,17<br />
Depreciação dos<br />
animais não produtores 479,38 479,38 479,38 479,38 479,38 479,38<br />
Pró-labore 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00<br />
Salário de 1<br />
funcionário 1.221,78 1.171,01 1.182,47 1.185,75 1.202,12 1.185,75<br />
Total Custos Fixos 3.930,32 3.879,55 3.891,01 3.894,29 3.910,67 3.894,29<br />
Produção por mês/ litro 19146 20264 19328 17215 16603 18436<br />
Total Custo<br />
Fixos/Litro 0,21 0,19 0,20 0,23 0,24 0,21<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
De acordo com o quadro anterior, pode-se verificar que o maior custo indireto fixo foi<br />
nos meses de outubro, chegando ao valor de 0,24 no mês de novembro e o menor foi o do mês<br />
agosto chegando a 0,19. Pode-se verificar que do total dos custos fixos são todos parecidos,<br />
com pouca diferença entres os meses, mas o que fez com que tem essa diferença entre o mês<br />
de setembro com 0,19 e o mês de novembro com 0,24 foi a quantidade de litros de leite que<br />
foi produzido no período, com isso é possível constatar que quanto maior for a produção,<br />
menor vai ser o custo por litro.<br />
3.5 Cálculo do custo total<br />
No calculo do custo total foi utilizado o método de custeio por absorção e método de<br />
custeio variável ou direto.<br />
3.5.1 Custo total – método de custeio por absorção<br />
O método de Custeio por Absorção considera todos os custos, sendo eles os custos<br />
fixos e variáveis existentes para a produção do produto.<br />
51
No quadro a seguir pode-se visualizar os custos totais encontrados pelo método de<br />
custeio por absorção, onde está demonstrado qual o custo por litro de leite por mês, bem como<br />
o custo médio dos meses estudados na propriedade.<br />
Quadro 12: Custo total por litro por absorção – meses julho a dezembro de 2011<br />
Descrição Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média<br />
CD 5.490,48 5.490,48 5.470,48 5.490,48 5.576,42 5.585,84 5.517,37<br />
CIV 2.666,00 2.658,00 3.116,00 2.786,00 2.606,00 2.606,00 2.739,67<br />
Total dos<br />
CV<br />
8.156,48 8.148,48 8.586,48 8.276,48 8.182,42 8.191,84 8.257,03<br />
CIF 3.930,32 3.879,55 3.891,01 3.894,29 3.910,67 3.894,29 3.900,02<br />
CT 12.086,80 12.028,03 12.477,50 12.170,77 12.093,09 12.086,13 12.157,05<br />
(/) Prod.<br />
de Leite<br />
19.146 20.264 19.328 17.215 16.603 18.436 18.498,67<br />
CT por<br />
L/Leite<br />
0,63 0,59 0,65 0,71 0,73 0,66 0,66<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
Conforme o quadro anterior, o custo total por litro de leite pelo método de custeio por<br />
absorção teve uma variação, durante os seis meses analisados, sendo o mês de Novembro o<br />
maior custo com R$ 0,73 por litro, seguido pelo mês de Outubro com R$ 0,71, e o menor<br />
custo foi o mês de Agosto com R$ 0,59 por litro de leite. O que influenciou na variação do<br />
custo apurado no custeio por absorção por litro, foi à produção de leite nos meses porque tem<br />
meses que os custos são altos e com alta produção diminuiu o custo e outras os custos são<br />
baixos e a produção e baixa também deixando os custos ficarem maiores. Dessa maneira a<br />
média do custo por litro de leito pelo método de absorção foi de R$ 0,66.<br />
Na apresentação do gráfico a seguir, pode-se verificar a composição de custos e sua<br />
representatividade. Os valores dos gráficos foram baseados na média dos seis meses<br />
analisados.<br />
52
Custo Total pelo metodo de custeio por<br />
Absorção<br />
Gráfico 4: Custos unitário pelo custeio de absorção<br />
Fonte: Dados conforme quadro 12.<br />
Conforme o gráfico, os custos diretos são os que mais representam sobre o calculo do<br />
custo por litro de leite produzido chegando a 45,38%, seguidos dos indiretos fixos que<br />
representa a 32,08% e por último os custos indiretos variáveis, que somou 22,54%.<br />
3.5.2 Custo total – método de custeio variável direto<br />
O método de custeio variável considera apenas os custos diretos e os custos indiretos<br />
variáveis, não acondicionando os custos fixos, os quais existem na propriedade tendo<br />
produção ou não do leite. Esse método de custeio possibilita um melhor gerenciamento da<br />
atividade, pois demonstram os custos específicos da produção é que variam conforme o<br />
volume de produção.<br />
32,08%<br />
22,54%<br />
45,38%<br />
Na sequência é demonstrado o custo total por litro de leite produzido no período<br />
analisado, conforme o método de custeio variável.<br />
Custos Diretos<br />
Custos Indiretos Variáveis<br />
Custos Indiretos Fixos<br />
Quadro 13: Custo por litro pelo custeio variável<br />
Descrição Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média<br />
CD 5.490,48 5.490,48 5.470,48 5.490,48 5.576,42 5.585,84 5.517,37<br />
CIV 2.666,00 2.658,00 3.116,00 2.786,00 2.606,00 2.606,00 2.739,67<br />
Total dos CV 8.156,48 8.148,48 8.586,48 8.276,48 8.182,42 8.191,84 8.257,03<br />
CIF -<br />
Custo Total 8.156,48 8.148,48 8.586,48 8.276,48 8.182,42 8.191,84 8.257,03<br />
(/) Produção<br />
de Leite<br />
19.146 20.264 19.328 17.215 16.603 18.436 18.498,67<br />
CT por Litro<br />
Leite<br />
0,43 0,40 0,44 0,48 0,49 0,44 0,45<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
53
De acordo com o quadro anterior pode-se verificar que o custo por litro de leite<br />
produzido e apresentado no método de custeio variável, onde apresenta um custo de 0,40 a<br />
0,49 por litro, , sendo que o mês de Novembro teve o maior custo, , seguido pelo mês de<br />
Outubro com R$ 0,48 por litro, já o menor custo variável calculado foi o mês de Agosto com<br />
R$ 0,40 essas variações ocorreram pelo fato da quantidade de litros produzidos e dos custos<br />
que ocorreram no período.<br />
A influência dos custos diretos e indiretos variáveis sobre a composição da média do<br />
custo por litro de leite pelo custeio variável que é de R$ 0,45 será apresentada no gráfico<br />
seguinte.<br />
Custo Total pelo metodo de custeio Variavel<br />
33,18%<br />
Gráfico 5: : Custos unitário pelo custe custeio variável<br />
Fonte: Dados conforme quadro 113.<br />
Analisando o gráfico dos custos variáveis observa observa-se se que os custos indiretos variáveis<br />
são os que mais interferem na composição do custo unitário por litro de leite produzido.<br />
3.6 Análise do custo, volume, resultado.<br />
Para efetuar a análise do custo, volume e resultado, foram avaliados os preços de venda<br />
do leite, o volume produzido, a margem de contribuição, tanto unitário como total, o ponto de<br />
equilíbrio em quantidade e valor e margem de segurança operacional, seguido da análise final<br />
referente a todos esses indicadores.<br />
66,82%<br />
Custos Diretos<br />
Custos Indiretos Variáveis<br />
54
3.6.1 Margem de contribuição unitária<br />
Ao analisar o preço do leite produzido deve-se lembrar de que não é o produtor que o<br />
estipula, ou seja, não é ele que decide quanto vai receber pela venda de seu produto, mas sim<br />
as empresas compradoras do produto, ou seja, o mercado.<br />
A seguir apresenta-se um quadro com a quantidade vendida pela propriedade, onde<br />
está citado o valor recebido mensalmente por litro de leite e os descontos de Funrural, que é a<br />
Contribuição Social Rural, destinada para custear a seguridade (INSS) a qual é descontada<br />
sobre o valor bruto da comercialização, no caso da propriedade, o percentual pago é de 2,3%,<br />
Fundesa, que é uma espécie de seguro, que é para garantir ao contribuinte um ato<br />
indenizatório para prováveis epidemias que possam ocorrer na propriedade, esse percentual é<br />
de aproximadamente R$ 0,00038 por litro e o Semar desconta 0,20% por litro.<br />
Quadro 14: Receita Liquida por Litro.<br />
Mês Julho Agosto<br />
Setembro Outubro<br />
Novembro Dezembro<br />
Preço do Litro de leite 0,80 0,81 0,81 0,77 0,77 0,78<br />
FUNRURAL 2,10% 0, 0168 0, 0170 0, 0170 0,0162 0,0162 0,0164<br />
FUNDESA R$ 0,00038 0,00038 0,00038 0,00038 0,00038 0,00038 0,00038<br />
SEMAR 0,20% 0,0016 0,0016 0,0016 0,0015 0,0015 0,0016<br />
Valo Liquido 0,78 0,79 0,79 0,75 0,75 0,76<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
Conforme os valores apresentados são todos valores pagos pela as empresas que<br />
compram o leite. Para chegar ao valor liquido por litro de leite, desconta-se o valor de<br />
Funrural, que é Contribuição Social Rural, destinada para custear a seguridade (INSS), a qual<br />
e descontado 2,10% sobre o valor bruto. E a Fundesa e descontado R$ 0,00038 do valor bruto<br />
por litro e o Semar era descontado 0,20% do valor bruto por litro chegando assim depois de<br />
todos os descontos ao valor liquido a receber por litro.<br />
O próximo quadro demonstra o valor liquido a receber por mês.<br />
55
Quadro 15: Receita liquida recebida<br />
Mês Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
Produção mensal 19.146 20.264 19.328 17.215 16.603 18.436<br />
Preço de venda/ litro 0,80 0,81 0,81 0,77 0,7 0,78<br />
Total: 15.316,80 16.413,84 15.655,68 13.255,55 12.784,31 14.380,08<br />
FUNRURAL 2,1% 321,65 344,69 328,77 278,37 268,47 301,98<br />
FUNDESA R$ 0,00038 7,28 7,70 7,34 6,54 6,31 7,01<br />
SENAR 0,20% 30,63 32,83 31,31 26,51 25,57 28,76<br />
TOTAL LIQUI<strong>DO</strong>: 14.957,24 16.028,62 15.288,25 12.944,13 12.483,96 14.042,33<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
De acordo com as informações do quadro da receita liquida mensal do leite, o mês de<br />
Agosto foi o maior valor a ser recebido com R$ 16.028,62, esse fato ocorre por ser o mês<br />
onde a produção à maior e o valor foi o maior com R$ 0,81 por litro sem os descontos. E<br />
também pode-se verificar que o mercado não teve grandes oscilações conforme os outros<br />
meses dos anos anteriores e com isso quanto maior a produção maior é a lucratividade.<br />
3.6.2 Margem de contribuição unitária<br />
A margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e<br />
despesas variáveis. Esse indicador é um dos mais importantes para tomada de decisão em<br />
custos, preços e lucros. A margem representa o valor que a propriedade tem para efetuar o<br />
pagamento de seus custos fixos, onde o restante que gerara será o resultado o lucro da<br />
propriedade.<br />
A seguir, apresenta-se a demonstração do resultado, pela receita unitária descontando<br />
os custos e as despesas variáveis chegando a margem de contribuição unitária e<br />
consequentemente o resultado total de cada mês.<br />
Quadro 16: Demonstração de resultado – Valor unitário.<br />
Descrição Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
Receitas 0,78122 0,79099 0,79099 0,75191 0,75191 0,76168<br />
Custo Variável 0,43 0,40 0,44 0,48 0,49 0,44<br />
DV - FUNRURAL 0,0168 0,0170 0,0170 0,0162 0,0162 0,0164<br />
DV– FUNDESA<br />
MCU<br />
0,0020 0,0020 0,0020 0,0019 0,0019 0,0019<br />
Custos Fixos 0,21 0,34 0,37 0,19 0,33 0,20 0,25 0,23 0,24 0,30 0,21<br />
Despesa Fixa - - - - - -<br />
Resultado 0,13 0,18 0,13 0,03 0,01 0,09<br />
Litros por mês 19.146,00 20.264,00 19.328,00 17.215,00 16.603,00 18.436,00<br />
Resultado Final 2.510,87 3.615,37 2.443,33 461,94 90,53 1.618,46<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
56
Nos seis meses analisados, a margem de contribuição unitária teve grandes variações,<br />
sendo que no mês de Outubro, Novembro e Dezembro a produção foi muito baixa sendo só<br />
suficiente para quitar as despesas e os custos fixos e variáveis. Isso ocorre pela diminuição<br />
da produção e do valor pago pelas empresas que compram o produto, e também pelo alto<br />
custo variável que teve nesses meses.<br />
analisado.<br />
0,40<br />
0,35<br />
0,30<br />
0,25<br />
0,20<br />
0,15<br />
0,10<br />
0,05<br />
-<br />
A seguir demonstra-se o gráfico com a margem de contribuição unitária de cada mês<br />
0,34<br />
Margem de Contribuição Unitária<br />
0,37<br />
0,33<br />
0,25 0,24<br />
Gráfico 6: Margem de contribuição unitária.<br />
Fonte: Dados conforme quadro 16.<br />
Conforme o gráfico anterior pode-se verificar que o mês de Agosto foi o mês em que<br />
teve a maior margem de contribuição unitária, de R$ 0,37 por litro, e o de menor margem foi<br />
o mês de Novembro com R$ 0,24 por litro de leite. Essa diferença ocorre pelo fato da<br />
empresa compradora do leite pagar menos, e o custo variável ser maior que nos outros meses,<br />
e se desses três meses com a menor margem de contribuição for diminuir os custos fixos, irá<br />
chegar a um resultado muito baixo sobrando quase nada no resultado final por mês.<br />
Com essas oscilações, também for analisado a margem de contribuição total da<br />
propriedade onde vai mostrar os valores de receita total e as despesas variáveis, custos<br />
variáveis chegando a Margem de contribuição total que será diminuído os custos fixos totais<br />
0,30<br />
chegando ao resultado final, que é apresentado no quadro a seguir.<br />
Margem de Contribuição Unitária<br />
57
Quadro 17: Demonstração de resultado – Valor total.<br />
Descrição Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
Receitas 14.957,24 16.028,62 15.288,25 12.944,13 12.483,96 14.042,33<br />
Custo Variavel 8.156,48 8.148,48 8.586,48 8.276,48 8.182,42 8.191,84<br />
Despesa Váriavel - 321,65 344,69 328,77 278,37 268,47 301,98<br />
FUNRURAL<br />
Despesa Váriavel - 37,91 40,53 38,66 33,05 31,88 35,77<br />
FUNDESA Margem de 6.441,19 7.494,92 6.334,34 4.356,23 4.001,19 5.512,74<br />
Contribuição<br />
Custo Fixo<br />
Despesa Fixa<br />
3.930,32 3.879,55 3.891,01 3.894,29 3.910,67 3.894,29<br />
Resultado Final 2.510,87 3.615,37 2.443,33 461,94 90,53 1.618,46<br />
Fonte: Dados conforme Pesquisa.<br />
Nesse quadro pode-se visualizar melhor as consequências, do resultado final de cada mês.<br />
E da mesma maneira como a margem de contribuição unitária, o mês de Agosto foi o maior<br />
mês de rentabilidade, enquanto que o e mês de Novembro foi o menor, mas pode-se verificar<br />
que os custos variáveis e as despesas não tiveram grandes variações, pois a grande diferença<br />
fica nos valores da receita onde ela é obtida da produção mensal e o valor que for pago pela<br />
empresa. Isso vai influenciar diretamente no resultado final, onde a produção foi menor e<br />
valor pago também sobrou muito pouco após cobrir as despesas e os custos.<br />
Segue um gráfico para representar melhor os resultados apresentados.<br />
4.000,00<br />
3.500,00<br />
3.000,00<br />
2.500,00<br />
2.000,00<br />
1.500,00<br />
1.000,00<br />
500,00<br />
-<br />
2.510,87<br />
3.615,37<br />
Gráfico 7: Resultado final<br />
Fonte: Dados conforme quadro 17.<br />
Resultado Final<br />
2.443,33<br />
1.618,46<br />
Julho Agosto Setembro<br />
461,94<br />
Outubro<br />
90,53<br />
Novembro Dezembro<br />
Resultado Final<br />
A propriedade, nos seis meses analisados não chegou a ficar com o resultado final<br />
negativo, mas no mês de Novembro, a quantidade produzida com o valor pago chegou<br />
basicamente para cobrir as despesas e os custos variáveis e fixo, mas já no mês seguinte onde<br />
aumentou a produção em dois mil litros e o valor em um centavo já começou a se ter lucro<br />
58
novamente para poder investir na infraestrutura e qualificação dos equipamentos e na parte<br />
genética animal.<br />
3.6.3 Ponto de equilíbrio<br />
O ponto de equilíbrio refere-se ao volume mínimo de litros a ser produzido e vendido<br />
para cobrir os gastos, custos e despesas totais e o custo variável unitário. Dessa maneira<br />
pode-se dizer que quando o ponto de equilíbrio for nulo no período significa que naquele<br />
período não houve lucro nem prejuízo, e a propriedade teria conseguido arcar com suas<br />
despesas (dividas) do mês.<br />
No quadro demonstrado a seguir, mostra o ponto de equilíbrio em litros e em reais<br />
para a propriedade nos seis meses analisados.<br />
Quadro 18: Ponto de equilíbrio.<br />
Produto Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
Custo fixo total 3.930,32 3.879,55 3.891,01 3.894,29 3.910,67 3.894,29<br />
M.C.Unitário 0,34 0,37 0,33 0,25 0,24 0,30<br />
PE em litros 11.683 10.489 11.873 5.390 16.227 13.023<br />
Ponto equilíbrio em R$ 14.954,31 13.260,76 15.009,87 20.467,22 21.581,51 17.098,35<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
Para a propriedade conseguir cobrir os seus gastos mensais teria que ter produzido o<br />
volume demonstrado no ponto de equilíbrio em litros para cada mês, para obter o valor<br />
necessário a arcar com os gastos da produção leiteira. Dessa maneira pode-se observar que no<br />
mês de Novembro foi o mês com o maior volume a ser produzido com 16.227 mil litros num<br />
valor monetário de R$ 21.581,51, isso ocorre pelo fato da baixa produção que ocorreu no mês<br />
e valor baixo pago pela empresa compradora do produto o que gerou uma margem de<br />
contribuição menor, e também porque os custos fixos nos meses analisados não têm grande<br />
modificação.<br />
3.6.4 Margem de Segurança Operacional<br />
A margem de segurança é representada pela diferença da quantidade vendida com a<br />
quantidade do ponto de equilíbrio.<br />
59
A seguir apresenta-se um quadro com a margem de segurança operacional em<br />
quantidade e porcentagem.<br />
Quadro 19: Margem de segurança operacional.<br />
MSO Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média<br />
Quantidade vendida 19.146 20.264 19.328 17.215 16.603 18.436 18498,7<br />
Quantidade no PE<br />
11.683<br />
10.489<br />
11.873<br />
15.390<br />
16.227<br />
13.023 13114,1<br />
MSO 7.463 9.775 7.455 1.825 376 5.413 5384,55<br />
MSO % 39% 48% 39% 11% 2% 29% 29%<br />
Fonte: Dados conforme pesquisa.<br />
A propriedade analisada teve uma margem de segurança bem variável, onde nos três<br />
primeiros meses obteve uma margem de segurança perto dos 50% e nos outros três meses<br />
produziu só um pouco acima da margem de segurança tendo a sua porcentagem perto de zero<br />
sendo assim com pouca segurança, com as suas variações a margem de segurança operacional<br />
obteve uma média de 29% com 5.384,55 litros.<br />
Para que possa entender melhor essa comparação será apresentado um gráfico na<br />
seqüência onde vai mostrar a quantidade vendida a cada mês e a quantidade de produção para<br />
seu equilíbrio.<br />
25.000<br />
20.000<br />
15.000<br />
10.000<br />
5.000<br />
-<br />
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
Gráfico 8: Quantidade vendida x quantidade no PE<br />
Fonte: Dados conforme quadro 19.<br />
Quantidade vendida<br />
Quantidade no PE<br />
Neste gráfico pode-se observar que no mês de Julho, Agosto, Setembro a quantidade<br />
produzida foi mais de 50% a mais que o seu ponto de equilíbrio, ultrapassando a margem de<br />
segurança dos meses, já no mês de Outubro, Novembro a quantidade produzida foi um<br />
60
pouquinho acima do ponto de equilíbrio deixando a margem de segurança de Outubro com<br />
11% em litro 1.825 e Novembro com 2% em litros 376 sendo muito perigoso trabalhar com<br />
despesas se a produção não aumentar, mas no mês de Dezembro já obteve uma recuperação<br />
produzindo 5.413 litros a mais que o ponto de equilíbrio ficando com uma margem de<br />
segurança de 29%.<br />
A seguir é demonstrada a margem de segurança que a propriedade esta trabalhando<br />
nos meses analisados.<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
39%<br />
Gráfico 9: Margem de segurança operacional.<br />
Fonte: Dados conforme quadro 19.<br />
A margem de segurança operacional teve varias oscilações nos meses analisados<br />
saindo de 39% no mês de Julho aumentando a sua segurança no mês de Agosto para 48%<br />
sendo a maior segurança obtida com 9.775 litros e já de Setembro foram igualadas ao<br />
primeiro mês e no mês de Outubro e Novembro foi constatada uma queda chegando quase<br />
zero onde vai ficar sem nem uma segurança, trabalhando para cobrir os custos e despesas dos<br />
meses. Mas no mês seguinte teve uma recuperação chegando a uma margem de segurança de<br />
29% com 5.413 litros começando a se distanciar e trabalhar com um lucro considerável.<br />
3.7 Análise de resultados e informações gerenciais<br />
Com o objetivo de desenvolver um sistema de custo que possibilite a análise dos<br />
custos e resultados da propriedade em estudo, e melhorara gerenciamento e o conhecimento<br />
da rentabilidade da sua produção mensal, bem como pontos onde poderia ser melhorado para<br />
uma lucratividade.<br />
48%<br />
MSO %<br />
39%<br />
11%<br />
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro<br />
2%<br />
29%<br />
MSO %<br />
61
Desse modo foram identificados todos os custos diretos variáveis, indiretos fixos,<br />
indiretos variáveis e calculados o método de custeio por absorção e variável e todos os<br />
indicadores em relação a custo, volume e resultado da propriedade nos meses analisados para<br />
chegar a uma conclusão referente à propriedade.<br />
Baseado nos dados levantados e nas informações trabalhada, nos meses em que a<br />
propriedade foi estudada e analisada, de Julho a Dezembro, a sua margem de contribuição foi<br />
sempre positiva e com um valor considerável mostrando que a propriedade conseguia cobrir<br />
todas as despesas e custos variáveis sendo um ponto muito positivo para a mesma. Mas no<br />
momento em que foram diminuídos os custos fixos a propriedade em dois meses ficou com<br />
uma receita total muito abaixo de R$ 500,00 isso ocorrendo pela baixa na produção e a<br />
redução do valor pago pela empresa que recebia o produto.<br />
Como a produção de leite esta diretamente ligada à formação das despesas e custos<br />
variáveis, com a produção aumentando no mês de Julho, Agosto e Setembro as despesas e<br />
custos variáveis não tiverem uma elevação e por esse fato que o resultado final ficou dentro<br />
do esperado porque os custos variáveis ficam menores por litro produzido e também mostra<br />
que valor do litro aumentar com a produção aumentando e o resultado será bom, onde nos<br />
meses de Outubro, Novembro e Dezembro a produção caiu e os despesas variável e os custos<br />
variáveis não mudando muito em relação os meses anteriores o resultado caiu bastante por<br />
que aumentou os custos por litro produzido.<br />
No ponto de equilíbrio, pode-se verificar o montante que deveria se produzir para<br />
cobrir seus custos fixos e variáveis mais as despesas variáveis, onde a propriedade produtora<br />
foi analisada e ficou com a produção ficando com uma margem de segurança em todos os<br />
meses onde a maior margem ficou no mês de Agosto atingindo 48% e a menor margem no<br />
mês de Novembro chegando a 2%, dessa maneira todos os meses geram um lucro, quanto<br />
maior foi à margem, maior foi o lucro, que é algo satisfatório para a propriedade produtora<br />
poder efetuar investimentos futuros melhorando ainda mais o seu plantel de vacas e as<br />
estruturas tendo ainda melhores resultados e praticidade com o seu manejo.<br />
Desse modo com todas as informações apuradas e principalmente analisando custo,<br />
volume e resultado pode-se constatar que a propriedade passou por altos e baixos nos meses<br />
analisados, com a diminuição da sua quantidade produzida deixando os custos por litros mais<br />
caros, tendo uma variação no seu resultado final. Com o sistema de custo implantado na<br />
propriedade ela poderá ver os momentos em que teve as variações e os motivos pelo qual o<br />
seu resultado caiu e com isso ver como efetuar o seu crescimento em volume produção e<br />
resultado futuros tornando a propriedade um grande negócio lucrativo.<br />
62
CONCLUSÃO<br />
Com o término do presente estudo, que teve como objetivo principal, a análise de um<br />
sistema de custo para a propriedade rural, onde sua principal renda é a atividade leiteira,<br />
visando um melhor planejamento e controle da atividade. Também buscou-se responder a<br />
seguinte questão, de que forma a análise da composição de custos, volume e resultados,<br />
aplicados a produção leiteira de uma propriedade rural pode contribuir com informações para<br />
seu gerenciamento? A sua resposta foi alcançada com grande contribuição, por meio das<br />
análises foi verificado qual é sua situação, e principalmente onde estão seus pontos fortes e<br />
fracos, tendo dessa maneira uma maior segurança para seu gerenciamento da atividade<br />
leiteira.<br />
E para alcançar as respostas desses questionamentos, na primeira parte do trabalho<br />
foram fundamentados com bases bibliográficas, com conceitos de contabilidade geral, custos<br />
e a contabilidade rural, proporcionando uma melhor compreensão sobre a atividade estudada.<br />
E em seguida foi realizada uma pesquisa de campo onde foram feitas coletas de dados para<br />
realizar a parte de análise da propriedade em estudo.<br />
Com a coleta dos dados foram calculados os custos diretos variáveis e os indiretos<br />
fixos e variáveis da propriedade, e os custos variáveis diretos são todos que tem relação direta<br />
com o processo produtivo, como a alimentação dos animais e tudo o que envolve diretamente<br />
para a produção dos mesmos. E por fim foram calculados os custos indiretos variáveis que são<br />
aqueles não ligados diretamente com a produção, mas variam de acordo com ela, seguidos do<br />
cálculo dos custos fixos, que se tiver ou não produção ele continuara existindo.<br />
Depois de todos os dados levantados, foi feito a apuração do custo total utilizando o<br />
custeio de absorção e variável. Foi analisado o preço de venda o qual não é fixado pelo<br />
produtor e sua quantidade produzida mensalmente durante os meses analisados.<br />
Com todos esses dados foi realizada a análise da margem da contribuição dos meses<br />
estudados, e foi constatado o seu resultado final, onde em alguns meses a lucratividade ficou<br />
abaixo do esperado, trabalhando com uma produção só para cobrir os custos e as despesas,<br />
dessa maneira pode-se observar que quanto maior a produção maior será a rentabilidade da<br />
propriedade e sem levar muito em consideração o preço pago, pelo fato que nos meses<br />
analisados ele apresentou-se com pouca variação.<br />
63
Posteriormente, foi possível calcular a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio,<br />
o qual demonstra a quantidade a ser produzida para a cobertura dos custos e despesas fixas<br />
gerando um resultado para a propriedade.<br />
Perante todas as análises realizadas e os cálculos efetuados, pode ser observar o quanto<br />
é importante o levantamento dos custos de uma propriedade leiteira. Assim é possível poder<br />
verificar quais os pontos fortes e fracos que a propriedade tem durante os períodos. Uns dos<br />
problemas que foi verificado na propriedade é a baixa produção perante os custos gerados em<br />
determinados meses e, o baixo valor pago por litro pela empresa que compra o produto, é<br />
baixo em relação ao custo da produção.<br />
Um cuidado que a propriedade deve se ater é que nos meses em que estava ocorrendo<br />
a baixa produção, deve aumentar os animais para que a produção naqueles meses aumente,<br />
fechando em todos os meses com uma igualdade na quantidade produzida ficando dentro de<br />
uma média semestral ou anual parecida, conseguindo ter um lucro bom em todos os meses.<br />
Para finalizar esse trabalho, eu como concluinte do curso de Ciências Contábeis, foi<br />
muito importante, pois através dele aprimorei os meus conhecimentos de prática construídos<br />
ao longo do meu curso, principalmente na área de contabilidade de Custo, além de contribuir<br />
para o desenvolvimento do controle e gerenciamento da atividade produtora de leite na<br />
propriedade estudada, deixando ao proprietário planilhas para continuar o controle da<br />
produção e resultados, que são gerados para um melhor controle e um gerenciamento<br />
confiável do seu processo produtivo.<br />
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