Download
Download
Download
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Pág. 14 NOV.EMBRO-DEZEMBRO DE 1977 Revista do ILcr<br />
dos minerais do leite foi relatado por Brody<br />
(citado por Campbell e Marshall, 1975). Em<br />
seu experimento foi comparado o crescimento<br />
de crianças que recebiam cerca de 500<br />
ml de leite em suplementação a uma dieta<br />
considerada normal e um grupo-testemunha<br />
recebendo somente a citada dieta normal.<br />
O resultado mostrou que o grupo suplementado<br />
aumentou 3,2 kg em peso e 6,6 cm<br />
em altura, enquanto o grupo-testemunha aumentou<br />
1,8 kg em peso e 4,6 cm em altura.<br />
É conveniente lembrar a importância do<br />
cálcio não só para os jovens, mas também<br />
para adultos de todas idades, especialmente<br />
os mais velhos, pois sabe-se que a dieta ina-<br />
I. LIPOSSOLúVEIS<br />
Vitamina A (+ carotenóides)<br />
Vitamina D<br />
Vitamina E (tocoferóis)<br />
Vitamina K (Unidades DAM-GRAVIND)<br />
11. HIDROSSOLÚVEIS<br />
Tiamina (Bl)<br />
Riboflavina (B2)<br />
Ácido Nicotínico (niacina)<br />
Ácido pantotênico<br />
Piridoxina (B6)<br />
Ácido fólico<br />
Biotina<br />
Vitamina B12<br />
Vitamina C (ácido ascórbico)<br />
o leite é excelente fonte de vitamina A,<br />
tão necessária ao crescimento normal, à<br />
boa visão, à resistência a certas infecções.<br />
Uma suplementação de vitaminas lipossolúveis<br />
deve ser feita quando do uso do leite<br />
desnatado.<br />
Algumas indústrias norte-americanas adicionam<br />
vitamina D ao leite de consumo, vitamina<br />
esta tão importante para a absorção<br />
de cálcio e fósforo no_ intestino e utilização<br />
para os dentes e ossos.<br />
O leite é também uma das fontes mais<br />
ricas de riboflavina e outras vitaminas do<br />
complexo B, quando consumido em quantidades<br />
recomendadas. Entretanto, é pobre em<br />
ácido ascórbico.<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
ALAIS, C., 1971. Ciência de La Leche. Compafiia<br />
Editorial Continental, S.A., Barcelona.<br />
594 págs.<br />
VITAMINAS NO LEITE FRESCO<br />
VITAMINAS<br />
dequada predispõe essas pessoas a osteoporose,<br />
responsável por vários tipos de fratura.<br />
Desde que estudos têm indicado que<br />
aproximadamente 20% de cálcio do esqueleto<br />
deve ser reposto cada ano, é importante,<br />
pois, que o leite e produtos lácteos sejam<br />
consumidos de forma a manter o organismo<br />
bem mineralizado.<br />
VALOR NUTRITIVO DAS VITAMINAS<br />
DO LEITE<br />
Todas as vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis<br />
essenciais para boa nutrição e<br />
saúde humana estão presentes no leite.<br />
p/100 g<br />
125-1 90 U.1.<br />
1,8-2,3 U.1.<br />
60 microg.<br />
100<br />
40-45 microg.<br />
150-200 mlcrog.<br />
80-100. microg.<br />
350-400 microg.<br />
25-48 microg.<br />
0,1-0,23 mi'crog.<br />
2,0-3,5 microg.<br />
0,30-0,50 microg.<br />
2,0 microg.<br />
SEG. RUSOFF, 1975.<br />
CAMPBELL, J. R. & MARSHALL, R. T. 1975.<br />
The Science of Providing Milk for Man.<br />
Mcgraw Hill Book Company, São Paulo.<br />
801 págs.<br />
KON, S. K., 1972. La Leche y Los Productos<br />
Lacteos en la Nutrición Humana. Organizacion<br />
de las Naciones Unidas para la<br />
Agricultura y la Alimentación. Segunda<br />
Edición revisada, n.o 27. Roma. 90 págs.<br />
KRETCHMER, N., 1975. Lactosa y Lactase en<br />
los Alimentos. Hermann Blume Ediciones,<br />
Madrid; 336 págs.<br />
KUMMEROW, F. A., 1975. Lipids in Artherosclerosis.<br />
Journal Food Sei., 40:12-1 6.<br />
RUSOFF, L. L., 1975. The Nutritional Value of<br />
Fluoridised Milk! Dairy Industries, 471-478.<br />
WEBB, B. H., JOHNSON, A. H. & ALFORD,<br />
J. A., 1974. Fundamentais of Dairy Chemistry:<br />
The Avi Publishing Co. Inc., Second<br />
Edition, Westport, Connecticut. 929<br />
págs.<br />
Revista do ILcr NOV.EMBRO-DEZEMBRO Pág. 15<br />
ASPECTO DA INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO<br />
HIGIÊNICO-SANITÁRIA DO LEITE f')<br />
Aspects of Milk Inspection in Brazil<br />
Inicialmente gostaria de agradecer o convite<br />
que me foi formulado pela FAESP e<br />
apenas lamentar que, por uma hora, venha<br />
apresentar aos senhores um tema reconhecidamente<br />
antipático ao produtor e às autoridades<br />
sanitárias governamentais, pois<br />
dele, à primeira vista, só o consumidor usufrui<br />
vantagens imediatas. O tema é anti páti<br />
?o porque, de um lado, faz sérias exigências<br />
ao produtor e ao industrial e, de outro,<br />
porque obriga as autoridades oficiais,<br />
em certos casos, a tomar até medidas de<br />
caráter punitivo.<br />
Naturalmente, nada de novo se pode<br />
abordar, dentro do título da inspeção e fiscalização<br />
higiênico-sanitária, sem nos reportarmos<br />
ao Regulamento próprio, aprovado<br />
pelo Decreto n.o 30.691, de 29 de março<br />
de 1952, do Ministério da Agricultura e<br />
que, especificamente, trata da matéria. Êntretanto,<br />
embora adequado para a época em<br />
que foi expedido, esse Regulamento sofreu<br />
as primeiras alterações em 1962 e outras<br />
foram se sucedendo, através de portarias<br />
e resoluções do órgão controlador, visando<br />
oferecer, aos consumidores, produtos de origem<br />
animal da melhor qualidade higiênica.<br />
Sem poder analisar todos os dispositivos<br />
do diploma que regulamenta a matéria,<br />
vamos percorrê-lo panoramicamente, detendo-nos<br />
em aspectos mais importantes e tendo,<br />
como ponto de partida, o conceito de<br />
que o alimento natural é o mais desejável,<br />
não obstante sua integridade requerer os<br />
maiores cuidados de quem o produz.<br />
Com referência ao leite, há 50 ou 60 anos<br />
atrás, um sábio francês, PORCHER, dizia<br />
que se esse alimento for mal produzido, na.<br />
da mais o corrigirá e, para justificar a necessidade<br />
da pasteurização, considerava esse<br />
beneficiamento como um "mal necessário".<br />
Por aí se vê que o ideal seria não pre-<br />
Dr. Paschoal Mucciolo (**)<br />
cisar pasteurizar o leite, porém essa atitude<br />
viria criar todo um intrincado problema<br />
que ficaria a cargo do produtor para ser<br />
resolvido.<br />
Ora, depois de todas as palestras pronunciadas<br />
até aqui, tratando de aspectos importantíssimos<br />
de produção leiteira, buscando<br />
meios de produzir mais por menores custos,<br />
oferecendo maiores quantidades do produto<br />
ao mercado, arraçoando mais tecnicamente<br />
o rebanho, venho eu a falhar-lhes de<br />
qualidade. Perdoem-me, porém, os presentes<br />
porque, quando se fala em alimento,<br />
ainda mais hoje, com o acelerado progresso<br />
tecnológico e científico, não se pode olvidar<br />
do controle de qualidade que está indissoluvelmente<br />
ligado à idéia de sanidade<br />
do produto.<br />
Não vou tomar muito tempo dos senhores,<br />
mesmo porque verão que nada de novo<br />
existe no que vou lhes dizer, ao apenas<br />
apontar algum aspecto que, certamente deve<br />
ser conhecido, porque é tecla sediça,<br />
mas que, quem sabe, uma batida a mais<br />
venha causar algum efeito produtivo.<br />
O alimento é uma necessidade fundamentai<br />
do homem, como o é a habitação ou<br />
o vestuário e, com Anatole France, podemos<br />
dizer que a vida de um indivíduo tem dois<br />
palas: a fome e o amor. E, entre fome e<br />
amor, a primeira ainda é mais importante<br />
porque, com fome, não pode haver amor . ..<br />
Que o alimento escreveu a história da<br />
Humanidade é um fato indiscutível e tanta<br />
foi sua influência que transformou povos sedentários<br />
em povos nômades, povos pacíficos<br />
em povos guerreiros, locomovendo-se<br />
uns, lutando outros, em busca de alimento.<br />
Chegando a reconhecer que o alimento é<br />
necessário à manutenção da saúde, essa necessidade<br />
se transforma em u:n direito ina-<br />
{*} 1.0 Simpósio do Leite e seus Derivados FAESP - 28 a 30 de junho de 1977.<br />
(**) Professor da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual Paulista "Júlio de<br />
Mesquita Filho" .<br />
digitalizado por<br />
arvoredoleite.org