Design de experiência e corrida de rua: um estudo sobre a ...

Design de Experiência e Corrida de Rua: um Estudo sobre a Construção de Experiências de Consumo
• Representantes da mídia especializada em corrida (revista Runners World
Brasil e jornal Sprint Final)
Paralelamente, foi desenvolvido um ensaio etnográfico com participação de um dos
autores em uma empresa prestadora serviço de assessoria esportiva, submetendo-se
semanalmente a três treinos de 60 minutos por um período de sete meses. Os critérios para
escolha dessa empresa foram o número de atletas participantes (120 corredores) e seu nível de
estruturação frente aos demais grupos da cidade de Porto Alegre. Além dos treinos, o
pesquisador participou de 5 competições do calendário da cidade, com distâncias entre 5 e
10km, bem como das atividades sociais realizadas com os membros do grupo de corrida.
Foram realizados anotações em diários de campo ao longo do estudo e registros fotográficos
das atividades desempenhadas.
A análise dos dados foi conduzida a partir das transcrições das entrevistas em
profundidade, sendo realizadas análise de conteúdo sobre o material coletado e avaliado
conjuntamente com os demais dados obtidos.
Resultados
A apresentação dos resultados do estudo está dividida em dois momentos: a descrição
dos principais agentes do mercado de corrida, seguida da análise da influência do design de
experiência sobre o comportamento de consumo do corredor de rua.
O mercado de corrida de rua no Brasil é composto pelos seguintes agentes:
• Corredor
• Marcas de materiais esportivos
• Organizador de eventos (empresas privadas, grupos de corrida, setor público)
• Assessorias esportivas
• Mídia especializada
• Outros interessados em oportunidades de negócio
• Espectadores e familiares
O principal agente desse processo é, indubitavelmente, o indivíduo que corre, que se
interessa pela atividade de corrida e passa a praticar o esporte de forma independente, em sua
grande maioria, em um primeiro momento. Correr é, junto com a caminhada, a atividade
desportiva mais acessível ao seu praticante, pois pode ser desempenhada de forma solitária,
requer inicialmente um baixo investimento e pode ser executada em qualquer lugar.
O papel das marcas de material esportivo, apesar do esporte possa ser realizado com
investimentos reduzidos pelo praticante, é muito mais expressivo do que parece. Marcas como
Nike, Asics, Mizuno e Adidas tem percebido que o mercado de running possui grandes taxas
de crescimento anual e que os corredores, independentemente do seu nível de desempenho,
buscam produtos esportivos que permitam performance superior. Desde os calçados que
recebem cada vez mais investimentos em tecnologia para gerar maior conforto,
amortecimento, resistência e estabilidade, passando pelo desenvolvimento de vestuário com
tecidos inteligentes que evitam a retenção do suor e são leves, até produtos acessórios como
monitores cardíacos (frequencímetros), que calculam indicadores como velocidade, distância,
gasto calórico, orientados por GPS (Global Positioning System) ou sistemas integrados de
controle de performance e música.
Um fenômeno característico do mercado brasileiro de corrida é a relevância que as
assessorias esportivas possuem em influenciar o comportamento do corredor. Não existem
estatísticas sobre o percentual dos corredores que se utilizam dos serviços dessas empresas,
mas é um importante alavancador da prática de corrida no país. As assessorias,
diferentemente de grupos de corrida que não são necessariamente serviços pagos para
corredores, mas apenas uma ação cooperativada para tornar a experiência de corrida mais
9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design