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Design de experiência e corrida de rua: um estudo sobre a ...

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<strong>Design</strong> <strong>de</strong> Experiência e Corrida <strong>de</strong> Rua: <strong>um</strong> Estudo <strong>sobre</strong> a Construção <strong>de</strong> Experiências <strong>de</strong> Cons<strong>um</strong>o<br />

Introdução<br />

O mercado <strong>de</strong> <strong>corrida</strong> <strong>de</strong> <strong>rua</strong> 1 é <strong>um</strong> fenômeno mundial. Milhões <strong>de</strong> corredores<br />

praticam essa ativida<strong>de</strong> física, ocupando parques, praças e <strong>rua</strong>s das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s pelo<br />

mundo inteiro. Mais do que <strong>um</strong>a ativida<strong>de</strong> esportiva acessível ao gran<strong>de</strong> público, por sua<br />

simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização por não requerer equipamentos ou outros praticantes, o running<br />

vem ganhando força como o esporte <strong>de</strong> maior crescimento pelo mundo e <strong>de</strong> expressiva<br />

significância no contexto brasileiro (Silva, 2009). Sendo executada <strong>de</strong> forma solitária ou em<br />

grupos, os corredores têm incentivado o surgimento <strong>de</strong> <strong>um</strong> número expressivo <strong>de</strong><br />

competições, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> daquelas <strong>de</strong> pequenas distâncias (5 km e 10km), passando por <strong>de</strong>safios<br />

mais elevados (21,097km e 42, 195 km– meia-maratona e maratona completa), até<br />

ultramaratonas como a Comra<strong>de</strong>s, na África do Sul, com 89km. A evolução da prática po<strong>de</strong><br />

ser constatada pelos números impressionantes da Maratona <strong>de</strong> Nova York, que possui 43 mil<br />

vagas e, em 2009, teve mais <strong>de</strong> 100 mil pedidos <strong>de</strong> inscrições (AIMS, 2009). As maratonas <strong>de</strong><br />

Tóquio, Chicago, Berlin e Paris são gran<strong>de</strong>s eventos que atraem milhares <strong>de</strong> turistas / atletas<br />

para suas cida<strong>de</strong>s, correspon<strong>de</strong>ndo importantes datas nos seus calendários turísticos. Mas, por<br />

que isso acontece?<br />

Po<strong>de</strong>-se especular por diversas razões <strong>de</strong>ssa tendência, como a preocupação da<br />

redução do se<strong>de</strong>ntarismo e do estresse, típicos das socieda<strong>de</strong>s pós-mo<strong>de</strong>rnas, ou a busca do<br />

corpo perfeito e sua conseqüente elevação da auto-estima. No Brasil, estima-se que haja 3<br />

milhões <strong>de</strong> praticantes freqüentes 2 , sendo o segundo esporte mais popular nas maiores cida<strong>de</strong>s<br />

do pais (São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro), ficando atrás apenas do futebol.<br />

Constatado a relevância <strong>de</strong>sse fenômeno esportivo e social, o questionamento é<br />

inevitável: o crescimento <strong>de</strong> n<strong>um</strong>ero <strong>de</strong> pessoas que praticam a <strong>corrida</strong> é algo que surge<br />

espontaneamente ou é provocada por terceiros? O que transforma <strong>um</strong>a <strong>experiência</strong> esportiva<br />

percebida por muitos como extremamente <strong>de</strong>sgastante e pouco estimulante em algo atraente e<br />

capaz <strong>de</strong> mobilizar multidões? A discussão que esse trabalho propõe é: a <strong>experiência</strong> <strong>de</strong><br />

running é <strong>um</strong>a ativida<strong>de</strong> projetada por terceiros ou construída pelo usuário? Como o <strong>de</strong>sign<br />

po<strong>de</strong> influenciar na prática ou no cons<strong>um</strong>o <strong>de</strong> running? Sendo assim, foi <strong>de</strong>finido como<br />

objetivo <strong>de</strong> pesquisa a avaliação da influência do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> <strong>experiência</strong> <strong>sobre</strong> o<br />

comportamento <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>o do corredor <strong>de</strong> <strong>rua</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre, bem como <strong>sobre</strong> o processo<br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> tribos nesse mercado.<br />

O escopo <strong>de</strong> atuação do <strong>de</strong>sign vem sendo alargado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção original da<br />

projetação <strong>de</strong> produtos, mas na constituição <strong>de</strong> oferta e valor ao usuário. Mitchell (1993) já<br />

afirmava que o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> projetar objetos, mas igualmente funções, contextos<br />

<strong>de</strong> usos, sistemas e ambientes. Isso se materializa por meio do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> <strong>experiência</strong>, que tem<br />

como propósito, mais do que <strong>de</strong>senvolver produtos, criar condições para a geração <strong>de</strong><br />

<strong>experiência</strong>s satisfatórias ao usuário. Estudos recentes buscam analisar o papel do <strong>de</strong>sign no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>experiência</strong>s <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>o (Forlizzi, Di Salvo e Hanington, 2003; Freire,<br />

2009), contudo as lacunas teóricas na área ainda são inúmeras. Na próxima seção, os<br />

conceitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> <strong>experiência</strong> serão <strong>de</strong>talhados.<br />

<strong>Design</strong> <strong>de</strong> Experiência<br />

O tema <strong>experiência</strong> ganhou relevância no campo do comportamento <strong>de</strong> cons<strong>um</strong>idor a<br />

partir do <strong>estudo</strong> <strong>de</strong> Holbrook e Hirschman (1982). Até então, a discussão <strong>sobre</strong> cons<strong>um</strong>o não<br />

1 Segundo os critérios da International Association of Athletics Fe<strong>de</strong>rations (2009), <strong>corrida</strong>s <strong>de</strong> <strong>rua</strong> são aquelas<br />

disputadas em circuitos <strong>de</strong> <strong>rua</strong>, avenidas e estradas com distancias oficiais variando <strong>de</strong> 5 a 100km.<br />

2 São consi<strong>de</strong>rados corredores aqueles indivíduos que praticam a ativida<strong>de</strong> no mínimo 3 vezes por semana com<br />

duração não inferior a 30 minutos.<br />

9º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento em <strong>Design</strong>

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