Investimento Direto Estrangeiro no Setor Bancário Brasileiro - Faap
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Entretanto, nem todos os bancos conseguiram manter as mesmas margens de lucro,<br />
pois isso dependia de os bancos possuÌrem um grande n˙mero de clientes diversificados.<br />
Ocorreu ent„o a quebra de alguns bancos privados me<strong>no</strong>res, assim como bancos oficiais. Para<br />
enfrentar o problema o gover<strong>no</strong> criou, alÈm do PROER e PROES, o PROEF 17 . Tais<br />
programas prepararam os bancos para um processo de privatizaÁ„o e a entrada de capital<br />
estrangeiro (MOLINA, 2004, p.80).<br />
Apesar do cen·rio econÙmico se apresentar favor·vel ao ingresso de bancos<br />
estrangeiros, o setor banc·rio foi um dos ˙ltimos setores a serem abertos, devido ‡ restriÁ„o<br />
imposta pela ConstituiÁ„o Federal de 1988, que limitava a participaÁ„o de bancos estrangeiros<br />
<strong>no</strong> paÌs e criava fortes barreiras ‡ sua entrada (MOLINA, 2004, p.82).<br />
Para abrir a eco<strong>no</strong>mia brasileira para os capitais estrangeiros, as autoridades do<br />
gover<strong>no</strong> encontraram uma brecha na lei da ConstituiÁ„o de 1988, que previa apenas trÍs casos<br />
<strong>no</strong>s quais o capital exter<strong>no</strong> poderia entrar <strong>no</strong> setor banc·rio: interesse nacional, caso de<br />
reciprocidade e acordos internacionais. Assim, argumentaram enfatizando a necessidade de<br />
capitalizaÁ„o, atualizaÁ„o tec<strong>no</strong>lÛgica e aumento da competitividade do sistema financeiro<br />
nacional, itens de interesse nacional. A expectativa era um aumento da competitividade com a<br />
presenÁa de <strong>no</strong>vos concorrentes, fazendo com que as instituiÁıes buscassem mais e melhores<br />
serviÁos para oferecer ao p˙blico e maior eficiÍncia na administraÁ„o (MOLINA, 2004, p.83).<br />
Como diz Molina (2004, p.84), a abertura do mercado nacional para entrada de capital<br />
exter<strong>no</strong> e de bancos estrangeiros promoveu uma onda de fusıes, incorporaÁıes e aquisiÁıes<br />
<strong>no</strong> setor, como nunca antes visto <strong>no</strong> Brasil. Tais processos incluÌram n„o somente compra de<br />
bancos nacionais por estrangeiros, mas tambÈm entre os bancos nacionais, destacando dois<br />
processos distintos, mas complementares: aumento de competiÁ„o e com isso a concentraÁ„o<br />
dos bancos.<br />
Para Molina (2004, p.85 apud ARA⁄JO, CARTONI & JUSTO, 2001):<br />
¿ luz da teoria econÙmica, um aumento de competitividade em determinado setor<br />
geralmente se d· em decorrÍncia de um aumento <strong>no</strong> nÌvel de concorrÍncia registrado<br />
neste setor. PorÈm, o que ocorreu <strong>no</strong> setor banc·rio brasileiro foge ‡ regra: por um<br />
lado, o setor passou por um processo de modernizaÁ„o tec<strong>no</strong>lÛgica e racionalizaÁ„o<br />
administrativa que o tor<strong>no</strong>u de fato mais competitivo, num <strong>no</strong>vo ambiente em que os<br />
lucros provenientes de altas taxas de inflaÁ„o foram substituÌdos por receitas<br />
provenientes de serviÁos. Isso levou a uma valorizaÁ„o da figura do cliente,<br />
17 PROEF: Programa de ReestruturaÁ„o dos Bancos Federais, visava a reestruturaÁ„o do Banco do Brasil, da<br />
CEF,do Banco da AmazÙnia e do Banco do Nordeste. In: MOLINA, W. S. L. A ReestruturaÁ„o do Sistema<br />
Banc·rio <strong>Brasileiro</strong> <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 90: me<strong>no</strong>s concorrÍncia e mais competitividade? INTELLECTUS - Revista<br />
AcadÍmica Digital das Faculdades U<strong>no</strong>pec - ISSN 1679-8902, A<strong>no</strong> 02 [n 03] ago./dez. 2004.<br />
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