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Evolução da normatização de Boas Práticas de Fabricação (BPF ...

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EVOLUÇÃO DA NORMATIZAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO<br />

(<strong>BPF</strong>) E O SEU IMPACTO NA QUALIDADE DE MEDICAMENTOS<br />

COMERCIALIZADOS NO BRASIL.<br />

Evolution of norms of Good Manufacturing Practices (GMP) and its impact on quality of<br />

drugs marketed in Brazil.<br />

Fernando Justino Torres <strong>de</strong> Deus<br />

Paula Frassineti Guimarães <strong>de</strong> Sá*<br />

* Doutorado em Química/Bioquímica (PhD)<br />

RESUMO<br />

A produção <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> uso público é sustenta<strong>da</strong> por quatro pilares fun<strong>da</strong>mentais:<br />

segurança, eficácia, acesso e quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A adoção <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> (<strong>BPF</strong>)<br />

garante não somente a uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> manufatura <strong>de</strong> medicamentos, mas é a<br />

expressão <strong>da</strong> incorporação <strong>da</strong> filosofia <strong>da</strong> garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> neste processo, o que traz<br />

benefícios, principalmente, aos consumidores. Globalmente, observa-se que as <strong>BPF</strong> foram<br />

aprimora<strong>da</strong>s ao longo dos anos, refletindo a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> compartilha<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma<br />

igualitária pelo Estado e pelos fabricantes <strong>de</strong> medicamentos com a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população. No<br />

Brasil, no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s, essa evolução na regulamentação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> é o<br />

reflexo <strong>de</strong> tal compromisso. Sendo assim, ao exigir a adoção dos princípios filosóficos <strong>da</strong><br />

garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nos processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> medicamentos por meio <strong>da</strong>s<br />

ferramentas sanitárias legais, o Estado cumpre com os princípios constitucionais a ele<br />

<strong>de</strong>legados no que se refere ao cui<strong>da</strong>do com a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população. Paralelamente, ele<br />

também contribui para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s indústrias locais, tornando-as mais<br />

competitivas e cientes do seu papel.<br />

Palavras-chave: <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong>. Garantia <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Produção <strong>de</strong><br />

medicamentos.<br />

ABSTRACT<br />

The drugs production for public use is supported by four ground pillars: safety, efficacy,<br />

access and quality. The Good Manufacturing Practices (GMP) incorporation warrantees<br />

not only the drug manufacturing process uniformity, but it also expresses the quality<br />

warrantee philosophical principles, which favors, mainly, the costumers. Globally, it has<br />

been observed the GMP improvement over the years, reflecting the responsibility shared<br />

by the State and the Drug Manufacturing hol<strong>de</strong>rs with the population health. In Brazil,<br />

along the last <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>s, the GMP regulation evolution is just a reflex of this commitment.<br />

Therefore, when the Sate requires the adoption of the quality philosophic principles in the<br />

drug manufacturing process through legal sanitary tolls, it makes the State compliant with<br />

the constitutional principles of health population care, that are un<strong>de</strong>r its scope. At the same<br />

1


time, it also contributes to the <strong>de</strong>velopment of the <strong>de</strong>velopment of local industries, making<br />

them more competitive and aware about its duties.<br />

Keywords: Good Manufacturing Practices. Quality warrantee. Drugs production.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

A partir do momento em que a saú<strong>de</strong> passou a ser um <strong>de</strong>ver constitucional, mais do<br />

que institucionalizá-la como um direito do ci<strong>da</strong>dão, a Constituição Fe<strong>de</strong>ral (CF/88)<br />

apresentou um mecanismo pelo qual o Estado garantiria à população brasileira o acesso<br />

aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (PAULUS JÚNIOR e CORDONI JÚNIOR, 2006). Paralelamente,<br />

nascia o embrião do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), o qual foi regulamentado<br />

posteriormente em 1990, por meio <strong>da</strong> Lei 8.080, a qual também <strong>de</strong>finia o seu mo<strong>de</strong>lo<br />

operacional, propondo também a sua forma <strong>de</strong> organização e funcionamento<br />

(POLIGNANO, 2001).<br />

De acordo com esse novo mo<strong>de</strong>lo, o Estado assumiu a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> in<strong>de</strong>legável<br />

<strong>de</strong> preservar os princípios doutrinários do SUS - universali<strong>da</strong><strong>de</strong>, integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

equi<strong>da</strong><strong>de</strong>/igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como a formulação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> medicamentos efetiva<br />

(BRASIL, 1990). Por conseguinte, as seguintes ações passaram a nortear algumas <strong>de</strong>cisões<br />

do SUS: a adoção <strong>de</strong> uma relação contemplando os medicamentos tidos como essenciais, a<br />

evolução <strong>de</strong> uma regulamentação sanitária <strong>de</strong> medicamentos robusta e factível pelo<br />

Sistema Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, a reorientação <strong>da</strong> assistência farmacêutica, a<br />

promoção do uso racional <strong>de</strong> medicamentos, o incentivo à produção <strong>de</strong> medicamentos e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento científico e tecnológico do setor, a garantia <strong>da</strong> segurança, eficácia e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos medicamentos, e por fim, o <strong>de</strong>senvolvimento e capacitação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos.<br />

Isso posto, é indiscutível que um dos reflexos <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ao<br />

longo dos anos foi uma preocupação ca<strong>da</strong> vez mais significativa no que se refere ao fabrico<br />

e comercialização <strong>de</strong> medicamentos e produtos para a saú<strong>de</strong>. Nesse contexto, o<br />

medicamento passou a ser consi<strong>de</strong>rado elemento essencial na prevenção e recuperação <strong>da</strong><br />

saú<strong>de</strong>, sendo, portanto um insumo básico e não mais um simples bem <strong>de</strong> consumo<br />

(TETILLA, 2008). Consequentemente, <strong>de</strong>u-se a criação e aprovação, por meio <strong>da</strong> Portaria<br />

Ministerial nº 3916/98, <strong>da</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Medicamentos (PNM), cuja finali<strong>da</strong><strong>de</strong> era a<br />

<strong>de</strong> garantir a segurança, a eficácia e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos medicamentos, bem como a promoção<br />

do uso racional <strong>de</strong>stes e o acesso <strong>da</strong> população àqueles consi<strong>de</strong>rados como essenciais.<br />

2


Como a garantia ao acesso igualitário a medicamentos era preconiza<strong>da</strong> pelos<br />

princípios do SUS, com a aprovação <strong>da</strong> PNM, o Estado Brasileiro se tornou o maior<br />

comprador <strong>de</strong> remédios do país. Consi<strong>de</strong>rando o cumprimento dos quatro pilares<br />

estabelecidos pela OMS, ele <strong>de</strong>veria garantir que os medicamentos disponibilizados à<br />

população <strong>de</strong>veriam cumprir com quesitos <strong>de</strong> segurança, eficácia, acesso e, principalmente,<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> mecanismos que possibilitassem o controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

medicamentos distribuídos na re<strong>de</strong>. Consequentemente era inevitável que os pressupostos<br />

filosóficos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, alcançados, nesse caso, por meio <strong>da</strong> implementação <strong>de</strong> <strong>Boas</strong><br />

<strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> (<strong>BPF</strong>), passasse a ser um dos norteadores <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> vigilância<br />

sanitária no setor <strong>de</strong> medicamentos em nosso país, sendo este incorporado à sua<br />

regulamentação como condição necessária para a comercialização <strong>de</strong> produtos.<br />

Infere-se assim que, no Brasil, o SUS acabou sendo uma gran<strong>de</strong> turbina propulsora<br />

para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos medicamentos, uma vez que ele instituiu várias políticas<br />

públicas para a garantia <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, criou leis <strong>de</strong> fiscalização e promoveu a vigilância<br />

sanitária pelo simples fato <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>r o Estado como o maior comprador <strong>de</strong><br />

medicamentos do país. Portanto, indiretamente este contribuiu para que as empresas<br />

aprimorassem seus processos <strong>de</strong> produção exigindo, acima <strong>de</strong> tudo, a garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos medicamentos distribuídos pelo sistema.<br />

2. Breve Histórico sobre a inserção <strong>da</strong> filosofia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no contexto <strong>da</strong> produção<br />

<strong>de</strong> medicamentos<br />

2.1. Reforma Sanitária e <strong>de</strong>finição do papel do Estado no que se refere à criação <strong>de</strong><br />

políticas públicas na área <strong>de</strong> medicamentos.<br />

No Brasil, entre os anos <strong>de</strong> 1985 a 1988, importantes modificações foram<br />

introduzi<strong>da</strong>s nas políticas econômicas e sociais brasileiras. Foi neste período que se<br />

consolidou a chama<strong>da</strong> Nova República, confirma<strong>da</strong> através <strong>da</strong> promulgação <strong>da</strong> CF, em<br />

1988. A partir <strong>de</strong> então, um novo paradigma norteou as ações sócio-econômicas, sendo<br />

este consoli<strong>da</strong>do pelos compromissos governamentais com o crescimento do país.<br />

No âmbito social, os movimentos sociais organizados ganharam força e começaram<br />

a ter maior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos conselhos <strong>de</strong> gestão nacional em diversas áreas, tais<br />

como saú<strong>de</strong>, previdência, educação e trabalho. Reformas dos sistemas tributário, financeiro<br />

e administrativo, reformas na área social (educação, previdência social, habitação,<br />

3


assistência social, alimentação e nutrição) e a Reforma Sanitária foram coloca<strong>da</strong>s em<br />

pauta, sendo amplamente discuti<strong>da</strong>s durante o período <strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Nova República.<br />

Nesse cenário <strong>de</strong> intensas mu<strong>da</strong>nças, a Reforma Sanitária Brasileira po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> mais do que apenas uma reforma setorial. Ela po<strong>de</strong> ser entendi<strong>da</strong> como uma<br />

ferramenta <strong>de</strong>mocrática para o resgate <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia no país, se situando como um projeto<br />

específico que, aliado à outros econômicos-sociais <strong>de</strong> caráter reformador, constituiu uma<br />

trajetória maior no âmbito <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>. De acordo com Gallo e colaboradores (1998) ela<br />

consubstanciou “projetos parciais” que gravitavam em torno <strong>da</strong> unificação do Sistema <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e sua hierarquização, <strong>de</strong>scentralização para estados e municípios, com uni<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

Política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; universalização do atendimento e equalização do acesso com extensão<br />

<strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> serviços; participação <strong>da</strong> população através <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s representativas na<br />

formulação, gestão, execução e avaliação <strong>da</strong>s políticas e ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (controle social) e<br />

a racionalização e otimização dos recursos setoriais com financiamento do Estado através<br />

<strong>de</strong> um Fundo Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em nível fe<strong>de</strong>ral.<br />

Nesse contexto, a VIII Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CNS), realiza<strong>da</strong> em março<br />

<strong>de</strong> 1986, consolidou a idéia <strong>de</strong> se colocar saú<strong>de</strong> como um direito, contrapondo a triste<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 on<strong>de</strong> havia uma notória exclusão <strong>da</strong> maior parte dos ci<strong>da</strong>dãos no<br />

que se refere ao direito à saú<strong>de</strong>. (GALLO et al, 1998). Como afirmado por Pepe e<br />

colaboradores (2009), a VIII CNS ampliou o conceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, re<strong>de</strong>finindo-o não somente<br />

como o resultado <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> alimentação, habitação, educação, trabalho,<br />

lazer e acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas, sobretudo como sendo uma consequência <strong>da</strong><br />

forma <strong>de</strong> organização <strong>da</strong> produção na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s nela existentes.<br />

Resgantando o conceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> plena e as estratégias para alcançá-la, concebe-se<br />

o uso racional <strong>de</strong> medicamentos como uma <strong>de</strong>las. Justifica-se, assim, a mobilização <strong>de</strong><br />

recursos e esforços do Estado para garantí-lo por meio <strong>de</strong> políticas públicas. Hunt e Khosla<br />

(2008) reforçam tal proposição e afirmam que o Estado não <strong>de</strong>ve disponibilizá-los à<br />

população por meio <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s que garantam a sua produção.<br />

Justifica-se a razão pela qual, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, as instâncias gestoras e <strong>de</strong> controle<br />

social do país passaram a avaliar e regulamentar a ampliação do acesso aos medicamentos<br />

no Brasil. Da<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criação e instituição <strong>de</strong> políticas públicas que<br />

esclarecessem e regulassem o acesso a medicamentos, observa-se, em 1998, a consoli<strong>da</strong>ção<br />

<strong>da</strong> PNM e <strong>da</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Assistência Farmacêutica (PNAF).<br />

4


As priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s e diretrizes <strong>de</strong>ssas políticas se estruturam em torno <strong>da</strong> assistência<br />

farmacêutica básica aplica<strong>da</strong> às práticas do SUS, principalmente no que concerne as<br />

esferas <strong>de</strong> organização e gestão. Somado a esse grupo <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s políticas, encontram-se<br />

os pactos em <strong>de</strong>fesa do SUS, dos quais se <strong>de</strong>staca o Pacto <strong>de</strong> Gestão, o qual <strong>de</strong>fine como<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos três gestores do SUS a aquisição <strong>de</strong> medicamentos e insumos e a<br />

organização <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> assistência farmacêutica necessárias, <strong>de</strong> acordo com a<br />

organização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (PEPE et. al., 2009), sendo financiamento <strong>da</strong><br />

Assistência Farmacêutica, foi regulamentado pela Portaria MS 204/2007 e este abrange um<br />

componente básico, estratégico e um <strong>de</strong> assistência excepcional (BRASIL, 2007).<br />

Atualmente, ela abrange o componente básico, o componente especializado, o componente<br />

estratégico e o Programa Farmácia Popular (BRASIL, 2011).<br />

2.2. Escân<strong>da</strong>los históricos relacionados à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos.<br />

Ao longo <strong>da</strong> história, novas <strong>de</strong>scobertas impulsionaram os caminho do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento em áreas diversas. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> indústria, do comércio e,<br />

consequentemente, os lucros advindos <strong>de</strong> novos produtos impulsionaram essa busca pelo<br />

inovador. E foi a partir <strong>da</strong> aliança entre industrialização e pesquisa que a área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>senvolveu principalmente no que tange à esfera <strong>de</strong> medicamentos.<br />

Não há dúvi<strong>da</strong>s acerca dos benefícios advindos com a produção industrial <strong>de</strong><br />

medicamentos. Contudo, com essa “massificação”, os riscos também se fazem presentes.<br />

Riscos estes não somente associados ao consumo ina<strong>de</strong>quado, mas também relacionados a<br />

uma maior probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> falhas durante o processo <strong>de</strong> produção e/ou <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

E assim, paralelamente à industrialização <strong>de</strong> fármacos, inúmeros escân<strong>da</strong>los envolvendo<br />

erros <strong>de</strong> fabricação e no controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos vieram à tona.<br />

KAWANO e colaboradores (2006) <strong>de</strong>stacam alguns <strong>de</strong>sses erros. O primeiro <strong>de</strong>les<br />

relaciona-se à troca <strong>de</strong> excipientes no elixir <strong>de</strong> sulfanilami<strong>da</strong>, em 1937, o qual ocasionou a<br />

morte <strong>de</strong> 100 crianças nos Estados Unidos. Posteriormente, <strong>de</strong>stacam outro fato ocorrido<br />

no mesmo país, em 1958, que envolveu uma contaminação cruza<strong>da</strong> <strong>de</strong> tabletes vitamínicos<br />

<strong>de</strong> uso pediátrico contaminados com estrógeno, o qual ocasionou o aparecimento <strong>de</strong><br />

caracteres sexuais secundários em crianças. Fato esse observado também em 1962, quando<br />

tabletes pediátricos <strong>de</strong> isoniazi<strong>da</strong> foram contaminados com dietilbestrol.<br />

Os autores também apresentam um surto <strong>de</strong> salmonelose ocorrido em Estocolmo.<br />

Cerca <strong>de</strong> 240 pacientes medicados com comprimidos utilizados para tratar hipertireodismo,<br />

5


foram infectados por dois tipos <strong>de</strong> salmonelas, a S. muenchen e a S. bareilly. Investigações<br />

realiza<strong>da</strong>s indicaram que a fonte <strong>de</strong> contaminação havia sido a matéria-prima utiliza<strong>da</strong> no<br />

fabrico dos comprimidos, a qual continha uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acima do permitido <strong>de</strong><br />

bactérias por grama, sendo a maior parte <strong>de</strong>las <strong>da</strong> flora fecal.<br />

Ain<strong>da</strong> na Europa, os mesmos pesquisadores <strong>de</strong>stacam que no ano <strong>de</strong> 1988, foram<br />

diagnosticados 40 casos <strong>de</strong> conjuntivite hemorrágica <strong>de</strong>correntes do uso <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong><br />

lente <strong>de</strong> contato fabrica<strong>da</strong> em condições ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s. (KAWANO et. al.2006).<br />

No Brasil, assim como em outros países, a história <strong>da</strong> indústria farmacêutica<br />

também apresenta alguns episódios envolvendo produção e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no fabrico <strong>de</strong><br />

produtos. Destacam-se os casos do contraceptivo oral Microvlar ® e do medicamento<br />

Celobar ® , um contraste usado em exames radiológicos, o qual levou a óbito 20 pacientes<br />

em Goiânia (TUBINO e SIMONI, 2007).<br />

2.3. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> total e a produção <strong>de</strong> medicamento.<br />

Segundo Cassiani (2005), cerca <strong>de</strong> 88% dos pacientes que procuram os serviços<br />

profissionais médicos recebem prescrições <strong>de</strong> medicamentos. No Brasil, estes ocupam,<br />

portanto um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Contudo, para que o uso <strong>de</strong><br />

medicamentos seja consi<strong>de</strong>rado uma alternativa efetiva, presume-se que além <strong>da</strong> utilização<br />

orienta<strong>da</strong>, pressupõe-se que eles cumpram com critérios mínimos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O conceito <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> envolve não somente o conjunto <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

características <strong>de</strong> um produto que lhe fornece a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

implícitas e explícitas do seu uso, como <strong>de</strong>scrito por Conte e Durski (2002). MARTINEZ<br />

(2007) amplia tal conceito ao <strong>de</strong>fini-lo como “a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s características <strong>de</strong> uma<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong> que lhe confere a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> satisfazer necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s explícitas e implícitas<br />

dos clientes”, sendo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> total “um estado ótimo <strong>de</strong> eficiência e eficácia na ação <strong>de</strong><br />

todos os elementos que constituem a existência <strong>da</strong> empresa”. E é frente a importância <strong>da</strong><br />

manutenção <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> um programa que a garanta tanto nos produtos, quanto nos<br />

serviços, que as indústrias do ramo farmacêutico sustentam o pilar <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> para zelar<br />

pelos seus nomes e reputações e não apenas ven<strong>de</strong>r medicamentos.<br />

2.4. Histórico <strong>da</strong>s <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> (<strong>BPF</strong>): evolução na legislação<br />

brasileira.<br />

6


Como já foi mencionado anteriormente, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é indispensável na manufatura<br />

<strong>de</strong> produtos relacionados à saú<strong>de</strong>. Consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> por meio <strong>de</strong> uma regulamentação robusta,<br />

ela estabelece um padrão que oferece segurança aos consumidores finais.<br />

O marco referencial para a implementação <strong>de</strong> padrões a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

medicamentos e produtos para a saú<strong>de</strong> foram os acordos estabelecidos pela Organização<br />

Mundial do Comércio (OMC). Ao <strong>de</strong>terminar que os países membros <strong>de</strong>vessem<br />

implementar sistemas <strong>de</strong> controle que assegurassem a segurança e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os<br />

produtos <strong>de</strong>stinados à exportação, a OMC contribui para o surgimento e estabelecimento<br />

<strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> (SANTICH et. al. 1994)<br />

Um dos primeiros sinais <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> no mundo ocorreu em 1963,<br />

quando os Estados Unidos publica as suas Good Manufacturing Pratices (GMP). Elas se<br />

consistituiam <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções para a prática <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

foram incorpora<strong>da</strong>s ao arcabouço legal após a sua publicação pelo o FDA, em 1973.<br />

Assim, a partir déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 se observa um <strong>de</strong>senvolvimento e estruturação <strong>da</strong>s<br />

<strong>BPF</strong> em diversos países. Destaca-se como marco histórico a “28ª Assembléia Mundial <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, promovi<strong>da</strong> pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), realiza<strong>da</strong> em maio <strong>de</strong> 1975<br />

(WHA 28.65). Nela foi aprovado o texto ‘Guia <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> para a<br />

Indústria Farmacêutica’ que, posteriormente, em 1992, teve a incorporação do conceito <strong>de</strong><br />

vali<strong>da</strong>ção aos seus princípios gerais.<br />

Baseado nesse “Guia”, a Secretaria <strong>de</strong> Vigilância Sanitária (SVS) adotou as<br />

mesmas recomen<strong>da</strong>ções e editou a Portaria nº 16/SVS/MS, em 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1995 (DOU<br />

<strong>de</strong> 9/3/1995). Em seu escopo, era apresenta<strong>da</strong> uma versão nacional <strong>de</strong> <strong>BPF</strong> para as<br />

indústrias farmacêuticas locais, sendo essa, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> o marco regulatório <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> no<br />

Brasil.<br />

Em 1997, mais três Portarias relaciona<strong>da</strong>s ao tema foram publica<strong>da</strong>s. A saber:<br />

• Portaria Fe<strong>de</strong>ral 348/97, que trata <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> e Controle para produtos <strong>de</strong> higiene<br />

pessoal, cosméticos e perfumes.<br />

• Portaria SVS/MS 327/97, que trata <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> e Controle para estabelecimentos<br />

produtores <strong>de</strong> saneantes domissanitários.<br />

• Portaria SVS/MS 326/97, que trata <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> para estabelecimentos produtores e<br />

industrializadores <strong>de</strong> alimentos.<br />

Posteriormente, em 1999, a criação <strong>da</strong> ANVISA impulsionou uma nova dinâmica<br />

para saú<strong>de</strong> no Brasil uma vez que essa autarquia começou a regular e fiscalizar todos os<br />

7


setores diretamente relacionados à saú<strong>de</strong> no país, especialmente as indústrias farmacêuticas<br />

e se seus processos.<br />

A idéia era colocar as indústrias locais em consonância com o ambiente regulatório<br />

mundial, atribuindo-lhes a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus produtos e<br />

cumprimento <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> por meio <strong>da</strong> criação e execução <strong>de</strong> regulamentações, bem como<br />

através <strong>da</strong> prática constante <strong>da</strong> fiscalização alia<strong>da</strong> ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia que a mesma tem.<br />

Sendo assim, a publicação <strong>da</strong> RDC nº 134/2001 apresentou ao setor regulado o<br />

Regulamento Técnico <strong>da</strong>s <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> para a <strong>Fabricação</strong> <strong>de</strong> Medicamento, o qual<br />

incorporava os princípios contidos no documento <strong>da</strong> OMS, revisto em 1992 e <strong>de</strong>terminava<br />

o cumprimento <strong>da</strong>s suas diretrizes a todos os fabricantes <strong>de</strong> medicamentos<br />

comercializados/distribuídos no Brasil. (BRASIL, 2001).<br />

Posteriormente, em 2003, foi publica<strong>da</strong> a RDC 210. Esta, além <strong>de</strong> aprovar e<br />

atualizar as <strong>BPF</strong>, apresentou a Classificação e os Critérios <strong>de</strong> Avaliação dos itens<br />

constantes do “Roteiro <strong>de</strong> Inspeção para Empresas Fabricantes <strong>de</strong> Medicamentos”, com<br />

base no risco potencial <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e segurança inerentes aos processos produtivos <strong>de</strong><br />

medicamento. Ou seja, <strong>de</strong>terminou em seu Guia as exigências mínimas para vali<strong>da</strong>ção <strong>de</strong><br />

processos, procedimentos <strong>de</strong> limpeza, metodologia analítica e qualificação <strong>de</strong><br />

fornecedores.<br />

Nos anos subsequentes, outras Resoluções complementares foram publica<strong>da</strong>s.<br />

Destaca-se aqui: a RDC 249/2005, que dispõe sobre o Regulamento Técnico <strong>da</strong>s <strong>Boas</strong><br />

<strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> <strong>de</strong> Produtos Intermediários e Insumos Farmacêuticos Ativos; a<br />

RDC 204/2006, que dispõe sobre o Regulamento Técnico <strong>de</strong> <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> Distribuição<br />

e Fracionamento <strong>de</strong> Insumos Farmacêuticos, e a RDC 67/2007, que dispõe acerca <strong>da</strong>s <strong>Boas</strong><br />

<strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> Manipulação <strong>de</strong> Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em<br />

farmácias.<br />

Atualmente, a legislação vigente é a RDC nº 17/ 2010, que além <strong>de</strong> ter incorporado<br />

em sua abrangência os medicamentos <strong>de</strong>stinados a ensaios clínicos, alterou e agregou<br />

outros temas ao texto <strong>da</strong> RDC 210/03, a começar pelo objetivo.<br />

Pela nova norma, o cumprimento <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> é padronizado <strong>de</strong> uma maneira mais<br />

completa e se encontra no escopo instituído pelo MERCOSUL Ressalta-se também que,<br />

em relação às <strong>de</strong>finições, a norma incluiu algumas e excluiu outras, além <strong>de</strong> estar<br />

estrutura<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma maneira muito mais objetiva, sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r previamente <strong>de</strong> um<br />

glossário, como ocorria na RDC 210/03.<br />

8


A RDC 17/10, apesar do rigor sanitário, mostra-se mais flexível ao fabricante, no<br />

que se refere ao controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> processos e métodos. Ela permite ao fabricante a<br />

adoção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s alternativas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam por ele vali<strong>da</strong><strong>da</strong>s e assegurem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do medicamento. Essa alteração é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> vantajosa, visto que permite o<br />

acompanhamento do controle <strong>de</strong> processos consi<strong>de</strong>rando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avanços<br />

tecnológicos no setor e o atendimento a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> medicamentos<br />

específicos. Como exemplo, po<strong>de</strong>-se citar as <strong>de</strong>terminações previstas no controle do<br />

fabrico <strong>de</strong> substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.<br />

No que se refere à Garantia <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Assegura<strong>da</strong> na <strong>Fabricação</strong> <strong>de</strong><br />

Medicamentos, a RDC 17/10 endossa o que foi publicado na RDC 210/03 e contempla<br />

mais três requisitos, dispostos no art. 11. São eles: o relato, a investigação e o registro dos<br />

<strong>de</strong>svios; a implementação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças e a condução <strong>de</strong><br />

avaliações regulares <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos, com o objetivo <strong>de</strong> verificar a<br />

consistência do processo e assegurar sua melhoria contínua. A abor<strong>da</strong>gem feita pela RDC<br />

210/03 para os tópicos <strong>de</strong> Qualificação e Vali<strong>da</strong>ção foi atualiza<strong>da</strong> pela permissão do uso <strong>de</strong><br />

sistemas computadorizados.<br />

A nova RDC <strong>de</strong>fine ain<strong>da</strong>, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> análise prévia <strong>da</strong> legislação vigente,<br />

quando o recolhimento <strong>de</strong> produtos com <strong>de</strong>svio estiver em pauta, enquanto a RDC 210/03<br />

não apontava tal obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Relativo às auto-inspeções, a RDC 17/10 incluiu mais itens obrigatórios para a<br />

realização <strong>de</strong> auto-inspeções, a saber: vestiários, armazenamento <strong>de</strong> produtos<br />

intermediários, bem como institui sistemas computadorizados relativos às <strong>BPF</strong> e ao<br />

transporte <strong>de</strong> medicamentos intermediários. Destaca-se que ao invés <strong>de</strong> utilizar o termo<br />

“<strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> resíduos”, previsto na RDC 210/03, ela apresenta “gerenciamento <strong>de</strong><br />

resíduos”.<br />

As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s pelo pessoal chave, dispostas na antiga RDC foram<br />

acresci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> mais algumas, são elas: controles em processo e o estabelecimento e<br />

monitoramento <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> higiene. Contudo, enquanto a RDC 210/03 não especifica<br />

os campos <strong>de</strong> conhecimento exigidos e necessários para a execução <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

produção exerci<strong>da</strong>s pelo “Pessoal Chave”, a RDC 17/10 os <strong>de</strong>fine <strong>de</strong> forma mais completa.<br />

A atual regulamentação também inova ao discorrer acerca dos equipamentos<br />

utilizados nos processos <strong>de</strong> produção, inclusive em relação à limpeza e diminuição <strong>da</strong>s<br />

contaminações cruza<strong>da</strong>s e microbianas durante a produção.<br />

9


Os ensaios necessários para matérias-primas e materiais <strong>de</strong> embalagem também<br />

sofreram alterações, <strong>de</strong>stacando-se nesse caso, o art. 300° que exclui a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />

produtos po<strong>de</strong>rem ser reprocessados. Em contraparti<strong>da</strong>, a nova Resolução não exige que os<br />

livros <strong>de</strong> registro diários sejam mantidos ao lado dos principais equipamentos, como era<br />

exigido na anterior.<br />

Destaca-se também a ampliação do conceito <strong>de</strong> materiais, <strong>de</strong>finido pelo art. 153, o<br />

qual inclui gases, materiais auxiliares ao processo e os materiais <strong>de</strong> rotulagem, além <strong>de</strong><br />

outros não contemplados na RDC 210/10.<br />

Outra mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> impacto sanitário refere-se aos procedimentos realizados<br />

com produtos recolhidos do mercado. Segundo a RDC 210/03, estes <strong>de</strong>veriam ser<br />

i<strong>de</strong>ntificados e armazenados separa<strong>da</strong>mente em área segura até que se <strong>de</strong>finisse o seu<br />

<strong>de</strong>stino. No entanto, a RDC 17/10 <strong>de</strong>termina a sua <strong>de</strong>struição imediata, salvaguar<strong>da</strong>ndo<br />

aqueles que com possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> “correção”, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este procedimento não<br />

comprometa a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> final do produto.<br />

Observa-se que a RDC 210/03 não discorria sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong> um Procedimento Operacional Padrão (POP) específico para assegurar<br />

a rastreabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lotes. Contudo a RDC 17/10 o torna obrigatório, possibilitando a<br />

rastreabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em to<strong>da</strong>s as etapas <strong>de</strong> produção.<br />

No que tange a esfera <strong>da</strong>s <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a RDC 17/10<br />

prevê a garantia <strong>de</strong> rotulagem correta dos reagentes padrões e outras matérias <strong>de</strong> sua<br />

utilização, estando estas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com procedimentos escritos. A RDC<br />

210/03 previa o mesmo, só que restringia tal procedimento apenas aos recipientes <strong>de</strong><br />

materiais e produtos. Nesse mesmo tema, <strong>de</strong>ixou-se <strong>de</strong> exigir o disposto no item 3.4 <strong>da</strong><br />

RDC 210/03 e acrescentou o art. 292, que prevê a investigação <strong>de</strong> materiais ou produtos<br />

que apresentam resultados fora <strong>da</strong>s especificações durante o controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O Título III – Produtos Estéreis – <strong>da</strong> RDC 17/10 altera o antigo texto,<br />

acrescentando algumas exigências e excluindo outras. O novo texto abor<strong>da</strong> com maior<br />

<strong>de</strong>talhamento as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s envolvi<strong>da</strong>s na produção e no controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos<br />

estéreis, tais como: sanitização, boas práticas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, fabrico <strong>de</strong><br />

preparações estéreis, preparação asséptica (extensa alteração), produtos esterilizados<br />

terminalmente, a produção (o item 17.10.6 <strong>da</strong> antiga Resolução não é mais exigido) e, por<br />

fim, os diversos tipos <strong>de</strong> esterilizações (por calor, por calor seco, gases e fumigantes, etc.).<br />

Entre as mu<strong>da</strong>nças, <strong>de</strong>staca-se a Esterilização, não apenas pela função que po<strong>de</strong> assegurar<br />

10


a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e evitar maiores <strong>da</strong>nos à saú<strong>de</strong>, mas por tornar-se mais completa e restritiva,<br />

aumentando a segurança ofereci<strong>da</strong>. Segundo o art. 352, por exemplo, passa a ser exigido o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> meios com os quais é feita a esterilização, sendo que estes <strong>de</strong>vem ter<br />

eficácia e a<strong>de</strong>quabili<strong>da</strong><strong>de</strong> comprova<strong>da</strong>s. Instalações, Equipamentos, Finalização <strong>de</strong> Etapas<br />

<strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> e Tecnologia <strong>de</strong> Isoladores são os novos itens incluídos na RDC 17/10.<br />

Aos produtos biológicos acrescentaram-se dois tipos <strong>de</strong> produtos: os alergênicos e<br />

os produtos <strong>de</strong> fermentação (incluindo produtos <strong>de</strong>rivados do DNA), excluindo-se a<br />

<strong>de</strong>nominação prévia feita aos produtos <strong>de</strong> biotecnologia.<br />

Mantendo um rigor sanitário a<strong>de</strong>quado, a RDC 17/10 <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> prever um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> exigências publica<strong>da</strong>s na RDC 210/03, simplificando-as. Contudo, exigências<br />

adicionais foram incluí<strong>da</strong>s, como por exemplo, a exigência <strong>da</strong> imunização por vacinas<br />

específicas e o controle <strong>de</strong> doenças infecto-contagiosas ao pessoal envolvido direta ou<br />

indiretamente na manutenção e controle <strong>de</strong> biotérios, os quais anteriormente eram exigidos<br />

apenas para o pessoal envolvido na produção. Outra exigência incluí<strong>da</strong> foi a <strong>de</strong>terminação<br />

<strong>de</strong> que o ar <strong>da</strong>s áreas contamina<strong>da</strong>s com microorganismos patógenos não <strong>de</strong>veria ser<br />

recirculado.<br />

Inclui-se ain<strong>da</strong> no escopo <strong>da</strong> RDC 17/10 três novos itens até então carentes <strong>de</strong> uma<br />

regulamentação consistente. A saber: Água para Uso Farmacêutico (Título VI), Sistemas<br />

<strong>de</strong> Informação Computadorizados (Título VII) e <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> <strong>de</strong><br />

Medicamentos Fitoterápicos (Título VIII).<br />

Em suma, as mu<strong>da</strong>nças na regulamentação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> trazi<strong>da</strong>s pela publicação <strong>da</strong><br />

RDC 17/10 foram substanciais, uma vez que ela é muito mais abrangente, completa,<br />

dinâmica e, apesar <strong>da</strong> extensão, mais simples. A forma como a referi<strong>da</strong> norma foi<br />

estrutura<strong>da</strong> facilita o entendimento do leitor, minimizando erros <strong>de</strong> interpretação.<br />

2.5. Impacto na implementação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> no mercado nacional.<br />

A busca pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos medicamentos comercializados no mercado nacional,<br />

incentiva<strong>da</strong> pelo governo brasileiro, otimizou a evolução <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong>. A inclusão <strong>da</strong> filosofia<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> foi <strong>de</strong> extrema importância para que garantisse à população acesso a<br />

medicamentos “confiáveis”. Dessa forma, a implementação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma<br />

ferramenta importante para que os medicamentos distribuídos pelo SUS cumpram os<br />

requerimentos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, segurança e eficácia preconizados pela OMS.<br />

11


No Brasil, a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> que houvesse uma tentativa <strong>de</strong> padronização no<br />

processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> medicamentos, mesmo que estes fossem produzidos por<br />

diferentes empresas, o que contribui para uma competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> “mais justa” entre as<br />

diversas empresas do setor. Consi<strong>de</strong>rando que em termos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, os produtos<br />

nacionais ou multinacionais, passaram a ser equivalentes era possível vislumbrar uma<br />

que<strong>da</strong> nos preços praticados, beneficiando assim o consumidor.<br />

Nesse contexto, cabe citar o processo <strong>de</strong> globalização como um fator contribuinte<br />

para a adoção e implementação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> pelas indústrias locais. É indiscutível que a<br />

participação <strong>da</strong>s multinacionais no mercado brasileiro impulsionou a competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> medicamentos por meio <strong>de</strong> processos mais rigorosos e que,<br />

consequentemente fossem dotados <strong>de</strong> mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e menos riscos à saú<strong>de</strong>. Tal fato, por<br />

sua vez, impactou no comércio exterior, uma vez que as <strong>BPF</strong> e a adoção <strong>de</strong> certificados <strong>de</strong><br />

conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> servem <strong>de</strong> padrão para membros <strong>de</strong> um bloco econômico avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos produtos relacionados à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> outro membro (FARIAS FILHO et. al., 1999).<br />

Também é inquestionável que a implementação obrigatória <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> impulsionou as<br />

indústrias locais a investirem em tecnologia relaciona<strong>da</strong> ao controle <strong>de</strong> processos, os quais<br />

<strong>de</strong>veriam, por sua vez, assegurar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus medicamentos. O reflexo <strong>de</strong> tal<br />

mu<strong>da</strong>nça foi a implementação <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> auto-inspeção (inspeção voluntária), nas quais<br />

as próprias indústrias criaram as gerências <strong>de</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> Total/Garantia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

responsáveis pela auto-avaliação e a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> todos os setores às regulamentações<br />

vigentes. (FARIAS FILHO et. al., 1999).<br />

Portanto, a concretização <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> no mercado brasileiro permitiu não somente a<br />

padronização <strong>da</strong> produção <strong>de</strong> medicamentos, mas, indubitavelmente proporcionou um<br />

aumento na segurança <strong>de</strong> seu fabrico, minimizou os erros comumente observados durante<br />

algumas etapas <strong>da</strong> produção, reduziu o <strong>de</strong>sperdício e acirrou a competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os<br />

fabricantes, o que consequentemente, influenciou na que<strong>da</strong> <strong>de</strong> preços (FARIAS FILHO et.<br />

al., 1999).<br />

Por conseguinte, um dos impactos mais relevantes <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> foi o<br />

crescimento substancial na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do medicamento que chega às mãos do consumidor.<br />

Ou seja, indiretamente, o real impacto encontra-se na melhoria <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população<br />

brasileira.<br />

3. Conclusão.<br />

12


A importância <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s <strong>BPF</strong> e os seus benefícios são perceptíveis no<br />

cotidiano <strong>da</strong>queles que li<strong>da</strong>m e/ou <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> medicamentos. Os benefícios <strong>de</strong>correntes<br />

<strong>da</strong> sua implementação e consoli<strong>da</strong>ção se refletem na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

medicamentos disponibilizados no mercado, o que contribui significativamente para o<br />

sucesso terapêutico <strong>de</strong>terminado pelos programas governamentais, tais como o Farmácia<br />

Popular.<br />

Por outro lado, os produtores <strong>de</strong> medicamentos se beneficiam não somente pela<br />

simples satisfação do consumidor. Os gastos inicialmente alocados para a implementação e<br />

controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus produtos também se diluem no retorno proveniente <strong>da</strong><br />

redução do <strong>de</strong>sperdício durante o fabrico <strong>de</strong> medicamentos.<br />

Por fim, os órgãos governamentais, ao mo<strong>de</strong>rnizarem as suas ferramentas<br />

regulatórias, consoli<strong>da</strong>m a sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> com a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> população.<br />

Portanto, o zelo pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nunca se tornará algo que possa se exce<strong>de</strong>r ou ser<br />

consi<strong>de</strong>rado fatídico. Pelo contrário. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> na produção <strong>de</strong> medicamentos po<strong>de</strong> se<br />

tornar um diferencial e promover empresas e pessoas, levando-as a um patamar mais<br />

elevado. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> gera satisfação, e satisfação gera bem-estar social.<br />

4. Referências Bibliográficas.<br />

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proteção e recuperação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, a organização e o funcionamento dos serviços<br />

correspon<strong>de</strong>ntes e dá outras providências.<br />

BRASIL, Política Nacional <strong>de</strong> Medicamentos, Portaria nº 3916/GM em 30 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />

1998.<br />

BRASIL, Portaria SVS/MS nº 16, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1995. Determina a todos os<br />

estabelecimentos produtores <strong>de</strong> medicamentos, o cumprimento <strong>da</strong>s diretrizes estabeleci<strong>da</strong>s<br />

13


pelo "GUIA DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA INDÚSTRIAS<br />

FARMACÊUTICAS".<br />

BRASIL, Portaria nº 184 <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2011. Dispõe sobre o programa<br />

Farmácia Popular do Brasil.<br />

BRASIL, Portaria nº 204/GM <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2007. Regulamenta o financiamento e<br />

a transferência dos recursos fe<strong>de</strong>rais para as ações e serviços <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, na forma <strong>de</strong> blocos<br />

<strong>de</strong> financiamento, com o respectivo monitoramento e controle.<br />

BRASIL, RDC 17 <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2010. Dispõe sobre <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> <strong>de</strong><br />

Medicamentos.<br />

BRASIL, RDC 134 <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2001. Dispõe sobre <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong> <strong>de</strong><br />

Medicamentos. (revoga<strong>da</strong>)<br />

BRASIL, RDC 210 <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2003. Dispõe sobre <strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>de</strong> <strong>Fabricação</strong><br />

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