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O mercúrio e suas consequências para a saúde

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS FORENSES<br />

O <strong>mercúrio</strong> e <strong>suas</strong> <strong>consequências</strong> <strong>para</strong> a <strong>saúde</strong><br />

Luciana Cristina A. da Costa (1) ; Daniela Buosi Rohlfs (2)<br />

(1) Autora. Graduada em Ciências Biológicas - Faculdade da Terra de Brasília. luciana.lucrist@gmail.com<br />

(2) Orientadora. Mestre em Ciências Florestais - Universidade de Brasília – UnB; Engenheira Florestal -<br />

Universidade de Brasília – UnB. Atuando como Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde Ambiental do<br />

Ministério da Saúde. danielabuosi@gmail.com<br />

Resumo<br />

Uma das agressões à biologia humana que desafia a relação <strong>saúde</strong>-doença no âmbito coletivo do<br />

mundo do trabalho é constituída pela contaminação do <strong>mercúrio</strong> metálico em nosso meio. Ela se dá<br />

através da aspiração dos vapores, ingestão de pequenas quantidades ou mesmo pelo contato dérmico.<br />

O <strong>mercúrio</strong> causa risco as populações através da via respiratória, como nos garimpos, ou alimentar,<br />

como no pescado, que por ser a principal fonte de proteínas das comunidades ribeirinhas, transformou-<br />

se no principal veículo <strong>para</strong> o aumento do risco da exposição ao metil<strong>mercúrio</strong> nestas populações<br />

humanas.<br />

Palavras chaves: <strong>mercúrio</strong>, contaminação, <strong>saúde</strong> humana, garimpos.<br />

Abstract<br />

One of the assaults on human biology that challenges the relationship between health and disease<br />

within the collective world of work consists of metallic mercury contamination in our environment. It<br />

is through aspiration of fumes, ingestion of small quantities or by skin contact.<br />

Mercury causes risk populations through the respiratory route, such as in mines, or food, as in fish,<br />

which may be the main source of protein of coastal communities, has become the main vehicle for the<br />

increased risk of exposure to methylmercury in these human populations.<br />

Key words: mercury, pollution, health, mining.


1 INTRODUÇÃO<br />

O <strong>mercúrio</strong> (Hg) é um metal líquido pesado brancoprateado, inodoro e de fácil<br />

volatilização. Na natureza é encontrado em três formas: <strong>mercúrio</strong> metálico, sais inorgânicos<br />

de <strong>mercúrio</strong> e <strong>mercúrio</strong> orgânico, que se diferem pelos aspectos toxicológicos de absorção,<br />

transporte e excreção (do metal) e pelo quadro clínico do paciente (LIMA et al., 2009).<br />

A denominação <strong>mercúrio</strong> decorre de uma homenagem ao planeta Mercúrio que<br />

conforme a mitologia romana é o mensageiro dos deuses, também o deus dos mercadores,<br />

filho de Júpiter e Maia, correspondente ao deus grego Hermes. Os romanos o chamaram de<br />

hidrargiro (AZEVEDO, 2003), derivado do termo Hydrargyrum em latin, que significa prata<br />

liquida (hidro = elemento de composição que indica água e árgyros = prata) e originou a sigla<br />

Hg0 na tabela periódica dos elementos químicos (FARIA, 2003).<br />

A expressão “metal pesado” é comumente utilizada <strong>para</strong> designar metais<br />

classificados como poluentes, englobando um grupo muito heterogêneo de metais, semi-<br />

metais e mesmo não metais como o selênio. O <strong>mercúrio</strong> é um dos elementos com maior<br />

frequência na lista de metais pesados (CETESB, 2001)<br />

Considerado não essencial, ou seja, não é um componente normal dos tecidos de<br />

organismos vivos, sua concentração é muito variável de um organismo <strong>para</strong> outro, sua<br />

ausência não causa nenhuma anormalidade conhecida e não participa de nenhuma atividade<br />

indispensável ao pleno funcionamento orgânico. Sua presença é, por outro lado, considerada<br />

danosa aos fenômenos químicos que suportam a vida (JOSINO et al., 1997).<br />

Para Farias (2006) o <strong>mercúrio</strong> é considerado um dos metais mais perigosos no que<br />

diz respeito à contaminação ambiental e a <strong>saúde</strong> humana. Em 1953, a doença de Minamata foi<br />

reconhecida como uma doença neurológica, e que chamou atenção do mundo todo <strong>para</strong> o<br />

problema da intoxicação por metais tóxicos.<br />

Na forma de minério o <strong>mercúrio</strong> se apresenta principalmente como sulfeto de<br />

<strong>mercúrio</strong> conhecido também por cinabar. É encontrado naturalmente na atmosfera e na água,<br />

no entanto seu teor sofre influência de fontes contaminantes (OLIVARES, 2003).<br />

O <strong>mercúrio</strong>, apesar de conhecido como substância altamente tóxica, apresenta ampla<br />

aplicação nas áreas de garimpagem <strong>para</strong> extração de ouro e no setor industrial. E o <strong>mercúrio</strong><br />

inorgânico depositado nos rios e mares como resultado de processos industriais ou mesmo<br />

como parte de seu ciclo natural, após a biotransformação em metilmercurio, ingressa na


cadeia alimentar atingindo o ser humano através da alimentação de peixes. Trata-se, portanto,<br />

de uma questão ambiental e de <strong>saúde</strong> publica (ZACHI, 2005).<br />

As mais importantes formas de contaminação pelo metal podem ser consideradas: i)<br />

contato dérmico acidental com líquido ou sais empregados na manipulação de componentes<br />

eletrônicos; ii) inalação do vapor, por exemplo, em exposição ocupacional; e iii) pela ingestão<br />

alimentar, destacadamente a dieta piscívora (VECCHIO, 2005).<br />

O mercurialismo crônico ou ocupacional ou hidrargirismo (FARIA, 2003)<br />

corresponde a intoxicação pelo metal (RODRIGUEZ & RODRIGUEZ, 1982) e caracteriza-se<br />

por um conjunto de sintomas apresentados pelo individuo após período de inalação dos<br />

vapores de Hg metálico ou sais (AZEVEDO, 2003).<br />

Desde a antiguidade, se reconhece a ação tóxica na exposição ocupacional. Em<br />

alguns ambientes laborais, os riscos são maiores, como é o caso de hospitais, que utilizam<br />

<strong>mercúrio</strong> elementar em vários equipamentos (JUNG, 2004).<br />

O Brasil não produz <strong>mercúrio</strong>, importando a totalidade de seu consumo. As<br />

importações de <strong>mercúrio</strong> foram significativas desde 1972, entorno de 160 toneladas anuais.<br />

Até 1984, o México era o principal fornecedor de <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> o Brasil, suprindo 85% das<br />

necessidades do país. O restante era comprado no Canadá, USA (Estados Unidos) e alguns<br />

países europeus. A partir de 1985, a maior parte do <strong>mercúrio</strong> foi importando de países<br />

europeus, em particular Reino Unido, Holanda e Alemanha (LACERDA, 1996). Entre os anos<br />

de 2003 e 2008, os maiores exportadores de Hg <strong>para</strong> o Brasil foram a Espanha, seguido do<br />

Quirquistão e do Reino Unido.<br />

O <strong>mercúrio</strong> é um dos metais pesados mais estudados, devido seus efeitos na <strong>saúde</strong>,<br />

assim este trabalho visa apresentar as diversas formas de contaminações pelo <strong>mercúrio</strong>, <strong>suas</strong><br />

<strong>consequências</strong> <strong>para</strong> a <strong>saúde</strong>, com o objetivo de contribuir <strong>para</strong> a discussão sobre a eliminação<br />

ou redução da utilização desse composto.<br />

2 METODOLOGIA<br />

O presente trabalho foi realizado por meio de revisão bibliográfica, utilizando artigos<br />

publicados desde a década de 60 até o ano de 2009, pesquisados na base de dados da Bireme,<br />

por meio dos serviços da Medline, Scielo e Lilacs. Também foram acessadas as bibliotecas<br />

virtuais das Universidades Federias de: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e<br />

Rio Grande do Sul, além da Universidade de Campinas. As publicações foram selecionadas<br />

mediante busca com os seguintes descritores: contaminação por <strong>mercúrio</strong>, garimpagem,


ergonomia hospitalar, <strong>mercúrio</strong> elementar, intoxicação por <strong>mercúrio</strong>, exposição ocupacional,<br />

metais pesados, <strong>saúde</strong> ambiental e metilmercurio.<br />

Foram selecionados como fontes artigos nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa,<br />

além da utilização de livros. Os critérios <strong>para</strong> escolha dos artigos e livros envolveram todo<br />

tipo de estudo que se baseasse no tema <strong>mercúrio</strong>.<br />

3 DISCUSSÃO<br />

3.1 Características e aplicações do <strong>mercúrio</strong><br />

O <strong>mercúrio</strong> ocorre naturalmente na crosta terrestre, sendo o cinábrio (HgS) sua forma<br />

mais abundante. Nos diversos compartimentos ambientais pode ser encontrado em três<br />

estados de oxidação (0, +1 e +2), na forma de vários complexos orgânicos e inorgânicos entre<br />

outras espécies, onde o Hgº está amplamente distribuído na atmosfera (~ 95%), o Hg2+ é<br />

predominante em sistemas aquáticos e as formas orgânicas altamente tóxicas <strong>para</strong> os<br />

organismos vivos (HORVAT, 1996).<br />

A concentração de <strong>mercúrio</strong> no meio ambiente, com sua disseminação no solo, água<br />

e atmosfera tem sido motivo de preocupação no mundo. Como exemplo no Japão ocorreu<br />

envenenamento com metil <strong>mercúrio</strong> na Baia de Minamata onde dezenas de pessoas morreram<br />

e centenas adquiriram deficiências físicas permanentes. Outros registros aconteceram no<br />

Iraque quando sementes <strong>para</strong> plantio, tratadas com produtos mercuriais (sais), foram usadas<br />

como alimentos. Já no Brasil, foram relatados casos de contaminação humana na enseada dos<br />

Tainheiros, devido ao lançamento de <strong>mercúrio</strong> por uma indústria de cloro-álcalis (SOARES,<br />

1990).<br />

Uma das mais clássicas divisões dos compostos mercuriais compreende a seguinte<br />

especiação (GUEDES, 2009):<br />

- voláteis: <strong>mercúrio</strong> elementar (Hg0) e dimetil<strong>mercúrio</strong>;<br />

- espécies reativas particuladas ou solúveis em água: Hg2+, HgX2, HgX3-, HgX4<br />

2- (com X = OH-, Cl- ou Br-), HgO em partículas aerossóis e complexos de Hg2+<br />

com ácidos orgânicos;<br />

- espécies não reativas: CH3Hg+, CH3HgCl, CH3HgOH e outros compostos<br />

organomercuriais, Hg(CN)2, HgS e Hg2+ ligados ao enxofre em fragmentos de matéria<br />

húmica.


Mesmo sendo ubíquo no ambiente, o <strong>mercúrio</strong> é tido como uma das principais<br />

substâncias poluentes descritas por agências de proteção ambiental em todo o mundo. A<br />

Agência dos Estados Unidos <strong>para</strong> Substâncias Tóxicas e Registros de Doenças lista o<br />

<strong>mercúrio</strong> como a terceira substância mais tóxica (GUEDES, 2009).<br />

Em condições normais de temperatura e pressão o <strong>mercúrio</strong> metálico se apresenta<br />

como metal líquido, que em contato com o ar altera-se lentamente recobrindo-se de uma<br />

película cinza de óxido mercuroso. A 350°C, oxida-se rapidamente, produzindo o óxido<br />

mercurico (HgO - vermelho). Dissolve facilmente o ouro, a prata, o chumbo e os metais<br />

alcalinos, formando ligas relativamente consistentes (amálgamas). As características físicas<br />

do <strong>mercúrio</strong> podem melhor o descrever, conforme apresentado na tabela 01(RUBEN, 1967).<br />

Tabela 01: Características físicas do <strong>mercúrio</strong><br />

PROPRIEDADE VALOR PROPRIEDADE VALOR<br />

1. Classificação<br />

Periódica<br />

Grupo II B 11. Condutibilidade<br />

Térmica<br />

0,0196<br />

cal/cm2/cm/<br />

2. Número Atômico 80 12. Potencial de<br />

°C/s (20°)<br />

Hg Hg+2 + 2e-<br />

Oxidação<br />

-0,788 V<br />

3. Massa Atômica 200,59 13. No de Valência 1, 2<br />

4. Isótopos Naturais 196, 198, 199, 200, 201, 202, 14. Equivalente<br />

3,7420 g/A.H<br />

204<br />

Eletroquímico<br />

5. Densidade 13,546g/cm3 (20°) 15. Raio Iônico (Hg+2) 1,10 Å<br />

6. Ponto de Fusão -38,87°C 16. Potencial de<br />

Elétron de Valência<br />

26,18<br />

7. Ponto de<br />

356,58°C 17. Elétrons de<br />

6s2<br />

Ebulição<br />

Valência<br />

8. Calor Latente de Fusão 2,8cal/g 18. Forma<br />

Cristalina<br />

Romboédrica<br />

9. Calor Específico 0,03325cal/g/°C<br />

19. Secção Nuclear 360 barns<br />

(20°)<br />

de Choque<br />

10. Potencial de<br />

10,43 eV 20. Pressão de<br />

261,7°C<br />

Ionização<br />

Fonte: Olivares, 2003<br />

Vapor<br />

Existem diversas aplicações <strong>para</strong> o <strong>mercúrio</strong>, como: (i) terapêuticas: Empregado por<br />

<strong>suas</strong> características fungicidas e antibacterianas como medicamentos e conservantes em<br />

soluções nasais, oftálmicas, vacinas, produtos injetáveis, germicidas, diuréticos, e<br />

contraceptivos; (ii) restaurações odontológicas; (iii) pilhas; (iv) termômetros; e (v) germicida<br />

e fungicida em tintas e desinfetantes (PAVASI, 2006).<br />

O <strong>mercúrio</strong> e seus compostos podem também ser utilizados em diferentes processos<br />

industriais como na fabricação de cloro e soda, fabricação de aparelhos elétricos, lâmpadas à


vapor, fungicidas, inseticidas, pigmentos, papel e instrumentos de medição. Em odontologia<br />

ainda são utilizados no preparo de amálgamas. Devido à sua poderosa ação fungicida e<br />

desinfetante foi também muito utilizado na agricultura, particularmente como desinfetante de<br />

sementes. Apesar de sua vasta aplicação, o <strong>mercúrio</strong> no Brasil apresenta seu maior consumo<br />

nos garimpos, que utilizam este na extração do ouro por meio do processo de amalgamação<br />

(OLIVARES, 2003).<br />

Muitos instrumentos utilizados no ambiente hospitalar apresentam <strong>mercúrio</strong><br />

elementar em sua estrutura, um elemento de extrema toxicidade, que oferece riscos tanto aos<br />

profissionais que os manipulam, quanto aos pacientes (JUNG, 2004). A tabela 02 apresenta<br />

alguns equipamentos e usos de <strong>mercúrio</strong> em ambiente hospitalar.<br />

Tabela 02 - Equipamentos e usos de <strong>mercúrio</strong> em ambiente hospitalar<br />

Equipamento Uso<br />

Baterias-Oxido de Mg Detector fetal<br />

Desfibrilador<br />

Alarme de temperatura<br />

Alarme de espirômetro<br />

Analisadores<br />

Termômetros Mensuração de temperatura<br />

Esfignonamômetros Mensuração de tensão arterial<br />

Instrumentos Controladores de temperatura<br />

Relógios<br />

Refrigeradores<br />

Lâmpadas Lâmpadas fluorescentes<br />

Lâmpadas ultravioletas<br />

Fonte: Adaptado de Jung, 2004<br />

No Brasil, as Portarias MS/SNVS/DIMED 10/1980, 10/1980 e ANVISA RE n<br />

528/2001 proíbem a fabricação e a venda dos produtos que contenham em sua fórmula,<br />

isoladas ou associadas substâncias compostas de <strong>mercúrio</strong> em medicamentos (uso<br />

farmoquímico/farmacêutico), exceto em vacinas <strong>para</strong> imunização, onde o timerosal é utilizado<br />

como conservante.<br />

O Timerosal passou a ser adicionado às vacinas na década de 30 <strong>para</strong> proteger o<br />

produto contra contaminação bacteriana. É composto por cerca de 50% de <strong>mercúrio</strong>, e é<br />

metabolizado pelo organismo <strong>para</strong> etil<strong>mercúrio</strong> e tiosalicilato. Embora a toxicidade do<br />

etil<strong>mercúrio</strong> ainda seja desconhecida, sua composição é muito parecida com o do<br />

metil<strong>mercúrio</strong> (AZEVEDO et al., 2003).


Já os compostos organomercuriais foram bastante empregados como diuréticos até<br />

metade deste século, quando passaram a ser substituídos por não-mercuriais de menor<br />

toxicidade (KORLKOVAS et al., 1982).<br />

Muitos compostos organomercuriais foram usados na agricultura como desinfetantes<br />

no tratamento de sementes destinadas ao plantio. Desta forma eram combatidas as<br />

enfermidades dos agentes causadores que se erradicavam no grão, do qual passam <strong>para</strong> a<br />

planta em germinação (ALMEIDA, 1975). No Brasil, o ministério da Agricultura proibiu o<br />

uso de fungicidas alquilmercuriais (metil e etil), pela Portaria MAPA n° 2 de 06 de janeiro de<br />

1975, que foi revogada e substituída pela Portaria MAPA n° 6 de 29 de abril de 1980.<br />

3.2 Toxicidade do <strong>mercúrio</strong><br />

O <strong>mercúrio</strong>, em temperatura ambiente, é encontrado na forma líquida, embora possa,<br />

em contato com o meio, se vaporizar. Variáveis como temperatura, enriquecimento orgânico e<br />

oxigênio dissolvido têm se mostrado aceleradores do processo de metilação do <strong>mercúrio</strong><br />

(VECCHIO, 2005).<br />

O vapor de Hg atmosférico sofre oxidação <strong>para</strong> o íon divalente Hg+², através de<br />

contato com elementos atmosféricos como oxigênio, ozônio e cloro. Quando ionizado, torna-<br />

se mais solúvel e sujeito a deslocar-se da atmosfera, retornando aos meios terrestre e aquático<br />

por precipitação, sendo esta a maior fonte de <strong>mercúrio</strong> depositado no meio ambiente<br />

(VECCHIO, 2005).<br />

O <strong>mercúrio</strong> pode ser encontrado em sua forma elementar (Hgº), iônica (Hg+¹ ou<br />

Hg+²) ou ainda como organometálico (metil ou dimetil<strong>mercúrio</strong>, por exemplo). Estas<br />

diferentes apresentações do <strong>mercúrio</strong> diferem em <strong>suas</strong> propriedades físico-químicas e<br />

principalmente as toxicológicas (OLIVARES, 2003).<br />

A forma orgânica do <strong>mercúrio</strong> é extremamente tóxica, tanto <strong>para</strong> a biota quanto <strong>para</strong><br />

os seres humanos, devido a sua solubilidade lipídica, estabilidade e propriedade iônica que lhe<br />

permite atravessar a membrana plasmática (ATSDR, 1999).<br />

A lipossolubilidade dos compostos organomercuriais facilita a absorção pela pele em<br />

até 100% quando com<strong>para</strong>dos aos compostos inorgânicos (ATSDR, 1999; APOSTOLI et al.,<br />

2006).<br />

Esse elemento possui algumas propriedades físicas, químicas e físico-químicas muito<br />

importantes sob o ponto de vista toxicológico, tais como sua elevada pressão de vapor


(0,00112 mmHg a 20oC), sua habilidade de ultrapassar as biomembranas, <strong>suas</strong> possibilidades<br />

reacionais “in vitro” e “in vivo” (oxidação com a formação de íons mercurosos e/ou<br />

mercúricos; formação de compostos organomercuriais, etc) e a afinidade de seus íons por<br />

grupamentos sulfidrila, comuns em proteínas e enzimas (JOSINO et al., 1997).<br />

O <strong>mercúrio</strong> metálico apresenta absorção digestiva praticamente nula, mas seus<br />

vapores são rapidamente e bem absorvidos por via respiratória e inclusive através da pele<br />

(SCHVARTSMAN, 1979).<br />

O vapor é altamente tóxico e apresenta efeito cumulativo. O rim é tido como órgão<br />

alvo <strong>para</strong> atuação e acumulação do Hg2+ devido à sua alta afinidade com os grupos tióis das<br />

proteínas, peptídicos e aminoácidos, envolvendo uma série de mecanismos intra e extracelular<br />

(GUEDES, 2009).<br />

Devido a tais fatores devem-se considerar as principais fontes de emissão de<br />

<strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> o ambiente com consequente influência no seu ciclo local, regional e global. O<br />

ciclo global compreende a visão integrada dos níveis de <strong>mercúrio</strong> nas diferentes matrizes<br />

ambientais e os fatores biogeoquímicos que contribuem <strong>para</strong> a conversão entre as espécies e o<br />

seu fluxo nos reservatórios, observando uma média global (GUEDES, 2009).<br />

Os ciclos locais e regionais são termos relativos à área na qual a emissão atmosférica<br />

viaja dentro de um ciclo diurno, geralmente 100 e 200 km a partir da fonte, respectivamente<br />

(GUEDES, 2009).<br />

Algumas substâncias estão relacionadas com alterações na toxicocinética do metil<br />

<strong>mercúrio</strong>, entre elas o selênio. De acordo com muitos estudos, o selênio tem um efeito<br />

protetor contra a ação nociva ao organismo provocada pela exposição ao metilmercurio<br />

(SCHULZ, 2009).<br />

Após a ingestão de alguns alimentos contendo selênio na forma de selinito e<br />

selenometionina ocorre absorção de parte deste elemento que, ao alcançar os eritrócitos, é<br />

reduzido a seleneto (Se) na presença de GSH (glutationa) eritrocitário. Em seguida, o seleneto<br />

é transportado no plasma ligado à albumina e ao atingir o fígado passa a integrar os processos<br />

de síntese de selenoproteinas, que são proteínas que contem selênio na forma de<br />

selenocesteína ou selenometionina, como a glutationa, glutationa peroxidase e selenoproteina<br />

P. O excesso de selênio ingerido na dieta seguirá a rota <strong>para</strong> excreção urinaria. Diante da<br />

presença de <strong>mercúrio</strong> no plasma, o Se (2-) formado no eritrócito forma uma forte ligação com<br />

este metal e em seguida este complexo liga-se a Selenoproteina P, alterando a distribuição de


<strong>mercúrio</strong> nos órgãos alvos e especialmente reduzindo sua acumulação nos rins (SUZUKI &<br />

OGRA, 2001).<br />

O etanol, aparentemente pode aumentar a toxicidade do metilmercurio. Deficiências<br />

nutricionais podem alterar de maneira significativa a interpretação de resultados da avaliação<br />

toxicológica em indivíduos expostos ao metilmercurio, seja pela redução da sensibilidade ao<br />

teste, ou pela exacerbação dos efeitos tóxicos, aumentando potencialmente a sensibilidade à<br />

toxicidade do metal. Alguns fatores nutricionais como a deficiência de ferro ou de acido<br />

fólico, que atuam no desenvolvimento neural, possivelmente podem aumentar o impacto da<br />

exposição ao metilmercurio (BAETA et al., 2006).<br />

3.3 Emissões do <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> a atmosfera<br />

O Brasil tem testemunhado uma mudança nas fontes antrópicas de <strong>mercúrio</strong>, levando<br />

a um aumento de sua emissão. Isto ocorre devido a alguns fatores como controle pela<br />

legislação, que se faz apenas <strong>para</strong> fontes pontuais como as empresas de produção de cloro,<br />

que se localizam em regiões industrializadas onde a fiscalização é mais forte. No entanto, a<br />

emissão pela mineração de ouro ocorre principalmente na região da Amazônia (de difícil<br />

monitoramento), onde um controle inadequado poderá resultar em um impacto negativo e<br />

inesperado <strong>para</strong> o meio ambiente (LACERDA et al., 1997).<br />

As emissões naturais de <strong>mercúrio</strong> originam-se a partir de solos e vegetação,<br />

queimadas naturais de florestas, superfície de águas naturais e fontes geológicas como<br />

atividades vulcânicas e terremotos (OLIVARES, 2003).<br />

Segundo Olivares (2003), as concentrações de <strong>mercúrio</strong> em diferentes fontes naturais<br />

apresentam uma grande variação, no entanto é possível destacar os quatro principais<br />

processos que emitem <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> atmosfera: a) evaporação de depósitos geológicos<br />

minerais; b) emissões de atividades vulcânicas; c) fotorredução do <strong>mercúrio</strong> bivalente em<br />

águas naturais e d) formação biológica do dimetil<strong>mercúrio</strong>.<br />

A partir de fontes antrópicas, o <strong>mercúrio</strong> pode ser liberado <strong>para</strong> atmosfera como Hgº<br />

(vapor), Hg+², partículas de Hg e Hgº. O <strong>mercúrio</strong> elementar (Hgº) é considerado a espécie<br />

com maior contribuição <strong>para</strong> a emissão antrópica de <strong>mercúrio</strong> atmosférico (LACERDA,<br />

1997).<br />

Apesar do metil<strong>mercúrio</strong>, a mais relevante espécie tóxica do <strong>mercúrio</strong>, não estar<br />

presente na emissão atmosférica, este pode ser produzido através da atividade bacteriológica<br />

sobre o Hg+² (OLIVARES, 2003).


O amalgama de ouro formado é recuperado do rejeito gravimetricamente. O excesso<br />

de <strong>mercúrio</strong> é recuperado, e o amalgama é então queimado <strong>para</strong> se<strong>para</strong>ção do complexo Au-<br />

Hg. Todo o <strong>mercúrio</strong> presente no amalgama é então vaporizado e liberado na atmosfera.<br />

Cerca de 20% da concentração inicial usado pelo garimpeiro é perdida (MALLAS,<br />

BENEDITO, 1986; PFEIFFER, LACERDA, 1988).<br />

A relação da quantidade de <strong>mercúrio</strong> utilização no processo de amalgamação com o<br />

ouro contido no sedimento é <strong>para</strong> cada quilograma do ouro produzido é gasto (e não<br />

recuperado) 1 Kg de <strong>mercúrio</strong> (LACERDA et al., 1989).<br />

3.4 Contaminação mercurial<br />

Um dos grandes perigos com a população e <strong>para</strong> o ecossistema reside no intensivo<br />

uso de <strong>mercúrio</strong> na extração de ouro (SOARES, 1990).<br />

A contaminação por <strong>mercúrio</strong> no Brasil mostra duas diferentes fontes deslocadas<br />

temporalmente e geograficamente no país. A primeira era originada na indústria de cloro-<br />

soda, responsável pela principal importação de <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> o país e pelas principais<br />

emissões <strong>para</strong> o meio ambiente até a década de 80. Essas emissões localizavam-se<br />

particularmente na região sul-sudeste. A partir da década de 80, o garimpo de ouro, localizado<br />

principalmente na Amazônia, tornou-se o principal comprador de <strong>mercúrio</strong> no Brasil, sendo<br />

responsável pela maior emissão deste poluente <strong>para</strong> o meio ambiente (LACERDA, 1996).<br />

A obtenção de ouro inicia-se com uma pré-concentração do <strong>mercúrio</strong> por processos<br />

gravimétricos. O material pré-concentrado é misturado com <strong>mercúrio</strong>, ocorrendo<br />

amalgamação com as partículas de ouro. O amalgama é aquecido com tochas de gás propano,<br />

com a liberação de <strong>mercúrio</strong> vapor diretamente <strong>para</strong> a atmosfera; o excesso, na forma de<br />

<strong>mercúrio</strong> metálico, é lançado nos cursos d’água indo se depositar nos sedimentos de fundo.<br />

Conforme Soares (1990), o processo de produção do ouro com a utilização de<br />

<strong>mercúrio</strong> relata três formas principais que podem afetar a <strong>saúde</strong> pública: 1) a contaminação<br />

com <strong>mercúrio</strong> vapor, diretamente sobre os trabalhadores dos garimpos, e o ar dos arredores<br />

durante a fase de amalgamação e queima; 2) a poluição das águas e sedimentos com<br />

possibilidade de metilação do <strong>mercúrio</strong> e sua absorção pelos peixes, entrando na cadeia<br />

alimentar da população local, e 3) a contaminação com <strong>mercúrio</strong> vapor nos numerosos pontos<br />

de comercialização do ouro, onde, mais uma vez ele é queimado.<br />

A America Latina, particularmente em algumas localidades da região Amazônica, é<br />

considerada seriamente impactada por <strong>mercúrio</strong> devido à extração de ouro, com milhões de


pessoas diretamente envolvidos na atividade. Por anos, o <strong>mercúrio</strong> usado na mineração de<br />

ouro foi considerado ser o único causador, porém há poucos anos, muitos pesquisadores<br />

acreditam que ambos os processos, naturais e antrópicos, embora operem em diferentes<br />

escalas de tempo, sejam responsáveis por ocasionar problemas á <strong>saúde</strong> humana e ao<br />

ecossistema (FARIAS, 2006).<br />

O Brasil não produz <strong>mercúrio</strong>, importando a totalidade de seu consumo. As<br />

importações de <strong>mercúrio</strong> foram relativamente constantes de 1972 a 1984 em torno de 160<br />

toneladas anuais, quando ocorreu um aumento de cerca de 150%, atingindo 340 toneladas em<br />

1989. Até 1984, o México era o principal fornecedor de <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> o Brasil, suprindo 85%<br />

das necessidades do país. O restante era comprado no Canadá, USA e alguns países europeus.<br />

A partir de 1985, entretanto, a maior parte do <strong>mercúrio</strong> tem sido comprado em países<br />

europeus, em particular UK, Holanda e Alemanha, países que <strong>para</strong>doxalmente também não<br />

mineram <strong>mercúrio</strong> (LACERDA, 1991).<br />

Inicialmente, até 1980 praticamente, a principal fonte de <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> o país, era a<br />

produção de cloro e soda, responsável por mais da metade do consumo total. Neste período, o<br />

consumo industrial representava mais de 80% do total comprado pelo país (LACERDA,<br />

1996).<br />

A partir de 1980 o consumo industrial de <strong>mercúrio</strong> vem caindo substancialmente.<br />

Este fenômeno é resultado direto de uma legislação de controle mais eficiente, que resultou no<br />

banimento do uso de <strong>mercúrio</strong> em certos setores (e.g. como defensivo agrícola), na<br />

substituição de tecnologias (e.g. células de <strong>mercúrio</strong> na indústria de cloro-soda), e no controle<br />

mais eficiente de efluentes industriais. Por exemplo, os fatores de emissão de <strong>mercúrio</strong> da<br />

indústria de cloro-soda era de 125 gHg.t-1Cl em 1972 decrescendo <strong>para</strong> menos que 10gHg.t-<br />

1Cl em 1990. Por outro lado, enquanto em 1976, mais de 90% da produção brasileira de cloro<br />

usava células de <strong>mercúrio</strong>, em 1992 somente 36% da produção utilizava esta tecnologia<br />

(BEZERRA, 1990).<br />

3.5 Intoxicação<br />

Os registros de contatos com o <strong>mercúrio</strong> passam de 3500 anos. Sua existência foi<br />

identificada em tumbas egípcias desde 1500 aC. No século XVIII, agentes anti-sífilis<br />

continham <strong>mercúrio</strong> e entre 1940 e 1950, já se tinha conhecimento dos malefícios do metal,<br />

dentre os quais a acrodinia – manifestações de dor e eritema nas palmas das mãos e solas dos


pés – irritabilidade, insônia, anorexia, diaforese, fotofobia e erupção cutânea (VECCHIO,<br />

2005).<br />

A exposição ambiental, a alimentação marítima e a quantidade de amalgamas<br />

dentarias constituem indicadores dos níveis de <strong>mercúrio</strong> na população geral e são de grande<br />

importância na determinação de limites de exposição que marcam os riscos <strong>para</strong> <strong>saúde</strong> pública<br />

(ZACHI, 2005).<br />

Deve-se distinguir a intoxicação pelos compostos orgânicos, <strong>mercúrio</strong> metálico e<br />

derivados inorgânicos, pois produzem sintomatologias distintas, embora dados da literatura<br />

científica apontem <strong>para</strong> maior semelhança de sintomas entre as exposições aos dois últimos<br />

(AZEVEDO, 2003).<br />

As intoxicações ocupacionais pelo <strong>mercúrio</strong> já foram descritas na idade média,<br />

entretanto ainda hoje, vários processos industriais constituem fontes de exposição ao<br />

trabalhador, principalmente pelos vapores de <strong>mercúrio</strong>. Por ser um líquido extremamente<br />

volátil, a absorção do vapor de <strong>mercúrio</strong> se dá principalmente pela via inalatória, sendo o<br />

cérebro e o rim os locais de maior deposição (LIMA et al., 2009)<br />

Segundo Pavasi (2006), a principal via de absorção do <strong>mercúrio</strong> metálico e<br />

inorgânico é a inalação do vapor, com penetração de 75% da dose inalada através da<br />

membrana alvéolo-capilar.<br />

O <strong>mercúrio</strong> iônico é transportado pelo plasma enquanto o <strong>mercúrio</strong> elementar é<br />

transportado pelas hemácias onde é oxidado a íon mercurico. O mesmo acontece em outros<br />

tecidos, por via catalítica reversível, fixando-se depois às proteínas. O <strong>mercúrio</strong> não oxidado é<br />

capaz de penetrar através das barreiras hematoencefalica e placentária. A acumulação ocorre<br />

no cérebro quando originado de exposição a vapores de <strong>mercúrio</strong> metálico e<br />

organomercuriais. A acumulação ocorre nos rins com cerca de 50% a 90% da carga corpórea<br />

<strong>para</strong> a exposição a sais inorgânicos (PAVASI, 2006).<br />

A velocidade de excreção está associada à espécie e é dose-dependente. A excreção<br />

de <strong>mercúrio</strong> é ainda influenciada pela exposição simultânea a outros metais, uso de<br />

antibióticos do tipo penicilina e ingestão de bebidas alcoólicas na exposição a <strong>mercúrio</strong><br />

metálico a excreção é principalmente urinaria, podendo ocorrer eliminação pulmonar de<br />

vapores de <strong>mercúrio</strong>. A meia vida do <strong>mercúrio</strong> metálico no organismo é de 60 dias. A<br />

excreção do <strong>mercúrio</strong> inorgânico se da totalmente pela via urinaria, com uma meia vida de 30


– 60 dias. Os compostos orgânicos de <strong>mercúrio</strong> são eliminados sobre tudo pelas fezes, com<br />

meia vida de 70 dias (PAVASI, 2006).<br />

A via alimentar é a segunda via por meio da qual o <strong>mercúrio</strong>, já agora em sua forma<br />

orgânica, ingressa no organismo humano, através do consumo de peixe. É uma via de alcance<br />

mais amplo, e envolve as populações ribeirinhas, inclusive as indígenas, cuja principal, e as<br />

vezes única, fonte de proteínas é o pescado, cujo consumo constitui hábito cultural antigo. A<br />

exposição por essa via é alarmante, pois na medida em que se propaga contaminando o meio<br />

ambiente, não pode ser controlada apenas por recomendações de <strong>saúde</strong> individual ou coletiva,<br />

e cuja solução envolve os interesses econômicos de uma atividade produtiva de fiscalização<br />

difícil, como é o processo garimpeiro (SANTOS, 2003).<br />

Os incidentes de envenenamento por <strong>mercúrio</strong> elementar claramente mostram que<br />

existem caminhos pelos quais ele é "quimicamente" introduzido no corpo humano: após<br />

conversão à Hg+², a afinidade do Hg por proteínas favorece seu transporte dentro do sistema<br />

biológico. Uma vez que o íon <strong>mercúrio</strong> é oxidado, sua metilação é prontamente alcançada,<br />

formando complexos orgânicos no sangue; neste contexto, apresenta ligação em importantes<br />

tecidos do corpo, causando danos irreparáveis (GONÇALVES et al., 2002).<br />

Para Vecchio (2005) o vapor de Hg é apolar e lipossolúvel. Quando intracelular é<br />

altamente tóxico, a remoção do peróxido de hidrogênio do meio celular, mediado pela<br />

catalase é interrompido durante a oxidação do vapor. Caracteriza-se aqui prejuízo duplo: a<br />

instalação de metal tóxico e deficiência na remoção do peróxido de hidrogênio, aumentando a<br />

concentração de espécies reativas de oxigênio e radicais livres.<br />

O <strong>mercúrio</strong> pode ser absorvido de 7 a 8% por meio da ingestão de nutrientes sólidos<br />

e 15% ou menos por meio líquido. Facilmente vaporizado, é altamente absorvível (80%) em<br />

temperatura ambiente, por inalação, pois tem destacada propriedade lipossolúvel que permite<br />

a passagem dos alvéolos <strong>para</strong> dentro da corrente sanguínea e hemácias, assim como ocorre<br />

transposição da barreira hematoencefálica, com conseqüente depósito no Sistema Nervoso<br />

Central (MAGALHÃES & TUBINO, 1995).<br />

Também pode ser absorvido por meio da pele íntegra (sendo o único metal absorvido<br />

na forma metálica), em função de uma série de características físico-químicas peculiares,<br />

principalmente em relação à volatilidade mesmo a baixas temperaturas e à grande resistência<br />

à oxidação pelo ar atmosférico, permanecendo como átomo livre isolado apolar (Hgº) no<br />

ambiente (BUSCHINELLI, 2000).


3.6 Sintomas<br />

As alterações que ocorrem no corpo humano pela intoxicação do <strong>mercúrio</strong> metálico,<br />

também denominada hidrargirismo, são decorrentes de lesões que podem acometer o sistema<br />

nervoso central, fígado, medula óssea, vias aéreas superiores, pulmão, gengiva, pele, parede<br />

intestinal, glândulas salivares, coração, músculos, placenta e rim (ZAVARIZ, 1993;<br />

BUSCHINELLI, 2000).<br />

3.6.1 Sintomatologia Aguda<br />

Os sais de <strong>mercúrio</strong> são os potenciais agentes pela intoxicação aguda, principalmente<br />

por meio da ingestão do cloreto de <strong>mercúrio</strong>. Este sal tem uma ação corrosiva sobre as<br />

mucosas, produzindo lesões muito dolorosas, na boca, faringe, esôfago e estômago, e ainda<br />

apresenta uma dose letal muito baixa, estimada em 0,3 a 0,4 g <strong>para</strong> um adulto. Pode-se<br />

destacar também o edema pulmonar, taquicardia, hemorragias gastrintestinais e agitação<br />

(SCHVARTSMAN, 1979)<br />

Como efeitos agudos <strong>para</strong> intoxicação do <strong>mercúrio</strong> relatam-se síndrome<br />

gastroentérica, renal, problemas respiratórios, em especial nos pulmões, visuais, mentais e<br />

sintomas como fadiga, fraqueza, febre, tremores e salivação (VECCHIO, 2005).<br />

3.6.2 Sintomatologia Crônica.<br />

Dentre as diferentes espécies de <strong>mercúrio</strong>, o metil<strong>mercúrio</strong> é considerado a forma<br />

mais tóxica. Este apresenta uma grande afinidade <strong>para</strong> com o grupo tiol das proteínas, o que<br />

promove sua biomagnificação na cadeia alimentar (OLIVARES, 2003; FADINI, 1999).<br />

De forma geral a exposição crônica a este metal pode causar perdas na função dos<br />

rins e danos neurológicos (ATSDR, 1999).<br />

Para Olivares (2003), quanto aos efeitos crônicos <strong>para</strong> intoxicação do <strong>mercúrio</strong>,<br />

destacam-se principalmente os danos cerebrais, propiciando lesão no sistema nervoso central;<br />

a perda da coordenação motora; alteração da fala e andar, com indicativos de tremores de<br />

extremidades, equilíbrio; diminuição do campo visual e cegueira. Síndromes neuropáticas,<br />

mudanças de personalidade referidas ao eretismo, distúrbios de fala, delírios e rigidez Ainda<br />

apresenta característica teratogênica provocando microcefalia, danos mentais e motores.<br />

O efeito neurotóxico do <strong>mercúrio</strong> se dá pela capacidade do Hgº absorvido circular<br />

facilmente por todo o organismo e, graças à sua lipossolubilidade, atravessar barreiras<br />

hematoencefálica, Por meio de ataque enzimático o Hgº vai sendo oxidado a Hg+, que por sua


carga elétrica, não encontra mais a facilidade de transpor barreiras. Desta forma, grandes<br />

quantidades de Hgº, uma vez transformada em Hg+, acumulam-se no tecido nervoso (LIMA,<br />

2009).<br />

3.7 Formas de Avaliação<br />

De acordo com Zavariz (1993), existem varias formas de avaliação mercurial:<br />

3.7.1 Avaliação Laboratorial<br />

a) aparelho renal: urina I, uréia e creatinina;<br />

b) aparelho gastrointestinal: exame de fezes, transaminase glutâmica oxalacética<br />

(TGO) e transaminase glutâmica pirúvica (TGP). Fosfatase alcalina e endoscopia;<br />

c) aparelho cardicirculatório: colesterol;<br />

d) sistema hematopoiético: hemograma;<br />

e) aparelho auditivo: audiometria.<br />

3.7.2 Avaliação Neurológica<br />

A avaliação neurológica consiste na detecção de alterações de coordenação motora,<br />

de sensibilidade térmica, dolorosa e táctil, de reflexos, de movimentos involuntários, de força<br />

muscular, de equilíbrio, de voz, de articulação das palavras, de pares cranianos.<br />

3.7.3 Avaliação Psiquiátrica<br />

Esta avaliação utiliza formulário que visa detectar sintomas relacionados ao quadro<br />

de eretismo psíquico, permitindo o estabelecimento de um diagnóstico diferencial em relação<br />

a outras patologias psiquiátricas.<br />

3.7.4 Avaliação Psicológica<br />

Na avaliação psicológica, <strong>para</strong> complementar a entrevista inicial, são aplicados<br />

alguns testes neuropsicológicos:<br />

- Wechsler Memory Scale (D. Wechsler e C. T. Stone)- O teste fornece o Quociente<br />

de Memória (QM), cuja classificação adotada é:<br />

. QM abaixo de 50 - indica distúrbio severo de memória<br />

. QM de 50 a 79 - indica dificuldade moderada (abaixo da média inferior)


. QM de 80 a 89 - indica dificuldade leve (média inferior)<br />

. QM de 90 a 109 - indica normalidade (média)<br />

. QM 110 e mais - indica memória acima da média.<br />

- Teste de Aptidão à Mecânica de L.Walther - subteste de habilidade manual. A<br />

finalidade do teste é mensurar a rapidez dos movimentos, a destreza manual, a coordenação<br />

motora fina, a metodização e sistematização ao realizar um trabalho. A classificação é a<br />

seguinte:<br />

. abaixo de P19 - indica dificuldade grave<br />

. de P20 a P30 - indica dificuldade moderada<br />

. de P31 a P49 - indica dificuldade leve<br />

. P50 - indica normalidade (média)<br />

. acima de P50 – superior<br />

- Bateria Fatorial CEPA - teste de atenção concentrada de Toulouse Pieron. Mede a<br />

rapidez gráfica e motora na execução de tarefa simples, de natureza perceptiva e a exatidão<br />

com que a tarefa é realizada.<br />

seguinte:<br />

Fornece, portanto, duas medidas, R e Q, ambas em percentil, sendo a classificação a<br />

. abaixo de P19 - indica dificuldade grave<br />

. de P20 a P30 - indica dificuldade moderada<br />

. de P31 a P49 - indica dificuldade leve<br />

. P50 - indica normalidade (média)<br />

. acima de P50 - superior.<br />

3.8 Tratamento<br />

Antidepressivos, tranqüilizantes e analgésicos são utilizados no tratamento <strong>para</strong><br />

intoxicação mercurial crônica, embora a literatura não tenha revelado os resultados<br />

produzidos. Também são usados agentes quelantes, que capturam íons metais produzindo<br />

duas ou mais ligações, como o acido 2, 3 dimercaptosuccionato (DMSA) e o 2,3<br />

dimercatopropane 1 sulfanato (DMPS) (FARIA, 2003).


3.9 Ações preventivas<br />

O controle das fontes industriais clássicas de <strong>mercúrio</strong> resultou em um decréscimo<br />

significativo da contaminação por esse metal em áreas industrializadas no sul-sudeste do país<br />

(CETESB, 1980).<br />

Lacerda (1996) informava que com implantação de legislação mais restritiva, na<br />

década de 1990, e o desenvolvimento de tecnologias mais “limpas”, resultaria em uma maior<br />

diminuição dos níveis de <strong>mercúrio</strong> originado nessas fontes, mas muito ainda deve ser feito<br />

pelas autoridades competentes, pois como relatado por Farias (2006) toneladas de <strong>mercúrio</strong><br />

por ano são lançadas no meio ambiente pelas atividades informais de mineração de ouro, além<br />

de queimadas da vegetação que constitui uma fonte primaria de <strong>mercúrio</strong>. Enfim, melhorar a<br />

fiscalização na região Amazônica, pois ocorre grande emissão de <strong>mercúrio</strong> pela mineração de<br />

ouro, e que por meio de um controle adequado poderá evitar os impactos negativos causados<br />

tanto <strong>para</strong> o meio ambiente quanto <strong>para</strong> a <strong>saúde</strong>.<br />

4 CONCLUSÃO<br />

Por meio desse estudo e conhecimento dos diversos problemas ocasionados<br />

pela contaminação mercurial e exposição e intoxicação humana ao <strong>mercúrio</strong>, que políticas<br />

públicas necessitam ser elaboradas <strong>para</strong> transformação e incorporação nas atividades que<br />

envolvem esse metal.<br />

Pelos estudos levantados, na garimpagem brasileira o <strong>mercúrio</strong> continua<br />

sendo um dos componentes de degradação ambiental, causando problemas ambientais:<br />

físico e químico; sendo o físico por meio de assoreamento, produzindo efeitos muitas vezes<br />

irrecuperáveis na flora, fauna e na população; e o químico dividido em ambiental e<br />

ocupacional, sendo o principal dano o liberado <strong>para</strong> atmosfera, causando intoxicação da<br />

população por via alimentar ou respiratória. São necessários estudos <strong>para</strong> avaliar os riscos<br />

reais e potenciais ao ambiente e à <strong>saúde</strong> humana, esclarecer dúvidas dos diferentes<br />

segmentos envolvidos, bem como orientar possível populações expostas.<br />

É fundamental a capacitação dos profissionais de <strong>saúde</strong> <strong>para</strong> a realização de<br />

diagnóstico diferencial visando identificar casos de exposição e intoxicação crônica, em<br />

geral despercebida.<br />

Além disso, é necessária a conscientização social do setor empresarial, pois muitos<br />

trabalhadores desconhecem o exposto ocupacional ao <strong>mercúrio</strong> e os malefícios que tal<br />

metal pode causar, e tampouco conhecem as formas de se prevenir. Não esquecendo que,<br />

no Brasil, os malefícios à <strong>saúde</strong> dos trabalhadores expostos ao <strong>mercúrio</strong> e seus compostos


tóxicos são reconhecidos por meio de uma Portaria (n° 1399/GM de 18 de novembro de<br />

1999).<br />

Em processos industriais o <strong>mercúrio</strong> deve ser substituído por substâncias químicas<br />

menos nocivas. Na impossibilidade de substituição imediata, deve-se reduzir sua utilização<br />

que somente deve ser feita em locais planejados visando o acesso restrito de trabalhadores<br />

naquela área, sempre com a utilização de equipamentos de proteção individual.<br />

A comunidade científica mundial reconhece que o <strong>mercúrio</strong> na cadeia aquática<br />

alimentar é um problema ambiental e um risco à <strong>saúde</strong> humana. Assim, vários países estão<br />

implementando uma série de medidas de gerenciamento e, até mesmo, o banimento do<br />

<strong>mercúrio</strong>.<br />

Outro assunto preocupante que merece especial atenção se refere ao descarte de<br />

lâmpadas fluorescentes. A luz da sanção, em agosto de 2010, da Política Nacional de<br />

Resíduos Sólidos, após mais de 20 anos de tramitação no Congresso Nacional, esse tipo de<br />

descarte deverá ser regulado por normativas específicas considerando o real potencial de<br />

causar danos ao meio ambiente e a <strong>saúde</strong> humana.<br />

A conscientização da população, por meio principalmente de campanhas<br />

educativas, é o ponto crucial <strong>para</strong> a efetivação de políticas sociais, ambientais e de <strong>saúde</strong>.<br />

Sendo a segurança química uma responsabilidade do Estado, apenas com o controle social<br />

e políticas públicas transversais teremos um país ambientalmente mais equilibrado.<br />

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