O mercúrio e suas consequências para a saúde
O mercúrio e suas consequências para a saúde
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O amalgama de ouro formado é recuperado do rejeito gravimetricamente. O excesso<br />
de <strong>mercúrio</strong> é recuperado, e o amalgama é então queimado <strong>para</strong> se<strong>para</strong>ção do complexo Au-<br />
Hg. Todo o <strong>mercúrio</strong> presente no amalgama é então vaporizado e liberado na atmosfera.<br />
Cerca de 20% da concentração inicial usado pelo garimpeiro é perdida (MALLAS,<br />
BENEDITO, 1986; PFEIFFER, LACERDA, 1988).<br />
A relação da quantidade de <strong>mercúrio</strong> utilização no processo de amalgamação com o<br />
ouro contido no sedimento é <strong>para</strong> cada quilograma do ouro produzido é gasto (e não<br />
recuperado) 1 Kg de <strong>mercúrio</strong> (LACERDA et al., 1989).<br />
3.4 Contaminação mercurial<br />
Um dos grandes perigos com a população e <strong>para</strong> o ecossistema reside no intensivo<br />
uso de <strong>mercúrio</strong> na extração de ouro (SOARES, 1990).<br />
A contaminação por <strong>mercúrio</strong> no Brasil mostra duas diferentes fontes deslocadas<br />
temporalmente e geograficamente no país. A primeira era originada na indústria de cloro-<br />
soda, responsável pela principal importação de <strong>mercúrio</strong> <strong>para</strong> o país e pelas principais<br />
emissões <strong>para</strong> o meio ambiente até a década de 80. Essas emissões localizavam-se<br />
particularmente na região sul-sudeste. A partir da década de 80, o garimpo de ouro, localizado<br />
principalmente na Amazônia, tornou-se o principal comprador de <strong>mercúrio</strong> no Brasil, sendo<br />
responsável pela maior emissão deste poluente <strong>para</strong> o meio ambiente (LACERDA, 1996).<br />
A obtenção de ouro inicia-se com uma pré-concentração do <strong>mercúrio</strong> por processos<br />
gravimétricos. O material pré-concentrado é misturado com <strong>mercúrio</strong>, ocorrendo<br />
amalgamação com as partículas de ouro. O amalgama é aquecido com tochas de gás propano,<br />
com a liberação de <strong>mercúrio</strong> vapor diretamente <strong>para</strong> a atmosfera; o excesso, na forma de<br />
<strong>mercúrio</strong> metálico, é lançado nos cursos d’água indo se depositar nos sedimentos de fundo.<br />
Conforme Soares (1990), o processo de produção do ouro com a utilização de<br />
<strong>mercúrio</strong> relata três formas principais que podem afetar a <strong>saúde</strong> pública: 1) a contaminação<br />
com <strong>mercúrio</strong> vapor, diretamente sobre os trabalhadores dos garimpos, e o ar dos arredores<br />
durante a fase de amalgamação e queima; 2) a poluição das águas e sedimentos com<br />
possibilidade de metilação do <strong>mercúrio</strong> e sua absorção pelos peixes, entrando na cadeia<br />
alimentar da população local, e 3) a contaminação com <strong>mercúrio</strong> vapor nos numerosos pontos<br />
de comercialização do ouro, onde, mais uma vez ele é queimado.<br />
A America Latina, particularmente em algumas localidades da região Amazônica, é<br />
considerada seriamente impactada por <strong>mercúrio</strong> devido à extração de ouro, com milhões de