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Gênero nas Ciências Naturais e Exatas – ST 25 Carla Giovana ...

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Anais do VII Seminário Fazendo <strong>Gênero</strong><br />

28, 29 e 30 de 2006<br />

continuou progredindo 12 . Nos anos 80, nessa mesma instituição, as engenheiras começam a se<br />

interessar também por realizar dissertações de mestrado e teses de doutorado para se tornarem<br />

professoras.<br />

No início do século XXI, as docentes na Escola Politécnica da USP representam 9,15% do<br />

total de 470 professores 13 . Nos Departamentos de Engenharia Química e de Computação e Sistemas<br />

Digitais a porcentagem feminina sobe para <strong>25</strong>,71%. Em contraste, nos Departamentos de<br />

Engenharia Mecânica, Naval e de Mi<strong>nas</strong> e Petróleo não há nenhuma professora 14 . Um trabalho<br />

semelhante, realizado por Fanny Tabak, na Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de<br />

Janeiro (POLI/UFRJ), também no início dos anos 2000, apurou que as mulheres constituíam 10,7%<br />

do total de 241 docentes. Em Engenharia Mecânica, Eletrônica, Naval e Nuclear havia ape<strong>nas</strong> uma<br />

professora; em Eletrotécnica, Metalurgia Industrial e Transportes, duas; o maior número de<br />

professoras estava no Departamento de Construção Civil 15 . No Centro Tecnológico da UFSC, já<br />

que dos 348 professores, cerca de 12% são mulheres, o que indica que há uma pequena diferença,<br />

para mais, em relação a essas duas instituições de ensino superior públicas brasileiras.<br />

As décadas de 80 e 90 foram, para as professoras que participam da minha pesquisa, a<br />

largada para a formação acadêmica de mestrado e doutorado, que variou de nove a 15 anos. Na<br />

escola Politécnica da USP, como registrou a pesquisa de Samara, a partir da década de 80 as<br />

mulheres começaram a se interessar por uma formação acadêmica para dar aulas e pesquisar. No<br />

Centro Tecnológico isso ape<strong>nas</strong> aconteceu em parte porque até esse período haviam sido criados<br />

três mestrados e três doutorados em Engenharia Mecânica, de Produção e Elétrica. Foi a partir dos<br />

anos 90 que outros cursos foram sendo implementados. Essa década representa um crescimento na<br />

pesquisa desse centro. E é também um marco para as professoras cujos relatos interpreto porque<br />

suas contratações ocorreram de 1980 a 1996, nesse movimento progressivo de criação de novos<br />

departamentos de ensino, grupos e áreas de pesquisa.<br />

No entanto, nenhuma dessas três universidades alcança a média nacional de mulheres na<br />

grande área engenharia e ciência da computação.<br />

Certas histórias<br />

Uma discriminação ligth. Assim foi interpretada pela professora da Engenharia Civil a<br />

interrogação “Deus perguntou: queres ser bonita ou fazer engenharia”?, expressa <strong>nas</strong> primeiras<br />

linhas deste texto. Mas pergunto: discriminação pode ser light? Essa mesma professora teve uma<br />

experiência como engenheira em uma prefeitura do Estado de Santa Catarina, no início da década<br />

de 70, quando sentiu na pele e no bolso algo mais de desigualdade. No setor onde trabalhava,<br />

12<br />

SAMARA, Eni de Mesquita, FACCIOTI, Maria Cândido Reginato. Mulheres politécnicas: histórias e perfis. São<br />

Paulo: Epusp, 2004.<br />

13<br />

Dados coletados no arquivo histórico da (POLI/USP) até o segundo semestre de 2003 por Samara e Faccioti.<br />

14<br />

SAMARA, op. cit, idem.<br />

15<br />

TABAK, Fanny. O laboratório de Pandora: estudos sobre a ciência no feminino. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.<br />

5

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