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Gênero nas Ciências Naturais e Exatas – ST 25 Carla Giovana ...

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Anais do VII Seminário Fazendo <strong>Gênero</strong><br />

28, 29 e 30 de 2006<br />

voltado a planejamento, “só tinha mulher”; os homens, entretanto, ocupavam o setor de obras. As<br />

mulheres ganhavam menos.<br />

Mas eu era engenheira civil, com a mesma formação, com a mesma especialização de todos eles, e o meu salário<br />

era menor porque eu trabalhava no setor de tráfego, que era do planejamento, que era onde só tinha mulheres.<br />

(BETA, 2004)<br />

Eu percebia uma certa... como vou dizer, um pouco de constrangimento. Eu ia <strong>nas</strong> festas, <strong>nas</strong> reuniões de<br />

sociedade, de associação, de CREA, eu era a única [engenheira], algumas mulheres iam junto Eu me lembro que<br />

tinha sempre jantares e eu ficava sempre conversando com as mulheres dos engenheiros. Sabe, nunca ficava<br />

conversando com os engenheiros. De repente.. .até gostaria. (BETA, 2004)<br />

Contratada como docente no Departamento de Engenharia Civil da UFSC, essa professora<br />

não sentiu o mesmo preconceito. Ela acredita que isso aconteceu porque na década de 80, na Civil,<br />

“tinha uma mulher liderando, que era a Dona Helena”.<br />

Helena Amélia Stemmer foi a primeira professora do Centro Tecnológico da UFSC.<br />

Ingressou na Graduação em Engenharia Civil em 1969, um ano após a implementação desse curso,<br />

para ministrar disciplina relacionada a ‘cálculo de estruturas’ 16 . A dedicação ao ensino foi<br />

compartilhada com funções administrativas: durante sete anos foi coordenadora de curso (1976-<br />

1983); eleita vice-diretora do CTC, ocupou a direção desse centro durante seis meses em 1988. Essa<br />

posição foi alçada por somente mais uma professora, Ana Maria de Mattos Juliano, do<br />

Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos.<br />

Em Porto Alegre, onde <strong>nas</strong>ceu e se formou em Engenharia Civil, na Universidade Federal<br />

do Rio Grande do Sul, iniciou sua trajetória de pioneirismo. Foi a terceira moça formada em Civil<br />

naquela instituição, e provavelmente uma das primeiras a galgar uma posição de prestígio na área<br />

de cálculo estrutural no setor privado daquela cidade do Sul do Brasil.<br />

Dona Helena. Assim é conhecida na UFSC, principalmente no CTC. Em conversas<br />

informais ou depoimentos registrados, a característica da liderança parece ser o sinal que a<br />

identifica. Mas poucos conhecem o seu pioneirismo como professora no CTC e sua liderança. Seu<br />

marido, Caspar Erich Stemmer, ganhou maior visibilidade. Ele foi um dos primeiros professores da<br />

Escola de Engenharia Industrial, predecessora do Centro Tecnológico, no início da década de 60.<br />

Foi diretor desse centro em duas gestões, reitor da UFSC, coordenador do Programa de Expansão e<br />

Melhoramentos das Instalações do Ensino Superior (Premesu), no Ministério da Educação,<br />

secretário executivo e de desenvolvimento científico do Ministério da Ciência e Tecnologia 17 . Por<br />

que a diferença?<br />

16<br />

<strong>ST</strong>EMMER, Helena Amélia, FERREIRA, Ronaldo da Silva. Engenharia Civil <strong>25</strong> anos. Florianópolis: edição de<br />

autor, 1995, p. 30-37.<br />

17<br />

BLASS, Arno. Caspar Erich Stemmer: administração, ciência e tecnologia. Biblioteca Anísio Teixeira. Série<br />

biografias. Brasília: Paralelo.15, 2003.<br />

6

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