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Tese apresentada como requisito para a obtenção do título de ...

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providência que prometem uma explicação <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> a<br />

razão divina, mas oferecem apenas a causalida<strong>de</strong> eficiente. Se<br />

Anaxágoras afirma que um fim último rege o mun<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>cepção<br />

<strong>de</strong> Sócrates sobrevem, quan<strong>do</strong> aquele não esclarece a relação entre<br />

os fatos particulares e tal finalida<strong>de</strong>. A fé na providência<br />

in<strong>de</strong>terminada é tão carente <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a filosofia quanto a<br />

crença <strong>de</strong> Anaxágoras que postula uma razão que rege o mun<strong>do</strong>,<br />

mas cujas <strong>de</strong>terminações não é capaz <strong>de</strong> apresentar. Por sua vez, a<br />

<strong>de</strong>cepção hegeliana assemelha-se à socrática, pois ele preten<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminar essa relação entre fatos e finalida<strong>de</strong> racional. Ao<br />

pergimtar-se, portanto, qual a razão da história ter ocorri<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminada forma, ele não se contenta com a causaHda<strong>de</strong><br />

eficiente. Dizer que um povo foi <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong> por outro porque<br />

possuía um exército mais forte ou po<strong>de</strong>roso seria análogo à<br />

resposta <strong>de</strong> Anaxágoras, que explicava o fato <strong>de</strong> estar senta<strong>do</strong><br />

através <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong> nervos e articulações.<br />

Vemos que a inspiração leibniziana é bastante clara<br />

nesse comentário. Leibniz, no manuscrito inicial <strong>do</strong> Discurso <strong>de</strong><br />

metafisica, § 20, indica a citação <strong>de</strong>ssa mesma passagem <strong>do</strong> Fé<strong>do</strong>n<br />

na qual Sócrates se diz <strong>de</strong>cepciona<strong>do</strong> com Anaxágoras, por ter ele<br />

Leibniz,Discurso <strong>de</strong> metafísica (DM), §20: "Isto faz-me lembrar uma<br />

bela passagem <strong>de</strong> Sócrates, no Fé<strong>do</strong>n <strong>de</strong> Platão, maravilhosamente<br />

consonante com as minhas opiniões sobre esse ponto, e que parece<br />

tersi<strong>do</strong> feita propositadamente contra os nossos filósofos<br />

materialistas." Na referida citação <strong>do</strong> Fé<strong>do</strong>n, Leibniz conce<strong>de</strong> ênfase à<br />

seguinte passagem: "que um ser inteligente foi a causa <strong>de</strong> todas as<br />

coisas, e que as dispós e embelezou." Hegel segue Leibniz nesse ponto,<br />

qual seja, a necessida<strong>de</strong> da busca <strong>de</strong> uma "causa <strong>de</strong> todas as coisas",<br />

assim <strong>como</strong> da relação entre essa causa e os eventos particulares.<br />

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