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Tese apresentada como requisito para a obtenção do título de ...

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uma vida racional, que é mais ampla <strong>do</strong> que eles, sen<strong>do</strong> a<br />

vida <strong>do</strong> to<strong>do</strong>" ^4.<br />

Nessa concepção, não po<strong>de</strong>mos falar propriamente <strong>de</strong><br />

criação, apenas <strong>de</strong> uma vida racional <strong>para</strong> a qual os indivíduos servem<br />

<strong>de</strong> veículo. Os indivíduos ver-se-iam <strong>como</strong> veículos <strong>de</strong> uma vida<br />

racional que transcen<strong>de</strong>ria sua existência individual, mas não a<br />

totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

O naturalismo, é verda<strong>de</strong>, não permitiria que se pensasse<br />

essa vida racional, ou o espírito <strong>do</strong> to<strong>do</strong>, <strong>como</strong> um Deus se<strong>para</strong><strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>; todavia, se com isso ficamos livre <strong>de</strong> uma total transcendência,<br />

o problema a ser resolvi<strong>do</strong> é diametralmente oposto. Ainda que o<br />

mun<strong>do</strong> fosse harmônico, essa harmonia, <strong>para</strong> o naturalismo, seria<br />

apenas contingente e não expressão <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong> divina, ou<br />

seja, o mun<strong>do</strong> não seria <strong>de</strong>ssa forma <strong>para</strong> realizar o objetivo <strong>de</strong> um<br />

espírito que não é idêntico a ele. Se houvesse essa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, nós não<br />

po<strong>de</strong>ríamos diferenciar entre o que é irracional e o que é racional, não<br />

haven<strong>do</strong> nenhuma métrica <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>. O Deus hegeliano, ao<br />

contrário, <strong>de</strong>ve reconhecer no mun<strong>do</strong> finito algo que lá está <strong>como</strong><br />

produto necessário <strong>de</strong> sua natureza racional e <strong>para</strong> realizar seus fins.<br />

Ora, o que o naturalismo nos propõe é a constatação <strong>de</strong> uma<br />

racionalida<strong>de</strong> que, se houver, é meramente contingente, expressão <strong>de</strong><br />

Ibi<strong>de</strong>m, p. 38.Devemos notar que seria mais correto dizer que a Idéia, ou<br />

Absoluto, não é redutivel ao homem, visto que a divinda<strong>de</strong>, no vocabulário<br />

hegeliano, <strong>de</strong>ve ser antes sinônimo <strong>de</strong> Idéia, visto ter ela a conotação <strong>de</strong><br />

totalida<strong>de</strong>. O espírito é essa totalida<strong>de</strong> na sua manifestação no mun<strong>do</strong><br />

humano, ainda que não possa ser redutível ao conjunto das obras e ações<br />

humanas.<br />

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