1 ATIVIDADES DE INFRA-ESTRUTURA – BARRAMENTO DE ...
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afetadas pelo vazamento e 35 casas destruídas. Outras 235 moradias precisaram ser<br />
reformadas. Duas indústrias também foram danificadas pela mistura de água e argila,<br />
que destruiu ainda três pontes urbanas, uma na área rural e interditou 15 ruas, em sete<br />
bairros de Miraí. No total, cerca de 150 mil pessoas de municípios da bacia do rio<br />
Paraíba do Sul foram afetadas pelo corte no abastecimento de água. A população<br />
também sofreu com a falta de informações sobre os riscos de contaminação que os<br />
rejeitos poderiam provocar. O alumínio presente na argila aumenta a acidez do solo e,<br />
com isso, limita a produção agrícola 17 .<br />
O mesmo estudo alerta, ainda, para o fato de que os impactos da<br />
ruptura de barragem se estendem, ao longo do tempo, para muito depois do<br />
evento, posto que<br />
a deposição da argila no leito dos rios provocou o assoreamento dos cursos d´água,<br />
facilitando a ocorrência de inundações com as chuvas regulares que caem na região e<br />
provocando desastres recorrentes na vida da população local e, diretamente, para as<br />
famílias localizadas nas áreas de risco. Esse seria o caso das enchentes ocorridas na<br />
região, em dezembro de 2008 18 .<br />
O sítio eletrônico do Jornal da Globo supracitado informava, já no dia 12<br />
de janeiro de 2007, que, “de acordo com a análise preliminar do Sistema<br />
Estadual de Meio Ambiente (Sisema), a lama que invadiu a cidade de Miraí é<br />
composta apenas por água e argila e não é tóxica”. A mesma opinião era então<br />
expressa pela mineradora Rio Pomba Cataguases Ltda., pela CE<strong>DE</strong>C e pelo<br />
Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). Entretanto, o laudo do Sisema<br />
foi contestado pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio<br />
de Janeiro (CEDAE) (GANDRA, 2008), que afirmava o caráter tóxico da lama,<br />
opinião que era, como se viu acima, compartilhada pelo supracitado informativo<br />
da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, que<br />
identificava a presença de óxido de ferro e sulfato de alumínio misturados à<br />
lama. E, de acordo com informações da indústria química Bandeirante Brazmo,<br />
produtora de sulfato de alumínio, a substância traz vários prejuízos à saúde<br />
humana e ao meio ambiente, já que é “altamente corrosivo e reage com<br />
substâncias alcalinas”, podendo causar, nas pessoas, “irritação da pele, dos<br />
17<br />
Fiocruz e FASE. Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil. 2008. Disponível em<br />
http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/index.php?pag=ficha&cod=234. (acesso em 15/05/2010).<br />
18 Idem.<br />
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