batata semente - Associação Brasileira da Batata (ABBA)
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Fitossani<strong>da</strong>de<br />
últimos, e três torácicas. As lagartas,<br />
após sua eclosão, passam a se alimentar<br />
<strong>da</strong>s folhas <strong>da</strong>s plantas. À medi<strong>da</strong> em que<br />
se alimentam e os dias passam, as lagartas<br />
vão aumentando de tamanho, pelas<br />
mu<strong>da</strong>s de pele (ecdises). Assim, durante<br />
a fase de lagarta que pode durar 30 a 35<br />
dias, ocorrem seis estádios. Completamente<br />
desenvolvi<strong>da</strong>s as lagartas chegam<br />
a medir 65 mm, sendo que ca<strong>da</strong> uma<br />
pode consumir até 200 cm2 de área foliar<br />
(Fig. 5). São muito vorazes, deixando<br />
apenas as nervuras <strong>da</strong>s folhas (Fig. 6).<br />
Termina<strong>da</strong> a fase de lagarta, se transformam<br />
em pupa ou crisáli<strong>da</strong>, encerra<strong>da</strong><br />
em casulo de se<strong>da</strong>, em folhas caí<strong>da</strong>s ao<br />
chão e na face inferior de folhas de plantas<br />
que podem ocorrer em lavouras de<br />
<strong>batata</strong> mais ao final do ciclo <strong>da</strong> cultura,<br />
como a cor<strong>da</strong>-de-viola e o joá-de-capote,<br />
no Sul de Minas (Fig. 7). A fase<br />
de crisáli<strong>da</strong> dura, aproxima<strong>da</strong>mente, 15<br />
dias. Após a fase de crisáli<strong>da</strong>, emerge o<br />
adulto, com função reprodutiva.<br />
Figura 3 - Lagarta de Pseudoplusia includens. Observar pernas torácicas (T) e<br />
abdominais (A)<br />
T<br />
A<br />
Comportamento em hospedeiros<br />
não-preferenciais<br />
Nos hospedeiros não-preferenciais,<br />
seu comportamento pode mu<strong>da</strong>r por<br />
completo. Em tomateiro, por exemplo,<br />
planta <strong>da</strong> família Solanaceae, a P.<br />
includens pode ocorrer esporadicamente,<br />
com a presença de uma ou outra lagarta<br />
por planta, já que são muito parasita<strong>da</strong>s<br />
por microhimenópteros nessa cultura,<br />
e morrem, sem causar prejuízos,<br />
sem evolução de sua população e sem<br />
necessitar de controle químico. Em<br />
outros hospedeiros, pode ocorrer esporadicamente,<br />
em grandes ou pequenas<br />
infestações, necessitando ou não de controle.<br />
Na cultura <strong>da</strong> <strong>batata</strong>, nenhuma<br />
literatura menciona ataque de lagartas<br />
P. includens às plantas.<br />
Entretanto, a partir de 2007, tem<br />
ocorrido altas infestações dessa praga<br />
<strong>da</strong> soja em <strong>batata</strong>, infestações essas que<br />
poderão se prolongar por muito tempo,<br />
tornando-se uma nova praga nessa cultura,<br />
ou deixar de atacá-la, já que na natureza,<br />
onde muitos aspectos bioecológicos<br />
fogem ao controle do homem, tudo<br />
pode acontecer. Não se trata de desequilíbrio<br />
causado pelo homem, mas<br />
natural. Assim, as atuais infestações <strong>da</strong><br />
lagarta falsa-medideira em <strong>batata</strong>, que<br />
tem assustado os bataticultores, poderão<br />
simplesmente desaparecer com o passar<br />
do tempo ou permanecer. Só o tempo<br />
Figura 4 - Deslocamento <strong>da</strong> lagarta falsa-medideira Pseudoplusia includens medindo<br />
palmos<br />
dirá. O mais importante é o bataticultor<br />
se conscientizar <strong>da</strong> importância do<br />
monitoramento <strong>da</strong>s pragas <strong>da</strong> <strong>batata</strong>,<br />
agora com a presença <strong>da</strong> P. includens,<br />
nas épocas de plantio durante o ano em<br />
ca<strong>da</strong> região produtora, pragas essas já<br />
estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s pela EPAMIG e com recomen<strong>da</strong>ções<br />
de controle <strong>da</strong> pesquisa, já<br />
em uso pelos bataticultores.<br />
Ocorrência em Minas Gerais<br />
Na região bataticultora do Alto Paranaíba,<br />
onde se destacam os municípios<br />
produtores de Ibiá, São Gotardo, Araxá,<br />
Santa Juliana e Perdizes, a lagarta falsa-medideira<br />
ocorreu pela primeira vez<br />
em maio de 2007, em muitas lavouras.<br />
Como os bataticultores a desconheciam<br />
e como ela é muito voraz e o número<br />
de lagartas nas lavouras é muito grande,<br />
seu ataque só foi detectado através dos<br />
sintomas de destruição, ou seja, plantas<br />
totalmente desfolha<strong>da</strong>s, só restando as<br />
nervuras <strong>da</strong>s folhas. Através de informações<br />
de técnicos e produtores, as infestações<br />
dessa praga persistiram, sendo<br />
que em 2008 atacou lavouras de <strong>batata</strong><br />
o ano todo, em altas infestações, principalmente<br />
no período seco. Naquela<br />
região, onde se cultiva a soja, feijoeiro<br />
e <strong>batata</strong>, com disponibili<strong>da</strong>de de hospedeiros<br />
durante todo o ano, inclusive<br />
no período seco, o inseto, através de<br />
seus adultos que são lá encontrados em<br />
quanti<strong>da</strong>des incontáveis, migram de<br />
uma lavoura para outra, onde pousam<br />
e ovipositam, numa população sempre<br />
crescente, o que resulta num controle<br />
difícil, caro e pouco eficiente, mesmo<br />
que se utilizem os melhores insetici<strong>da</strong>s<br />
hoje disponíveis no mercado. Ain<strong>da</strong>,<br />
como as lagartas são encontra<strong>da</strong>s inicialmente<br />
mais nas folhas <strong>da</strong> metade<br />
inferior <strong>da</strong>s plantas de <strong>batata</strong> e pela sua<br />
densa área foliar, ficam menos expostas<br />
aos insetici<strong>da</strong>s aplicados.<br />
Na região bataticultora do Sul de<br />
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