Ler Dissertação - CCS - Universidade Federal da ParaÃba
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Vale destacar que após a implantação do SUS, a rede de serviços experimentou um<br />
crescimento expressivo, tanto no número absoluto quanto em produção de serviços e aumento<br />
<strong>da</strong> cobertura assistencial especialmente em áreas antes desassisti<strong>da</strong>s (CAMPOS, 2003). Com a<br />
implementação do SUS, não só foi desencadeado um processo de ampliação na quanti<strong>da</strong>de de<br />
serviços de saúde, mas também um processo de busca por um modelo de APS capaz de<br />
concretizar a integrali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ações e dos serviços de saúde, ocupando uma posição de<br />
confronto frente ao modelo convencional vigente. No entanto, mesmo com o avanço na<br />
organização <strong>da</strong> assistência à saúde, o SUS não demorou a apresentar fragili<strong>da</strong>des.<br />
Uma crise se instalou no setor saúde cujos principais determinantes foram: a que<strong>da</strong> do<br />
financiamento, irracionali<strong>da</strong>de, exclusão social e problemas <strong>da</strong> imagem do sistema de saúde<br />
perante seus usuários. A evolução do SUS e suas respectivas contradições e incertezas; as<br />
experiências pontuais de modelos inovadores de atenção à saúde no Brasil; o perfil<br />
epidemiológico brasileiro e a pressão institucional internacional por políticas consistentes de<br />
APS caracterizaram, segundo Andrade et al. (2007), o contexto determinante de<br />
implementação <strong>da</strong> estratégia SF inicialmente denomina<strong>da</strong> de PSF. Para o autor, esta ação<br />
política do governo se configurou como uma estratégia para a consoli<strong>da</strong>ção do SUS, sendo o<br />
PSF incorporado como política prioritária do Estado brasileiro.<br />
Em 2006, foi aprova<strong>da</strong> a Política Nacional de Atenção Básica que estabelece a<br />
revisão <strong>da</strong>s diretrizes e normas para a organização <strong>da</strong> APS no país. Dessa forma,<br />
considerando os princípios e diretrizes propostas no Pacto pela Vi<strong>da</strong> e a expansão <strong>da</strong><br />
estratégia SF, o MS passou a considerar a referi<strong>da</strong> estratégia prioritária para a reorganização<br />
<strong>da</strong> APS no Brasil. De acordo com Andrade et al. (2007), a estratégia SF não foi implanta<strong>da</strong><br />
somente para organizar a APS no SUS temporariamente, e sim, essencialmente, para<br />
estruturar esse sistema público de saúde uma vez que houve um redirecionamento <strong>da</strong>s<br />
priori<strong>da</strong>des de ação em saúde, reafirmação de uma nova filosofia de atenção e consoli<strong>da</strong>ção<br />
dos princípios organizativos do SUS. O autor acrescenta que a estratégia SF representa uma<br />
oportuni<strong>da</strong>de de expandir o acesso à APS para a população, de consoli<strong>da</strong>r o processo de<br />
municipalização <strong>da</strong> organização <strong>da</strong> atenção à saúde, de facilitar o processo <strong>da</strong> regionalização<br />
pactua<strong>da</strong> entre os municípios e de coordenar a integrali<strong>da</strong>de de assistência à saúde.<br />
Por outro lado, apesar do processo de descentralização do gerenciamento dos serviços<br />
de saúde no país apresentar resultados positivos, sabe-se que existem obstáculos para a<br />
consoli<strong>da</strong>ção desse processo com destaque para a heterogenei<strong>da</strong>de dos estados e municípios