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Ler Dissertação - CCS - Universidade Federal da Paraíba

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de poder entre os profissionais de saúde e entre o profissional de saúde e o usuário. Fiorin<br />

(2006) considera que se a socie<strong>da</strong>de é dividi<strong>da</strong> em grupos sociais, com interesses divergentes,<br />

logo, os enunciados são sempre os espaços de luta entre vozes sociais, o que significa que são<br />

inevitavelmente o lugar <strong>da</strong> contradição.<br />

As políticas de saúde têm impulsionado a construção de modelos substitutivos de<br />

atenção à saúde que garantam o acesso <strong>da</strong> população ao SUS. Na perspectiva <strong>da</strong> APS, como<br />

porta de entra<strong>da</strong> nesse sistema, compete à estratégia SF a coordenação/ordenação de todo o<br />

espectro assistencial em saúde, sendo capaz de identificar as necessi<strong>da</strong>des de atendimentos<br />

mais especializados, coordenar as referências, quando necessárias, em um nível de maior<br />

complexi<strong>da</strong>de e acompanhar os resultados terapêuticos e a evolução clínica dos usuários sob<br />

sua responsabili<strong>da</strong>de. Com o propósito de reorganizar a APS no país, a estratégia SF visa<br />

garantir para além <strong>da</strong> resolutivi<strong>da</strong>de dos serviços, o estabelecimento de vínculos, a criação<br />

de laços de compromisso e de co-responsabili<strong>da</strong>de entre profissionais de saúde e a<br />

população (grifos <strong>da</strong> autora).<br />

Uma rede universal de APS, como está sendo buscado pelo modelo brasileiro de<br />

ESF, possibilita melhor controle de desperdício de recursos de saúde, redução <strong>da</strong><br />

duplicação <strong>da</strong> oferta de serviços, estabili<strong>da</strong>de e confiança na relação entre os<br />

usuários e o sistema de saúde com maior eficácia no alcance dos resultados de<br />

saúde. (ANDRADE et al. , 2007, p. 804)<br />

Na concepção de Andrade et al. (2007), a estratégia SF inaugurou um modelo<br />

inovador de atenção à saúde, como também contribuiu para a consoli<strong>da</strong>ção de uma nova<br />

perspectiva de gestão em saúde no Brasil. O autor relata que sua implantação veio<br />

acompanha<strong>da</strong> de uma ampla transferência de responsabili<strong>da</strong>de e uma adição de novos atores<br />

no processo de decisões de saúde no nível local.<br />

Paim (2003, p.226) atribui à estratégia SF a concepção de “medicina pobre para os<br />

pobres”, haja vista que a intenção era favorecer o acesso às comuni<strong>da</strong>des pobres e sem<br />

médico que sempre estiveram excluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> assistência pública em saúde. Outra perspectiva<br />

aponta<strong>da</strong> foi a de considerar a SF não como uma proposta marginal, porém, como a<br />

substituição do modelo vigente, plenamente sintoniza<strong>da</strong> com os princípios do SUS e, acima<br />

de tudo, volta<strong>da</strong> à permanente defesa <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do ci<strong>da</strong>dão. Andrade et al. (2007, p.807)<br />

considera que “a construção <strong>da</strong> Estratégia Saúde <strong>da</strong> Família foi conseqüência de um processo<br />

lento e contínuo de tensão com o modelo hegemônico de assistência à saúde”.

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