04.05.2014 Views

mapa da violência 2012 crianças e adolescentes do brasil

mapa da violência 2012 crianças e adolescentes do brasil

mapa da violência 2012 crianças e adolescentes do brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MAPA DA VIOLÊNCIA <strong>2012</strong><br />

Apesar <strong>do</strong> grande diferencial no número de integrantes de ambos os grupos, o crescimento<br />

modera<strong>do</strong> <strong>da</strong>s taxas na déca<strong>da</strong> – 15,8% – deve-se ao enorme peso demográfico <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s<br />

que compõem o primeiro – principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, e às significativas<br />

que<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s taxas, principalmente nesse último esta<strong>do</strong>.<br />

Ain<strong>da</strong> assim, no outro la<strong>do</strong>, temos também pesa<strong>do</strong>s incrementos individuais, como o <strong>da</strong><br />

Bahia, que setuplica seus índices, ou o Rio Grande <strong>do</strong> Norte, que os quintuplica.<br />

A seguir, a tabela 6.4 tipifica a situação <strong>da</strong>s taxas de homicídio de crianças e <strong>a<strong>do</strong>lescentes</strong><br />

no ano 2000, e o contraste com a situação encontra<strong>da</strong> em 2010. Vemos que com as<br />

crianças e <strong>a<strong>do</strong>lescentes</strong> acontece o mesmo fenômeno detecta<strong>do</strong> nos homicídios <strong>da</strong> população<br />

geral <strong>do</strong> país.<br />

Nos estu<strong>do</strong>s que publicamos sobre o tema, a partir de 2004 já indicávamos uma mu<strong>da</strong>nça<br />

nos padrões de evolução <strong>da</strong> violência homici<strong>da</strong> no país. Mais recentemente, no último Mapa <strong>da</strong><br />

Violência divulga<strong>do</strong> em dezembro de 2011 15 , apontávamos a existência de <strong>do</strong>is processos concomitantes<br />

nessa mu<strong>da</strong>nça. Por um la<strong>do</strong> um fenômeno de interiorização <strong>da</strong> violência homici<strong>da</strong>.<br />

Se até 1996 o crescimento <strong>do</strong>s homicídios centrava-se nas capitais e nos grandes conglomera<strong>do</strong>s<br />

metropolitanos, entre 1996 e 2003 esse crescimento praticamente estagna e o dinamismo<br />

se transfere aos municípios <strong>do</strong> interior <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s. A partir de 2003, as taxas médias nacionais<br />

<strong>da</strong>s capitais e regiões metropolitanas começam a encolher, enquanto as <strong>do</strong> interior continuam<br />

a crescer, mas com um ritmo mais lento.<br />

Esses mesmos fatores parecem impulsionar um segun<strong>do</strong> tipo de desconcentração, agora<br />

entre os esta<strong>do</strong>s, que denominamos disseminação. Diversas UFs relativamente tranquilas na déca<strong>da</strong><br />

anterior experimentam incrementos significativos nos seus níveis de violência enquanto<br />

as conheci<strong>da</strong>s na déca<strong>da</strong> passa<strong>da</strong> como focos de violência reduzem, em casos de forma muito<br />

significativa, suas taxas de homicídio. Esses <strong>do</strong>is processos originaram a migração <strong>do</strong>s polos dinâmicos<br />

<strong>da</strong> violência de um limita<strong>do</strong> número de capitais e/ou grandes regiões metropolitanas,<br />

que melhoraram a eficiência de seus aparelhos de segurança, para regiões menos protegi<strong>da</strong>s,<br />

seja no interior <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s, seja para outras uni<strong>da</strong>des federativas. Mas, em reali<strong>da</strong>de, trata-se<br />

de um único processo, o de migração <strong>do</strong>s polos dinâmicos <strong>da</strong> violência de um limita<strong>do</strong> número<br />

de áreas de grande porte para áreas menores, não só em tamanho, mas também quanto poder<br />

e presença efetiva <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Vemos claramente, pela tabela 6.4, esse processo de disseminação. Nas quatro Uni<strong>da</strong>des<br />

Federativas que em 2000 apresentavam as maiores taxas de homicídio de crianças e <strong>a<strong>do</strong>lescentes</strong><br />

as taxas caem. Nas 18 UFs com as menores taxas no ano 2000, os índices aumentam, em<br />

vários casos, de forma muito severa.<br />

15 WAISELFISZ, J.J. Mapa <strong>da</strong> Violência <strong>2012</strong>. Os Novos Padrões <strong>da</strong> Violência Homici<strong>da</strong> no Brasil. São Paulo, Instituto<br />

Sangari. <strong>2012</strong>.<br />

52

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!