edição 10
A Pb Brasil nesta décima edição tem o prazer de apresentar ao seu leitor as ideias, opiniões, conselhos e reflexões de um bom número de especialistas em diversos aspectos que formam a gestão integrada para a saúde ocupacional.
A Pb Brasil nesta décima edição tem o prazer de apresentar ao seu leitor as ideias, opiniões, conselhos e reflexões de um bom número de especialistas em diversos aspectos que formam a gestão integrada para a saúde ocupacional.
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Entrevista<br />
Toxicologia<br />
decorrente da exposição ao chumbo de seus<br />
trabalhadores.<br />
Infelizmente, apesar dos esforços realizados<br />
para a redução dos riscos da exposição<br />
ao chumbo, ainda existem situações não sustentáveis<br />
onde esses riscos ainda não estão<br />
adequadamente controlados. O marco legal<br />
existente para a gestão de riscos do chumbo<br />
é ainda insuficiente e não é aplicável a todo<br />
o território nacional. Existe também a questão<br />
da alta taxa de reciclagem de baterias no<br />
Brasil: se por um lado isso é bom, nem todas<br />
as baterias são recicladas sob condições sustentáveis.<br />
Esse assunto foi estudado pelo Dr.<br />
Gilmar Trivelato e está muito bem colocado<br />
no seu trabalho de tese de doutorado.<br />
Pb Brasil: Quais são os principais estudos<br />
desenvolvidos por você e equipe?<br />
Dra. Monica: No início, na década de<br />
1990, nossos trabalhos de pesquisa estavam<br />
mais relacionados com a Toxicologia ocupacional,<br />
com os indicadores para avaliar a<br />
exposição ao chumbo no ambiente de trabalho.<br />
Por exemplo, estudamos a correção por<br />
densidade ou creatinina dos resultados de<br />
ALA urinário de trabalhadores.<br />
Posteriormente, percebemos a importância<br />
dos estudos com o chumbo na população<br />
geral ou urbana (que é a população<br />
não exposta ocupacionalmente) justamente<br />
para entender melhor a exposição ocupacional.<br />
O chumbo é ubíquo, ou seja, está presente<br />
em todo lugar como contaminante: no<br />
ar, nos alimentos, etc. Todos nós temos um<br />
pouco de chumbo no sangue, embora esse<br />
metal não tenha nenhuma função no nosso<br />
organismo. Mas o que seria então uma concentração<br />
de chumbo “normal” ou “aceitável”<br />
na população brasileira? Coordenei uma<br />
pesquisa com participação de meus colegas<br />
da UEL para estabelecer valores de referência<br />
para chumbo em sangue na população<br />
urbana; até então não tínhamos valores de<br />
referência estabelecidos para a população<br />
brasileira. Foi um estudo importante, publicado<br />
em 1998 e 2001.<br />
Em seguida, tive a experiência de avaliar<br />
a exposição humana ao chumbo (e outros<br />
metais) em antigas áreas de mineração no<br />
Alto Vale do Ribeira, junto com uma equipe<br />
multidisciplinar da UNICAMP, que foi meu<br />
trabalho de tese de doutorado. Fui orientada<br />
pelo prof. Dr. Eduardo De Capitani. Essa mesma<br />
equipe estudou a exposição ao arsênio e<br />
ao chumbo da população residente no Médio<br />
Vale do Ribeira.<br />
the health risk to their workers from lead<br />
exposure.<br />
Unfortunately, despite the efforts to<br />
reduce the risks of lead exposure, there<br />
are still unsustainable situations where<br />
these risks are not adequately controlled.<br />
The existing legal framework for the risk<br />
management of lead is still insufficient<br />
and does not apply to the entire national<br />
territory. There is also the issue of the high<br />
rate battery recycling in Brazil: on one hand<br />
this is good, but not all batteries are recycled<br />
under sustainable conditions. This subject<br />
has been studied by Dr. Gilmar Trivelato and<br />
is very well placed in his doctoral thesis work.<br />
Pb Brasil: What are the main studies<br />
developed by you and your team?<br />
Dr. Monica: Earlier, in the 1990s, our<br />
research was more related to Occupational<br />
Toxicology, with indicators to assess lead<br />
exposure in the workplace. For example,<br />
we studied the correction for density or<br />
creatinine of the results on the workers’<br />
urinary ALA.<br />
Later, we realized the importance of the<br />
studies of lead in general or urban population<br />
(which is the non-occupationally exposed<br />
population) just to better understand the<br />
occupational exposure. Lead is ubiquitous,<br />
i.e., is everywhere present as a contaminant:<br />
in air, food, etc. We all have a bit of lead<br />
in the blood, although this metal has no<br />
function in our body. But what would then<br />
be a concentration of “normal” lead or<br />
“acceptable” in our population? I have<br />
coordinated a research with participation of<br />
my colleagues at UEL to establish reference<br />
values for lead in blood in urban population;<br />
hitherto we had no established reference<br />
values for the Brazilian population. It was an<br />
important study published in 1998 and 2001.<br />
Then I had the experience to assess<br />
human exposure to lead (and other metals) in<br />
old mining areas in Upper Ribeira Valley (Sao<br />
Paulo, Brazil) along with a multidisciplinary<br />
team of UNICAMP (Universtity of Campinas,<br />
Brazil), which was my doctoral thesis. I was<br />
guided by prof. Dr. Eduardo De Capitani. This<br />
same team studied exposure to arsenic and<br />
lead of the population resident in the Middle<br />
Ribeira Valley.<br />
And other questions have arisen because<br />
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