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geraldo sarno - Instituto Moreira Salles

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OS FILMES DE MARÇO : sibila | A LINGUAGEM DO CINEMA<br />

SEXTA 22<br />

14h00 : <strong>geraldo</strong> <strong>sarno</strong>, a linguagem do cinema<br />

Tudo isto me parece um sonho (Brasil. 2008. 146')<br />

Anotações para a realização de um filme inspirado na vida do<br />

General José Ignácio de Abreu e Lima, é o subtítulo desse<br />

filme. Nesse quase um roteiro filmado, documentário<br />

e ficção se unem para realizar pesquisa sobre a vida do<br />

General Abreu e Lima, pernambucano que participou,<br />

ao lado de Bolívar, de batalhas que libertaram Colômbia,<br />

Venezuela e Peru da coroa espanhola. O filme, ao mesmo<br />

tempo, discute o processo dessa pesquisa e o processo de<br />

construção do próprio filme. O título, aqui, não apenas<br />

se refere ao tema, a Abreu e Lima, nem apenas toma por<br />

empréstimo uma frase dele. Traduz a sensação que toma<br />

conta do realizador diante dos fragmentos da realidade que<br />

na projeção passam com a força de coisa viva de verdade:<br />

tudo isso me parece um sonho. Sonho, não como uma fuga<br />

da realidade mas como uma interpretação da realidade,<br />

como cinema. Para falar de Abreu e Lima, simultaneamente<br />

falar de cinema: trazer em fusão sobre a história que se<br />

conta os procedimentos usados para contá-la: uma segunda<br />

câmera filma a primeira que filma os depoimentos; uma<br />

entrevista conta quem foi Abreu e Lima, a seguinte como<br />

avança o processo de trabalho – parte da equipe entrevista<br />

a outra parte ou entrevista o realizador, dentro da imagem<br />

já não mais como quem dirige o filme e sim como quem é<br />

dirigido por ele.<br />

16h30, 18h15 e 20h00 :<br />

Sibila (Sibila) de Teresa Arredondo<br />

(Chile, Espanha, França, 2011. 95’)<br />

A personagem central desse documentário é a filha da<br />

escritora chilena Matilde Ladrón de Guevara, afilhada de<br />

Gabriela Mistral, casada com o poeta chileno Jorge Teillier<br />

e logo com o escritor peruano José María Arguedas: Sybila<br />

Arredondo Arguedas, presa entre 1987e 2002 no Peru,<br />

durante o regime de Alberto Fujimori, por pertencer ao<br />

grupo terrorista Sendero Luminoso. Teresa Arredondo, a<br />

realizadora, é sobrinha de Sybila, e a documentação, desse<br />

modo, é ao mesmo tempo política, poética e pessoal: ao<br />

mesmo tempo em que é um reflexo da vida política no<br />

Peru na década de 1990, retrata os os conflitos familiares<br />

causados pelo compromisso político de Sibila em sua<br />

família, especialmente em sua mãe, de nacionalidade<br />

peruana, e em seu pai, irmão de Sibila, exilado chileno que<br />

chegou a Lima na metade da década de 1970.<br />

SÁBADO 23<br />

14h00, 15h45 e 20h00 :<br />

Sibila (Sibila) de Teresa Arredondo<br />

(Chile, Espanha, França, 2011. 95’)<br />

“Uma noite recebemos um telefonema do Peru para nos<br />

dizer que minha tia Sybila estava presa acusada de ser<br />

integrante do Sendero Luminoso. Eu tinha sete anos, e<br />

o silêncio de meus pais contribuiu para que sua figura se<br />

tornasse um grande mistério para mim”. Teresa procura<br />

recuperar em seu filme os conflitos familiares provocados<br />

pela escolha política de Sybila. “Filmei meus pais, meus<br />

primos, minha tia. Creio que a partir de uma questão<br />

familiar, totalmente familiar, podemos falar melhor de<br />

uma questão universal. Estou convencida de que os<br />

documentários familiares podem fazer isso, e de uma<br />

maneira que me interessa especialmente: uma identificação<br />

e compreensão maior da História. Devemos partir da coisa<br />

familiar”. Para Teresa, isso permite “investigar melhor os<br />

fatos históricos, dar-se conta de que participamos deles<br />

de algum modo. Isto é: podemos perceber que nos fatos<br />

particulares da vida em família encontram-se os grandes<br />

temas universais”.<br />

17h30 : <strong>geraldo</strong> <strong>sarno</strong>, a linguagem do cinema<br />

Viva Cariri! (Brasil, 1969. 36’);<br />

Coronel Delmiro Gouveia (Brasil, 1979. 90’)<br />

A história no é contada por quatro (talvez cinco) diferentes<br />

personagens-narradores: Eulina, Ulisses, Iona e Zé Pó<br />

(e talvez o personagem invisível que organiza os quatro<br />

relatos). Em cada narração, duas informações simultâneas,<br />

uma sobre Delmiro outra sobre o personagem narrador, que<br />

se revela no tom que imprime á narração, pelo jeito de falar.<br />

A primeira parte da história, contada por Eulina, descreve<br />

Delmiro como um herói romântico, admirado em todo o<br />

Recife pela coragem de enfrentar os poderosos e de abrir<br />

um mercado para vender tudo a preços baixos. Depois, o<br />

Coronel Ulisses, o grande senhor de terras, mostra Delmiro<br />

como um homem de valentia, apesar da aparência frágil de<br />

jabuti de cidade. Em seguida, Iona, o sócio, o encarregado<br />

das contas, descreve Delmiro como um sonhador dominado<br />

por impulsos e ideias disparatadas. E finalmente Zé Pó, o<br />

retirante que empurrado pela miséria até a fábrica da Pedra,<br />

comenta a relação entre o trabalhador e os donos da fábrica<br />

para concluir que o erro de Delmiro foi ter procurado fazer<br />

tudo sozinho. O quinto e invisível narrador, o que monta os<br />

depoimentos, nos fala do país da primeira metade do século<br />

20, do tempo em que Delmiro fundou a fábrica de linhas<br />

de costura na cidade que hoje tem o seu nome.<br />

18<br />

Também no programa o média metragem Viva Cariri!

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