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Memória da Dança em São Paulo ::
o teatro onde chegou a coreografar aproximadamente 40 peças junto à
grupos de teatro de universitários nos anos de l960, e junto às entidades
onde lecionou. Atualmente Yolanda ministra palestras sobre História da
Dança e participa como debatedora em simpósios e encontros.
::Formação
Nasci no Rio quando ainda era Distrito Federal. Tenho 73 anos e 50 de
carreira artística. Tudo que consegui foi com grande esforço porque tudo
foi difícil. Pra começar, quando eu tinha 10 anos, meu pai adoeceu e ficou
internado oito anos, o que desmantelou minha família.
Depois de algum tempo, vim para São Paulo e fui morar com tios.
Somente a partir daí é que fiz toda a minha carreira. Sou muito grata a São
Paulo por ter me dado essa chance. Sou agradecida também à Prefeitura,
uma grande parceira da minha carreira porque fui funcionária municipal
durante dezessete anos. Passei três anos em Belém do Pará, dando aula
numa universidade, numa escola de teatro, estreando em Salvador na
primeira escola de dança universitária do país.
Desde sempre me interessei por dança, teatro e artes em geral. Tive
uma grande sorte porque esse período foi culturalmente muito bom. Era
criança quando Heitor Villa-Lobos foi ministro da cultura. Vocês não
sabem como isso foi importante para os cursos brasileiros. Quando fiz o
curso primário, as atuais quatro primeiras séries do ensino fundamental, o
Heitor Villa-Lobos obrigava todas as escolas a terem curricularmente aulas
de canto, folclore e a visitar museus. Era parte do esquema do Villa-Lobos
fazer com que as crianças freqüentassem espetáculos de arte. Íamos a
concertos matinais, com o maestro Eleazar de Carvalho, e a exposições;
cheguei a assistir a um espetáculo de dança.
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:: Estudos em dança
Comecei a estudar dança somente em 1952. Tentei estudar antes,
mas já era muito velha para as escolas de balé, e ainda não havia dança
moderna, que começou exatamente em 1952. Fiz parte do primeiro curso
inaugurado no MASP- Museu de Arte de São Paulo, que se situava na rua
7 de Abril, no último andar do prédio dos Diários Associados, numa época
muito fértil para as artes em São Paulo, com um movimento muito grande