03.09.2014 Views

clique aqui para download - Centro Cultural São Paulo

clique aqui para download - Centro Cultural São Paulo

clique aqui para download - Centro Cultural São Paulo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Memória da Dança em São <strong>Paulo</strong> ::<br />

diferentes. Fizeram parte também a Helena Villar, que tinha sido do grupo<br />

da Yanka; uma grande atriz que atualmente está na França, chamada<br />

Juliana Carneiro da Cunha, que trabalha com a Ariane Mnouchkine. Ao<br />

grupo se juntou um pintor japonês chamado Tomoshige Kusuno, irmão<br />

do coreógrafo Takao Kusuno (morto há pouco tempo). O Tomoshige ainda<br />

é vivo, e o Takao nem estava no Brasil nessa época. O Tomoshige era<br />

amigo da Maria Esther e começou a assistir às aulas. Ele fazia caratê e<br />

foi incorporado ao grupo <strong>para</strong> as cenas de solo. Fizemos um espetáculo<br />

no Teatro Ruth Escobar com coreografia da Maria Esther, com músicas<br />

muito diferentes do que se considerava música <strong>para</strong> dança, uma música<br />

do teatro imperial japonês chamada Gagaku, de som estranho, mas muito<br />

bonito e estimulante. Quem viu Ran do Kurosawa, tem uma vaga idéia do<br />

tipo de música que era. Usávamos também música concreta. Os figurinos e<br />

os cenários eram de artistas plásticos, como Flávio de Carvalho e Carmélio<br />

Cruz. O grupo acabou quando as integrantes começaram a se dispersar: a<br />

Lili voltou <strong>para</strong> a França, a Heleninha deixou de dançar, outras foram <strong>para</strong><br />

o grupo que a Maria Esther fundou em seguida, o Sonda, em 1968.<br />

:: Grupo Sonda<br />

O Miroel Silveira propôs ao Sesc Anchieta patrocinar um festival de<br />

dança e nos escolheu. Ele foi meu padrinho até <strong>para</strong> entrar na Escola de<br />

Arte Dramática-EAD. Ele conhecia a Yanka, a Esther, a Maria Duschenes e<br />

sugeriu que o Sesc convidasse nosso grupo <strong>para</strong> inaugurar o festival. Vocês<br />

nem imaginam! Foi o grupo mais maluco que já aconteceu naquela época.<br />

A Maria Esther tinha ido aos Estados Unidos e sofreu todas as influências<br />

possíveis e imagináveis do que acontecia lá nesse período muito fértil da<br />

dança moderna americana. Eram cinco pessoas: a Maria Esther, o marido<br />

dela, o José Agripino de Paula – o intelectual do grupo, quem fazia os textos,<br />

as ligações – o Carlos Eugênio, eu, que trabalhava como bailarina e como<br />

pre<strong>para</strong>dora, e Manuel, um ator que tinha feito parte do grupo do Tuca. A<br />

Maria Esther colocava muitas idéias num espetáculo. Ela gastou boa parte<br />

da herança com o grupo. Na época acontecia uma bienal que expunha uma<br />

escultura com projeção de luz estroboscópica, luz negra, projeção de vídeo<br />

em cima das pessoas no palco, a última palavra das artes, mas ainda não<br />

tinha chegado à dança. Aconteceu conosco, evidentemente. Além do mais,<br />

o som era feito ao vivo no computador por um músico americano que ela<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!