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Universidade da Amazônia<br />

não é tomada como causa do comportamento alimentar do obeso, mas<br />

a situação que a gerou. Nestes termos, a ansiedade é tão produto das<br />

contingências quanto o comportamento alimentar do obeso.<br />

Outros estudos avaliaram contingências presentes no ambiente<br />

social do obeso que podiam estar relacionadas ao padrão de ingestão de<br />

alimento apresentado. Estes estudos apontaram a oferta de alimentos e<br />

os padrões comportamentais presentes no ambiente familiar como variáveis<br />

que afetam a instalação do quadro de Obesidade. Estes mesmos<br />

estudos também relacionam estas variáveis com as dificuldades em seguir<br />

as prescrições de dieta alimentar, em realizar exercícios periodicamente<br />

e manter a perda de peso, obtida inclusive com o uso de medicamentos<br />

(ALBUQUERQUE e GOMES, 2002; ADES e KERBAUY, 2002). Estes<br />

estudos foram progressivamente fornecendo dados para uma área de<br />

investigação central da Psicologia da Saúde: a adesão ao tratamento (MA-<br />

LERBI, 2000; FERREIRA, 2001, ZANNON e ARRUDA, 2002, por exemplo).<br />

Outros estudos têm indicado que o indivíduo obeso é exposto a<br />

um conjunto de contingências sociais aversivas, como rejeição de colegas,<br />

por exemplo, que têm como reflexo dificuldades de estabelecimento<br />

de relacionamentos amorosos (ROCHA, ABDELNOR, VANETTA e SILVA,<br />

2002), retraimento social (KERBAUY, 1988), solidão, depressão e agressividade,<br />

em alguns casos (MULLER, 1999). O estudo de Barbosa (2001) ratifica<br />

a relação entre Obesidade e baixa competência social, uma vez que<br />

os dois adolescentes estudados apresentaram melhoras nas suas relações<br />

interpessoais à medida que foi se configurando a perda de peso. É<br />

preciso, no entanto, salientar que programas que usam apenas estratégias<br />

médicas, mesmo que evasivas, como a cirurgia bariátrica, apesar de<br />

produzirem perda de peso, não habilitam o indivíduo a lidar com sua<br />

nova situação (ADES e KERBAUY, 2002). Além disso, estes mesmos estudos<br />

apontam que programas que associam estratégias médicas a estratégias<br />

comportamentais são mais eficazes, uma vez que este tipo de intervenção<br />

amplia o repertório do indivíduo, em vários aspectos, inclusive no<br />

aspecto social, permitindo que ele aprenda a lidar com as novas contingências<br />

que se configurarão no seu ambiente daí para frente. Esta constatação<br />

resultou em uma outra série de estudos que visou a construção de<br />

programas de redução de peso que abarquem estes dois tipos de estratégias,<br />

por exemplo (COSTA, J., 1983; HELLER e KERBAUY, 2000).<br />

A caracterização do comportamento alimentar do obeso, como<br />

comportamento que experimenta como consequência, por um lado, de<br />

forma mais imediata, reforço positivo e negativo e, por outro, a médio<br />

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